A tarifa de 50% a produtos brasileiros anunciadas pelo presidente Donald Trump, se implementadas a partir de 1º de agosto, podem causar efeitos profundos no campo e até mesmo na mesa dos brasileiros. É o que alerta a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Os Estados Unidos hoje é o segundo principal destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China, tendo o petróleo liderando entre os produtos vendidos aos norte-americanos, além de carnes, café, suco de laranja, etanol de milho e aeronaves da Embraer.
Desde a última segunda-feira (7), o presidente Donald Trump tem enviado cartas informando aos países as novas tarifas a partir de 1º de agosto caso não firmem um novo acordo comercial. As taxas variam de 20% a 50% sobre os produtos importados, a depender do país.
Conforme analistas econômicos, a tarifa de 50% anunciada sobre os produtos brasileiros, em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (9), seria a mais alta entre as novas taxas divulgadas até agora por Donald Trump até o momento.
“Se caso forem aplicadas essas tarifas, vai impactar principalmente nas exportações de carnes, já que os Estados Unidos tem aumentado cada vez mais a importação carne bovina e também carne de frango. Isso interfere diretamente no preço dos grãos, da soja e do milho”, pontua o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber.
Outra preocupação, destaca a entidade, é quanto ao fato de o Brasil não refinar petróleo pesado, tendo que buscar países mais longe para enviar o produto bruto e depois adquirir ele acabado, como óleo diesel e gasolina, o que encareceria ainda mais os custos de produção e deixando os alimentos ainda mais caros na mesa dos brasileiros, ocasionando uma maior inflação no longo prazo.
“A Aprosoja Mato Grosso vê com muita preocupação e pede ao governo federal que tenha cautela nesse momento, já que se ele colocar a lei da reciprocidade, os Estados Unidos já avisaram que se somará a reciprocidade que for do Brasil aos 50%. E, isso vai influenciar fortemente nos produtos agrícolas brasileiros, como a carne, a soja, o milho e, até mesmo, o café e o suco de laranja, no qual os Estados Unidos é o maior importador e o Brasil é o maior produtor e exportador desses alimentos”.
Lucas Beber lembra ainda que o agronegócio é responsável por 25% do PIB Nacional e que também é o setor que tem ofertado mais empregos no país. De acordo com ele, medidas como essa “podem causar recessão e geração de desemprego”.
“E, ainda temos que considerar a indústria, tanto a siderúrgica como aeronáutica, já que temos a Embraer, que é uma importante exportadora de jatos executivos e aviões de médio porte para os Estados Unidos. E, também importamos motores e componentes eletrônicos para lá. Ou seja, uma situação delicada que pode causar uma recessão mais forte ainda no nosso país, uma pressão inflacionária e, acima de tudo, geração de desemprego e aumento do preço dos alimentos, o aumento do custo do prato do brasileiro”.
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