O cultivo e manejo de florestas de eucalipto e teca, a silvicultura intensiva, cobre menos do que 0,2% do território estadual, segundo dados da Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta). O dado elucida a situação do setor, que caminha ainda a passos lentos em Mato Grosso, estado que lidera o agronegócio no país. No entanto, as florestas plantadas guardam em si um potencial de desenvolvimento econômico, social e sustentável enorme, avalia o presidente da Arefloresta, Clair Bariviera, que explica também sobre a necessidade de investimento na silvicultura.
“A intenção é, além de incentivar a produção, fazer isso de forma sustentável, para que as pessoas consigam plantar e ter o resultado esperado. Mato Grosso é o rei da soja, do gado, tudo feito com a melhor qualidade, produtividade, tecnologia, tudo tecnificado. E as florestas começaram aqui de forma bem minguada, com pouca produtividade por hectare. Então, a tendência é produzir mais para ser competitivo. E para isso tem que ter tecnologia apropriada”, pontuou.
Uma das formas encontradas pela Associação para explicar sobre a importância do bom manejo das florestas plantadas é o evento Florestar, realizado anualmente pela instituição. Em 2025, o evento contou com cerca de 11 palestrantes e painelistas e outros cinco mediadores e debatedores, para tratar a disseminação do conteúdo técnico sobre as boas práticas de manejo, melhoria em produção, produtividade do mercado e a potencialidade do setor de florestas de teca e eucalipto, para produtores, empresários profissionais e acadêmicos.
Para a Associação de Reflorestadores, apesar do até então número limitado de plantios no estado, são essas amostras que poderão ser a chave para entender melhor sobre a viabilidade de produções de maior escala no futuro.
Isso porque Mato Grosso já registra um avanço gradual no cultivo de eucalipto e teca. De acordo com dados apresentados no Florestar 2025 pela secretária adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT), Linacis Lisboa, em 2023 o estado somava cerca de 210,9 mil hectares de florestas plantadas, sendo 128 mil de eucalipto e 68 mil de teca. Os números são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que aponta ainda que apenas em 2022 o setor de base florestal arrecadou R$ 66,2 milhões em impostos estaduais.
Esse desenvolvimento da silvicultura, mesmo que pequeno considerando grandes produções, é proporcionado por questões que incluem, por exemplo, a localização de Mato Grosso, pois, a região abriga em seu território três biomas brasileiros com cerca de 60% de área preservada. Ainda em sua exposição, Linacis aponta que o estado tem a possibilidade de crescer mais no setor ao combinar o cultivo de florestas com um pontos fortes já solidificados, como a própria pecuária, por possuir áreas aptas para o plantio.
Sedec/Florestar 2025
Para Haroldo Klein, empresário, sócio-administrador da KLM Reflorestadora e parte do conselho fiscal da Arefloresta, o investimento em florestas plantadas no estado depende também do entendimento por parte do setor do agronegócio de que a silvicultura pode alimentar mais do que apenas o setor madeireiro. “Esse é o tema que eu vejo: a sociedade entender que floresta plantada é de suma importância para toda a cadeia produtiva do agro aqui. Produção de madeira para a serraria, que é a questão da terra, e também biomassa para alimentar a parte térmica das indústrias aqui no Mato Grosso”, afirma.
Thalita Queiroz/Rdnews
Segundo o material apresentado pela Sedec, a demanda pela biomassa florestal vem sendo crescente, podendo ser aplicada em usinas de etanol de milho, esmagadoras de soja, armazéns e frigoríficos bovinos. A busca pela silvicultura demonstra também uma possível abertura do agronegócio à soluções que preferenciem a sustentabilidade. No estado que lidera a produção de agro no Brasil, não há como fechar os olhos para alternativas que garantam um futuro sustentável.
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