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. . . . . . . . . . . . . . . 25 de May de 2025

Tech

universidade desenvolve técnica para identificar fraudes com 99% de precisão

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O azeite de oliva é um dos produtos agropecuários mais fraudados do mundo. Com a quebra de safra em Portugal e Espanha em 2024, os países que mais produzem o óleo vegetal, os preços tiveram grande alta nos supermercados, o que, por sua vez, intensificou a adulteração.

Pensando nisso, uma inovação desenvolvida na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) alia sensoriamento em micro-ondas e inteligência artificial para quantificar até 5% de adulterantes em azeite de oliva extravirgem.

De acordo com o pesquisador Júlio Alarcon, autor da dissertação que detalha o estudo, o método é capaz de identificar óleos de soja, milho, girassol e canola com precisão de 99,2%.

Segundo ele, trata-se de uma solução mais acessível e prática em comparação às técnicas tradicionais, como ressonância magnética nuclear. Além de garantir menor custo, o sistema apresenta potencial para aplicação em larga escala na indústria e no mercado consumidor por permitir a fabricação de dispositivos portáteis.

“Nosso objetivo foi criar uma tecnologia acessível e eficiente para detectar adulterações em azeite de oliva, algo que, com os métodos tradicionais, exige equipamentos caros e pessoal especializado. Com o sensor planar em micro-ondas, conseguimos identificar adulterantes como óleo de soja e canola com alta precisão, além de quantificar os níveis de adulteração de forma prática e portátil.”.

Atuação em amostras de azeite

Alarcon detalha que o sensor desenvolvido opera a partir da análise da permissividade eletromagnética das amostras de azeite, ou seja, como o material reage à presença de um campo elétrico e influencia a interação entre cargas elétricas no seu interior.

Assim, em conjunto com redes neurais artificiais, o sistema é capaz de detectar não apenas a presença de adulterantes, mas também qual é o adulterante e sua quantidade, com margem de erro inferior a 2%.

Tecnologia de micro-ondas

micro-ondas azeite adulterado pesquisa
Foto: Reprodução/ Arquivo do pesquisador

A base do sistema desenvolvido está na tecnologia de micro-ondas, que utiliza frequências semelhantes às de sinais de Wi-Fi e celulares para analisar as propriedades do azeite. Um sensor planar, composto de tiras de cobre em uma placa, é inserido no material a ser analisado, emitindo sinais de micro-ondas e medindo a resposta eletromagnética do material analisado e previamente alocado.

“O sensor interage diretamente com o azeite, captando variações no ambiente que indicam a presença de adulterantes. É como uma espectrometria de micro-ondas, que detecta mudanças sutis nas propriedades do óleo”, destaca o pesquisador.

De acordo com ele, o funcionamento envolve a emissão de sinais eletromagnéticos por um lado do sensor e sua captação do outro. O sistema compara a entrada e a saída do sinal para identificar diferenças no perfil de permissividade do azeite puro em relação a misturas adulteradas.

“O sensor é imerso no óleo e detecta até mesmo alterações muito pequenas, graças à sensibilidade da tecnologia e ao refinamento das redes neurais que processam os dados”, detalha.

Para o pesquisador, além de sua eficiência, a tecnologia se destaca pela simplicidade. Com ajustes para torná-lo portátil, o sistema pode ser usado em laboratórios ou por profissionais do mercado de azeites.

“Nosso objetivo é que qualquer pessoa, com o mínimo de instrução, possa utilizar o sensor para identificar fraudes rapidamente”, afirma o pesquisador.

Redes neurais

O coautor do trabalho e pesquisador e professor no Grupo de Metamateriais: Microondas e Óptica (GMeta) do Departamento de Engenharia Elétrica e Computação da EESC,Vinicius Marrara Pepino, afirma que as redes neurais artificiais foram fundamentais para o sucesso da pesquisa.

Isso porque elas permitiram o processamento e a análise dos dados coletados pelo sensor de micro-ondas. Segundoe ele, essas redes são responsáveis por identificar padrões nos sinais captados, diferenciando os tipos de adulterantes e quantificando suas proporções.

“O sensor sozinho nos dá as informações brutas, mas é a rede neural que faz a mágica de transformar esses dados em resultados precisos, como identificar o tipo de óleo misturado e a porcentagem de adulteração”, conta.

Durante o desenvolvimento, os pesquisadores treinaram a rede neural com dados de 260 amostras, incluindo azeites puros e adulterados com óleos de soja, milho, girassol e canola. Para garantir precisão, foram aplicadas técnicas de pré-processamento que ajustaram os dados e minimizaram erros.

“Testamos diferentes configurações, desde redes mais simples, com duas camadas, até modelos mais complexos para encontrar o equilíbrio ideal entre eficiência e precisão”, detalha Pepino. “No final, conseguimos um sistema que atinge até 99% de acerto”, diz.

A rede neural utilizada foi configurada com perceptrons multicamada (MLP), “neurônios artificiais” que recebem, processam e transmitem informações, empregando arquiteturas com duas ou quatro características de entrada. Ela opera em um modelo no qual os dados fluem da camada de entrada para a saída e passam por uma ou mais camadas ocultas.

Esse modelo desenvolvido pode ser ajustado para detectar adulterações em outros produtos ou até mesmo para monitorar processos industriais. “A ideia é expandir o uso dessa tecnologia para diferentes aplicações, mantendo a simplicidade e a eficiência do sistema”, prospecta o pesquisador.

A pesquisa completa está disponível aqui.

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Tech

Governo lança Programa Solo Vivo para restaurar solos e apoiar agricultura familiar

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O governo federal lançou neste sábado (24), em Campo Verde (MT), o Programa Solo Vivo. A iniciativa busca recuperar áreas de solo degradado, aumentar a produtividade e reduzir desigualdades na produção rural, com foco na agricultura familiar.

