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. . . . . . . . . . . . . . . 16 de May de 2025

Sustentabilidade

Agro foi Metade das Exportações do Brasil em 2024 com US$ 165 bi. Por Marcos Fava Neves – MAIS SOJA

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Professor Marcos Fava Neves (doutor Agro)

Reflexões dos fatos e números do agro em dezembro/janeiro e o que acompanhar em fevereiro

 Na economia mundial e brasileira, em mais uma atualização do Banco Central sobre as perspectivas para a economia nacional, o Boletim Focus divulgado no dia 13/01 projetou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,00% ao final de 2025 e 4,05% ao término de 2026 (ambos com alta mensal). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o índice deve encerrar o ano com crescimento de 2,02% (manutenção) e o próximo com aumento de 1,80% (queda mensal). A taxa de câmbio está prevista para encerrar 2025 e 2026 em R$ 6,00 (elevação nos dois cenários). Por fim, as estimativas para a taxa Selic indicam um patamar de 15,00% neste ano e 12,00% no subsequente (ambos em alta).

No agro mundial e brasileiro,a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) calculou o índice de preços dos alimentos em 127 pontos em dezembro de 2024, o que significa uma queda de 0,5% em relação ao mês anterior. Isso porque as retrações do açúcar, laticínios, óleos vegetais e cereais compensaram o aumento da carne. A queda do açúcar (-5,1%) refletiu a maior produção brasileira em conjunto com a desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar, além de boas expectativas para as safras da Índia e Tailândia.

Nos laticínios (-0,7%), a retração maior foi da manteiga, que acumulou estoques ao mesmo tempo em que a demanda desacelerou. Enquanto isso, a queda dos óleos vegetais (-0,5%) foi impulsionada pelo óleo de soja, colza e girassol devido a oferta global mais alta e demanda enfraquecida. Os cereais (-9,3%) com destaque para o milho com estoques apertados nos Estados Unidos e forte demanda na Ucrânia. Por fim, o preço das carnes (+7,1%) aumentaram principalmente por conta do aquecimento no consumo, em conjunto com restrições na produção pela manutenção de final de ano nas plantas de processamento.

No 4º relatório de acompanhamento da safra 2024/25 de grãos no Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estimou 322,3 mi de t de grãos, praticamente o mesmo volume do relatório anterior; e 8,2% superior ao ciclo passado, ou 24,5 mi de t a mais. Em relação a área, a Conab manteve os 81,4 mi de ha do relatório passado, 1,8% a mais do que 2023/24 ou 1,5 mi de ha adicionados à produção.

Foto: Canva

No milho, em nível global, o primeiro relatório de 2025 do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), relativo à safra 2024/25 de grãos, reduziu a oferta de milho: de 1.217,9 mi de t (dezembro) para 1.214,3 mi de t (janeiro). O grande ajuste se deu, principalmente, na produção norte-americana, que estava estimada em 384,6 mi de t no último relatório e foi agora para 377,6 mi de t. Com o ajuste, a oferta global deve ser 1,3% menor do que 2023/24; ou 15,7 mi de t. Em outros importantes países, a produção está estimada: China com 294,9 mi de t (+ 2,1%); Brasil com 127 mi de t (+ 4,1%); União Europeia com 58 mi de t (- 6,3%); e Argentina com 51 mi de t (+ 2,0%). Os estoques globais devem fechar o ciclo em 293,4 mi de t, 7,6% menores do que o passado.

Já a Conab, prevê que a produção brasileira de milho fique em 119,6 mi de t, segundo o 5º relatório, de janeiro de 2025. Este volume é 200 mil t a menos do que o órgão havia estimado no mês anterior, mas ainda 3,3% superior a 2023/24. A produção de milho será distribuída da seguinte forma: 22,5 mi de t na 1ª safra (- 1,9%); 94,6 mi de t na 2ª safra (+ 4,8%); e 2,4 mi de t na 3ª safra (- 3,8%). Serão 21 mi de ha de milho cultivados neste ciclo, 0,4% a menos do que o passado (mesma área do relatório de dezembro). Em relação a produtividade, a Conab prevê 5.703 kg/ha, 3,8% superior.

