Os resultados de eficácia de fungicidas contra ferrugem-asiática referentes à última safra foram divulgados durante o Congresso Brasileiro de Soja. Os estudos são realizados por uma rede de 23 instituições de pesquisa, em vários estados brasileiros.
A doença, causada por Phakopsora pachyrhizi, comprometeu até 63% da área foliar nas áreas não tratadas.
Cláudia Godoy
O melhor resultado foi de pesticida com 75% de redução na severidade e produtividade de 4.028 kg/ha. O resultado refere-se à média dos números encontrados em 11 estados.
Severidade da ferrugem-asiática (SEV), porcentagem de controle (C) em relação à testemunha sem fungicida, fitotoxicidade média das plantas causada pelas aplicações dos fungicidas (FITO), produtividade (PROD) e porcentagem de redução de produtividade (RP) em relação ao tratamento com a maior produtividade, no protocolo com fungicidas registrados. Média de 15 experimentos para severidade, 11 para produtividade e 10 para fitotoxicidade, safra 2024/25 – Circular Técnica 219
A mutação V130A, associada à redução da eficácia de protioconazol e tebuconazol, foi detectada em várias regiões. Apesar disso, os fungicidas com esses ingredientes ainda apresentaram desempenho satisfatório quando usados em misturas com multissítios. A adição desses produtos, como mancozebe ou clorotalonil, mostrou aumento expressivo na eficiência e redução de danos às plantas.
A maior produtividade observada nos tratamentos superou em até 25% as lavouras sem controle químico. O uso isolado de princípios ativos, por outro lado, apresentou menor eficiência. Ciproconazol, por exemplo, teve apenas 18% de controle.
O estudo reforça a importância da rotação de ingredientes ativos e do uso de misturas com fungicidas multissítios para preservar a eficácia dos produtos e retardar a resistência do patógeno. Aplicações sequenciais e o uso repetido de moléculas semelhantes não são recomendados.
O trabalho utilizou protocolo padronizado, com quatro aplicações iniciadas cerca de 46 dias após a emergência das plantas. As avaliações ocorreram entre os estádios R5 e R6 da cultura, fase crítica para a definição da produtividade.
Os resultados foram publicados na Circular Técnica 219, da Embrapa.
A presença tardia da doença em várias regiões, favorecida pelo vazio sanitário e semeaduras antecipadas, evidenciou a eficácia das estratégias de manejo integrado.
Durante a apresentação dos números, a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, disse que há uma brincadeira sobre a melhor estratégia contra a ferrugem-asiática ser o “escape”.
“‘Escape’ é uma mistura tripla de três ativos: vazio sanitário, cultivar precoce e semeada cedo. Isso é uma recomendação antiga. Mas com maior uso por causa do crescimento do milho-safrinha. A grande maioria das áreas está tendo ‘escape’ da ferrugem, o melhor controle que se tem”, explicou Cláudia.
Instituições participantes das pesquisas, locais e datas de semeadura da soja
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