Sustentabilidade
Tratamento de sementes de soja com Trichoderma – MAIS SOJA

Em função dos benefícios proporcionados ao sistema de produção e custo relativamente baixo, os bioinsumos vêm ganhando espaço nas lavouras brasileiras, integrados a estratégias de manejo que contribuem para o aumento da produtividade e sustentabilidade das áreas agrícolas. Dentre o grupo de bactérias de fungos benéficos que contribuem para a melhoria dos sistemas de produção, os fungos do gênero Trichoderma tem se destacado como promotores do crescimento e controle de alguns fitopatógenos que assolam culturas como soja e trigo.
Além da ação no combate a fitopatógenos, é conhecido que o Trichoderma promove o crescimento da parte aérea das plantas e que produz auxinas e metabólitos como 6PP que favorecem o desenvolvimento das raízes e desta forma as raízes são mais profundas e vigorosas, proporcionando maior tolerância a seca. O Trichoderma também incrementa a absorção e a solubilização de nutrientes e favorece a aderência hidrofóbica e o desenvolvimento de pelos absorventes nas raízes laterais, com conseguinte aumento da superfície de absorção, além de também provoca uma redução dos níveis de etileno nas plantas, resultando em maior crescimento delas (Monte; Bettiol; Hermosa, 2019).
Conforme observado por Oliveira (2017), em culturas como o trigo é nítida a contribuição do Trichoderma na promoção do crescimento das plantas, podendo inclusive resultar em aumento da produtividade da cultura. Na cultura da soja, há resultados similares, demonstrando que o uso do Trichoderma na cultura, constitui uma importante estratégia de manejo para o aumento da produtividade e aumento da tolerância a estresses abióticos.
Um estudo conduzido por Wurzius et al. (2024), analisando o emprego de bioprodutos à base de T. harzianum e T. asperellum no tratamento de sementes da soja, demonstrou que o uso do Trichoderma contribuiu para o aumento do comprimento radicular e da parte aérea das planta, além de proporcionar o aumento do número de raízes secundárias em comparação a testemunha (não tratada).
Tabela 1. Valores médios de altura de planta (AP), comprimento raiz (CR), massa verde parte aérea (MVPA), massa seca parte aérea (MSPA), massa verde sistema radicular (MVSR), massa seca sistema radicular (MSVR) e número de raízes secundárias (NRS) de plantas de soja sob diferentes tratamentos.

Biológico 1 = Trichoderma harzianum cepa simbi-T5; Biológico 2 = Trichoderma harzianum T22; Biológico 3 = Trichoderma asperellum URM 5911; Biológico 4 = Trichoderma asperellum URM 5911; Fonte: Wurzius et al. (2024)
Embora a eficiência do uso do Trichoderma via tratamento de sementes seja reconhecida, vale destacar que, para uma melhor performance desses microrganismos em soja, deve-se atentar para a compatibilidade deles com os fungicidas presentes no tratamento de sementes. Avaliando a compatibilidade do fungo Trichoderma harzianum com os principais tratamentos de sementes utilizados na cultura da soja (Maxim Advanced®; Maxim XL®; Apron RFC®; Stan-dak TOP®; Spectro® , Certeza N® e Ecotrich WP®), Branco et al. (2025) observaram que, há diferença na porcentagem de inibição do crescimento micelial de Trichoderma, sendo que, o fungicida Maxim Advanced® foi classificado como o mais prejudicial ao agente de controle biológico, Trichoderma, uma vez que mesmo sem estar em contato direto com fungo inibiu em 73,45% seu crescimento.
Tabela 2. Porcentagem de inibição do crescimento micelial de Trichoderma em placas incubadas por sete dias com sementes de soja tratadas com fungicidas.

Fonte: Branco et al., (2025)
Logo, quando se optar pelo uso do Trichoderma como promotor do crescimento no tratamento de sementes de soja, deve-se atentar para o adequado posicionamento dos fungicidas, evitando fungicidas que apresentem incompatibilidade do com fungo, para que o Trichoderma possa se desenvolver, trazendo benefícios à soja. Além disso, indica-se a aplicação de Trichoderma via tratamento de sementes, de modo a evitar o contato direto entre o fungo e os fungicidas.