A colheita do milho 1ª safra em 12 de janeiro, segundo a Conab, e registrava progresso de 2,3% em nível nacional, contra 6,8% no mesmo período do ano passado. O Rio Grande do Sul está com 9% de avanço (2024: 24%), seguido de Santa Catarina com 2% (2024: 8%). Demais estados ainda não iniciaram a colheita. No milho 2ª safra, o órgão estima que 0,2% das áreas estimadas já haviam sido semeadas até a referida data (2024: 1,2%). Mato Grosso larga na frente com 0,4% de progresso (2024: 1,7%).

Na Bolsa de Chicago, o contrato de milho para vencimento em mar/25 estava cotado em US$ 4,841/bushel no momento de fechamento da coluna, valorização mensal de 1,0% em 30 dias (18/12: US$ 4,435/bushel).

Foto: Imagem Freepik

Na soja, o USDA também reduziu os números da soja no relatório de jan/2025. A produção global em 2024/25, que antes estava prevista em 427,1 mi de t, agora está em 424,3 mi de t. Ainda assim, estamos falando de um volume adicional de 29,3 mi de t no comparativo com 2023/25; ou 7,4% a mais. Assim como no milho, a grande alteração trazida pelo departamento se refere a produção americana, agora que a colheita está finalizada e os números são consolidados. Os Estados Unidos colheram 118,8 mi de t, 4,9% a mais do que no último período. Brasil segue com 169,0 mi de t (+ 10,4%), Argentina com os mesmos 52,0 mi de t (+ 7,8%) e China com 20,7 mi de t (igual a 23/24). Ao término da safra 2024/25, os estoques globais devem somar 128,4 mi de t, 14,2% maiores.

No Brasil, a Conab prevê uma produção de soja de 166,3 mi de t em 2024/25, 100 mil t a mais do que o relatório de dezembro. Se confirmada, a oferta será 12,6% superior ao do ciclo passado; ou 18,6 mi de t adicionais. Em relação a área – considerando que o plantio já foi concluído em todas as regiões do país – o órgão manteve os números da última previsão: 47,4 mi de ha, 2,7% superior a safra passada ou 1,2 mi de ha adicionais. Já a produtividade da oleaginosa deve ficar em 3.509 kg/ha, 9,6% maior.

O início da colheita também havia sido registrado até o dia 12 de janeiro, totalizando um progresso, na média nacional, de 0,3% da área plantada (2024: 1,7%). A Bahia está com 2% de avanço (2024: 0%), seguido do Mato Grosso com 0,7% (2024: 3,9%) e do Mato Grosso do Sul com 0,5% (2024: 0,5%). Até o momento, 20,5% dos campos de soja ainda estão em desenvolvimento vegetativo; 17,9% em floração; 54,5% em fase de enchimento de grãos; e 6,4% em maturação.

O contrato com vencimento em mar/25, em Chicago, estava cotado em US$ 10,360/bushel na conclusão da nossa coluna, valorização mensal de 6,0% (18/12: US$ 9,767/bushel).

Foto: Canva

No algodão, na contramão da soja e do milho, o USDA elevou a oferta global de algodão neste mês: fomos de 25,5 mi de t (dezembro) para 26,0 mi de t (janeiro), volume que é 5,7% maior ao de 2023/24. O movimento se justifica pela melhora nas condições climáticas na China, que deve colher 6,53 mi de t da pluma, 9,7% a mais do que no último ciclo. A Índia, 2º maior produtor global, ofertará 5,44 mi de t (-1,6%); o Brasil, 3,68 mi de t (+16%; números bem alinhados com os da Conab); e os Estados Unidos, 3,14 mi de t (+19,4%). Com o aumento na oferta em praticamente todos os players de importância global, os estoques devem fechar este ciclo 5,0% maiores, em 17,0 mi de t.

No 4º relatório da Conab, as estimativas foram as mesmas do mês anterior para a produção nacional de algodão em 2024/25: 3,69 mi de t da pluma (+ 0,2% ou 7 mil t a menos); área plantada de 2,0 mi de t (+ 3,0% ou 60 mil ha adicionais); e produtividade de 1.845 kg/ha de pluma (- 3,1%).

