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cada hectare exige estratégia para garantir renda dentro da propriedade


Produzir em Mato Grosso está mais caro: soja perto de R$ 8 mil por hectare, algodão acima de R$ 18 mil e pecuária sem cobrir custos. O produtor vai ter que fazer contas para fechar as finanças. É o que mostram os números de custo de produção apresentados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e pelo Senar Mato Grosso.

O levantamento faz parte do projeto Custo de Produção Agropecuária (CPA), realizado há 10 anos. A cada safra, ele detalha os investimentos necessários para manter as principais atividades em Mato Grosso, maior produtor de grãos e carne bovina do país.

Conforme o superintendente do Senar Mato Grosso, Marcelo Lupatini, com o levantamento é possível acompanhar todos os desenvolvimentos, lucratividade, custo de produção e, principalmente, os desafios enfrentados pelos produtores rurais.

“É importante para a federação e também para o produtor, que pode basear seus investimentos e decisões: se é ano de investir ou buscar alternativas em outras culturas. Isso traz mais assertividade e ajuda no desenvolvimento do estado”, pontua ao Canal Rural Mato Grosso.

Na soja, que deve ocupar mais de 13 milhões de hectares nesta temporada 2025/26, com produtividade prevista em 60 sacas por hectare, o custo de produção segue em alta, pressionando ainda mais a margem do produtor mato-grossense. De acordo com o Imea, para semear um hectare com a oleaginosa no atual ciclo serão necessários em média R$ 7.657,89.

Fertilizantes e as altas taxas de juros são dois fatores que puxam o encarecimento da safra. “A relação de troca com fertilizantes está em patamares recordes. Mas o mercado de exportação, especialmente o acordo com a China e o crescimento do esmagamento de soja no estado, pode trazer algum alívio e perspectivas de preços melhores”, estima o coordenador de Inteligência de Mercado do Imea, Rodrigo Silva.

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Conta não fecha no milho e algodão

No milho segunda safra não é diferente. O custo total ultrapassa os R$ 6,7 mil por hectare, valor 9,69% superior ao registrado no ciclo 2024/25. O preço médio da saca, em torno de R$ 44, cobre o custeio e o custo efetivo. Contudo, conforme o levantamento, é insuficiente para fechar toda a conta, quando entra todo o custo da atividade.

O algodão, por sua vez, aponta o CPA, segue como a cultura de maior investimento em Mato Grosso. Para plantar um hectare na safra 2025/26, o cotonicultor precisará gastar cerca de R$ 18.454,19. Valor 17,8% maior que na última temporada.

“Hoje, apenas 18% dos produtores plantam por conta própria e conseguem uma margem. Quem planta financiado ou em área arrendada com juros de 15% a 20%, enfrenta risco de prejuízo. Por isso, neste ano, o aconselhamento é não se arriscar com arrendamentos, compra de máquinas ou propriedades. É um ano de passar dificuldades, caprichar na produção e tentar superar a média do estado para garantir renda”, alerta Marcelo Lupatini.

Foto: Israel Baumann/ Canal Rural Mato Grosso

Recria e engorda próximos de R$ 300 por arroba

Os custos de produção também foram levantados na pecuária de corte. O levantamento realizado pelo Imea, em parceria com o Senar Mato Grosso, aponta que para recriar e engordar o gado em Mato Grosso, o custo médio gira em torno de R$ 260 e R$ 280 por arroba produzida, cerca de 45,27% em relação ao ano passado. Informação considerada essencial para o pecuarista decidir o momento certo de vender.

“É um benchmark que a gente chama, para o produtor conseguir analisar e ver sua competitividade dentro do estado. Hoje, temos custos de produção de silvicultura, café, apicultura e diversas outras atividades. O produtor mato-grossense tem um grande portfólio sempre busca diversificar investimentos para garantir rentabilidade”, diz Rodrigo Silva.


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agro.mt

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