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. . . . . . . . . . . . . . . 24 de May de 2025

Sustentabilidade

Nova safra de grãos pressionará ainda mais gargalo de armazenagem – MAIS SOJA

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Por Marcelo Sá – jornalista/editor e produtor literário

Infraestrutura deficiente é problema antigo no país

O aumento projetado para a produção brasileira de grãos na safra 2024/25 deve agravar o já elevado déficit brasileiro de armazenagem. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma colheita de 322,4 milhões de toneladas. No entanto, a capacidade atual dos silos e armazéns no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 222,3 milhões de toneladas, suficiente para estocar apenas 69% da produção esperada.

Segundo a Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para Armazenagem de Grãos (Cseag) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o déficit na estrutura de armazenagem atingiu 124 milhões em 2024, e deve aumentar em pelo menos 5 milhões de toneladas este ano. Isso ocorre porque o ritmo de crescimento da agricultura é o dobro do avanço da capacidade de armazenagem.

O Portal SNA aborda assiduamente essa defasagem, que prejudica o planejamento dos produtores, sua capacidade de escoar os volumes em intervalos adequados, além da inevitável perda de competitividade em relação a outros países expoentes do setor, que conseguirão oferecer seus produtos no mercado internacional a cotações mais favoráveis.

Grandes cooperativas anunciaram, em anos recentes, investimentos multimilionários para tentar aperfeiçoar sua capacidade de estocar safras, como Capal, que investiu mais de R$ 40 milhões na ampliação de silos em Arapoti (PR), Curiúva (PR) e em Itararé (SP). Já a Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, aportou cerca de R$ 250 milhões nos últimos dois anos para ampliar sua capacidade de armazenamento de suas unidades em 400.000 toneladas. Muitas outras iniciativas como essas contam com o respaldo de linhas de crédito, até mesmo do BNDES, mas é difícil nivelar uma disparidade de décadas.

A importância da armazenagem é a mesma da adequação de sua estrutura, para evitar perdas do volume, seja por manejo inadequado no transporte após a colheita ou devido a deficiências no maquinário, como mecanismos de exaustão, controle de umidade e geração da energia necessária. É uma etapa tão crucial quanto a do próprio cultivo, que requer atenção, olhar cuidadoso e muito trabalho.

Panorama que não muda

Um levantamento de 2023, feito pela ESALQ/USP e contratado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apontou que, entre os mais de mil produtores entrevistados, 61% não dispõem da estrutura adequada para armazenagem. Na logística do agronegócio, isso significa que muitos precisam vender suas colheitas de imediato, perdendo a chance de aguardar pela melhor cotação, além de não poderem investir em atividades de beneficiamento.

Apenas 39% disseram possuir algum tipo de estrutura para armazenar os grãos, sendo que, muitas vezes, são silos menores e inadequados para maiores períodos de estocagem. São os chamados silos-bolsa, que possuem menor custo de implantação, mas oferecem curta durabilidade. Outros 19,8% declararam utilizar as modalidades convencionais ou graneleiras que, se não forem atualizadas de acordo com o patamar tecnológico mais recente, também podem diminuir sua eficácia e tornaram-se obsoletos.

As fazendas com estruturas próprias podem aguardar o momento do frete mais barato, chegando a aumentar a lucratividade de 6% e 11%, de acordo com os proprietários que possuem armazéns. Entre esses, os ganhos aumentaram com as vendas tardias, quando comparados com a época da colheita. Escapando do pico da safra, é possível diluir os encargos de forma mais planejada, além de evitar os riscos de guardar os grãos a céu aberto. Mas a estratégia de comercialização é o que mais pesa, pois proporciona mais independência e autonomia, além do ganho econômico.

Entre as razões atribuídas pelos produtores ouvidos para não investir mais em armazenagem estão as linhas de crédito e juros pouco atrativos, além do custo elevado de mão de obra qualificada. A distribuição irregular de energia e insegurança nas regiões mais afastadas também são obstáculos. Por fim, a má qualidade das estradas desanima os agricultores, que temem perder seu investimento no desperdício causado pela dependência das rodovias, quase todas mal conservadas. O custo do transporte onera ainda mais a cadeia produtiva.

Dessa forma, torna-se claro, às vésperas de mais uma safra recorde de grãos, a premência de expandir a capacidade de armazenagem para os produtores, mediante investimentos públicos e privados, a fim de combater o desperdício, aperfeiçoar o escoamento do volume produzido e manter a competitividade nacional perante outros grandes protagonistas globais do setor.

Veja também aqui entrevista com pesquisadores sobre o cuidado de armazenamento.