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Referências:
BRANCO, J. S. et al. COMPATIBILIDADE DE Trichoderma COM FUNGICIDAS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE SEMENTES DE SOJA. Revista Observatorio de La Economia Latinoamericana, Curitiba, 2025. Disponível em: < https://ojs.observatoriolatinoamericano.com/ojs/index.php/olel/article/view/8643/5469 >, acesso em: 13/02/2025.
MONTE, E.; BETTIOL, W.; HERMOSA, R. TRICHODERMA E SEUS MECANISMOS DE AÇÃO PARA O CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS. Embrapa, Trichoderma: Uso na agricultura, cap. 4, 2019. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1117296 >, acesso em: 13/02/2025.
OLIVEIRA, J. B. PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO E DA PRODUTIVIDADE DE TRIGO PELO EMPREGO DE CEPAS COMERCIAIS DE Trichoderma spp. Universidade Estadual de Goiás, Dissertação de Mestrado, 2017. Disponível em: < http://200.137.241.33/handle/tede/458#preview-link0 >, a cesso em: 13/02/2025.
WURZIUS, F. et al. USO DE Trichoderma spp. E BIOATIVADOR NA PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO VEGETATIVO NA CULTURA DA SOJA. Acta Biológica Catarinense, 2024. Disponível em: < https://periodicos.univille.br/ABC/article/view/2352/1892 >, acesso em: 13/02/2025.
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Sustentabilidade
Inoculação do trigo com Azospirillum promove o aumento da produtividade e da tolerância a estresses – MAIS SOJA

Diferentemente das bactérias do gênero Bradyrhizobium, conhecidas por sua capacidade de fixar nitrogênio atmosférico em leguminosas como a soja, as bactérias do gênero Azospirillum atuam principalmente por meio da produção de fitormônios que estimulam o crescimento vegetal, especialmente do sistema radicular. Essa ação promove a expansão da zona rizosférica e o aumento do volume de solo explorado pelas raízes, resultando em maior eficiência na absorção de água e nutrientes e maior tolerância a estresses abióticos como o déficit hídrico (Prando et al., 2019).
Por meio da inoculação das sementes, sulco de semeadura ou via pulverização (com menor eficácia), é possível promover o aumento populacional do Azospirillum no solo, a fim de proporcionar benefícios em culturas agrícolas. Em gramíneas (Poaceas) como o milho e o trigo, os benefícios da inoculação com Azospirillum tem contribuído significativamente para o aumento da produtividade dessas culturas.
Embora possuía uma pequena capacidade em fixar o nitrogênio atmosférico quando comparada ao Bradyrhizobium, o Azospirillum exerce um importante papel induzindo produção de reguladores de crescimento como auxinas, citocininas, giberelinas, etileno, bem como de outras moléculas importantes. Além do mais, pode atuar na solubilização de fosfatos e ter efeitos na tolerância a patógenos, reduzindo os efeitos deletérios ou aumentando a resistência. Estima-se que o nitrogênio fixado por essas bactérias represente de 5% a 18% do nitrogênio total absorvido pela planta, mas que essa contribuição também pode ser inferior a 5% em alguns casos (Andrade; Reis Junior; Chagas, 2022).
Contribuições de inoculação com Azospirillum para a produtividade do trigo
Ao longo dos anos, diferentes estudos buscaram avaliar as contribuições da inoculação do trigo com isolados de Azospirillum. Em ambiente controlado, resultados de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa em diferentes safras e regiões apontaram incremento médio de produtividade de 14% em áreas inoculadas com Azospirillum brasilense em comparação a testemunha (sem inoculação).
Tabela 1. Efeito da inoculação1 com estirpes de Azospirillum no rendimento (kg de grãos ha-1) de trigo.
Vale destacar que embora as bactérias do gênero Azospirillum possuam habilidade parcial em fixar nitrogênio atmosférico, com visto anteriormente, essa contribuição não ultrapassa 18%, sendo portanto, necessário realizar a adubação nitrogenada na cultura para suprir a demanda de nitrogênio da planta.
Estudos mais recentes demonstram que a contribuição da inoculação do trigo com Azospirillum varia de 13% a 18%. A inoculação do trigo com Azospirillum também contribui para a manutenção da produtividade em condições de estresse hídrico. Pesquisas demonstram que, sob seca, plantas de trigo inoculadas apresentaram menor perda de rendimento (14,1%) em comparação ao controle não inoculado (26,5%). Além disso, observou-se um aumento nas concentrações de magnésio (Mg), potássio (K) e cálcio (Ca) nos grãos (Andrade; Reis Junior; Chagas, 2022).