Até 12 de janeiro, 33,5% das áreas de algodão haviam sido semeadas no país, contra 36,9% no mesmo período de 2024. O Piauí e o Mato Grosso do Sul já concluíram o plantio. No Mato Grosso, maior produtor, o progresso é de 18,5% (2024: 20,3%); e na Bahia, 2º maior, de 72,2% (2024: 78,0%). Das lavouras já semeadas, 42,5% encontram-se em emergência; 55,5% em desenvolvimento vegetativo; e apenas 1,9% em floração. Em suma, iniciamos agora o ciclo de maior atenção e acompanhamento da safra brasileira de algodão.

Nos futuros do algodão, o contrato de mar/25 estava sendo negociado em 67,51 centavos de dólar por libra-peso em 17 de janeiro, 1,7% abaixo da cotação do mês anterior (68,69 cents/lbp).

Nas demais culturas, a Conab estima para as de inverno uma produção de 9,6 mi de t em 2025, o mesmo volume de 2024. A companhia não faz previsões de alta ou baixa para nenhuma das cadeias da categoria, apenas manteve os números registrados no último ano. Nas principais cadeias, temos: 7,9 mi de t de trigo; 1 milhão de t de aveia; 438,4 mil t de cevada; e 195,5 mil t de canola. A área das lavouras de inverno deve somar 3,8 mi de ha em 2025, o mesmo do último ano.

Imagem ilustrativa: Freepik

Na balança comercial do agro brasileiro, as exportações somaram US$ 164,4 bilhões em 2024, representando uma leve queda de 1,3% em relação a 2023, mas ainda registrando o segundo maior valor da série histórica, segundo dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/Mapa). A retração foi impactada pela redução no índice de preços dos produtos (-4,6%), apesar do crescimento de 3,4% no volume exportado. Olhando só para o mês de dezembro, o valor exportado foi de US$ 11,7 bilhões, isto é, 12,8% menor do que o registrado no mesmo período de 2023. Ainda, o agronegócio foi responsável por 49% das exportações totais do Brasil ao longo do ano.

Os cinco setores líderes em exportação no último ano foram: “Complexo Soja” com US$ 53,9 bilhões (-19,8% | 32,8% de participação no total exportado). A queda reflete a menor safra e redução nos preços globais da oleaginosa. Em seguida, as “Carnes” totalizaram US$ 26,2 bilhões (+11,4% | 15,9% de participação), com recordes nas exportações de carne bovina, suína e de aves, além de expansão nos mercados asiáticos e norte-americanos. Na sequência, o “Complexo Sucroalcooleiro” alcançou um montante de US$ 19,7 bilhões no ano (+13,3% | 12,0% de participação), impulsionado pela produção recorde de açúcar, que alcançou 45,7 mi de t. O 4º lugar ficou com os “Produtos Florestais” somando US$ 17,3 bilhões (+21,2% | 10,5% de participação), liderado pela celulose, que registrou valores recordes. Por fim, o “Café” embarcou US$ 12,3 bilhões (+52,6% | 7,5% de participação), com preços internacionais em alta e volumes recordes.

Dentre os destinos, o destaque vai para a China, que se mantém na posição de principal compradora de produtos brasileiros, alcançando US$ 49,7 bilhões em compras, seguida pela União Europeia (US$ 23,2 bilhões) e Estados Unidos (US$ 12,1 bilhões). No entanto, outros mercados emergentes como a África (+24,4%) e Oriente Médio (+20,4%) apresentaram crescimentos expressivos, refletindo bons resultados diante das ações de promoção comercial e relações diplomáticas.

Quanto às importações, o setor adquiriu US$ 19,3 bilhões em produtos agropecuários (+16,2%). Insumos como fertilizantes (US$ 13,6 bilhões | -7,2% em valor | +8,2% em volume) e defensivos agrícolas (US$ 5,4 bilhões | -2,2% em valor | +36,8% em volume) tiveram destaque.