Com informações complementares da Embrapa Soja

Fonte: SNA



 

FONTE

Autor:Sociedade Nacional de Agricultura

Site: SNA


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Sustentabilidade

Panorama do Agro – Semana de 19 a 23 de maio – MAIS SOJA

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1. VBP da agropecuária deve crescer 13,1% em 2025.

2. IBC-Br registra crescimento de 0,80% em março.

3. Preços médios do açúcar e etanol apresentam leve recuo em maio comparados a abril.

4. Preços do café caem nas bolsas internacionais com aumento de estoques e perspectiva de safra recorde na Colômbia.

5. Entrada de nova safra mais produtiva no Vale do São Francisco pressiona preços do melão ao produtor.

6. Cacau no Brasil: viabilidade, sustentabilidade e oportunidade estratégica em um mercado global em transformação.

7. Preços da soja e do milho seguem em queda devido ao cenário de ampla oferta.

Os preços da soja seguem enfraquecidos no mercado brasileiro, refletindo a elevada oferta interna e a perspectiva de nova expansão de área para a próxima safra. O USDA projeta safra mundial recorde em 2025/2026, com destaque para o Brasil, que pode colher 175 milhões de toneladas. O indicador Cepea registra média de R$ 132,84 por saca, abaixo dos R$ 134,68 no mês anterior. O milho segue pressionado por estimativas de produção elevada no Brasil e no mundo. As boas condições climáticas no Brasil e o ritmo da semeadura nos EUA reforçam as expectativas de uma safra robusta. Com isso, consumidores postergam compras à espera de novas quedas, enquanto vendedores tentam negociar lotes remanescentes da safra verão e da temporada anterior. O indicador Cepea aponta média de R$ 74,58 por saca, ante R$ 83,67 no mês passado. No mercado de feijão, os preços variaram conforme a qualidade e a região. O feijão carioca de notas superiores registrou alta, diante da baixa oferta e maior disposição de compra por parte de empacotadoras. Já o feijão preto segue com oferta crescente e vendas pontuais, à medida que produtores priorizam o armazenamento. Segundo a Conab, a produção do feijão preto deve crescer 15%, enquanto as de carioca e caupi devem recuar. O indicador Cepea/CNA para o feijão preto na região de Lucas do Rio Verde (MT) acumula média de R$ 192,00 frente a R$ 212,00 do mês anterior

8. Mercado de reposição na pecuária de corte segue tendência de alta.

9. Custo de produção do leite acumula alta de 10,8% em 2025.

10. Leilão GDT aponta ligeira retração no mercado internacional de lácteos.

11. Oferta de final de safra pressiona mercado do boi gordo.

12. Carne suína recua na segunda metade de maio.

13. Queda no preço da carne de frango nas indústrias.

14. Primeiro trimestre de 2025 é marcado por forte pressão sobre os custos de produção nas cadeias de avicultura e suinocultura.

15. Cotações da tilápia encerram semana com preços firmes.

Clique aqui e confira o descritivo de todos os tópicos acima.

Fonte: CNA – Panorama do Agro – Semana de 19 a 23 de maio

FONTE

Autor:CNA – Panorama do Agro – Semana de 19 a 23 de maio

Site: CNA


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VÍDEO: onça-pintada arrasta boi em correnteza de rio em Pantanal de MT

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🐆Uma onça-pintada foi flagrada arrastando um boi pela correnteza de um rio entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço, a 104 km e 121 km de Cuiabá, respectivamente. O momento foi registrado no último domingo (18) pelo fotógrafo e guia de turismo Branco Arruda.

No vídeo, a onça-pintada aparece quase submersa, arrastando o boi no rio. Ela leva a presa até a margem e momentos depois se alimenta (assista abaixo).

‘Ti’, como o felino é conhecido, é acompanhado desde os 6 anos pelo guia de turismo Branco Arruda, que o filmou. Apesar de já ter presenciado várias cenas marcantes da fauna no Pantanal, o profissional afirma que a onça registrada sempre se destaca e proporciona verdadeiros espetáculos na natureza.

VIDEO:

“Ela já está na faixa de 11 anos e sempre dá esse show! Estava com um grupo acompanhando a Ti, que estava deitada. De repente, ela sentiu o cheiro do boi e começou a se aproximar. Quando chegou perto, deu o bote e arrastou o animal para a margem do rio ”, relatou o guia.

🐾O guia também explicou que consegue identificar a onça por causa das pintas que ela tem, que são como “digitais”, que ajudam os guias a reconhecerem os animais.

