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“Somos referência mundial no eucalipto por causa da genética”, diz Pedro Francio


O Brasil se consolida como uma referência mundial na produção e produtividade de eucalipto, superando as taxas de crescimento de seu país de origem, a Austrália. A combinação de genética avançada com as condições climáticas favoráveis do território nacional permite um ciclo florestal significativamente mais rápido em comparação com o resto do mundo, segundo especialistas.

Pedro Francio, consultor em florestas plantadas e agrossilvicultura, da Francio Soluções Florestais, expressa o orgulho pela posição brasileira. “Orgulhosamente, nós somos uma referência mundial na produção e produtividade. Tanto no melhoramento genético, e nisso nós temos bastante orgulho de fazer parte desse desenvolvimento, quanto na silvicultura”, afirma em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta semana.

O sucesso brasileiro se deve, em grande parte, ao investimento em genética. “O eucalipto veio para cá, e ele na latitude e altitude se completa perfeitamente nos climas daqui subtropical e tropical. Só que, pela alta demanda brasileira de matéria-prima, acabou tendo um programa de melhoramento genético. Por esse motivo, nós viramos referência mundial na produção de eucalipto”, explica Francio.

Em regiões como o Mato Grosso, cita o especialista, a produtividade atinge picos de 60 metros cúbicos por hectare/ano, muito acima da média global. O consultor destaca ainda que as condições brasileiras, somadas a genética, encurtam drasticamente o tempo necessário para a colheita, o que explica o Brasil ter a maior produtividade de eucalipto.

“Aqui com seis, sete anos, nós cortamos, um ciclo florestal de eucalipto que leva, pela mesma produção de volume, por exemplo, em outros continentes, às vezes 30, 40, 50 anos para ter aquele volume. Países do hemisfério norte, até 60, 70 anos para ter aquele mesmo volume. Então, nós temos as condições e dados climáticas favoráveis. Tem temperatura, umidade, precipitação, genética do eucalipto e gente”.

Foto: Canal Rural Mato Grosso

Demanda acelerada e déficit de madeira

Apesar da alta produtividade, a demanda por floresta plantada no Brasil cresce exponencialmente nos últimos anos e gera um déficit no suprimento de matéria-prima para diversas indústrias.

Hoje, o país conta com aproximadamente 10,2 milhões de hectares de florestas plantadas, incluindo pinus, eucalipto e outras espécies. Contudo, essa área é insuficiente.

“Estima-se uma falta real no Brasil de 20 a 30% para suprir a demanda atual, sem falar em projeções futuras”, revela Pedro Frâncio ao programa do Canal Rural mato Grosso.

A necessidade de madeira é impulsionada por um aumento diversificado do consumo, abrangendo desde o tradicional mercado de celulose até setores inesperados. A demanda é elevada, por exemplo, para usinas de etanol de milho (biomassa), carvão vegetal para indústrias de ferro-gusa e aço florestal, móveis, serraria, laminação e as embalagens para o crescente mercado de e-commerce, que disparou após a pandemia de Covid-19.

O especialista ressalta a presença da madeira em produtos invisíveis ao consumidor final. “Muita gente não tem nem ideia que a película de um celular ela tem nano cristais de celulose”, exemplifica o consultor, reforçando que a demanda por produtos florestais “tende nas mais diversas finalidades”.

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