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Complexo penitenciário utiliza atividades agrícolas para ressocialização de detentos

Em quatro unidades do complexo penitenciário de Joinville, município do norte de Santa Catarina, detentos no regime semi-aberto têm a oportunidade de trabalhar com atividades agrícolas em troca de salário e redução de pena.
Assim, cultivam grande variedade de frutas, legumes e verduras nos 96 hectares disponíveis ao redor do presídio.
A produção aqui basicamente é de frutas, feijão, milho, tubérculos, como mandioca, batata-doce, beterraba, assim como as raízes tuberosas, também cebola e alho”, detalha o superintendente da Polícia Penal catarinense, Guimorvan Boita.
Segundo ele, os produtos colhidos são utilizados na própria cozinha das penitenciárias, mas também são vendidos para hospitais, mercados e para a população das cidades vizinhas.
A renda mensal da produção gira em torno de R$ 80 mil, cerca de R$ 1 milhão por ano. “Nosso complexo tem um fundo rotativo que gira em torno de R$ 4 milhões e nesse fundo rotativo, temos iniciativa própria tanto de fazer licitação, compra de produtos, de material, então tudo o que a gente precisa dentro do nosso complexo ou de nossa Regional é retirado desse trabalho”, afirma o superintendente.
Programa combate a ociosidade
Apesar de o programa não ser novo, pelo contrário, começou na década de 1970 com a inauguração da penitenciária que, na época, tinha apenas 50 presos e hoje conta com cerca de 3.300 detentos, vem evoluindo para combater a ociosidade dentro do presídio.
“Todo preso que trabalha ganha um salário mínimo. Ele não pode ganhar menos do que isso, mas 75% desse montante fica para o preso em uma conta pecúlio e 25% retorna para a unidade para que possamos investir em benefícios, em criar mais oficinas, em obras e melhorias tanto para o interno como para a própria unidade”.
Segundo Boita, a cada três dias trabalhado, o interno ganha um dia de remissão de pena. “Além disso, ele também tem outros benefícios: durante a noite ele pode estudar, então de segunda à sexta ele trabalha 8 horas por dia […]. No sábado ele pode trabalhar outras quatro horas, mas não pode ultrapassar 44 horas semanais de trabalho”.
Vida agrícola pós-cárcere
Aprender a lidar com a terra em Joinville ajuda o interno a se ressocializar ao fim da pena, visto que o município conta com forte presença do agro e, ao mesmo tempo, com mão de obra escassa.
De acordo com o superintente, não há acompanhamento da vida do detento após o cuprimento da pena, mas existem relatos de presos que aprenderam técnicas agrícolas no complexo penitenciário.
“Sabemos de alguns que quando saíram, já tinham alguma terra ou acabaram alugando uma área de terra e esse foi o primeiro passo para eles produzirem em sua própria terra”.
O superintendente da Polícia Penal relata que quando os detentos iniciam o trabalho nas hortas do complexo, dizem que saíram do inferno para entrar no céu. “Ele passa a estar em um ambiente produtivo, bonito, um ambiente onde se produz alimento”.
Estrutura para a produção

Os detentos recebem toda a estrutura necessária para o cultivo, como sementes, fertilizantes e defensivos, além dos equipamentos agrícolas. A Secretaria de Agricultura de Santa Catarina doou, inclusive, um novo trator para substituir o antigo.
De acordo com o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Valdir Colatto, a ideia é fazer com que todos os presídios de Santa Catarina tenham o programa de ressocialização por meio das atividades agrícolas.
Já o superintendente da Polícia Penal acredita que o modelo deveria ser replicado em todo o país. “O preso que trabalha pode ajudar a sua família do lado de fora e também não tem tempo de pensar em fazer coisas erradas. Ao terminar o trabalho, ele chega em sua cela, toma banho e ainda pode estudar por mais duas ou três horas à noite”.
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Integração lavoura, pecuária e floresta podem ajudar na recuperação de áreas agrícolas

