Sustentabilidade
ANP aprova norma com critérios para produtores estrangeiros

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quinta-feira (12) norma que atualiza os procedimentos de certificação no âmbito do RenovaBio, incluindo a previsão de penalidades para firmas inspetoras e produtores, critérios de elegibilidade para produtores estrangeiros e mudanças nas regras para novos entrantes no mercado de biocombustíveis.
A resolução também traz aprimoramentos como maior agilidade na atualização da calculadora de emissões (RenovaCalc) e novos procedimentos para rastreabilidade da cadeia de grãos. As alterações foram consolidadas após uma análise de impacto regulatório (AIR) e passaram por consulta e audiência públicas. A nova resolução substitui a resolução ANP nº 758/2018, que orientava a certificação da produção e importação eficiente de biocombustíveis e o credenciamento de firmas inspetoras.
Entre os principais pontos da revisão estão o detalhamento da composição das equipes de auditoria, a definição de regras para mudança de rota de produção, a possibilidade de transferência de titularidade de certificados e a alteração de prazos para entrega de documentos.
A norma, no entanto, não regulamenta dispositivos das recentes leis nº 15.082/2024 e nº 14.993/2024, que terão tratativas específicas na Agenda Regulatória 2025-2026.
O RenovaBio é a política federal que estabelece metas anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, incentivando o uso de biocombustíveis por meio da emissão de Créditos de Descarbonização (CBIOs).
Desde a implementação do programa, já foram emitidos cerca de 176 milhões de CBIOs, o que corresponde à mitigação de aproximadamente 176 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Sustentabilidade
Aumento de 6°C nos termômetros até 2100 pode eliminar colmeias e alimentos, mostra Embrapa

Ondas de calor, secas e inundações, reflexos das mudanças climáticas, impactam colmeias de abelhas no Brasil e no mundo. Com isso, não apenas a produção de mel, mas a segurança alimentar global como um todo enfrenta riscos, mostra estudo da Embrapa.
O ponto central da crise é a dependência da polinização para a produção de alimentos. A pesquisadora Fabia Pereira, da Embrapa Meio-Norte, ressalta que apicultores de diversas partes do mundo já percebem os efeitos da mudança climática em suas atividades.
“A frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos representam desafios significativos para a sobrevivência das colmeias e a produtividade da cadeia apícola”.
Para ela, é fundamental desenvolver e implementar medidas de mitigação e adaptação para garantir a resiliência desses sistemas produtivos diante dos eventos climáticos extremos.
Enchentes e incêndios ameaçam colmeias
Segundo a Federação Apícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul (Fargs), durante as enchentes em 2024 no estado, entre 35 mil e 60 mil colmeias foram destruídas, causando impacto direto na apicultura, meliponicultura e produção de alimentos que dependem da polinização.
Anteriormente, em 2016, também houve registros de perdas de insumos e equipamentos de produtores na Argentina e em outros estados do Brasil.
Incêndios também têm prejudicado colmeias de vários países além do Brasil, como Portugal, Espanha, Austrália e Canadá. O fogo consome as colmeias e o pasto apícola, que é o conjunto de plantas que fornecem os recursos necessários para alimentação de abelhas e para a produção de mel, pólen, própolis e cera.
Municípios de São Paulo, do Pantanal Matogrossense e até da região amazônica têm sentido os efeitos dos incêndios. “As colmeias que não são afetadas pelo fogo sofrem com os efeitos da fumaça. Estudos demonstram que a qualidade do ar foi afetada a distâncias que variavam de 120 km a 300 km de distância. As queimadas que atingiram o Pantanal em 2020 afetaram dez estados brasileiros, chegando à região Sul do país”, afirma Fábia.
O futuro incerto até 2100
Cientistas projetam um cenário preocupante para o clima brasileiro até o ano de 2100, alertando para um aumento de até 6°C na temperatura caso as emissões de gases poluentes se mantenham elevadas.
As previsões indicam que todos os biomas do país serão afetados, com destaque para a Amazônia, que pode registrar um aumento de temperatura entre 1°C e 6°C, acompanhado por uma redução nas chuvas que varia de 10% a 45%.
