Sustentabilidade
Programa Solo Vivo vai recuperar áreas degradadas e fortalecer a agricultura familiar em Mato Grosso – MAIS SOJA

Aliando ciência, tecnologia e compromisso com o desenvolvimento sustentável, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lança neste sábado (24), em Campo Verde (MT), o Programa Solo Vivo, em evento com a presenta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Mapa, Carlos Fávaro. A iniciativa é uma parceria com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do estado de Mato Grosso (Fetagri-MT), responsável pela gestão do projeto, e com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), que ficará a cargo dos estudos técnicos de análise e correção do solo. O investimento inicial é de R$ 42,8 milhões.
O ministro Fávaro ressaltou a robustez e a eficiência do programa Solo Vivo. “É uma iniciativa cuidadosamente planejada. Nosso objetivo é recuperar áreas degradadas, fortalecer a agricultura e aumentar a competitividade dos nossos produtos. Esse trabalho terá um impacto na vida de muitas pessoas”, afirmou o ministro.
Um exemplo da robustez está na gestão operacional do Programa, que garante a eficiência no campo. O consultor do Mapa César Pardini explica a parte operacional, a gestão técnica e o monitoramento do uso das máquinas e implementos agrícolas. “Todo o processo começa com as análises de solo feitas pelo IFMT. A partir dos resultados laboratoriais, identificamos as necessidades de cada propriedade e fazemos a aplicação dos insumos necessários, principalmente calcário e fosfato”.
Segundo Pardini, todo o trabalho de correção do solo é acompanhado em tempo real por meio de uma plataforma digital de gestão, chamada Operation Center, que permite monitorar a localização das máquinas, as atividades em andamento e o desempenho de cada operação no campo. “Isso garante total transparência e eficiência na execução das ações”, destaca.
Já Divino Martins, presidente da Fetagri-MT, explica que o Solo Vivo nasce da necessidade de oferecer aos agricultores familiares condições para melhorar a produtividade e a qualidade dos alimentos produzidos. “Nossos solos estão cansados, desgastados de tantos anos de uso sem o devido cuidado com a reposição de nutrientes. O projeto vem para corrigir isso, recuperar essas terras e permitir que os agricultores produzam com mais qualidade e segurança”, explica.
Divino destaca que, nesta primeira etapa, cerca de 800 a 1.000 famílias serão atendidas, em propriedades com média de 10 a 15 hectares cada, dentro dos assentamentos.
O projeto piloto em MT contempla ações em 10 municípios do estado: Alto Araguaia, Campo Verde, Poconé, Rosário Oeste, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia, Matupá, Juína, Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos. Inicialmente, as atividades começam pelos cinco primeiros: Campo Verde, Poconé, São José dos Quatro Marcos, São Félix do Araguaia e Juína.
IFMT lidera diagnóstico e análises dos solos
O Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) é responsável por realizar os estudos técnicos, análises laboratoriais e orientar as práticas de correção do solo.
Para o reitor do IFMT, Júlio César dos Santos, a parceria com o Mapa fortalece o papel da extensão tecnológica no atendimento às demandas sociais e econômicas do estado. “O IFMT tem recebido apoio do Ministério da Agricultura para desenvolver atividades de extensão que, de fato, façam diferença na vida das pessoas que precisam do serviço público no nosso estado. O Solo Vivo é um exemplo prático disso. Vai atuar diretamente no aumento da produtividade dos produtores dos assentamentos, gerando renda, emprego e ajudando a fixar o homem e a mulher no campo”, afirma.
O coordenador do projeto no IFMT, Marcos Valim, também reforça a importância da atuação do Instituto na iniciativa. “A participação do Instituto Federal de Mato Grosso no Projeto Solo Vivo é motivo de grande orgulho e reflete nosso compromisso em aplicar a ciência e a tecnologia para o desenvolvimento de Mato Grosso”, destaca.
Nesta primeira etapa, que Valim avalia como fundamental para o sucesso do programa, as equipes formadas por professores, técnicos e um número expressivo de 43 estudantes bolsistas, sendo 22 do Ensino Médio Integrado, estão empenhadas em realizar um diagnóstico detalhado e preciso da fertilidade dos solos nos assentamentos rurais do estado. “Para isso, mobilizamos a expertise presente em dez campi do IFMT, utilizando o inovador software SolIF e laboratórios que estão sendo estruturados com recursos do MAPA”, explica.
O coordenador frisa que este trabalho de coleta, análise e elaboração de laudos técnicos é a base para que o Ministério da Agricultura possa implementar as ações de correção e manejo do solo, fundamentais para transformar a realidade produtiva dos agricultores familiares.
“É o IFMT cumprindo sua missão, materializando o tripé da Educação Profissional e Tecnológica, com a extensão como linha de frente na transformação das realidades, indissociável da pesquisa que gera conhecimento e do ensino que forma cidadãos e profissionais qualificados”, finaliza.
Além do trabalho de campo e laboratório, o IFMT também desenvolveu um curso online gratuito, “Metodologia Solo Vivo: Da Coleta de Amostras à Análise de Solo”, que já conta com mais de 180 inscritos. O curso, além de ser obrigatório para os bolsistas, também democratiza o acesso às metodologias aplicadas no projeto, ampliando o alcance da iniciativa.
Outro diferencial do Solo Vivo é a formação de uma equipe altamente qualificada, composta por professores, pesquisadores e técnicos que atuam em grupos de pesquisa nas áreas de ciência do solo, sustentabilidade, sistemas agrícolas e geotecnologias. Essa estrutura técnica garante rigor científico e qualidade nos diagnósticos e nas recomendações.
O protagonismo estudantil também se destaca. Os estudantes estão envolvidos em todas as etapas do projeto, participando das coletas em campo, das análises em laboratório, do desenvolvimento de tecnologias e até da criação de soluções digitais, como o próprio SolIF, desenvolvido dentro do IFMT.
Sobre o Programa Solo Vivo
O Programa Solo Vivo tem como foco a recuperação de áreas degradadas destinadas à agricultura familiar em Mato Grosso. A iniciativa busca melhorar a qualidade dos solos, aumentar a produtividade das lavouras, fortalecer a geração de renda e promover a permanência das famílias no campo. O programa é uma parceria do Ministério da Agricultura e Pecuária com a Fetagri-MT e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), contemplando 10 assentamentos em diferentes regiões do estado.
Fonte: Mapa
Autor:Ministério da Agricultura e Pecuária
Site: MAPA
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Sustentabilidade
Dólar e Chicago em alta movimentam mercado brasileiro de soja e preços domésticos melhoram – MAIS SOJA