Imagem: Freepik

No café, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que os embarques em 2024 totalizaram 50,44 mi de sacas de 60 kg, uma alta de 28,5% quando comparado com 2023. Em termos de receita, o crescimento foi ainda maior, de 55,4%, somando US$ 12,51 bilhões, um dos destaques da balança comercial brasileira. Os principais destinos do estimulante brasileiro foram os Estados Unidos (16%), seguido da Alemanha (15%), Bélgica (9%), Itália (8%), Japão (4%) e Espanha (3%). Do volume total vendido, 73% correspondem a grãos do café arábica, 19% do conilon e 8% do café solúvel.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) foi atualizado em R$ 1,272 trilhão para o ano de 2024 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse valor é 0,4% maior do que o registrado no ano anterior (R$ 1,267). Para as lavouras, o montante foi de R$ 847 bilhões (-3,2%), enquanto para a pecuária o total foi de R$ 425 bilhões (+8,4%). Os produtos que registraram os maiores aumentos na lavoura foram: cacau (+154%); café (+50% – com destaque para o conilon que valorizou em 74%); batata inglesa (+40%) e uva (+38%). Porém, a soja (R$ 300,87 bilhões | 23,6% de participação no total) e o milho (R$ 125,81 bilhões | 9,9% de participação) continuam liderando o ranking dos principais produtos. Enquanto isso, na pecuária os destaques de crescimento ficam com os suínos (+16,6%); bovinos (+11,1%) e frango (+9,3%). Para o próximo ano, as projeções apontam para um VBP de R$ 1.418,98, configurando um aumento de 11,5%, sendo R$ 941,84 (+11,2%) das lavouras e R$ 477,14 (+12,2%) da pecuária.

Segundo projeções da Céleres, a demanda adicional por milho/sorgo (cereais) para produção de etanol, até 2034, deve ser de 22,1 mi de t; e uma área adicional de 2,6 mi de ha. Os investimentos para processamento dos grãos devem somar R$ 110 bilhões. No biodiesel, a demanda adicional de soja até 2034 deve ser de 24,8 mi de t, sendo necessários 4 mi de ha a mais para o processamento. Ao todo, os investimentos em novas plantas de biodiesel devem somar R$ 126 bilhões na próxima década.

Imagem: Freepik

O setor de máquinas agrícolas no Brasil deve obter recuperação em 2025, com projeção de alta de 8% no faturamento (cerca de R$ 60 bilhões) após quedas significativas em 2023 e 2024, que sucederam o recorde de R$ 95 bilhões em 2022. A melhora prevista é reflexo das projeções de uma safra maior de soja e milho, na rentabilidade potencialmente favorável dos produtores e na valorização do dólar. Apesar disso, a escalada dos juros no Brasil e  escassez de recursos de programas de financiamento, como Moderfrota e Pronaf, são entraves importantes. Empresas como John Deere e CNH, que enfrentaram retração de demanda, demissões e paralisações temporárias de fábricas, acreditam em um retorno à normalidade em 2025, mas ainda monitoram fatores de risco como o crédito e possíveis alterações na política econômica de países vizinhos, principalmente a Argentina.

A população empregada no agronegócio brasileiro atingiu 28,4 mi de pessoas no 3º trimestre de 2024, um crescimento de 1,9% (cerca de 533 mil pessoas) ante igual período do ano anterior, mantendo a participação do setor em 26% das ocupações do país. O aumento foi impulsionado principalmente pelo setor agroindustrial (+6,7%) e pelos agrosserviços (+6,3%). Segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP) em parceria com a CNA, a maior complexidade operacional de algumas cadeias industriais elevou a demanda por serviços, enquanto o crescimento do contingente de trabalhadores com maior nível educacional e a maior participação feminina reforçaram a alta.

Os estoques de defensivos agrícolas devem retornar à normalidade em 2025, após ciclos de elevada demanda e comprometimento nas entregas por questões de logísticas e altos custos. O relatório da Céleres projeta uma oferta e consumo iguais em 2025, de US$ 16,0 bilhões, o que deve gerar um estoque de US$ 3,8 bilhões, cerca de 24% da relação estoque/consumo. Esse cenário deve trazer impactos positivos para os preços, lembrando da dependência do dólar e os impactos finais em custos.A Céleres também projeta que o mercado de bioinsumos deve alcançar R$ 29 bilhões em 2024/25 no Brasil, crescimento de 6,0% no comparativo com o ciclo passado, bem abaixo da média história de 33,0% ao ano. A tendência é que as empresas busquem maior eficiência por meio do posicionamento de marcas, otimização de vendas e enxugamento de portfólios, além de possíveis movimentos de fusões e aquisições no ramo.