A cerimônia aconteceu no assentamento Santo Antônio da Fartura, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu discurso, ele destacou a importância de garantir acesso igualitário a insumos e tecnologia para pequenos produtores. O presidente também defendeu a valorização da produção voltada para o consumo familiar como forma de garantir segurança alimentar e justiça social no campo.

Na primeira etapa, o Solo Vivo contará com um investimento de R$ 42,8 milhões, beneficiando entre 800 e 1.000 famílias de dez assentamentos em diferentes regiões do estado. Os agricultores receberão suporte técnico para restaurar a fertilidade do solo, aumentar a produção, gerar renda e manter-se de forma sustentável no campo.

O evento também marcou a entrega de máquinas agrícolas pelo Programa Estratégico de Fortalecimento Estrutural de Assentamentos Rurais, uma parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A ação contempla 38 municípios mato-grossenses.

Além disso, 78 títulos de domínio foram entregues a famílias dos assentamentos Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde, e Salete Strozac, em Guiratinga. As propriedades tituladas totalizam 1.764,86 hectares, com investimento superior a R$ 397 mil. A titulação garante segurança jurídica e representa um passo importante para o desenvolvimento rural no estado.

Durante o evento, o ministro Carlos Fávaro destacou o avanço na abertura de mercados internacionais para produtos do agronegócio brasileiro. Segundo ele, o Brasil já alcança mais de 1,1 bilhão de toneladas produzidas nesta safra, com 374 novos mercados abertos para exportação.

As ações do Programa Solo Vivo são realizadas em parceria com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Mato Grosso (Fetagri-MT) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT).

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Fávaro: Proposta de licenciamento ambiental avança sem precarização

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse nesta sexta-feira (23) que o projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental “avança sem precarização”. O chefe da Agricultura disse ainda respeitar o posicionamento contrário da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é plural.

“Eu respeito o posicionamento dela, talvez ela fazendo uma análise mais profunda do texto pode haver divergências. O governo é plural. As áreas podem ter, em algum momento, conflito de ideias e de pensamentos. Mas eu, particularmente, acho que é um projeto que avança muito sem precarização”, afirmou Fávaro.

Segundo Fávaro, o projeto de licenciamento ambiental pode dar uma grande capacidade para o governo licenciar obras de infraestrutura e garantir “crescimento sustentável”.

“É impossível a gente crescer de forma sustentável sem que a infraestrutura acompanhe e puxe na frente. A gente precisa de mais portos, mais aeroportos, mais ferrovias e mais energia elétrica”, afirmou Fávaro.

Contra a vontade de ambientalistas, o projeto de lei foi aprovado no Senado nesta quarta-feira (21) por 54 votos favoráveis a 13 contrários. A proposta estabelece regras nacionais para os processos de licenciamento, com definição de prazos, procedimentos simplificados para atividades de menor impacto e a consolidação de normas atualmente dispersas.

O texto vai voltar para a Câmara dos Deputados, precisando ser chancelado para então ir à sanção presidencial.

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Acordo entre Brasil e Angola prevê 500 mil ha para produção agrícola

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Durante reunião no Palácio Itamaraty nesta sexta-feira (23), em Brasília, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e João Lourenço, de Angola, discutiram os próximos passos do Programa de Investimento Produtivo Agropecuário Brasil-Angola. O encontro contou com a presença dos ministros da Agricultura dos dois países, Carlos Fávaro e Isaac dos Anjos, além de representantes do setor produtivo.

A iniciativa prevê a cooperação entre produtores rurais brasileiros e angolanos para estimular a produção de alimentos, criar empregos e promover o desenvolvimento social no território angolano. Segundo Fávaro, o programa resulta de articulações iniciadas desde o início do atual mandato de Lula, com foco no combate à fome no continente africano.

Missões técnicas realizadas em Angola ao longo dos últimos meses permitiram que empresários brasileiros conhecessem de perto as condições para produção no país. A partir das visitas, foi elaborado um documento com propostas e condições para viabilizar os investimentos brasileiros.

“Percorremos várias regiões, fizemos reuniões com autoridades e, ao final, construímos um documento simples, direto e objetivo. Nele constam sugestões e condições para que esses produtores brasileiros possam, de fato, começar a produzir em Angola”, disse Fávaro.

O plano inclui proposta de concessão de até 500 mil hectares de terras agricultáveis, com cessões de até 60 anos, renováveis, e definição de áreas contínuas para facilitar a instalação de infraestrutura. “Isso é fundamental. Assim como fizemos no Brasil, quando desbravamos o Cerrado, é preciso ter escala, ter continuidade de áreas para viabilizar os investimentos”, afirmou o ministro brasileiro.

Também estão previstos ajustes na legislação angolana sobre proteção de cultivares, sementes transgênicas e propriedade intelectual.

Outro ponto central da proposta é a criação de um fundo de aval com recursos do fundo soberano de Angola. A medida pode garantir até 75% dos investimentos feitos por produtores brasileiros no país africano.

O programa contempla ainda ações sociais, como a construção de agrovilas com moradias, escolas, postos de saúde e centros técnicos. Também haverá intercâmbio de profissionais para capacitação técnica em ambos os países. Comunidades vizinhas às áreas de produção receberão maquinário, insumos e assistência técnica.

Lula e Lourenço orientaram suas equipes a avançar na redação de um memorando de entendimento para formalizar a parceria. De acordo com Fávaro, o acordo representa um passo estratégico para consolidar o Brasil como referência global em agricultura tropical sustentável, com potencial para fortalecer a segurança alimentar e a inclusão social no continente africano.

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