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. . . . . . . . . . . . . . . 21 de May de 2025

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“Meio ambiente como instrumento de guerra comercial, não”, diz Aldo Rebelo

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A agropecuária e a agroindústria foram a “salvação” do Brasil em 2024, na avaliação do ex-ministro Aldo Rebelo, em meio a contingenciamentos, a necessidade de ajuste fiscal e uma economia cujas dificuldades prosseguem em 2025.

Presente no painel “Sustentabilidade e os desafios da COP30”, na Abertura Nacional da Colheita da Soja 2024/25, ação do projeto Soja Brasil do Canal Rural, em Santa Carmem, na região médio-norte de Mato Grosso, Aldo Rebelo destacou que no futuro o estado mais industrializado do Brasil não será São Paulo e sim Mato Grosso, assim como o porto mais importante para o escoamento da produção será o Pacífico e não mais o Atlântico, devido aos seus estados integrados que sustentam a atividade no país.

“E sustentam com a legislação ambiental mais rigorosa. Nós temos a legislação que o mundo não tem. A retomada do desenvolvimento, do crescimento da economia do Brasil só vai acontecer se nós nos apoiarmos nessa atividade. Foi o café em São Paulo que industrializou São Paulo e o Brasil”.

Conforme o ex-ministro, caso o Brasil sonhe em ter novamente protagonismo como um país industrial, “é só se apoiar no excedente produzido pela agricultura, pela pecuária e pela agroindústria. Não tem de onde tirar outro recurso”.

Para ele, um dos sinais de que a atividade agropecuária e agroindustrial é tratada com “descaso” é a situação da Embrapa, que hoje possui 2,7 mil servidores de nível superior e há 15 anos não é realizado concurso.

“Esse é um sinal de como o estado brasileiro trata essa atividade. Não faltasse isso, agora nós temos duas normas sobre o chamado Marco Temporal em vigor e em conflito. O Supremo revogou o Marco Temporal e o Congresso votou uma lei o reafirmando. As duas estão em vigor. Isso não é insegurança jurídica. Isso é muito pior. É uma insegurança inconstitucional, quando não há segurança de um poder com o outro”.

Brasil vive anarquia jurídica institucional

Relator do Código Florestal, Aldo Rebelo salientou ainda, no evento do Canal Rural, que ainda em relação ao meio ambiente o Brasil vive uma “espécie de anarquia jurídica institucional com os órgãos ambientais governados por essas ONGs”.

Ele frisou que a pressão observada em torno da preservação “não é pelo meio ambiente. Isso é guerra comercial, interesse comercial”.

“Os europeus assumem que é interesse comercial. Quando o Carrefour disse que não ia comprar de fornecedores do Brasil, ele disse que estava protegendo os fornecedores franceses. Foi isso o declarado. Isso tirou o último véu da história de que se dá em nome do meio ambiente”.

Aldo Rebelo afirmou ainda que “não é que o meio ambiente não seja importante. Ele é tão importante que o Brasil é o país que mais o protege no mundo. Alguém conhece algum país onde o agricultor seja obrigado a renunciar 80% da sua área produtiva para o meio ambiente? Ou à 35% como é no caso do Cerrado? Isso não existe. Isso é uma coisa absolutamente nossa. E mesmo assim essa atividade é tratada com hostilidade”.

COPs vivem crise de identidade

Em novembro o Brasil irá sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30. Na avaliação de especialistas, o encontro global anual, criado há 35 anos, vive hoje uma “crise de identidade”.

Com diversos projetos voltados para a sustentabilidade, como o Soja Legal, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), conforme o vice-presidente Luís Bier, está com as suas ações prontas e maduras para serem apresentadas no evento.

Apesar da dimensão do encontro e de sua importância, o vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso destacou que um dos questionamentos acerca do evento é quanto a sua real importância.

“Eu já estive presente em duas COPs e o impacto que ela traz na nossa vida de fato não é algo significativo ou algo que a gente possa mensurar. Porém, quando traz algum impacto é sempre para o mau. Nunca para o bem. Então essa é uma questão que a gente deve pensar”.

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Daniel Vargas, ressaltou que nos últimos anos vem acompanhando a história e os desafios das COPs e disse crer que “hoje vivem uma crise de identidade. Talvez a mais profunda desde a sua fundação”.

“Quando ela foi criada era um impacto de desenvolvimento, que tinha o diagnóstico do que precisávamos para permitir o crescimento e a produção, sobretudo nos países mais pobres, resolvendo um gargalo que existia na economia”, destacou.

Conforme o especialista da FGV, o fato dos gases de efeito estufa, emitidos pela queima de combustíveis fósseis, sobretudo no setor industrial de países rico, estarem “ocupando a atmosfera e tolhendo o espaço para outros países crescerem”, levou a criação de um acordo que estabelece metas para os países de clima temperado reduzirem as suas emissões.

“Nós últimos cinco anos, no entanto, essa equação começa a se alterar. Isso acontece, porque o mundo começou a se dar conta de que não estamos conseguindo reduzir as emissões que provocam os gases de efeito estufa. A partir daí as COPs e os debates internacionais mudaram a sua rota de equação. Ao invés de debater como os ricos reduzirem as suas emissões, se começou a buscar ações ou espaços em que as supostas reduções de emissões são mais rápidas e baratas. Eis que o mundo passa a concluir que é mais barato proteger florestas ou reflorestar”.