Foto: Canva

No último dia 13 de janeiro, completaram 20 anos do marco legal do biodiesel no Brasil. A lei estabeleceu uma mistura obrigatória de 5% do biocombustível no óleo diesel comercializado no país, blend que foi evoluindo ao longo dos anos até chegar aos 14% praticados atualmente. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, nestas duas décadas, foram produzidos 77 bilhões de litros de biodiesel no país, o que evitou a emissão de 240 mi de t de gás carbônico, além de evitar gastos em torno de US$ 38 bilhões com importação de diesel. Ainda segundo o ministério, a produção nacional em 2023 somou 7,5 bilhões de litros, crescimento em torno de 20% no comparativo com o ano anterior.

Finalizamos a nossa análise do agronegócio com os preços dos principais produtos do setor quando da conclusão da escrita da coluna. Na soja, considerando a entrega em cooperativa do estado de São Paulo, o preço estava em R$ 130,80/sc (60 kg). Já as negociações futuras, com entrega prevista para mar/2025, eram de R$ 123,30/sc. No milho, a cotação para o mercado físico indicava R$ 73/sc, enquanto o futuro para set/25 na B3 estava em R$ 71,57/sc. O algodão girava em R$ 136,68/@, considerando Base Esalq. Demais produtos acompanhados pelo Cepea: café arábica teve nova alta mensal (+ 2,6%), alcançando R$ 2.286,51/sc; o trigo Paraná foi a R$ 1.407,28/t (+ 1,0%); a laranja para indústria fechou em R$ 88,46/cx (40,8kg) (+ 1,7%); e o boi gordo estava cotado em R$ 325,30/@ (+ 2,5%).

Os cinco fatos do agro para acompanhar em fevereiro são:

  1. Avanços da colheita de soja/milho 1ª safra no Brasil; e o início e avanços do plantio da nossa 2ª safra, especialmente do milho (~80% está na 2ª safra). Sabendo das limitações que a janela climática traz para produtividade, este será o mês decisivo no quesito de operações de colheita e plantio.
  2. Acompanhar também a andamento da safra de grãos em outros países do hemisfério Sul, a exemplo da Argentina, onde as preocupações com a falta de chuvas têm levado a redução nas estimativas de produção (a Bolsa de Grãos de Rosário fala em 48 mi de t para o milho e 53 mi de t na soja).
  3. Avaliar o efeito na posse de Donald Trump no agro; das possíveis barreiras comerciais, taxações e outras medidas anunciadas durante a campanha. Por outro lado, um contato recente com o presidente da China demonstrou possível relações positivas entre os países. Será que teremos alguma mudança ou ajuste com novas negociações?
  4. Clima e chuvas na cana-de-açúcar, laranja, café avaliando os impactos nas produtividades e oferta de cada um dos segmentos.
  5. Por fim, seguir acompanhando o câmbio, especialmente sob a ótica da comercialização da produção.
Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) da Faculdade de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) e da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). Sócio da Markestrat Group. É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em DoutorAgro.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves).
Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group e professor na Harven Agribusiness School, em Ribeirão Preto – SP. Engenheiro Agrônomo pela FCAV/UNESP, mestre e doutorando em Administração pela FEA-RP/USP. É especialista em comunicação estratégica no agro.
Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, aluna de mestrado em Administração de Organizações na FEA-RP/USP e especialista em inteligência de mercado para o agronegócio.

 

Fonte: SNA por  Marcos Fava Neves 


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Sustentabilidade

Colheita do arroz avança no RS e se aproxima do fim – MAIS SOJA

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A colheita do arroz no Rio Grande do Sul está próxima do fim, com 97,02% da área cultivada já colhida. Os dados coletados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), nesta quinta-feira (15), apontam que dos 970.194 hectares semeados nesta safra, 941.371 hectares já foram colhidos.

Entre as seis regiões produtoras, a Planície Costeira Externa foi a primeira a concluir totalmente os trabalhos de campo, alcançando 100% da área colhida. Na sequência, aparecem a Zona Sul (99,16%), a Fronteira Oeste (99,06%), a Planície Costeira Interna (98,3%) e a Campanha (97,64%). A Região Central colheu 84,6% da área, sendo a regional com a maior área a ser colhida.

De acordo com Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), embora tenha chovido na última semana, a expectativa é que o clima permita que os trabalhos no campo avancem nos próximos dias. Após a conclusão da colheita, a Dater realizará o levantamento completo e análise dos dados, incluindo a área colhida, produtividade e área perdida.

