Business
Deputado admite deixar o PSDB após quase 30 anos devido fusão com outras siglas

Conteúdo/ODOC – Deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), presidente do partido no Estado, disse à imprensa que só decidirá sobre fusão ou incorporação com outras siglas em Mato Grosso depois de uma decisão nacional do partido. Avallone adiantou que se sente frustrado com a possibilidade de ter que deixar o PSDB que – segundo ele – é seu único partido há 29 anos.
“Eu vou aguardar essas decisões e vou tomar uma decisão no plano nacional junto com os eleitos pelo PSDB e as lideranças do PSDB. Eu não me sinto à vontade de, em Mato Grosso, tomar uma posição sozinho”, destacou o parlamentar.
“Eu acho que aqui nós temos que ir em conjunto. E se for para escolher um novo caminho, que seja também em conjunto. Para a gente chegar com um grupo que tem um peso”, argumentou Avallone.
Não é uma decisão que se toma de dia para noite. Vocês me conhecem, eu tenho um espírito democrata realmente, eu não vou tomar essa decisão sozinho. Eu vou reunir todo mundo aqui em Cuiabá. Eu estou no partido desde 1996, é o meu único partido. Então, imagina a minha frustração”, completou.
Business
Lula lança programa Solo Vivo em Mato Grosso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou neste sábado (24) em Campo Verde, Mato Grosso, o Programa Solo Vivo. A ação tem como investimento inicial R$ 42,8 milhões e foco na recuperação de áreas degradadas destinadas à agricultura familiar no estado, proporcionando aumento de produtividade, competitividade e redução das desigualdades na produção rural.
O lançamento ocorreu no Assentamento Santo Antônio da Fartura, no município.
O programa contemplará assentamentos em diferentes regiões do estado e é uma parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do estado de Mato Grosso (Fetagri-MT), que será responsável pela gestão do projeto, e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), que desempenha estudos técnicos de análise e correção do solo.
Conforme o presidente Lula, o que está sendo feito “é oferecer ao povo brasileiro qualidade de vida”.
“O que essas máquinas vão provar é que não é que o pequeno produtor é incompetente e o grande produtor é competente. É preciso acabar com essa falácia. O que o pequeno produtor não tem são as mesmas condições de comprar os equipamentos que tem o grande produtor”.
O presidente Lula frisou ainda que a partir do momento em que os pequenos produtores tiverem acesso à tecnologia passarão a produzir a mesma quantidade que os grandes.
“Portanto, essas entregas de títulos e máquinas são um novo começo das coisas que vão acontecer aqui no Brasil”, salientou Lula.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, pontuou que a iniciativa do Programa Solo Vivo é robusta e terá impacto direto na vida de muitas pessoas.
“Nós estamos lançando aqui o alicerce para se produzir”, disse ele, lembrando a construção da Embrapa na Baixada Cuiabana.
Para 2025 a projeção para a produção agropecuária é superar 110 milhões de toneladas. “Ao longo desses últimos seis anos tenho muito orgulho de Mato Grosso. Nos últimos anos investimentos pesadamente na agricultura familiar. Levamos asfalto para atender as comunidades”, declarou o governador do estado, Mauro Mendes.
Durante o lançamento do programa do governo federal, Mauro Mendes anunciou a captação de financiamento de aproximadamente R$ 500 milhões junto ao Banco Mundial. O montante, segundo o gestor do estado, será destinado para a agricultura familiar.
Mato Grosso é projeto piloto
De acordo com o Mapa, Mato Grosso é o estado piloto do programa, com 10 assentamentos contemplados nesta fase inicial, nos municípios de Campo Verde, Alto Araguaia, Poconé, Rosário Oeste, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia, Matupá, Juína, Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos.
Na primeira etapa do Programa Solo Vivo em Mato Grosso cerca de 800 a 1.000 famílias serão atendidas, em propriedades com média de 10 a 15 hectares cada, dentro dos assentamentos.
Entre os diferenciais do Solo Vivo, destaca o Ministério da Agricultura, é o time de profissionais que o compõe, como professores, pesquisadores e técnicos especializados nas áreas de ciência do solo, sustentabilidade, sistemas agrícolas e geotecnologias.
Na avaliação do presidente do Fetagri-MT, Divino Martins, o programa no estado “será um espelho para o país”.

