Sustentabilidade
Região de Frederico Westphalen (RS) reduz plantio de trigo em quase 15% em 2025 – MAIS SOJA

A expectativa de área para o cultivo do trigo é de 131,350 mil hectares, na região de Frederico Westphalen, no noroeste do Rio Grande do Sul. Caso se consolide, irá representar uma redução de 14,8% em relação à safra passada.
Em entrevista exclusiva à Safras News, o engenheiro agrônomo do escritório regional da Emater/RS-Ascar, Felipe Lorensini, relatou que até o momento, estima-se que entre 5% e 8% da área já esteja semeada, mesmo antes da abertura oficial do zoneamento, prevista para o início de junho.
“A tendência de antecipação da semeadura tem se intensificado nos últimos anos, principalmente para permitir a implantação mais cedo da soja nas mesmas áreas”, explicou.
De acordo com Lorensini, embora essa prática ofereça vantagens no planejamento da safra seguinte, aumenta o risco de geada, especialmente na fase crítica de desenvolvimento do trigo.
“Ainda assim, muitos produtores preferem correr esse risco para garantir uma melhor janela para a soja”, destacou.
Clima e outras culturas
As condições climáticas atuais são consideradas favoráveis, com chuvas bem distribuídas nos últimos dias, o que tem beneficiado o desenvolvimento da aveia e da canola. Essas culturas já possuem grande parte da área semeada. Com o zoneamento do trigo se abrindo oficialmente em breve, a expectativa é de aceleração no plantio ao longo das próximas semanas.
Fonte: Ritiele Rodrigues / Safras News
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Sustentabilidade
Projeto quer expandir bioinsumos brasileiros no mercado global

O mercado global de bioinsumos era estimado entre US$ 13 e 15 bilhões em 2023. Agora, novas projeções mostram que pode alcançar a cifra de US$ 45 bilhões até 2032.
Para fortalecer a presença das empresas brasileiras do setor no mercado internacional, foi lançado nesta terça-feira (27), em Brasília, o Projeto Bioinsumos do Brasil, parceria entre Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e CropLife Brasil.
A expansão pelo globo já tem tudo resultado em solo nacional. Segundo levantamento da CropLife Brasil, em parceria com a Blink, a taxa média de adoção dos produtos com matéria-prima natural no país subiu de 23% para 26% da área plantada.
Assim, o setor mantém um ritmo de crescimento acelerado, com uma média anual de 22% nos últimos três anos, desempenho quatro vezes superior à média global.
O diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, destacou a liderança do país na produção da tecnologia. “O Brasil é uma das agriculturas mais competitivas do mundo e a maior agricultura tropical. Nesse contexto, temos um imenso potencial de exportar bioinsumos produzidos aqui, com 90% da matéria-prima nacional”, afirma.
Segundo ele, de mil produtos, metade foram registrados nos últimos três anos. “Então é um momento decisivo para dar início a esse projeto. A estimativa é que na próxima década o Brasil represente um terço dos bioinsumos do planeta e nós vamos levar os benefícios que o país tem com esse produto para o mundo.”
Avanço dos bioinsumos
Na última safra, o mercado de proteção de cultivos, tanto de biológicos como de químicos, cresceu 7%. O segmento de bioinsumos avançou mais de 35%, consolidando-se como uma das tecnologias de maior expansão no agronegócio brasileiro.
Para Leão, a expansão do mercado brasileiro é sustentada por três pilares fundamentais: qualidade técnica dos produtos, competitividade econômica e aderência crescente às práticas de produção de baixo impacto ambiental exigidas tanto no mercado interno quanto no mercado internacional.
O secretário de Descarbonização e Economia Verde do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Rodrigo Rollemberg, destacou a oportunidade para o setor.
“É um projeto importante para falar ao público externo sobre o que é a agricultura brasileira de verdade, que tem a legislação ambiental mais avançada do mundo, que tem tecnologia e agora tem bioinsumos, com os quais podemos inverter a lógica de dependência de insumos, com redução de custos e sustentabilidade. É uma grande oportunidade de mudar a imagem da nossa agricultura na COP este ano no Brasil,” apontou Rollemberg.
Produto tipo exportação
O Brasil conta hoje com mais de 170 empresas produtoras de bioinsumos, responsáveis por um portfólio que já ultrapassa mil produtos registrados, consolidando o país como um polo de excelência no desenvolvimento de soluções agrícolas sustentáveis aplicadas à agricultura tropical.
Segundo os organizadores, o projeto contempla uma série de ações, como participação em feiras internacionais, realização de rodadas de negócios, missões comerciais, promoção institucional e estudos de mercado. O primeiro passo é o desenvolvimento da marca institucional do projeto.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou o gesto histórico que inaugurou o projeto. “Uma parceria entre governo e indústria que sempre foi profícua e no caso dos bioinsumos tem tudo para crescer. É um momento oportuno o qual discutimos eventos climáticos e essa é uma pauta que tem a ver com o nosso ambiente. A busca por bioinsumos sempre esteve presente no nosso país e essa conexão com a natureza é fundamental. A agricultura do Brasil está fadada a encarar esses desafios e iniciativas como essas precisam florescer,” afirmou Viana.
A estratégia do projeto prevê atuação prioritária nos mercados dos países vizinhos produtores agrícolas na América Latina, além de Estados Unidos e Europa.
Sustentabilidade
Controle da giberela em trigo – MAIS SOJA