Vale destacar que a inoculação do trigo com Azospirillum deve ser encarada como uma prática complementar à adubação nitrogenada, e não como sua substituta. A combinação entre a inoculação e uma adubação nitrogenada adequada pode resultar em ganhos expressivos de produtividade. Pereira et al. (2017), ao avaliarem a eficiência de diferentes doses e modos de aplicação de Azospirillum brasilense em trigo, observaram que a inoculação das sementes associada à adubação nitrogenada potencializou significativamente a produtividade da cultura, superando tanto o tratamento apenas adubado quanto aquele somente inoculado.
Em suma, a inoculação do trigo é uma estratégia de baixo custo que contribui não só para o aumento da produtividade da cultura sob condições ambientais adequadas, como também para o aumento da tolerância das plantas a condições de estresse, contribuindo para a manutenção do potencial produtivo do trigo.
Veja mais: Qual a melhor fase para aplicar nitrogênio no trigo?
Referências:
ANDRADE, S. R. M.; REIS JUNIOR, F. B.; CHAGAS, J. H. USO DE Azospirillum brasilense NA CULTURA DO TRIGO. Embrapa Cerrados, Documentos, n. 394, 2022. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1147512/1/Solange-Doc-394.pdf >, acesso em: 13/05/2025.
HUNGRIA, M. INOCULAÇÃO COM Azospirillum brasilense: INOVAÇÃO EM RENDIMENTO A BAIXO CUSTO. Embrapa, Documentos, n 325, 2011. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/879471/1/DOC325.2011.pdf >, acesso em: 13/05/2025.
PEREIRA, L. C. et al. RENDIMENTO DO TRIGO (Triticum aestivum) EM RESPOSTA A DIFERENTES MODOS DE INOCULAÇÃO COM AZOSPIRILLUM BRASILENSE. Revista de Ciências Agrárias, 2017. Disponível em: < https://revistas.rcaap.pt/rca/article/view/16433 >, acesso em: 13/05/2023.
PRANDO, A. M. COINOCULAÇÃO DA SOJA COM Bradyrhizobium E Azospirillum NA SAFRA 2018/2019 NO PARANÁ. Embrapa, Circular Técnica, n. 156, 2019. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1117312/1/Circtec156.pdf >, acesso em: 13/05/2025.
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Sustentabilidade
Soja/BR: Percentual de colheita é de 98,5% no país – MAIS SOJA

No RS, a colheita ainda ocorre nas áreas de safrinha e as produtividades foram afetadas devido aos veranicos ocorridos. Na BA, permanecem em campo apenas lavouras tardias, as quais têm apresentado baixas produtividades. No MA, a colheita avança na região de Açailândia, com produtividades variadas em função da irregularidade das chuvas. Essa situação também ocorre na região Leste do estado.
No PI, a colheita se aproxima da finalização, restando poucas áreas no Centro-Norte do estado. Em SC, o tempo seco favoreceu o avanço da colheita, que se aproxima do do encerramento . No PA, a redução das precipitações beneficiou o progresso da colheita nos polos de Paragominas e Santarém. Em MT, MS, GO, MG, PR, SP e TO, a colheita foi finalizada.
Previsão Agrometeorológica de 12/05/2025 a 19/05/2025
Norte-Nordeste: Os maiores acumulados de chuva irão se concentrar no norte da região Norte, Noroeste do MA e litoral da região Nordeste, além do Centro-Norte do AM. Para o restante da região, são previstas pouca ou nenhuma precipitação, com redução da umidade relativa do ar e do solo, especialmente, no Oeste da BA, Sul do MA e do PI. Pode ocorrer restrição hídrica ao milho segunda safra no Matopiba, principalmente, para as lavouras em enchimento de grãos. Para o feijão e o milho terceira safras, cultivados no Nordeste da BA, as condições serão favoráveis.