Entrega de títulos e maquinários
Além do lançamento do Programa Solo Vivo, foram realizadas as entregas de máquinas agrícolas pelo Programa Estratégico de Fortalecimento Estrutural de Assentamentos Rurais e Sustentabilidade da Agricultura Familiar. O programa é uma parceria entre o Mapa e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que beneficia 38 municípios mato-grossenses.
Também foram entregues pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) 78 títulos de domínio a famílias assentadas, beneficiando os moradores do Assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde, e do Assentamento Salete Strozac, em Guiratinga. Tais imóveis titulados somam uma área de 1.764,86 hectares.
“O que hoje foi feito aqui é um exemplo. A agricultura de Mato Grosso é muito potente. Mas, o mundo carece de alimentos e a nossa tarefa é alimentar o Brasil e alimentar o mundo”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
Business
Colheita do milho em Mato Grosso começa com atraso

A colheita da safra 2024/25 de milho teve início em Mato Grosso há duas semanas. Até o momento as máquinas passaram por apenas 0,31% dos 7,113 milhões de hectares semeados nesta temporada.
Os números foram divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) na tarde desta sexta-feira (23). O relatório mostra que em relação à média histórica dos últimos cinco anos, os trabalhos atuais estão atrasados. A média é de 0,98%.
Ao se comparar com o ciclo 2023/24 o atraso é de 1,63 ponto percentual. A colheita do milho da safra passada no estado teve início na semana do dia 10 de maio.
Mato Grosso nesta temporada semeou 7,113 milhões de hectares com o cereal, 4,58% a mais que no ciclo passado. A perspectiva é uma produtividade média de 114,54 sacas por hectare, 0,91% a menos que a média final da 2023/24.
A produção esperada é de 48,885 milhões de toneladas, como já destacado pelo Canal Rural Mato Grosso. O volume representa um aumento de 3,63% ante o consolidado de 47,171 milhões de toneladas da safra 2023/24 e se aproxima do recorde do ciclo 2022/23 de 52,504 milhões de toneladas.
Ao se analisar a colheita do milho por regiões, os trabalhos no estado estão ocorrendo no médio-norte, que já colheu 0,62% da área, no norte com 0,44%, oeste com 0,37% e noroeste com 0,19%.
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
Business
a força da cooperação em uma das regiões mais produtivas do país

Há 30 anos atrás, em Toledo, no Paraná, o milho segunda safra era visto apenas como um “quebra-galho” para pagar custos. Foi então que com uma visão inovadora em 1994, um movimento mudou a história do agronegócio da região se tornando referência em agricultura.
A história do Clube do Milho começa com seu Roberto Scholz, um dos fundadores do clube e na época, caçula do grupo. Ele tinha apenas 20 anos quando aceitou o convite para integrar um time de agricultores que, além de plantar, decidiu semear conhecimento e inovação.
“Realmente era só para pagar os custos. Se colhesse 40 sacos por hectare, estava bom. Eram poucos produtores de milho e também o consumo era menor naquela época. Não existiam tantas integradoras. Era uma novidade, porque a gente não sabia como ia se comportar na época de frio… A gente [produtores] se reuniu e criou o Clube do Milho”, conta Roberto ao Especial Mais Milho dessa semana.
Roberto diz que os produtores precisavam de uma renda e de mais tecnificação. A transformação, então, começou com o auxílio de uma sementeira que ofereceu suporte técnico e financeiro.
Assim surgiu o Clube, reunindo agricultores de diferentes comunidades de Toledo, cada um se tornando um difusor de tecnologia no seu pedaço de chão. “Nós nos reunimos até hoje, toda última quinta-feira do mês, há três décadas. É mais do que um grupo, é uma família”.
O primeiro aprendizado, através de palestras que eram realizadas na região para levar mais informação aos produtores, foi sobre a plantabilidade.
“A gente achava que sabia plantar. Mas quando veio o primeiro palestrante e mostrou como regular uma plantadeira, como escolher o disco certo, como distribuir bem as sementes… Aquilo mudou tudo”, lembra.
Entre as primeiras mudanças, veio uma que gerou inseguranças entre os produtores. Reduzir o espaçamento entre linhas do milho de 90 centímetros, ou até, um metro para 50 centímetros. O mesmo espaçamento da soja.


