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Fazenda brasileira recebe certificação internacional em agricultura regenerativa

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) conduziu o processo que resultou na primeira certificação brasileira em uma fazenda de café com a norma de agricultura regenerativa da Rainforest Alliance, organização sem fins lucrativos que atua em 62 países promovendo práticas agrícolas sustentáveis.

A Fazenda Nova Cintra, localizada em Espírito Santo do Pinhal, São Paulo, foi a primeira do país a receber o reconhecimento. Segundo o coordenador de certificação agrícola do Imaflora, Ben-Hur Rosa, a norma vai além da preservação ambiental.

“A certificação demonstra que a fazenda não está apenas cuidando da natureza, mas também ajudando a regenerar o solo, a biodiversidade e a recuperar ecossistemas”, destaca.

A proprietária da fazenda, Ana Lúcia Barbosa, explica que a transição foi natural, já que a propriedade adota práticas sustentáveis há anos. A fazenda já era certificada pela Rainforest Alliance desde 2011.

“Nosso foco sempre foi a preservação ambiental, a saúde do solo e o uso reduzido de defensivos químicos. Hoje, com mais biodiversidade, vimos até o aumento da população de abelhas e passamos a produzir mel junto ao café”, conta.

Entre as práticas adotadas, estão a proteção de nascentes, preservação de matas e incentivo à fauna nativa. Essas ações, além de fortalecerem o ecossistema, também geraram novos ganhos econômicos para a fazenda.

“Muito antes de essa preocupação com a preservação das nascentes se tornar pública no mundo, nós já vínhamos protegendo todas as nossas nascentes. Com isso, aumentamos a biodiversidade e também a fauna nativa”, conta.

“No nosso caso, cresceu muito a população de abelhas na fazenda. Tanto que nos tornamos também produtores de mel. Nossa fazenda é de café, mas agora produzimos mel justamente por causa dessa proteção ambiental, que favoreceu o aumento das abelhas”, completa.

Obtenção da certificação

Para os produtores interessados em obter a certificação, Ben-Hur Rosa orienta que o primeiro passo é cuidar do solo.

“Um solo saudável garante plantas mais saudáveis e alimentos de maior qualidade. Com cobertura vegetal, há redução da erosão, retenção de nutrientes e aumento da microbiota, trazendo benefícios rápidos”, explica.

Ele ressalta ainda que a certificação exige evidências documentais. É preciso registrar e monitorar as práticas adotadas para comprovar os resultados durante a auditoria.

agro.mt

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