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“A inflação dos alimentos não é culpa do produtor. É o caminho disso até o consumidor”, destaca Sérgio Souza

O agronegócio tem passado por três pontos de alerta: a insegurança jurídica no campo ambiental, o possível encolhimento do Plano Safra e o avanço do governo sobre fontes privadas de financiamentos agrícolas.
Segundo o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), ao Direto ao Ponto desta semana, destaca a tensão jurídica envolvendo o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica.
“Se isso não vale, não tem porque ter o Cadastro Ambiental Rural (CAR), porque ele é um instrumento do Código Florestal. Não tem que fazer o Programa de Regularização Ambiental (PRA), que também é um instrumento do Código. Então, se aplica só o que é benéfico da Lei da Mata Atlântica e o que for ruim para o produtor rural, do ponto de vista de inviabilizar o uso da propriedade, aplique-se as duas leis. Não funciona isso”, comenta.
Sérgio explica que uma decisão judicial no Paraná proíbe o Instituto Água e Terra (IAT) e o Ibama de analisarem o CAR e suspenderem multas ambientais.
“Mas pera aí, as multas podem ter sido abusivas e além da proporcionalidade. Sem CAR você não planta, você não comercializa, você não vai no banco. Veja que tragédia isso. Nós conseguimos no Tribunal Regional Federal, uma suspensão dessa decisão”, pontua o deputado.
Plano Safra 2025/26 e políticas do governo
Sérgio também comenta sobre o Plano Safra 2025/26. Ele explica que o Produto Interno Bruto (PIB) gira em torno de R$ 3 trilhões. Diante disso, é preciso de um financiamento de R$ 1,1 trilhão para financiar o agro.
“No último Plano Safra, o governo colocou R$ 16 bilhões para a equalização de juros. Isso representa pouco mais de 1% do que o agro precisa. E ainda dizem que estão apoiando o campo”, critica.
Para ele, o ideal, considerando a taxa Selic em quase 15%, seria que o governo disponibilizasse pelo menos R$ 25 bilhões, o que permitiria alavancar R$ 600 bilhões em crédito.
“Não quer dizer que o governo vai colocar R$ 600 bilhões. Quando falamos do Plano Safra, acham que todo o valor é vindo do governo e não é isso, o dinheiro do governo é um percentual. O ideal para o Plano Safra deste ano, do governo, seria de R$ 25 bilhões”, diz.
Na opinião de Sérgio, o Plano Safra 2025/26, deve ser igual, ou menor, que do ano passado.
Descontrole fiscal e “modo eleição”
Sérgio Souza também faz críticas contundentes à gestão econômica do governo federal. Segundo ele, mesmo com uma arrecadação recorde de R$ 320 bilhões a mais em 2024 do que em 2023, o governo não conseguiu evitar o déficit e precisou aumentar a carga tributária.
Ele também lembra que, enquanto o produtor rural vende soja e milho pela metade do preço de 2021, os custos subiram com o aumento da taxa Selic, do diesel e dos insumos.
“A inflação dos alimentos não é culpa do produtor. É o caminho disso, o aumento no preço dos combustíveis, a carga tributária, carga de impostos, o custo dos juros. Foi isso que encareceu, a culpa dessa inflação é das políticas do governo”, ressalta Sérgio.
Licenciamento ambiental: “Brasil não pode esperar”
Sérgio defende a urgente aprovação do novo marco legal do licenciamento ambiental, travado no Congresso há mais de duas décadas.
Segundo ele, o texto aprovado pela Câmara foi alterado pelo Senado e agora retorna limitado para nova análise dos deputados.
“É inadmissível que, em pleno 2025, o Brasil ainda não tenha uma lei clara de licenciamento. Ficar refém de resoluções do Conama é estar à mercê da insegurança jurídica. Precisamos destravar investimentos e dar previsibilidade ao empreendedor”, afirmou.
Ele defende que empreendimentos de baixo impacto, como uma padaria ou uma suinocultura, não podem ficar dois anos esperando um licenciamento. “Você constrói, segue as regras, e depois o Estado fiscaliza. Se estiver fora da norma, fecha. Simples assim.”
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Cuiabá será centro de Congresso Internacional voltado para gestão de incêndios