Com a meta de fortalecer a agricultura sustentável no território fluminense, por meio da implementação de sistemas produtivos integrados e de baixa emissão de carbono, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Rio de Janeiro formaliza no dia 13 de maio a assinatura de um Protocolo de Intenções com a Associação Rede ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta). O projeto tem como objetivo promover a adoção de sistemas integrados em escala estadual. A estratégia se baseia na recuperação de pastagens degradadas e no desenvolvimento de ações contínuas de capacitação, transferência de tecnologia e disseminação de conhecimento.
De acordo com a secretaria, a proposta está alinhada com a agenda agroambiental do estado, especialmente com as ações conduzidas em parceria com as secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Meio Ambiente. O protocolo representa o primeiro passo rumo a um futuro Acordo de Cooperação Técnica (ACT), que viabilizará ações conjuntas, como capacitação técnica, eventos de difusão tecnológica, diagnósticos territoriais e produção científica.
“A assinatura deste protocolo com a Rede ILPF representa um marco na política agroambiental do nosso estado. Estamos firmando uma aliança com uma rede que é referência nacional na adoção de tecnologias sustentáveis. Essa união de esforços irá acelerar a recuperação de áreas degradadas, aumentar a produtividade e melhorar as condições de vida do produtor rural. É um avanço concreto na consolidação de uma agricultura fluminense de baixo carbono e com maior competitividade”, destaca o secretário de Agricultura, Flávio Ferreira.
Programa Integra e a recuperação de áreas degradadas
As atividades do programa incluem a implantação de unidades de referência tecnológica (URTs), realização de eventos técnicos, diagnóstico territorial com uso de ferramentas digitais e aplicação de indicadores de sustentabilidade. A proposta é consolidar a ILPF como um modelo produtivo viável e sustentável, com impactos positivos nos âmbitos ambiental, econômico e social.
“O Rio de Janeiro tem grande potencial para avançar na adoção da ILPF, especialmente em áreas de pastagens degradadas. Com esse protocolo, criamos condições para levar conhecimento, tecnologia e apoio direto ao produtor rural, mostrando que é possível produzir mais e melhor, com respeito ao meio ambiente e geração de renda”, ressalta o diretor-executivo da Rede ILPF, Rui Pereira Rosa.
O que é ILPF
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é uma estratégia que combina sistemas agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, de forma consorciada, em sucessão ou em rotação. O modelo permite o uso intensivo e sustentável do solo, promovendo ganhos de produtividade e diversificação de renda.
Além de reduzir custos com insumos e favorecer a fertilidade do solo, a ILPF contribui para a mitigação de gases de efeito estufa e o sequestro de carbono. A prática é versátil e pode ser adotada em pequenas, médias e grandes propriedades rurais, em todos os biomas brasileiros. Entre as culturas utilizadas, estão grãos como soja e milho, além de algodão, pecuária de corte ou leite e silvicultura, com destaque para o plantio de eucalipto.
“A integração lavoura-pecuária-floresta significa a emancipação do produtor. Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo”, reforça o presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro.
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Floricultura brasileira espera aumento de 8% no comercio de flores para o Dia das Mães

Considerada o Natal do setor de flores e plantas ornamentais por representar 16% do comércio anual desses produtos, as vendas no Dia das Mães é aguardada com bastante otimismo pelos produtores, distribuidores, floriculturas, garden centers, redes de supermercado e demais varejistas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), os produtores, principalmente os associados às cooperativas, já venderam antecipadamente entre 60% e 95%, dependendo da espécie, de toda a produção programada para a data.
“Essa logística permite aos atacadistas garantirem tanto preço quanto produto para a ocasião”, lembra Renato Opitz, diretor do Ibraflor – Instituto Brasileiro de Floricultura.
A expectativa é a de que as vendas sejam 8% melhores do que em 2023. O Dia das Mães responde por 16% do comércio anual de flores e plantas ornamentais, sendo, por isso, considerado o “Natal” da floricultura brasileira, aponta a Ibraflor.
Vários produtores aguardaram para lançar novas variedades para alavancar as vendas no Dia das Mães, mas as flores mais procuradas nesta data são as rosas, as orquídeas, as hortênsias, os girassóis, as gérberas, os lírios e outras plantas com flores clássicas ou coloridas.
Logística para entrega das flores
O Ceaflor, maior mercado de flores, plantas e acessórios para floricultura, paisagismo e decoração do país, localizado em Jaguariúna (SP), teve que incrementar a logística de distribuição para que as flores e plantas cheguem nos pontos de vendas no Dia das Mães. Segundo a empresa, cerca de 1.500 caminhões e utilitários devem fazer o transporte, por dia, nas datas que antecedem a celebração, representando o dobro da movimentação habitual.
A procura é tanta que, tão logo seja concluída a colheita para atender a procura deste ano, o produtor iniciará o plantio das mudas já encomendadas há um ano para breeders (melhoristas) holandeses para o comercializá-las para o Dia das Mães do ano que vem (2025).
Campanhas
Os associados do Ibraflor e o Instituto investiram em campanhas para destacar os relacionamentos afetivos, o que faz com que o ato de presentear com flores tenha um significado ainda mais profundo.
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Resistência aos antimicrobianos é tema de fórum em Brasília

