O mercado brasileiro de soja acompanhou a sinalização externa e registrou, em setembro, um mês de recuo nos preços. A consequência imediata foi a desaceleração na comercialização, com produtores segurando a oferta e aguardando cenários mais favoráveis, mesmo que os fundamentos do mercado não indiquem recuperação imediata. As informações são da consultoria Safras & Mercado.
No mercado internacional, os contratos da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) com vencimento em novembro caíram 5%, encerrando o mês em US$ 10,01 3/4 por bushel. A pressão sobre os preços segue ligada ao avanço da colheita americana, à menor demanda chinesa e à eliminação temporária das retenciones argentinas, que levou compradores do país asiático a agendar pelo menos 40 cargas na Argentina.
O câmbio também contribuiu para o cenário desafiador. Em setembro, o dólar desvalorizou 1,84%, fechando a R$ 5,32, pressionado pelo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, que tem incentivado a entrada de capital especulativo no país.
Apesar do recuo nos preços, o Brasil colheu em 2025 uma safra recorde de soja, garantindo o cumprimento de seus compromissos comerciais, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A entidade, representada por Daniel Amaral, destacou o aumento projetado do esmagamento de soja, com maior oferta de farelo e óleo.
Para o analista da Safras & Mercado, Rafael Silveira, 2025 foi um ano de forte volatilidade. “Tivemos oferta recorde de soja brasileira, próxima de 172 milhões de toneladas, e preços relativamente bons, apesar da pressão da oferta. As exportações devem chegar a 105 milhões de toneladas”, disse. A previsão para 2026 é de outra safra recorde, de aproximadamente 180 milhões de toneladas, com expansão moderada da área plantada devido aos altos custos de produção e às taxas de juros.
Nos Estados Unidos, os estoques trimestrais de soja, na posição de 1º de setembro, totalizaram 316 milhões de bushels, abaixo da expectativa de 322 milhões, representando queda de 8% em relação a 2024. Do total, 91,5 milhões de bushels estão com produtores, queda de 18%, enquanto os estoques fora das fazendas somam 225 milhões, com baixa de 3%.
O USDA elevou a estimativa para a safra americana de soja de 2024 para 4,274 bilhões de bushels, revisou a área plantada para 87,3 milhões de acres e a colhida para 86,2 milhões, mantendo a produtividade em 50,7 bushels por acre.
A divulgação de novos relatórios está suspensa devido à paralisação do governo federal. Conforme o plano de contingência do USDA, a maioria dos funcionários está em licença não remunerada, e o relatório mensal de oferta e demanda agrícola mundial (WASDE), previsto para 9 de outubro, não será publicado.
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