A giberela (Gibberella zeae/Fusarium graminearum), é uma das principais e mais preocupantes doenças que acometem a cultura do trigo. Os danos em função da incidência da giberela podem variar de acordo com a suscetibilidade da cultivar e intensidade da infecção, podendo chegar a perdas de produtividade de até 50% em condições mais severas (Santana et al., 2016). Além das perdas de produtividade, a giberela afeta a qualidade dos grãos, resultando em grãos mal formados, com acúmulo de micotoxinas.
Figura 1. Plantas de trigo com sintomas de giberela.
Figura 2. Grãos de trigo afetados pela giberela.

Levando em consideração o impacto da giberela no trigo, o manejo e controle eficiente dessa doença é crucial para a manutenção do potencial produtivo da cultura, e da qualidade dos grãos e/ou sementes produzidas. Sobretudo, alguns critérios devem ser levados em consideração para um manejo eficiente da giberela em trigo, tais como condições favoráveis ao desenvolvimento da doença e o período de pré-disposição da planta ao fungo.
Condições favoráveis
O desenvolvimento da giberela é favorecido por condições de elevada umidade e temperaturas amenas. Para que ocorra a infecção, é necessário a ocorrência de precipitações durante 38 a 72h, presença de inóculo no período de suscetibilidade da planta e temperatura . A faixa ideal de temperatura para a infecção está entre 20 e 25°C (Santana, 2012).
Qual o período de suscetibilidade da planta?
De acordo com Del Ponte et al. (2004), a extrusão das anteras é o período mais suscetível do trigo ao desenvolvimento da giberela, essa é a fase mais sensível da cultura a infecção do patógeno, e portanto a fase de maior cautela para o manejo da doença.
Figura 3. Extrusão das anteras do trigo, período mais suscetível a ocorrência de giberela.

Quando controlar ?
A tomada de decisão para a aplicação de fungicidas deve levar em consideração as condições climáticas, ambientais e o período de predisposição do trigo a doença. Segundo Cunha & Caierão (2023), esse período estende-se do início da floração (presença de anteras soltas e presas) até estádio de grão leitoso (presença de anteras presas), ou seja, do estádio 60 ao 75 de Zadoks et al. (1974).
O período de predisposição do trigo a giberela, compreendido a partir da extrusão das anteras é considerado o período mais sensível do trigo a doença. Considerando que esse é o período do pico de suscetibilidade do trigo à giberela, esse é o momento ideal para práticas de controle da doença.
Recomendações de manejo
De acordo com Almeida et al. (2024), a primeira aplicação de fungicidas para o manejo da giberela deve ocorrer quando houver, durante o período de predisposição, ambiente favorável à infecção. Nesse sentido, a aplicação deve ser feita antes da ocorrência de chuvas previstas no período de predisposição. Quando ocorrer a chuva, as espigas já devem estar protegidas.
Já pensando em uma segunda aplicação, deve-se considerar um período de proteção das espigas de, no máximo, 7 dias. Portanto, se houver nova previsão de chuvas durante o período de suscetibilidade, reaplicar. Para pulverização, deve-se utilizar pontas cujos jatos direcionem a calda para as laterais das espigas (exemplos: duplo-leque e Defy 3D), e para o alvo da deposição (Almeida et al., 2024).
Fungicidas para o controle da giberela
Os fungicidas registrados para o controle químico da giberela em trigo estão apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Fungicidas indicados para o controle da giberela (Fusarium graminearum) em trigo.

