Sustentabilidade
Padrão climático Neutro segue atuando no Oceano Pacífico Equatorial – MAIS SOJA

Condições meteorológicas ocorridas em abril de 2025 no estado do Rio Grande do Sul (RS)
Durante o mês de abril, acumulados superiores aos 120 mm ocorreram em parte do Oeste, do Norte e do Nordeste e na Zona Sul. Na maior parte das demais regiões, os acumulados variaram entre 80 e 120 mm (Figura 1A). As anomalias de precipitação foram negativas na maioria das regiões. As exceções foram a Zona Sul e o Nordeste do Estado (Figura 1B).
Em abril, as chuvas concentraram-se na primeira quinzena. Inclusive, em Quaraí e Santa Vitória do Palmar foram registrados 100 mm em apenas um dia. Já as temperaturas tiveram maiores oscilações em relação à Normal Climatológica (NC), com leve tendência de decréscimo nas temperaturas mínimas (Figura 2). A anomalia mensal da temperatura média do ar ficou negativa no Oeste e no Nordeste do Estado. Nas demais regiões, manteve-se dentro dos valores da NC.

Situação atual do fenômeno ENOS (El Niño – Oscilação Sul) e perspectivas
Na atualização de 08 de maio de 2025, a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) manteve as condições Neutras do ENOS (El Niño-Oscilação Sul), para o sistema acoplado oceano-atmosfera. A anomalia mensal da temperatura da superfície do mar, na região Niño3.4, foi de -0,2°C em abril, dentro da faixa da Neutralidade. Na região do Niño1+2, reduziu para +0,6 °C (Figura 3). A anomalia trimestral, referente a Fev-Mar-Abr/2025, foi de -0,2°C também dentro da faixa de Neutralidade.
Chama-se a atenção para a grande extensão de áreas com anomalias positivas da temperatura da superfície do mar na maioria dos oceanos globais. Este padrão vem se mantendo desde 2023, influenciando o clima global e, inclusive, dificultando os prognósticos de El Niño e La Niña.

Segundo a previsão da NOAA, a Neutralidade deverá atuar no trimestre Jun-Jul-Ago/2025, com 73% de probabilidade. Na atualização deste mês, a probabilidade de Neutralidade até diminui, nos trimestres Out-Nov-Dez/2025, para 43%, mas volta a subir nos trimestres seguintes, chegando a 53% no trimestre Jan-Fev-Mar/2026. Ainda se está na barreira da previsibilidade e, diante destas incertezas, é importante esperar os prognósticos de junho e julho, para ver se haverá alguma definição para a próxima safra e, assim, tomar as melhores decisões. De qualquer forma, ao menos até o início da primavera de 2025, a atmosfera deverá se manter em Neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial.
O bolsão de águas subsuperficiais com anomalias negativas de temperatura sumiu de abril em diante, seguindo um padrão de Neutralidade (Figura 4), que se estende também pelo Oceano Pacífico Equatorial. Assim, o padrão Neutro do ENOS se manterá por mais alguns meses.

Previsão de precipitação no trimestre junho, julho e agosto de 2025 no RS
Para esse trimestre, a previsão de consenso do IRI (International Research Institute for Climate Society) prevê chuvas dentro do padrão normal no RS. Já o modelo CFSv2 (Climate Forecast System), da NOAA, prevê precipitações abaixo da NC em junho, julho e agosto. Por sua vez, a previsão do modelo do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) é de que as precipitações fiquem acima da NC em boa parte do RS e, dentro da NC, na Campanha, na Zona Sul e na faixa Leste, em junho. Em julho, a previsão é de que as chuvas fiquem acima da NC na Fronteira Oeste, na Campanha e na Zona Sul, e tendência de ficar abaixo da NC na região metropolitana e litoral Norte. Já em agosto, a previsão é de que as chuvas voltem a ficar acima da média em boa parte do Estado, com exceção da Zona Sul, onde devem ficar dentro da NC (Figura 5).

A verdade é que, diante do padrão climático Neutro, fica mais difícil dos modelos serem assertivos quanto a precipitação, e é comum haver diferenças nos prognósticos, como descrito acima. Na Neutralidade pode acontecer de haver ‘misturas’ de padrões, do El Niño e da La Niña, tanto em relação às temperaturas, quantos às precipitações.
Diferentemente de abril, o mês de maio tem sido chuvoso, inclusive com episódios de chuva intensa e, se o prognóstico do INMET se confirmar, as próprias pastagens/coberturas de outono/inverno poderão ter problemas de desenvolvimento, assim como a preparação das áreas para as culturas de primavera-verão na safra 2025/26.
Para melhores tomadas de decisão de manejo de suas lavouras, é importante que se faça o acompanhamento da previsão do tempo de sete a 15 dias, visando maior eficiência na execução das atividades programadas.
Fonte: IRGA
Sustentabilidade
Negociações do algodão começam ativas em maio, mas perdem fôlego na segunda quinzena – MAIS SOJA

