O mercado brasileiro de trigo registrou estabilidade nas cotações durante o mês de junho, após as fortes quedas observadas no mês anterior. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, o recuo nos preços atingiu um patamar que os produtores passaram a resistir a novas desvalorizações. Com isso, os negócios se tornaram escassos ao longo do mês.
“A queda das cotações em maio chegou a um ponto em que o produtor não aceitou mais recuar. No entanto, os moinhos também não demonstraram interesse em elevar suas ofertas, utilizando como argumento o cenário externo, com preços internacionais em baixa”, explica.
Bento também destacou que o movimento de pressão sobre os preços externos foi influenciado pela entrada da safra do Hemisfério Norte, principalmente da Rússia, e pelas perspectivas de colheitas robustas em países como Estados Unidos, Canadá, Ucrânia e membros da União Europeia. Além disso, a Argentina, mesmo entre safras, ainda dispõe de produto para exportação, contribuindo para o excesso de oferta global.
“O câmbio abaixo de R$ 5,50 e a queda dos preços internacionais deram aos moinhos argumentos suficientes para pressionar as cotações no Brasil. Nesse cenário, o mercado lateralizou: de um lado, o produtor não aceita vender; de outro, os moinhos estão, em geral, abastecidos até a próxima safra”, avalia o analista.
A oferta interna também é limitada. Conforme o analista, o Paraná, principal estado produtor, praticamente já esgotou seus estoques, enquanto o Rio Grande do Sul ainda possui algum volume disponível, mas os produtores estão retraídos diante da insatisfação com os preços praticados.
Tendência de baixa deve piorar no segundo semestre
Para o segundo semestre, a tendência é de pressão adicional sobre os preços com o avanço da colheita da safra nacional, especialmente no Paraná a partir de agosto e, com mais intensidade, no Rio Grande do Sul em outubro.
“A principal diferença do segundo semestre em relação ao primeiro será a entrada da nova safra brasileira e, mais ao final do ano, da safra argentina. A disponibilidade interna deve aumentar e, mantidas as condições atuais de preços internacionais e câmbio, a paridade de importação será o teto para os preços internos. Ou seja, a pressão deve continuar”, afirma Bento.
Apesar disso, o analista chama atenção para a necessidade de acompanhar as condições climáticas, já que a confirmação da safra brasileira ainda depende de variáveis importantes. “Já tivemos geadas no Paraná, excesso de chuvas no Rio Grande do Sul e seca no início do ciclo em áreas do Cerrado. Se houver uma quebra mais severa, o cenário pode mudar, com manutenção da escassez mesmo durante o período de colheita”, alerta.
A estimativa atual da Safras & Mercado é de uma produção nacional próxima a 8 milhões de toneladas, número semelhante ou ligeiramente inferior ao registrado no ano passado. Caso esse volume se confirme, a tendência para o segundo semestre é de continuidade na pressão sobre os preços do trigo no mercado brasileiro.
Fonte: Ritiele Rodrigues – Safras News
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