No que diz respeito à COP, o ex-ministro Aldo Rebelo afirmou durante o lançamento da Colheita da Soja 2024/25 acreditar que o evento “sofreu um golpe muito duro ou mais do que um golpe”.

A recente decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris pela segunda vez é vista como um desafio significativo para a COP 30, no Brasil.

“A retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris vai criar uma leitura que fragiliza muito a agenda do clima e fragiliza, portanto, uma agenda importante para o governo”.

Brasil deveria propor Código Florestal para o mundo

Ainda relacionado a COP30, na avaliação do ex-ministro Aldo Rebelo, salientou que em meio as prioridades anunciadas pelo governo federal para o Brasil “não há uma palavra sobre o desenvolvimento” do país.

“O governo deveria aproveitar essa Conferência Internacional do Clima e propor um código florestal para o mundo inteiro. Perguntar para os franceses quanto eles estão dispostos a proteger nas suas propriedades. O Brasil deveria propor com exigências básicas. Não precisam ser as nossas de 80% que cobramos do produtor rural na Amazônia. Meio ambiente com direito ao desenvolvimento. Meio ambiente como instrumento de congelamento do poder econômico do mundo, como instrumento de guerra comercial, não. O Brasil não deveria aceitar”.


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Comercialização da pluma da safra 24/25 atinge 59,99% da produção estimada

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No mês de abril a comercialização da pluma de algodão 2024/25 alcançou 59,99% da produção estimada em 2,690 milhões de toneladas. Um avanço de 2,84 pontos percentuais na variação mensal, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A arroba da pluma de algodão 2024/25 foi vendida a um preço médio de R$ 139,30 em abril, valorização de 1,42% em relação a março.

No que tange a safra 2025/26, as negociações antecipadas atingiram 16% da produção prevista. No comparativo mensal o avanço foi de 0,96 ponto percentual, aponta levantamento do Imea.

O Instituto ressalta que em relação ao ciclo 2025/26 os cotonicultores mato-grossenses “exibiram cautela” na hora de negociar em abril, “tendo em vista o atual cenário de preços, o custo de produção elevado e as incertezas quanto à produção do ciclo”.

Ao contrário da safra 2024/25, a arroba da pluma de algodão para a temporada 2025/26 exibiu queda de 1,24% e fechou abril cotada em R$ 137,21.


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Custo de produção da safra 25/26 de algodão é o segundo mais elevado

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O custo de produção do algodão 2025/26 em Mato Grosso é considerado o segundo mais elevado da série histórica para a cultura. O Custo Operacional Efetivo (COE) em abril apresentou incremento de 17,36% em relação ao consolidado da safra 2024/25 e 0,47% ante março.

Levantamento divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que o COE previsto para a safra 2025/26 de algodão no estado atingiu o valor de R$ 15.363,73 o hectare em abril.

O montante tem o Custeio como impulsionador da alta, uma vez que o mesmo subiu 0,19% na variação mensal e ficou estimado em R$ 10.751,50 o hectare.

O incremento observado no Custeio, de acordo com o Imea, ante março decorre das alterações observadas nos custos com defensivos e na classe dos fertilizantes e corretivos, que registraram alta de 0,20% e 0,19%, respectivamente.

“Diante disso, considerando o custo de produção maior, o segundo mais elevado da série histórica, os cotonicultores devem se atentar às movimentações do mercado, tendo em vista que a produção da safra futura ainda é incerta e um planejamento mais preciso é indispensável”, orienta o Imea.


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Ponto de Equilíbrio do milho 25/26 para cobrir o COE segue favorável, aponta Imea

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O Custeio do milho para a safra 2025/26 registrou alta de 1,95% em abril no comparativo com março. Com isso, os produtores precisam desembolsar R$ 3.225,52 por hectare.

Os números foram divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira (19).

Conforme o levantamento, a elevação nas despesas foi impulsionada pelo acréscimo de 11,26% no custo das sementes e de 2,09% no custo dos defensivos agrícolas.

“Por outro lado, nos fertilizantes, os macronutrientes registraram queda de 2,47% no comparativo mensal”, destaca o Instituto.

Diante do aumento observado no Custeio, o Custo Operacional Efetivo (COE) apresentou incremento de 1,60%, atingindo R$ 4.715,11 o hectare.

Ainda de acordo com o Imea, considerando o preço ponderado do milho em abril de R$ 44,72 a saca, para cobrir o COE o produtor mato-grossense precisa alcançar uma produtividade média de 105,43 sacas por hectare, 7,95% abaixo do rendimento de 114,54 sacas por hectare esperado para a safra 2024/25.

O Instituto salienta que apesar de não ter ainda divulgado, “a estimativa de produtividade para o ciclo 2025/26 e o rendimento do ciclo 24/25 ainda esteja em aberto, o Ponto de Equilíbrio (P.E.) do COE segue 0,93% mais favorável para a temporada 2025/26”.


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