No Pantanal, a temperatura deve subir de 1°C a 4,5°C, enquanto a diminuição das chuvas pode atingir entre 5% e 45%. Já no Pampa, a elevação da temperatura esperada é de 1°C a 3°C, com uma redução de 5% a 40% no volume de precipitações.
A Caatinga, por sua vez, pode sofrer um aumento térmico de 0,5°C a 4,5°C, e uma queda nas chuvas que varia de 10% a 50%. Para a porção nordeste da Mata Atlântica, a previsão é de um incremento na temperatura entre 0,5°C e 4°C, e uma redução de 10% a 35% nas chuvas.
No Cerrado, as temperaturas podem se elevar de 1°C a 5,5°C, com uma diminuição de 10% a 45% nas chuvas. Finalmente, a porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica deve registrar um aumento de temperatura de 0,5°C a 3°C, e uma redução de 5% a 30% nas chuvas.
A pesquisadora da Embrapa reforça que essas projeções demonstram a urgência de ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas no Brasil.
Adaptação e resiliência

Para Fábia é importante encarar a mudança climática não apenas como um problema ambiental, mas como uma ameaça direta à produção de alimentos e à subsistência de comunidades rurais.
A vulnerabilidade do setor apícola, evidenciada pelos impactos que tem sofrido, exige uma ação colaborativa entre cientistas, governos, associações de produtores e a sociedade em geral para garantir a proteção das abelhas e, consequentemente, a sustentabilidade da vida no planeta.
A promoção de tecnologias e práticas adaptativas é um caminho apontado para mitigar os impactos e assegurar o futuro da apicultura e meliponicultura.
*Sob supervisão de Victor Faverin
Sustentabilidade
Negócios travados e resistência dos agentes mantém mercado interno de trigo estagnado – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de trigo permaneceu praticamente parado ao longo da semana, sem registro de novos negócios no segmento físico. A distância entre as pedidas dos produtores e os valores ofertados pelos moinhos continua sendo o principal entrave para a retomada das negociações.
No Paraná, a base de compra girou em torno de R$ 1.450 por tonelada, enquanto no Rio Grande do Sul os valores ficaram próximos de R$ 1.300. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os produtores seguem firmes em não ceder nos preços, sustentados pela escassez da safra velha e pela redução da área plantada na atual temporada. A expectativa é de mais um ano de oferta apertada no país.
Na outra ponta, os moinhos demonstram cautela. Com estoques razoáveis, preferem esperar por uma possível queda adicional nos preços domésticos, amparados pela tendência de baixa nos preços internacionais e no câmbio.
“Neste momento, é difícil apontar qual das pontas do mercado terá que ceder para que os negócios voltem a ocorrer”, avalia Bento.
No cenário internacional, o foco está na colheita do Hemisfério Norte, que deve exercer pressão de baixa sobre as cotações globais, mesmo diante de perdas pontuais em países produtores.
Conforme Bento, no Brasil, a redução da área semeada já é um dado consolidado. Resta agora acompanhar os impactos do clima sobre o potencial produtivo da nova safra.
USDA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta quinta-feira (12) seu relatório de oferta e demanda de junho, com a atualização dos números para a safra 2025/26 de trigo no país.
A produção do cereal nos Estados Unidos em 2025/26 é estimada em 1,921 bilhão de bushels, mesmo valor do relatório anterior. Para a safra 2024/25, a produção estadunidense ficou em 1,971 bilhão de bushels.
Os estoques finais do país em 2025/26 foram projetados em 898 milhões de bushels, ante os 923 milhões de bushels estimados em maio. O mercado esperava 916 milhões. Em 24/25, foram 841 milhões de bushels.
A projeção de exportações para 2025/25 ficou em 825 milhões de bushels, contra as 800 milhões projetados no relatório anterior. Para 2024/25, a estimativa foi de 820 milhões de bushels.
A área plantada para 2025/26 é projetada em 45,4 milhões de acres, igual valor projetado em maio. A área colhida deve ficar em 37,2 milhões de acres, mesmo dado do documento anterior.
Globais
A produção mundial em 2025/26 é estimada em 808,59 milhões de toneladas. Para 2024/25, a estimativa ficou em 799,91 milhões de toneladas.