Fonte: Irga



 

FONTE

Autor:Instituto Rio Grandense do Arroz

Site: IRGA


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Sustentabilidade

Soja/RS: Área colhida no estado alcança 98% – MAIS SOJA

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O predomínio de tempo seco acelerou a colheita na primeira metade da semana, já que os prognósticos apontavam chuvas para o final do período. A área colhida alcançou 98%. De forma geral, as precipitações escassas em abril permitiram a colheita de materiais com alta desidratação, mas houve perdas por debulha natural. Permanecem por colher 2%, correspondentes a áreas de replante, várzeas com cultivares de ciclo tardio e talhões semeados no final de janeiro (alguns em safrinha), maduros ou que atingirão a maturação nos próximos dias.

A média estadual foi reavaliada pela Emater-RS/Ascar para 1.957 kg/ha, representando redução de 38,4% nos 3.179 kg/ha projetados antes do início do plantio. As produtividades alcançadas variam amplamente entre regiões: de 1.388 kg/ha na região administrativa de Bagé a 3.235 kg/ha na de Caxias do Sul, refletindo principalmente a distribuição irregular das chuvas.

Mesmo em regiões onde as precipitações foram semelhantes, outros fatores interferiram nos resultados, como a época de semeadura, o manejo de solos e o nível de investimento em insumos, que foram reduzidos em parte das lavouras devido às restrições financeiras de recorrentes frustrações climáticas recentes com as culturas de verão e inverno.

O tempo firme, após as precipitações, deve viabilizar a continuidade da colheita e o encerramento da safra, tanto em áreas de coxilha quanto em várzeas, dado o caráter moderado das chuvas nas regiões onde restam lavouras por colher. No Oeste, as chuvas intensas causaram erosão laminar pontual, sem impacto expressivo no pós-colheita.

A área efetivamente plantada no Estado foi reavaliada pela Emater/RS-Ascar em 6.770.405 hectares, representando aumento de 0,9% em relação aos 6.708.247 hectares da Safra 2023/2024 (IBGE). A produção da oleaginosa totaliza 13.252.227 toneladas, representando queda de 27,4% nas 18.252.278 toneladas colhidas na safra anterior (IBGE). E em relação à estimativa inicial dessa safra, de 21.652.404 toneladas, a redução é de 38,8%.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a colheita está próxima da conclusão. Em Uruguaiana e Santa Margarida do Sul, foi encerrada, com quebra de 40% a 83% em relação à produtividade inicial estimada. Em Manoel Viana e Maçambará, restam em torno de 2 mil hectares. Uma parte corresponde a lavouras implantadas com irrigação após o milho, que apresentam potencial produtivo entre 2.000 e 2.400 kg/ha. Já as áreas de sequeiro com produtividade inferior a 200 kg/ha foram abandonadas devido à inviabilidade econômica da colheita. Na Região da Campanha, a colheita foi intensa no início do período, sendo posteriormente interrompida, em 08/05, em decorrência de chuvas. Onde houve menor volume de precipitações acumulado, a retomada ocorreu em 11/05, apesar da formação de rastros, causada pela elevada umidade do solo. Em Bagé, Candiota e Hulha Negra, a colheita atinge 90%, e a produtividade está variável. Contudo, os produtores destacam o bom desempenho de cultivares menos exigentes em termos de fertilidade e de ciclo longo. Há relatos pontuais de produtividades próximas a 3.000 kg/ha, mas predominam rendimentos entre 1.800 e 2.000 kg/ha; há registros de lavouras com apenas 600 kg/ha. A área efetivamente plantada é de 1.097.601 hectares. A produtividade regional está em 1.388 kg/ha, representando redução de 44% nos 2.480 kg/ha, estimados no início do plantio.

Na de Caxias do Sul, a colheita foi encerrada, e a média de produtividade está estimada em 3.235 kg/ha, representando redução de 11% em relação à inicial de 3.611 kg/ha. A área de plantio totalizou 256.612 hectares.

Na de Erechim, restam menos de meio ponto percentual para o encerramento da colheita. A área plantada é de 252.859 hectares, e a produtividade média diminuiu em 35% em relação à inicial, sendo estimada em 2.284 kg/ha. A comercialização ocorre de forma parcimoniosa, alcançando 40% da safra, aguardando a melhora nas cotações.

