O produtor rural precisa agir com cautela na gestão dos custos para evitar frustrações na safra 2025/26, conforme avaliação de Mauro Osaki, pesquisador da área de Custos Agrícolas do Cepea. Segundo ele, os custos de produção de soja e milho verão devem apresentar variações importantes e exigem planejamento conservador para não comprometer a rentabilidade.
Para a soja, a estimativa é de que o custo operacional aumente cerca de 3,9% em relação à safra anterior. “A alta se deve principalmente aos fertilizantes, que subiram 18%, defensivos agrícolas, com aumento de 11%, e sementes tratadas, em torno de 5%”, explica Osaki.
No milho verão, o cenário é diferente. A previsão aponta queda de quase 7% nos custos em relação à safra passada, resultado da desvalorização da semente tratada. Mesmo assim, os gastos com fertilizantes devem crescer cerca de 8,9%, reforçando a necessidade de acompanhamento constante das despesas.
No Brasil, os trabalhos de plantio estão à todo vapor. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tanto a semeadura da soja, quanto a de milho primeira safra, estão avançadas. Se por um lado o clima deve seguir contribuindo para o bom desenvolvimento das lavouras, por outro, existe a pressão dos custos elevados.
Além dos gastos com fertilizantes, o pesquisador cita outros pontos de atenção que devem ser levados a sério pelo produtor. Segundo Osaki, a manutenção das máquinas, com gastos com pneus e peças, bem como o custo do capital — mais elevado por conta da restrição de crédito — contribuem para pressionar a rentabilidade da safra.
“O produtor precisa entender onde está pisando e planejar seus recursos de forma conservadora para evitar frustrações”, alerta.
O pesquisador observa também que a relação de troca entre preços e custos está mais apertada, especialmente na soja. A quantidade de sacas por hectare necessária para cobrir o custo operacional efetivo está próxima da produtividade média das últimas cinco safras. Isso limita a capacidade do produtor de remunerar seus investimentos, como depreciação, juros e custo da terra.
Osaki destaca ainda que o Rio Grande do Sul é atualmente a região mais desafiadora, devido a perdas acumuladas e condições climáticas. “Além de pagar o que está sendo plantado, o produtor precisa recuperar o que foi perdido. É um estado que merece atenção especial”.
Em linhas gerais, ele avalia que as demais regiões apresentam desempenho melhor em termos de custos. Entretanto, a falta de estrutura e logística nas áreas mais remotas do país preocupa. O pesquisador reforça que a prudência e o planejamento cuidadoso são essenciais para que o produtor consiga enfrentar as variações do mercado e proteger a rentabilidade.
Além das margens reduzidas, fatores externos como variação do dólar, cenário geopolítico e políticas fiscais do Brasil e de outros países podem impactar a competitividade. De acordo com Osaki, são elementos que fogem do controle do produtor rural.
“A guerra tarifária entre China e Estados Unidos e o adiamento das compras chinesas de soja americana são sinais de alerta, pois podem coincidir com a colheita do hemisfério Sul, pressionando a cotação internacional e os prêmios de exportação”, diz.
Outro ponto crucial apontado pelo analista é o custo de capital, que no Brasil costuma ser mais elevado. No curto e médio prazos, entretanto, o foco é nas condições do clima, como a distribuição de chuvas e da temperatura. “Esses fatores vão determinar o manejo de controle de pragas e doenças, influenciando o sucesso ou não da produção”, conclui.
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