Ti e os dois filhotes — Foto: Branco Arruda

Ti e os dois filhotes — Foto: Branco Arruda

Refúgio de onças

 

Onças-pintadas podem ser observadas no Pantanal de Mato Grosso — Foto: Pablo Cersosimo

Onças-pintadas podem ser observadas no Pantanal de Mato Grosso — Foto: Pablo Cersosimo

O Parque Estadual Encontro das Águas contempla o maior número de onças-pintadas, com uma extensão de 108 mil hectares. Os turistas podem passear de barco pelo bioma ao mesmo tempo em que fazem o monitoramento das onças de forma voluntária através de fotos e vídeos de diferentes aparições dos felinos.

Aliado ao ecoturismo, os guias orientam que o melhor momento para se deparar com os animais acontece entre os meses de julho e final de setembro, quando começa o período da seca, o que faz com que os felinos procurem água e, com isso, ficam expostos às margens dos rios, sendo possível vê-los de uma distância segura.

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Sustentabilidade

Estudo resgata lembranças do sertão por quem viveu seca e fartura

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Uma pesquisa realizada pelo antropólogo Renan Martins Pereira revela uma perspectiva pouco explorada sobre o sertão de Pernambuco.

Com base em entrevistas com antigos vaqueiros e ex-moradores da zona rural de Floresta, o estudo resgata memórias de um passado de fartura, um tempo em que, segundo os relatos, “havia mais peixes nos rios, mais árvores na caatinga e mais alimento na mesa”.

A pesquisa busca ressignificar as secas e a abundância não como opostos, mas como categorias que coexistiam no passado. Segundo o pesquisador, a fartura evocada pelos mais velhos não é uma romantização do passado, mas uma crítica ecológica ao presente.

“Quando eles dizem que antes havia mais fartura, estão, na verdade, apontando para o que se perdeu”, afirma o pesquisador.

Vegetação nativa preservada

O artigo mostra como esses moradores mais velhos articulam recordações de escassez e fartura. Nessa memória multifacetada, houve secas, sim; mas também houve abundância – basicamente relacionada à biodiversidade, no caso tratado no artigo.

“Os sertanejos falam de uma vegetação nativa mais preservada, de rebanhos numerosos e de maior oferta de alimentos. Essa memória da fartura não exclui a lembrança das grandes secas, mas sugere que houve uma transformação profunda na relação dos habitantes com o meio ambiente”, afirma o pesquisador.

Os relatos de antigos vaqueiros e ex-moradores do campo, como Zé Ferraz, Cirilo Diniz e Antônio José do Nascimento, retratam um sertão em que o gado era robusto, a pesca era abundante e o solo produzia com maior regularidade.

“Essa memória não tem um caráter apenas nostálgico, mas serve como um alerta sobre a mudança no uso da terra, a degradação ambiental e o impacto das mudanças climáticas. Os mais velhos não falam apenas de saudade, falam de perda real”, argumenta Pereira.

Tradições desaparecendo

As mudanças no uso da terra, a expansão da fronteira agrícola e a urbanização alteraram radicalmente o modo de vida no sertão.

“O êxodo rural reduziu a interação humana com a Caatinga e as práticas tradicionais de manejo estão desaparecendo. Muitos dizem que antes havia mais organização na vida do campo, que as festas comunitárias eram frequentes, que existia um sentimento de coletividade que hoje se perdeu”, conta o pesquisador.

Ao mesmo tempo, as secas atuais são percebidas como mais severas e prolongadas. Ele acrescenta que o conceito de “memória ecológica”, fundamental para o argumento do seu artigo, ajuda a compreender como os sertanejos interpretam essas transformações, não só com base em dados objetivos, mas também por meio de experiências vividas e narradas.

Memória viva do sertão

Em sua análise, o pesquisador recorre ao conceito de “duração” do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941). “A memória não é um arquivo estático do passado, mas algo vivo, que transforma a percepção do presente e projeta futuros possíveis”, diz.

Essa abordagem permite enxergar as recordações das secas e da abundância como formas de resistência cultural e ecológica.

“A fartura, tal como é recordada, configura um conceito amplo. Ela diz respeito não apenas à quantidade de comida na mesa, mas também à relação das pessoas com a terra, ao respeito pelos ciclos da natureza, à segurança que vinha de um ambiente previsível. Hoje, muitos dos meus interlocutores dizem que essa fartura acabou.”, afirma.

A pesquisa de Renan Martins Pereira reconfigura o entendimento do sertão. “Mais do que um espaço de sofrimento, o semiárido é também um lugar de vida, de saberes ancestrais e de histórias que desafiam a noção de um passado perdido”, conclui o pesquisador.

Em um mundo em crise ambiental, as memórias do sertão podem oferecer lições valiosas sobre a relação entre a humanidade e a natureza.

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Agro MT