Em maio, as negociações de algodão no Brasil ocorreram, inicialmente, com mais interesse e, a partir da segunda quinzena, o ritmo foi diminuindo. A demanda no mercado disponível foi tímida, com negócios pontuais para entregas em até 30 dias. Ainda assim, houve algumas operações voltadas para a safra de 2026, informou a Safras Consultoria.
No Sudeste, indústrias chegaram a pagar até R$ 4,35 por libra-peso pelo algodão, posto no CIF em São Paulo. Esse valor se manteve estável em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período de abril, subiu 1,16%, quando o preço estava em R$ 4,30 por libra-peso.
Em Rondonópolis, no Mato Grosso, a pluma ficou negociada a R$ 4,20 por libra-peso, o que equivale a R$ 139,05 por arroba. Na quinta-feira, 22, os preços permaneceram nesse patamar. No entanto, no mês anterior, a pluma era comercializada a cerca de R$ 4,12 por libra-peso, ou R$ 136,08 por arroba — uma valorização de R$ 2,97 por arroba no período.
Paridade de exportações em MT – Imea
Na última semana, a paridade de exportação do contrato de julho/25 em Mato Grosso exibiu aumento de 0,26% em relação à semana anterior, ficando cotada a R$ 120,86/arroba. Apesar dessa valorização, a falta de fundamentos altistas para o preço da pluma do contrato de julho/25 na bolsa de Nova York, aliada à movimentação mais contida do dólar, pressionaram o preço da paridade na análise de longo prazo.
Para se ter uma ideia, a expectativa de estoques finais elevados para a safra 25/26 mundial, divulgada no dia 12/05 pelo USDA, contribuiu para uma maior pressão nos preços após a divulgação. Desse modo, a média mensal das cotações em maio/25 (até 23/05) recuou 3,78% ante o mesmo período de abril/25.
Por fim, a curto prazo, não há fatores que indiquem valorizações expressivas para as cotações da pluma, o que tende a limitar as valorizações no preço da paridade, mantendo um movimento mais lateralizado. As informações partem do Imea.
Exportações brasileiras – Secex
As exportações brasileiras de algodão somaram 157,737 mil toneladas em maio (16 dias úteis), com média diária de 9.858 toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 253,854 milhões, com média de US$ 15,865 milhões. As informações são do Ministério da Economia.
Em relação à igual período do ano anterior, houve um recuo de 9,8% no volume diário exportado (10,925 mil toneladas diárias em maio de 2024). Já a receita diária teve queda de 25,7% (US$ 21,354 milhões diários em maio de 2024).
Fonte: Sara Lane – Safras News
Sustentabilidade
Mercado brasileiro de trigo muda de rumo e estabiliza após forte queda no início de maio – MAIS SOJA

Após um período de recuperação nos preços, o mercado brasileiro de trigo inverteu a tendência na virada de abril para maio. A queda no custo de importação que foi impulsionada pela desvalorização do dólar e pela baixa nas cotações internacionais, especialmente em Chicago e na Argentina, trouxe um viés baixista.
Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Elcio Bento, com o arrefecimento da demanda por soja e milho, muitos produtores optaram por antecipar a venda do trigo, aumentando a oferta em um cenário já pressionado, o que acentuou as quedas nos preços na primeira metade do mês.
Na segunda quinzena, no entanto, o movimento de baixa perdeu força. “Os preços passaram a mostrar sinais de estabilização, com os produtores menos dispostos a negociar abaixo dos atuais patamares. A percepção é de que ainda há um intervalo considerável até a entrada da próxima safra, o que estimula a espera por melhores oportunidades de venda”, apontou o analista.
Do lado comprador, conforme Bento, o mercado segue cauteloso, apostando que a pressão vinda do cenário internacional deve continuar. “Com isso, os preços encerraram maio em queda na comparação com abril, mas com uma clara sinalização de interrupção da tendência de baixa”, relatou.
Emater
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) ampliou, a partir de 21 de maio, as áreas aptas à semeadura do trigo no Rio Grande do Sul. Isso impulsionou as atividades de plantio e aumentou o número de propriedades envolvidas. No entanto, as chuvas registradas desde 24 de maio interromperam temporariamente os trabalhos, que serão retomados conforme as condições de umidade do solo se tornem adequadas. As informações são do relatório semanal da Emater-RS desta quinta-feira (29).
Apesar do avanço no plantio, ainda há incertezas quanto à área a ser cultivada, influenciadas pela frustração da última safra de soja e descapitalização dos produtores. Os custos de financiamento e do seguro agrícola (Proagro e modalidades privadas) também são considerados elevados, o que limita o acesso ao crédito.
Na safra de 2024, a área cultivada no RS foi de 1.331.013 hectares, com produtividade de 2.781 kg/ha, segundo o IBGE. A Emater/RS-Ascar realiza neste momento o levantamento de intenção de plantio para a safra 2025, com apresentação prevista para as próximas semanas.
Argentina
A Bolsa de Buenos Aires informou que o plantio do trigo avançou para 10,5% da área projetada na Argentina. A semeadura é estimada em 6,7 milhões de hectares para a safra 2025/26.
Os trabalhos se concentraram principalmente no norte e centro-oeste da área agrícola, com destaque para o centro-norte de Córdoba, que apresenta um avanço superior a 10 pontos percentuais em relação à média das últimas cinco safras e ao ciclo anterior.
Nas demais regiões, o plantio tem sido atrasado pela continuidade das chuvas, especialmente no Núcleo Sul, Centro de Buenos Aires e na Cuenca del Salado. Caso o cenário atual persista, há risco de comprometimento nos planos de semeadura nessas áreas.
Fonte: Ritiele Rodrigues–Safras News
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Único sobrevivente de grupo resgatado nas queimadas, filhote de tamanduá se prepara para voltar à natureza em MT | MT