Brasília foi sede do I Fórum RAM AGRO 2025 – Aves e Suínos. Na ocasião, foram debatidos os resultados do Programa de Vigilância e Monitoramento em Aves e Suínos e a necessidade do uso responsável de antimicrobianos em animais.
A resistência aos antimicrobianos é um dos maiores desafios para a saúde pública, com impactos significativos na saúde humana e animal. O tema é abordado globalmente sob a perspectiva da Uma Só Saúde, que integra as áreas de saúde humana, animal e ambiental.
O uso responsável e prudente de antimicrobianos em animais, além de promover a saúde e o bem-estar animal, é essencial para o controle e a prevenção da resistência de microrganismos a antibióticos.
Os resultados levam em consideração o andamento do Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no âmbito da Agropecuária (PAN-BR AGRO), atualmente em sua 2ª etapa (2023-2027), bem como os resultados da 1ª fase do Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos. A Secretaria de Defesa Agropecuária foi a responsável pelo encontro.
Os resultados do Programa de Vigilância e Monitoramento foram reapresentados ao setor produtivo de aves e suínos, representado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Durante o evento as empresas do setor de aves e suínos compartilharam seus cases, projetos e iniciativas voltadas à redução da necessidade de uso de antimicrobianos em suas cadeias produtivas. Estiveram presentes BRF S.A., Seara Alimentos, Frimesa e C. Vale Cooperativa Agroindustrial.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Fórum teve como objetivo mapear os cenários atuais e viabilizar, junto ao setor produtivo, a pactuação de medidas concretas relacionadas ao tema, entre as quais:
- Assumir compromissos para reduzir a necessidade do uso de antimicrobianos, por meio do fortalecimento das medidas de biosseguridade, higiene, prevenção de infecções, melhoria do bem-estar animal e boas práticas veterinárias, especialmente quanto ao uso de antimicrobianos pertencentes a classes consideradas de importância crítica para a medicina humana;
- Estabelecer protocolos para o uso racional de antimicrobianos no tratamento dos principais tipos de infecções;
- Incentivar a produção de conhecimento, pesquisas e inovações voltadas a estratégias de contenção da resistência aos antimicrobianos (RAM) na agropecuária, considerando a realidade e as particularidades brasileiras; e
- Desenvolver ações robustas e efetivas de comunicação e capacitação para todos os elos da cadeia produtiva, promovendo o uso racional e responsável de antimicrobianos.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi representada no evento pela Embrapa Suínos e Aves, que apresentou os trabalhos de pesquisa em andamento sobre o tema e participou dos debates.
Resistência aos antimicrobianos
Os médicos veterinários devem seguir rigorosamente seu código de conduta profissional e prescrever antimicrobianos com base em critérios clínicos e epidemiológicos, preferencialmente respaldados por diagnóstico laboratorial. A prescrição não deve ser influenciada por incentivos econômicos, e a quantidade indicada deve limitar-se à necessária para o tratamento dos animais sob sua responsabilidade.
A próxima edição do Fórum, que integra as ações do PAN-BR AGRO, está prevista para o segundo semestre de 2025.
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