A Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com a empresa privada Simbiose, apresentou um novo biofungicida que promete revolucionar o manejo de doenças em culturas como soja e milho. O produto, resultado de quase dez anos de pesquisas, une duas bactérias — o Bacillus velezensis, já conhecido, e o inédito Paenibacillus sp. — trazendo um controle eficiente de mais de 80% dos fungos que atacam o solo, aliado ao aumento de produtividade e menor impacto ambiental.
Segundo o pesquisador da Embrapa, Luciano Cota, a formulação inédita amplia o espectro de ação e garante mais estabilidade em diferentes condições climáticas do Brasil. “Ao combinar duas bactérias, conseguimos não apenas combater fungos variados, mas também assegurar eficiência mesmo em ambientes de alta umidade ou calor intenso. É uma tecnologia pensada para a realidade do produtor brasileiro”, afirmou.
Nos testes realizados em áreas de soja e milho, o biofungicida apresentou resultados superiores às alternativas químicas. O controle foi comprovado contra fusário, macrofomina e até doenças foliares, como o colletotrichum graminícola.
Além de controlar os patógenos, a tecnologia resultou em ganhos de 4 a 6 sacas por hectare na soja e de 10 a 15 sacas no milho. Comparado aos tratamentos químicos tradicionais, a produtividade foi até 6 sacas superior. “É uma prova de que os biológicos já competem em pé de igualdade com os químicos, e em muitos casos conseguem superá-los”, destacou Cota.
Outro diferencial está na forma de aplicação: o produto foi desenvolvido para o tratamento de sementes, o que reduz a quantidade necessária por hectare. Para o milho, são utilizados apenas 40 ml do biofungicida por hectare, enquanto na soja o consumo é de até 120 ml.
Esse baixo volume torna a tecnologia uma alternativa acessível e sustentável, já que reduz custos, evita desperdícios e contribui para práticas agrícolas de baixo impacto ambiental. “O produtor terá em mãos uma solução prática, de custo relativamente baixo e com benefícios diretos para a lavoura e para o meio ambiente”, ressaltou o pesquisador.
Embora já registrado para soja e milho, o produto tem potencial de uso em outras culturas de importância econômica, como algodão e feijão. Estudos preliminares também apontam eficiência contra nematoides, pragas que causam grandes prejuízos em diferentes sistemas de produção.
A expectativa é de que, nos próximos anos, a tecnologia seja ampliada para diferentes cadeias agrícolas, consolidando os bioinsumos como protagonistas no manejo sustentável. “Estamos apenas no começo. Essa inovação abre portas para um novo ciclo de proteção de plantas, alinhado à demanda global por sustentabilidade”, concluiu Cota.
O lançamento reafirma o papel da pesquisa agropecuária brasileira como referência mundial em inovação. Ao oferecer uma solução eficaz, econômica e ambientalmente responsável, a Embrapa e seus parceiros fortalecem a competitividade do agronegócio nacional e respondem à crescente demanda por insumos biológicos no campo.
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