Centro Oeste: Em grande parte da região, a previsão é de tempo estável. Chuvas pontuais podem ocorrer sobre o MT e Sul de GO, amenizando a perda de umidade no solo. No entanto, pode ocorrer restrição hídrica para o milho segunda safra, majoritariamente, em enchimento de grãos, em parte de GO e no Leste de MS. No Sudoeste de MS e em MT, a umidade no solo deverá ser suficiente para o desenvolvimento da maioria das lavouras.
Sudeste: A previsão é o predomínio de tempo estável em grande parte da região. Chuvas pontuais podem ocorrer na faixa Leste no início da semana. Haverá redução da umidade no solo em áreas de MG e SP, podendo impactar o desenvolvimento do milho segunda safra em diferentes estágios. Para a maturação e colheita da cana-de-açúcar e do café, as condições serão favoráveis.
Sul: A previsão é de tempo aberto ao longo da semana, mas, entre os dias 18 e 19, as chuvas retornarão ao RS. No geral, as condições serão favoráveis para a finalização da colheita dos cultivos de primeira safra em SC e RS, assim como, para o manejo e o desenvolvimento do feijão segunda safra nos três estados. No entanto, poderá haver restrição hídrica para o milho segunda safra, majoritariamente em estágio reprodutivo no Norte do PR. Nas demais áreas deste estado, a umidade no solo deverá ser suficiente para o desenvolvimento da maioria das lavouras.
Confira o Monitoramento Semanal das Condições das Lavouras de 12 de maio de 2025 completo, clicando aqui!
Fonte: Conab
Autor:Monitoramento Semanal das Condições das Lavouras
Site: CONAB
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Sustentabilidade
Evento em MS destaca implementos para o pré-plantio – MAIS SOJA

Com uma das maiores produtividades agrícolas do Brasil, o município de Maracaju (MS) se consolidou como referência no cultivo de grãos e na adoção de tecnologias no campo. De acordo com dados do IBGE, a cidade é responsável por uma das mais expressivas produções de soja e milho do estado, o que reforça sua importância estratégica para o agro nacional. É nesse cenário que a Piccin Equipamentos, referência em tecnologia para o preparo do solo e distribuição de insumos, participa da edição 2025 do Showtec, que acontece entre os dias 20 e 22 de maio, e reúne milhares de produtores, técnicos e empresas do setor.
Com mais de 60 anos de atuação, a empresa apresentará ao público modelos de distribuidores e descompactadores projetados para atender diferentes escalas e realidades de cultivo. Entre eles está o Master 12000 DH BI S INOX MY 2024, equipamento de alta resistência, projetado com depósito em aço inox, sistema de esteira precisa zincada e assoalho anticorrosivo. Outro destaque é o Advanced Modular Barra Tração 7 hastes, que oferece versatilidade no manuseio e alto desempenho na descompactação do solo.
A empresa também leva à feira o Master 25000 Arrasto, voltado a grandes áreas de cultivo, e o Master 4000 AUP, ideal para médias propriedades. Os modelos se destacam pela robustez e pelo desempenho na aplicação de insumos, contribuindo para maior produtividade e economia nas operações. “Acreditamos que a tecnologia deve ser funcional e acessível ao produtor. Desenvolvemos nossos produtos com base em demandas reais do campo, e a Showtec é o ambiente ideal para apresentar essas soluções e ouvir diretamente quem está na lida diária”, afirma, Marco Gobesso, engenheiro agrônomo e Head de marketing da Piccin.
Polo tecnológico e produtivo do MS
A região de Maracaju destaca não apenas pela produção expressiva de grãos e pecuária de corte, mas também por abrigar iniciativas de pesquisa e capacitação como a Fundação MS, organizadora do Showtec. A instituição atua na geração e disseminação de conhecimento técnico, contribuindo para a tomada de decisões mais assertivas no campo.
Com programação diversificada, o evento deste ano contará com palestras ministradas por especialistas, demonstrações práticas de tecnologias e áreas voltadas à inovação, como o Green Future Hub, que conecta ciência, sustentabilidade e produtividade. “A presença da Piccin no Showtec reforça nosso compromisso em estar ao lado do produtor, oferecendo soluções práticas, tecnológicas e sustentáveis para os desafios diários do campo”, conclui Gobesso.
Serviço
Data: 20 a 22 de maio de 2025
Local: Fundação MS – Maracaju (MS)
Mais informações: https://portalshowtec.com.br
Fonte: Assessoria de Imprensa Piccin Equipamentos
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