Na de Federico Westphalen, restam 2% a serem colhidos, referentes a lavouras semeadas em safrinha. A produtividade está em 2.410 kg/ha, com redução de aproximadamente 25% em relação à projetada. A área de plantio foi de 439.240 hectares.

Na de Ijuí, é fase final de colheita, restando as lavouras de segundo cultivo, que correspondem a aproximadamente 4% do total e se encontram em maturação. Os produtores ainda realizam correções de solo e intervenções pontuais nos cultivos afetados por erosão e escorrimento superficial. A área cultivada soma 1.009.524 hectares, e a produtividade está em 2.158 kg/ha, significando queda de 40% no volume projetado inicialmente.

Na de Lajeado, a produtividade está em 2.507 kg/ha, representando decréscimo de 26% em relação à estimada no início do plantio e totalizam área de 24.669 hectares.

Na de Passo Fundo, a colheita foi encerrada nos 660.847 hectares cultivados. A produtividade sofreu decréscimo de 36% e está estimada em 2.346 kg/ha.

Na de Pelotas, 13% das lavouras encontram-se em fase de maturação, aptas para a colheita. A operação foi concluída em 87% da área cultivada. Em Santa Vitória do Palmar, apenas 50% foram colhidos. A produtividade alcança 2.546 kg/ha, representando redução de 13% na projeção inicial nos 503.385 hectares plantados.

 Na de Porto Alegre, a diminuição da produtividade está estimada em 23%, alcançando 2.359 kg/ha. A área de cultivo totaliza 181.791 hectares.

Na de Santa Maria, a colheita foi efetuada em 98% dos 1.060.120 hectares plantados. A frustração na produtividade é a segunda maior no Estado, alcançando 1.586 kg/ha, ou seja, 49% menor do que se projetava inicialmente.

Na de Santa Rosa, a colheita atingiu 95% de 784.580 hectares cultivados. O ritmo foi reduzido devido às chuvas. Nas lavouras colhidas, as perdas acumuladas chegam a 54%, sendo a maior quebra estadual. A média de produtividade está em apenas 1.451 kg/ha.

Na de Soledade, a colheita está praticamente concluída, restando apenas áreas de semeadura tardia em restevas de feijão, tabaco e milho. A produtividade alcançada é de 1.892 kg/ha, 38% inferior à projetada. A área de cultivo totaliza 499.177 hectares.

 Para informações detalhadas de soja, consulte os dados da pesquisa no link da estimativa de safras: https://bit.ly/4koHCNT

Comercialização (saca de 60 quilos)

 O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,90%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 120,71 para R$ 121,80.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1867 completo, clicando aqui!

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Sustentabilidade

Milho/RS: Colheita prosseguiu em ritmo lento, atingindo 94% – MAIS SOJA

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A colheita de milho prosseguiu em ritmo lento, chegando a 94%. As chuvas comprometeram a operação em parte do período, mas não causaram atrasos, uma vez que ainda se aguarda a finalização do ciclo das lavouras estabelecidas tardiamente ou em safrinha.

 Restam 4% em maturação e 2% em enchimento de grãos. As chuvas do período contribuíram para a reposição dos níveis de umidade no solo e para a recomposição da turgescência e das condições fisiológicas nas plantas. Já o subsequente tempo ensolarado, aliado à manutenção de temperaturas amenas, tem favorecido o desenvolvimento dos cultivos. Nessas condições, observa-se, mesmo que em ritmo lento, acúmulo gradual de grausdia, fundamental para o avanço do ciclo fenológico, especialmente nos estádios reprodutivos que demandam maior disponibilidade térmica.

Algumas lavouras foram pontualmente afetadas por ventos fortes. Em razão dos danos, essas áreas deverão ser destinadas a usos alternativos, como produção de silagem ou pastejo, a depender do estágio de desenvolvimento e do grau de acamamento das plantas.

A produtividade estadual do milho foi reestimada pela Emater/RS-Ascar em 6.857 kg/ha, representando redução de 3,6% em relação à estimativa inicial de 7.116 kg/ha, realizada antes do início do plantio. A área cultivada também foi revista, totalizando 706.909 hectares, o que corresponde à retração de 12,6% em comparação aos 808.916 hectares semeados na Safra 2023/2024 (IBGE).