Cuiabá sediará a primeira edição do ForestFire – Congresso Internacional de Gestão de Incêndios Florestais, realizado pelo o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) e reunirá especialistas de dez países para participar dos debates.
O encontro é uma oportunidade para pesquisadores, produtores rurais, bombeiros, brigadistas e especialistas compartilharem ações futuras de gestão de incêndios florestais em conjunto com a proteção de vidas, do ecossistema e preservação do planeta.
Conforme o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, Cel. Glêdson Vieira, para o Estúdio Rural deste sábado, o planeta inteiro tem sofrido com incêndios florestais.
Segundo o coronel, em 2024, mais de 600 municípios do Brasil declararam situação de emergência pelo avanço do fogo em áreas verdes.
“Em Mato Grosso, todos os anos se instala uma condição atmosférica de seca severa que causa situações propícias para que grandes incêndios ocorram. Em 2020, houve um grande incêndio no Pantanal e a imprensa internacional fez uma associação disso com os produtores rurais, como se uma coisa fosse a causa da outra e a gente sabe que os produtores apoiam o enfrentamento de incêndios”, explica.
O comandante explica que foi necessário entender como outros países estavam lidando com essas mudanças na forma de ocorrências florestais.
“A ideia é entender como outros países lidam com essas ocorrências e ver o que podemos adaptar para o nosso país. E queremos mostrar como Mato Grosso se preocupa com o meio ambiente e como o produtor também está aliado a isso. Nós queremos mostrar pro mundo o nosso trabalho”, pontua.
Participação essencial de produtores rurais
Em 2024 foi realizado um diagnóstico para mapear e classificar os territórios atingidos por incêndios no estado.
Os números mostram que os produtores rurais, na realidade, são os grandes aliados na prevenção aos incêndios florestais. Menos de um foco de calor foi registrado em 100km² de área privada regularizada no estado.
“Quando a gente vai a campo, encontramos um produtor rural com caminhão pipa, maquinários e eles participam do combate de fogos que nem estão na área deles. Eu pedi para esse levantamento ser feito para entender isso”, ressalta Glêdson.
Ele também comenta sobre o Sistema Integrado de Cadastro de Recursos para Apoio aos Incêndios Florestais (Sicraif), um novo sistema para que produtores rurais, prefeituras, instituições e demais parceiros possam registrar os meios que possuem para combater incêndios florestais, como máquinas, equipamentos e equipes.
“Então se nasce um foco de calor eu consigo detectar via satélite e ligar para o produtor mais próximo, o gerente de fazenda mais próximo para ele ir até lá e esperar minha equipe chegar. É um trabalho feito em conjunto e de forma mais rápida e eficiente. Isso aconteceu no Pantanal ano passado, 88% dos eventos de fogo que aconteceram, o Corpo de Bombeiros extinguiu quase que imediatamente. Só 12% dos dos eventos de fogo que lá aconteceram, viraram grandes incêndios”, ressalta o comandante.
R$ 125 milhões para combate aos incêndios
Para este ano, o Corpo de Bombeiros criou uma sala de situação de atenção exclusiva para o Pantanal. Com esse recurso é possível entender como os incêndios acontecem no estado, especialmente, para cuidar e monitorar o Pantanal.
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Gripe Aviária: casos suspeitos em humanos em Mato Grosso testam negativo

Os dois casos suspeitos de gripe aviária em humanos registrados em Campinápolis, Mato Grosso, testaram negativo após análises laboratoriais. Em nota, o Ministério da Saúde reforça que, até o momento, não há nenhum caso confirmado da doença em humanos no Brasil.
Os pacientes, que apresentavam sintomas gripais e haviam tido contato direto e/ou indireto com aves infectadas, estavam sendo tratados com fosfato de oseltamivir e seguiam em monitoramento. Outras 10 pessoas que também tiveram contato direto e/ou indireto com as aves seguem sendo acompanhadas pelas autoridades sanitárias.
O risco de infecção em humanos permanece considerado baixo, de acordo com o Ministério da Saúde, e está restrito ao contato direto com aves doentes ou ambientes contaminados. Não há registro em todo o mundo de transmissão da doença de uma pessoa para outra.
O consumo de carne de frango ou ovos não representa qualquer perigo à saúde pública.
Para prevenir possíveis surtos, o Ministério da Saúde lançou, ainda em dezembro de 2024, o Plano de Contingência Nacional do Setor Saúde para Influenza Aviária. O documento estabelece diretrizes para ações coordenadas de vigilância epidemiológica, diagnóstico laboratorial, assistência médica e comunicação com a população.
A pasta também elaborou o Guia de Vigilância da Influenza Aviária em Humanos, que detalha os critérios para definição de casos suspeitos, manejo clínico e protocolos laboratoriais. As autoridades reforçam que a medida mais eficaz de prevenção continua sendo evitar o contato com aves mortas ou com sinais de doença.
Casos em aves monitorados
Nesta quinta-feira (12), segundo informações do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), foi descartada suspeita de gripe aviária em uma galinha doméstica em Cuiabá.
No momento, uma suspeita da doença em galinha doméstica no município de Tesouro segue em monitoramento aguardando o resultado laboratorial por parte do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa).
O estado teve a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em ave doméstica para subsistência no último dia 8 de junho em Campinápolis, como relatado pelo Canal Rural Mato Grosso.
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‘A medida não soluciona o problema fiscal do país’, diz Aprosoja-MT sobre mudança na tributação

A Medida Provisória nº 1.303/2025 editada pelo governo federal no último dia 11, que trata sobre mudanças na tributação, é vista como “um ataque direto ao sistema de financiamento do setor agropecuário”, que pode prejudicar, principalmente, “os pequenos e médios produtores, que mais dependem do crédito rural para custear suas safras”.
A pontuação é da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) em nota divulgada nesta quinta-feira (12).
A MP retira a isenção de Imposto de Renda das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e dos Fiagros, a partir de 1º de janeiro de 2026. Além disso, outras aplicações já tributadas passarão a ter uma nova alíquota e a previdência privada VGBL (Vida Geral de Benefício Livre) novas regras.
A medida proposta pelo governo do presidente Lula visa compensar parte dos recursos do pacote anteriormente proposto e que aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A Medida Provisória ainda está sujeita à aprovação do Congresso Nacional e vem causando preocupação ao setor produtivo, uma vez que, conforme a Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep), hoje as LCAs respondem por cerca de 43% dos recursos do crédito rural no Brasil.
Em nota, o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, frisa que “a nova taxação reduz a atratividade desses títulos para investidores, diminui o volume de recursos disponíveis no mercado e encarece os financiamentos, penalizando quem produz alimento para o Brasil e o mundo”.
O presidente da entidade mato-grossense salienta que “a medida não soluciona o problema fiscal do país e, em contrapartida, fragiliza o motor da economia nacional”.
“No médio e longo prazo, a medida compromete a oferta interna de alimentos, agrava a insegurança alimentar, prejudica o controle da inflação e desestrutura cadeias logísticas e industriais que dependem do agro. Trata-se de um efeito dominó que começa com o produtor e termina no bolso da população”.
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