Os estoques finais globais em 2025/26 foram estimados em 262,76 milhões de toneladas, ante 265,73 milhões de toneladas estimadas em maio. O mercado esperava 265,1 milhões de toneladas. Para 2024/25, as reservas finais foram estimadas em 263,98 milhões de toneladas.
O consumo global em 2025/26 está estimado em 809,80 milhões de toneladas, contra as 808 milhões de toneladas projetadas no relatório anterior. Em 2024/25, o consumo global foi estimado em 804,90 milhões de toneladas.
Para 2025/26, a produção de trigo no Brasil está estimada em 8 milhões de toneladas. As importações em 2025/26 estão apontadas em 6,70 milhões de toneladas. As exportações são previstas em 2,7 milhões de toneladas. Os estoques finais são projetados em 1,78 milhão de toneladas.
Fonte: Ritiele Rodrigues – Safras News
Sustentabilidade
Colheita do milho safrinha avança no Brasil e preços cedem em algumas regiões – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de milho registrou uma semana de pressão nas cotações. Segundo a Safras Consultoria, a colheita da safrinha iniciou e os preços seguem recuando. Levantamento de Safras & Mercado, indicou que, até a semana passada, 0,6% da área havia sido colhida no país, mas o ritmo dos trabalhos se mostra mais lento frente ao mesmo período do ano passado, quando atingia 4,3% da área.
Esse atraso, por conta das chuvas em algumas regiões do país, é que garantiu algum suporte às cotações em estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais durante a semana, uma vez que o abastecimento esteve mais limitado.
De forma geral, os consumidores atuaram com pouca força nas negociações na semana, fechando lotes pontuais para compra, aguardando a entrada de maiores volumes de oferta no mercado. Os produtores estão avançando na fixação de oferta, o que completa o viés negativo.
No cenário internacional, as atenções estiveram voltadas ao relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para o mês de junho.
USDA
Os Estados Unidos deverão colher 15,82 bilhões de bushels na temporada 2025/26, mesmo volume indicado em maio. A produtividade média em 2025/26 deve atingir 181 bushels por acre, sem alterações frente ao mês passado.
Os estoques finais de passagem da safra 2025/26 foram estimados em 1,75 bilhão de bushels, abaixo dos 1,8 bilhão de bushels indicados em maio, enquanto o mercado indicava estoques de 1,792 bilhão de bushels. As exportações em 2025/26 foram indicadas em 2,675 bilhões de bushels, sem alterações frente ao relatório do mês passado. O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,5 bilhões de bushels em 2025/26, também sem mudanças.
Os estoques finais de passagem da safra 2024/25 dos Estados Unidos foram estimados em 1,365 bilhão de bushels, abaixo dos 1,415 bilhão de bushels indicados em maio e dos 1,386 bilhão de bushels esperados pelo mercado.
A safra global 2025/26 foi elevada de 1.264,98 milhão de toneladas para 1.265,98 milhão de toneladas. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2025/26 em 275,24 milhões de toneladas, contra as 277,84 milhões de toneladas estimadas em maio e abaixo das 278,9 milhões de toneladas previstas pelo mercado.
A safra global 2024/25 foi projetada em 1.223,33 milhão de toneladas, superando as 1.221,28 milhão de toneladas apontadas em maio. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2024/25 em 285,04 milhões de toneladas, abaixo das 287,29 milhões de toneladas indicadas em maio e das 288,1 milhões de toneladas previstas pelo mercado.
Preços internos
O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 64,92 no dia 12 de junho, baixa de 1,81% frente aos R$ 66,12 registrados no fechamento da semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 62,00, queda de 4,62% frente aos R$ 65,00 da última semana.
Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 70,00, estável frente à semana passada. Na região da Mogiana paulista, o cereal seguiu em R$ 66,00, inalterado frente à última semana.
Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 55,00 por saca, queda de 1,79% frente à semana passada, de R$ 56,00. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 70,00, avanço de 1,45% frente à semana anterior, de R$ 69,00.
Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca subiu 1,47%, de R$ 68,00 para R$ 69,00. Já em Rio Verde, Goiás, a saca baixou de R$ 70,00 para R$ 62,00, baixa de 11,43%.
Fonte: Arno Baasch/Safras News
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