Bandeirinha, um filhote de tamanduá-bandeira, é o único sobrevivente entre oito animais resgatados durante as queimadas que atingiram o estado.
Bandeirinha, um filhote de tamanduá-bandeira, é o único sobrevivente entre oito animais resgatados durante as queimadas que atingiram Mato Grosso em setembro de 2024, está pronto para ser reintroduzido à natureza. Agora com 10 meses, o animal está em fase de aclimatação na unidade da Ampara Silvestre, localizada na Transpantaneira, onde desenvolve seus instintos naturais antes de voltar à vida selvagem.
Resgatado com cerca de dois meses de idade, Bandeirinha foi levado em estado crítico ao Hospital Veterinário (Hovet) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com queimaduras de terceiro grau nas quatro patas, desidratação extrema e anemia severa, ele necessitou de cuidados intensivos logo na chegada.
Segundo a médica veterinária Danielle Ferreira, responsável pelo tratamento, o estado do animal era grave. Ele teve as camadas de tecidos e pele destruídas, sendo necessário a troca de curativos por 42 dias para garantir a limpeza adequada aliada ao uso de pomadas para queimaduras.
Nos primeiros dias, o quadro clínico se agravou com sinais de choque séptico. “Foi necessário o uso de antibióticos potentes, porque a infecção era causada por uma bactéria multirresistente. Também aplicamos soro glicosado e vasopressores em infusão contínua, já que ele não conseguia manter funções fisiológicas básicas. Chegou a ficar alguns dias em estado semicomatoso”, explicou a veterinária.
Ao longo da recuperação, Bandeirinha enfrentou outras complicações, incluindo uma infecção óssea relacionada ao uso de acesso intraósseo e um quadro de pneumonia, condição comum em animais expostos à fumaça intensa. Além dos desafios clínicos, o vínculo afetivo com a veterinária também exigiu atenção especial.
“Ele só aceitava se alimentar comigo. Como filhote órfão, acabou ‘imprintando’ em mim, o que nos obrigou a manter a alimentação sempre sob o meu manejo. Isso é comum em tamanduás, que permanecem agarrados à mãe durante o início da vida”, contou Danielle.
Com o tempo, o filhote foi introduzido a uma dieta natural, com formigas e cupins, e aprendeu a procurar alimento por conta própria, revirando cupinzeiros. Passou então por um processo de dessensibilização com humanos, sendo transferido para um recinto isolado. No último mês, Bandeirinha começou a demonstrar comportamentos ariscos e até agressivos com pessoas, sinais de que está pronto para o retorno à natureza.
No entanto, caso não consiga se adaptar, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) poderá transferi-lo para um empreendimento de fauna, como um zoológico ou centro de conservação. Classificado como espécie “Vulnerável”, Bandeirinha, saudável e com potencial reprodutivo, representa uma esperança para a conservação da espécie.
O papel do Hovet na conservação da fauna
A atuação do Hospital Veterinária preenche uma lacuna importante no estado. Thais Oliveira Morgado, médica veterinária e chefe do Setor de Animais Silvestres, explica que os atendimentos são feitos em parceria com a Sema, Polícia Militar Ambiental e a comunidade. “Recebemos principalmente animais vítimas de atropelamentos, queimadas ou filhotes órfãos. Também oferecemos atendimento à pets não convencionais mediante agendamento”, afirmou.
A responsável ainda destacou que a ausência de um Centro de Triagem de Animais Silvestres no estado torna o papel da UFMT ainda mais essencial, uma vez que o estado é cercado por três biomas.
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