Resultados dos ensaios realizados pela Embrapa na safra 2023 demonstram que, realizando três aplicações sequenciais dos fungicidas nos períodos da floração e de enchimento de grãos, sendo a primeira no início da floração (25% a 50%), e as demais em intervalos de 7 a 12 dias; a utilização de fungicidas à base de metominostrobina + tebuconazol e tiofanato-metílico (T6 – Fusão + Cercobin), com três aplicações sequenciais, demonstrou ser um dos tratamentos mais eficientes para o controle da giberela em trigo, contudo, todos os tratamentos com fungicidas apresentaram severidade inferior ao controle negativo.
Tabela 2. Médias, agrupamento, intervalos de confiança e eficiência de controle para incidência de giberela em trigo, estimados para diferentes tratamentos fungicidas. Dados sumarizados dos 11 ensaios da Rede de Ensaios Cooperativos de Trigo para controle de giberela, safra 2023.

Vale destacar que, visando um controle efetivo da giberela no trigo e o manejo da resistência do fungo a fungicidas, é essencial rotacionar os princípios ativos dos produtos no programa de fungicidas. Além do adequado posicionamento dos fungicidas, pensando em um manejo eficiente da giberela, deve-se atentar para as condições climáticas e o período de pré-disposição do trigo a infecção, sendo portanto, fundamental realizar o monitoramento periódico das lavouras.
Veja mais: Até quando podemos aplicar 2,4-D na pós-emergência no trigo?
Referências:
ALMEIDA, J. L. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRAS 2024 & 2025. Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, 2024. Disponível em: < https://static.conferenceplay.com.br/conteudo/arquivo/infotecnitrigotriticalesafras20242025livrodigitalfinal-1721832775.pdf >, acesso em: 27/05/2025.
CUNHA, G. R.; CAIERÃO, E. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRA 2023. Embrapa, 2023. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1153536/1/InformacoesTecnicasTrigoTriticale-Safra2023.pdf >, acesso em: 27/05/2025.
DEL PONTE, E. M. et al. GIBERELA DO TRIGO – ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E MODELOS DE PREVISÃO. Fitopatol. bras. 29(6), 2004. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/fb/a/WHmhpn6NbZJDn49RvBqjQ7D/abstract/?lang=pt >, acesso em: 27/05/2025.
FERREIRA, A. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE GIBERELA DO TRIGO: REDE DE ENSAIOS COOPERATIVOS, SAFRA 2023. Embrapa Trigo, Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n. 116, 2024. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1166408/1/BPD-116-online.pdf >, acesso em: 27/05/2025.
SANTANA, F. M. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE Gibberella zeae EM TRIGO: RESULTADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS – SAFRA 2013. Embrapa, 2016. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/151662/1/ID43846-2016CTO362.pdf >, acesso em: 27/05/2025.
SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108, 2012. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/990828/manual-de-identificacao-de-doencas-de-trigo >, acesso em: 27/05/2025.
Foto de capa: Diogo Zanata
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Sustentabilidade
MIlho fecha em queda em Chicago, seguindo dólar forte e fraca demanda dos EUA – MAIS SOJA

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou a sessão de hoje com baixa nos preços. O mercado foi pressionado pelos sinais de demanda lenta para o cereal norte-americano e pela força do dólar frente a outras moedas correntes. A expectativa de uma safra cheia no país e na América do Sul completou o quadro negativo.
As inspeções de exportação norte-americana de milho chegaram a 1.396.206 toneladas na semana encerrada no dia 22 de maio, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na semana anterior, haviam atingido 1.760.433 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado foi de 1.130.328 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1o de setembro, as inspeções somam 46.980.702 toneladas, contra 36.376.989 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.
Na sessão, os contratos com entrega em julho de 2025 fecharam com estabilidade, cotados a US$ 4,59 1/2 por bushel. Os contratos com entrega em dezembro de 2025 fecharam com recuo de 4,25 centavos, ou 0,94%, cotados a US$ 4,46 1/2 por bushel.
Autor/Fonte: Pedro Diniz Carneiro – [email protected] (Safras News)
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