Categories: Business

Congresso derruba decretos do governo que aumentariam IOF

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (25) proposta que suspende os efeitos de três decretos editados pelo governo federal sobre o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No total, foram 383 votos para a derrubada do texto presidencial e outros 98 a favor da manutenção. Veja como cada parlamentar votou. Agora, o texto segue para o Senado.

O último decreto do governo (Decreto 12.499/25) havia suavizado os outros dois editados anteriormente (decretos 12.466/25 e 12.467/25), mas não eliminou o aumento.

O texto aprovado em Plenário é um substitutivo do relator, deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), ao Projeto de Decreto Legislativo 314/25, do deputado Zucco (PL-RS). O texto original sustava apenas o último dos decretos presidenciais sobre o imposto.

Efeitos na arrecadação

O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), disse que a eventual queda do decreto vai gerar um contingenciamento de R$ 12 bilhões, com interrupção de programas sociais e cortes na saúde e na educação.

Já o autor da proposta, deputado Zucco, disse que não falta receita, mas sim gestão do governo. “Por que o governo não corta gastos, não traz uma reforma estruturante?”, questionou.

A alta do IOF foi inicialmente anunciada em 22 de maio, com previsão do governo de gerar arrecadação de R$ 61 bilhões em dois anos, sendo R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.

No entanto, diante da forte reação de parlamentares e do setor empresarial, o governo recuou parcialmente no mesmo dia. A pressão levou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a concederem prazo para que o Executivo revisasse a medida.

MP publicada manteve aumentos do IOF

Em 11 de junho, o governo publicou a Medida Provisória 1303/25, tratando da tributação de investimentos, e novo decreto que reduziu parcialmente as alíquotas inicialmente propostas, mas ainda manteve aumentos. Por esse decreto, que está em vigor, a estimativa de arrecadação é em torno de R$ 30 bilhões.

Segundo Coronel Chrisóstomo, porém, a intenção das alterações promovidas pelo governo federal é de interesse essencialmente arrecadatório.

“Não se tratou de correção regulatória ou busca de equilíbrio em situações específicas, mas majoração tributária nas quatro bases de incidência do imposto: seguros, câmbio, operações de crédito e com títulos e valores mobiliários. E, como agravante, a vigência das alterações foi imediata”, afirmou.

Já o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que derrubar o decreto é um desserviço para o Brasil. “Não queremos tirar dinheiro dos programas que garantem a inclusão social dos mais pobres. O IOF não é para taxar ninguém, é para cobrar dos sonegadores, do sistema financeiro, das apostas ilegais”, disse.

agro.mt

Recent Posts

Agosto traz preços mais altos para a soja no Brasil; mercado aquece ‘na largada’

O mercado de soja encerrou agosto com preços em alta no Brasil e em Chicago.…

5 horas ago

Produtores de soja do oeste da Bahia têm até este domingo para cadastro de plantio antecipado

Atenção, produtores de soja do oeste da Bahia: o prazo para o cadastramento do plantio…

7 horas ago

Com 190 mil hectares plantados, Mato Grosso se consolida como polo florestal do Brasil

O futuro das florestas plantadas em Mato Grosso passa por eucalipto, teca e tecnologia. Em Sinop, produtores, pesquisadores…

9 horas ago

Senar-MT participa do Simbov na UFMT e reafirma compromisso com ciência e educação

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) marcou presença nesta quinta-feira (28/08) na abertura…

9 horas ago

Aprosoja MT ressalta a importância de capacitar equipes para o período da estiagem

Para auxiliar nesse período, a entidade disponibiliza informações por meio da campanha de combate e…

9 horas ago

vigília religiosa pede conscientização ambiental

Com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada…

9 horas ago