“Diziam que a gente era louco. Que isso não ia dar certo. A gente buscava algumas coisas diferentes, né? E deu certo. Hoje tá praticamente esparramado pro Brasil inteiro o plantio adensado de 45 ou 50”, comenta.
A iniciativa começou reunindo cerca de 25 produtores. Como acontece com toda inovação, a ideia foi recebida com desconfiança na região.
“Chamavam a gente de louco”. A proposta, no entanto, rapidamente despertou a curiosidade de outros produtores das comunidades vizinhas.
“Quando eles viam que fulano estava fazendo, queriam ir lá ver como funcionava”, conta Roberto. Assim, a prática foi se espalhando, ganhando força e adesão entre os agricultores locais.
Números falam por si só
Nos primeiros quatro anos, os resultados já foram surpreendentes. A produtividade saltou de 100 para até 400 sacos por alqueire. Em hectares, isso representa pular de cerca de 40 para 150 sacos por hectare. Atualmente, as produções chegam a 170 sacos por hectare de milho segunda safra.
“Tinha gente que não acreditava. O pessoal ligava pro vizinho, perguntava pro tratorista se era verdade. Era muita diferença de um ano pro outro só com ajuste de técnica, sem nem falar em genética, que depois ainda veio ajudar mais”, completa Roberto.


Mudanças que fizeram história na região
A mudança na época esbarrou em um obstáculo: não existia no mercado uma plataforma de colheita capaz de operar nesse novo modelo de espaçamento.
Foi então que a Vence Tudo, uma empresa que carrega no DNA a disposição para ouvir o produtor e apostar no diferente, entrou.
“Chegamos lá com a ideia meio no papel, meio na cabeça, e eles toparam na hora. Fabricaram uma plataforma para teste, sem custo, e deixaram com a gente por dois anos. Depois a gente acabou comprando outra e hoje estamos satisfeitos”, diz Roberto.
O Edison Goelzer, representante da Vence Tudo, explica que os produtores estavam desenvolvendo tecnologias para o milho com espaçamento reduzido e que a empresa tinha a plataforma, “mas ainda não tínhamos esse espaçamento reduzido”.
Foi em uma feira em Cascavel (PR), durante conversas, que foi desenvolvida uma plataforma com espaçamento reduzido de 50 cm. Logo no primeiro ano, os resultados tiveram um aumento de até 20% na produtividade, na mesma área plantada com espaçamento de 70 cm.
A plataforma que nasceu experimental virou referência. Atualmente, Roberto opera com a linha 08, com 14 linhas.
“Ela tem uma qualidade de colheita diferente das demais. Ela deixa uma palha, uma cobertura de palha no chão, melhor, tira realmente só a espiga. Não entra aquele monte de palha para dentro da máquina. É um rendimento de colheita melhor”, pontua.


Quando plantar milho vira ciência
A transformação não parou na porteira. Junto com as máquinas, veio a profissionalização da gestão. “Saiu o caderninho, entrou a planilha. Hoje, agricultura é negócio, é empresa. Precisa gerar lucro, porque tem famílias que dependem disso”.
O Clube do Milho também evoluiu. Mantém os mesmos 25 produtores desde a fundação. E entrar não é fácil: tem fila de espera.
“Se alguém sai, entra o primeiro da lista. Mas não é só querer. Precisa estar disposto a compartilhar os acertos e, principalmente, os erros”, ressalta Roberto.
A expectativa para esta safra é colher entre 120 e 140 sacas por hectare.
“Milho de qualidade, bom para ração, para os animais e, claro, para manter o caixa da fazenda saudável. Desistir não é opção. Quem é do campo sabe que desafio faz parte. Vai ter problema com preço, clima, mercado… Mas quem carrega isso no sangue sempre dá um jeito de seguir em frente. Está na nossa essência produzir alimento”, finaliza.
+Confira mais notícias do projeto Mais Milho no site do Canal Rural
+Confira mais notícias do projeto Mais Milho no YouTube
+Confira outros episódios do Especial Mais Milho do projeto Mais Milho no YouTube
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
- Sustentabilidade5 horas ago
Estudo resgata lembranças do sertão por quem viveu seca e fartura
- Sustentabilidade23 horas ago
Dólar e Chicago em alta movimentam mercado brasileiro de soja e preços domésticos melhoram – MAIS SOJA
- Sustentabilidade24 horas ago
Danos dos tripes na floração de soja – MAIS SOJA
- Sustentabilidade23 horas ago
Após revolução na soja, gramíneas são novo foco estratégico para os inoculantes biológicos – MAIS SOJA
- Featured5 horas ago
Frente fria deve baixar temperatura em Cuiabá para 14°C na próxima semana I MT
- Featured5 horas ago
VÍDEO: onça-pintada arrasta boi em correnteza de rio em Pantanal de MT
- Sustentabilidade5 horas ago
Panorama do Agro – Semana de 19 a 23 de maio – MAIS SOJA
- Tech5 horas ago
Acordo entre Brasil e Angola prevê 500 mil ha para produção agrícola