Apesar da redução de área e dos impactos da estiagem em algumas regiões, a produção estadual do cereal na Safra 2024/2025 está estimada em 4.846.927 toneladas, o que representa acréscimo de 7,5% em relação a 4.509.847 toneladas colhidas na safra anterior. No comparativo com a estimativa inicial dessa safra, que era de 5.326.142 toneladas, a redução é de 9%.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o avanço da colheita foi limitado pelas chuvas. Em Dom Pedrito, dos 2.500 hectares cultivados 93% foram colhidos, concentrando-se em propriedades de maior escala, com uso de irrigação e elevado nível tecnológico. As áreas remanescentes pertencem, majoritariamente, à agricultura familiar, que tem maior dependência de serviços terceirizados para a colheita. Em Santana do Livramento, a colheita atinge 75% dos 4.000 hectares implantados. As lavouras, de sequeiro, apresentam de médio a baixo nível de investimento, e a quebra estimada está em 45% em relação ao potencial produtivo inicial. Em Santa Margarida do Sul e São Gabriel, algumas lavouras implantadas em fevereiro foram favorecidas pelas boas precipitações no início do ciclo. No entanto, já há perdas nessas áreas devido à ausência de chuvas em abril, quando estavam na fase de floração e início do enchimento de grãos. Diante da possibilidade de geadas nas próximas semanas, os produtores acompanham as previsões meteorológicas para decidir sobre a destinação dessas lavouras, que poderão ser utilizadas para a produção de silagem. A produtividade foi reestimada em 5.233 kg/ha, sendo 2% inferior à inicial.

Na de Caxias do Sul, 90% foram colhidos. Os 10% remanescentes correspondem a lavouras semeadas tardiamente, ainda em fase de maturação, ou a áreas mantidas intencionalmente a campo para colheita com teor de umidade próximo a 14%, visando ao armazenamento direto na propriedade. A produtividade aumentou 3%, sendo reestimada em 7.298 kg/ha.

Na de Erechim, a safra foi encerrada, e a produtividade está em 9.596 kg/ha, representando aumento de 16% em relação aos 8.303 kg/ha iniciais.

Na de Frederico Westphalen, a colheita foi concluída, e a produtividade está 4% superior aos 7.920 kg/ha projetados, alcançando 8.267 kg/ha.

Na de Ijuí, houve decréscimo de 6% na produtividade inicial (9.356 kg/ha), que foi reestimada para 8.798 kg/ha.

Nas regiões de Lajeado e Porto Alegre, as produtividades alcançadas são 5.801 kg/ha e 3.910 kg/ha, representando respectivamente reduções de 3% e 10% em relação à inicial.

Na de Passo Fundo, a produtividade está similar à inicial, reestimada em 9.124 kg/ha.

 Na de Pelotas, 10% das lavouras encontram-se em fase de enchimento de grão; 26% em maturação e aptas para a colheita. A área colhida chega a 64%. As produtividades apresentam ampla variação entre as lavouras, e a média regional estimada é de 4.143 kg/ha, semelhante à projetada inicialmente.

Na de Santa Maria, a colheita encaminha-se para a conclusão. A produtividade estimada está em 4.800 kg/ha, representando queda de 17% em relação aos 5.772 kg/ha projetados antes do plantio. Na de Santa Rosa, 4% dos cultivos encontram-se em enchimento de grãos, 3% em maturação, e 93% foram colhidas. A produtividade está avaliada em 7.262 kg/ha, 12% inferior à estimada inicialmente.

 Na de Soledade, 75% das lavouras foram colhidas. As chuvas beneficiaram os cultivos em fase de enchimento de grãos, que representam 15%. Apesar dos últimos 30 dias de estiagem, os impactos sobre o milho tardio foram limitados, pois o período coincidiu com a baixa demanda evaporativa da atmosfera. Assim, as lavouras tardias devem manter produtividades próximas às estimadas para esta época, historicamente inferiores às da safra principal. A produtividade alcançada está estimada em 4.389 kg/ha, representando redução de 19% na projetada.

 Para informações detalhadas de milho, consulte os dados da pesquisa no link da estimativa de safras: https://bit.ly/4koHCNT

 Comercialização (saca de 60 quilos)

 O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,61%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 65,88 para R$ 65,48.

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Fonte: Emater RS



 

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Autor:Informativo Conjuntural 1867

Site: EMATER/RS


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