A semana foi marcada pela melhora nos preços domésticos e no ritmo dos negócios. O desempenho positivo do dólar e dos contratos futuros em Chicago fez com que os negociadores retornassem ao mercado.
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Rafael Silveira, houve momentos positivos que permitiram o fechamento de diversos negócios. “O produtor tem se mostrado mais ativo, aproveitando para abrir espaço nos armazéns visando o milho que vem pela frente. As negociações ocorreram tanto no porto quanto com a indústria, que segue com boa demanda por soja”, comenta.
Em várias regiões, avalia Silveira, os preços superam a paridade de exportação, sinal claro de compradores mais agressivos. “No oeste do Paraná, por exemplo, os valores praticados estão acima do esperado para o nível de paridade”, completa.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 129,50 para R$ 130,00 na semana. No mesmo período, a cotação avançou de R$ 129,00 para R$ 130,00. Em Rondonópolis (MT), o preço passou de R$ 114,50 para R$ 115,00. No Porto de Paranaguá, a saca aumentou de R$ 134,00 para R$ 134,50.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho tiveram valorização semanal de 0,9%, sendo cotados na manhã da sexta, 23, a US$ 10,59 1/2 por bushel. Preocupações com o clima na Argentina, incertezas sobre o mandato do biodiesel nos Estados Unidos e sinais de atraso no plantio norte-americano sustentaram os contratos.
O dólar comercial teve alta semanal de 0,79%, atingindo a casa de R$ 5,7132 na manhã da sexta. Dúvidas sobre a questão fiscal no Brasil e a ameaça de novas tarifas- dessa vez para a União Europeia – por parte de Donald Trump ajudaram a sustentar a moeda americana na relação com o dólar, dando competitividade ao produto brasileiro.
Fonte: Dylan Della Pasqua e Lessandro Carvalho / Safras News
Autor:Dylan Della Pasqua e Lessandro Carvalho / Safras News
Site: Safras & Mercado
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Sustentabilidade
Após revolução na soja, gramíneas são novo foco estratégico para os inoculantes biológicos – MAIS SOJA

Depois de transformar a cultura da soja no Brasil, os bioinsumos, em especial os inoculantes, voltam-se agora para um novo horizonte: as gramíneas, como milho, cana-de-açúcar, arroz, trigo e pastagens. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o país já conta com 37 inoculantes voltados a essas culturas, com eficiência média entre 25% e 30%, além de 40 patentes em desenvolvimento. A adoção desses bioinsumos nas gramíneas pode representar uma economia de até 5,1 bilhões de dólares ao país, além de evitar a emissão de cerca de 18,5 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano — reforçando o papel estratégico da agricultura biológica na construção de um agronegócio mais sustentável.
Entre os destaques está o uso de microrganismos como o Azospirillum, amplamente reconhecido por sua contribuição à fixação biológica de nitrogênio (FBN). Além desse microrganismo, outras soluções biológicas envolvem bactérias promotoras de crescimento e solubilizadoras de nutrientes, como as dos gêneros Bacillus e Pseudomonas. Já o fungo Trichoderma spp., embora tradicionalmente utilizado no controle biológico de pragas e doenças, também integra esse conjunto de tecnologias inovadoras voltadas ao aumento da eficiência agronômica de gramíneas.
Segundo o Plano Nacional de Fertilizantes 2050, diversificar o uso de bioinsumos em diferentes culturas é uma estratégia essencial em um cenário global de transição para práticas agrícolas mais sustentáveis, além de ser uma das maiores oportunidades para ampliar a FBN além da soja, reduzindo a dependência externa do Brasil em fertilizantes nitrogenados. Essas constatações estão reunidas no estudo “Bioinsumos como alternativa a fertilizantes químicos em gramíneas: uma análise sobre os aspectos de inovação do setor”, realizado pelo MAPA em parceria com entidades, como o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
De acordo com a ANPII Bio (Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos), que representa empresas com forte atuação no mercado de inoculantes, inclusive no desenvolvimento de soluções voltadas para gramíneas, o setor vem demonstrando crescimento expressivo. Ao ano, as empresas associadas comercializam mais de 40 milhões de doses de produtos baseados em microrganismos como o Azospirillum. Levantamento também mostra que, embora a soja ainda lidere o consumo de inoculantes, com 75% da participação, o milho já representa 16% do mercado, seguido pela cana com 4%. Ao considerar o uso de inoculantes em todas as culturas, as empresas associadas entregaram ao mercado, na última safra, 205,6 milhões de doses, com vendas que somaram R$ 527,5 milhões e expectativa de crescimento de 12,4% em 2025. A trajetória é sólida, com crescimento médio anual superior a 16% nos últimos anos. As tecnologias também vêm evoluindo rapidamente: em 2024, os produtos à base de Bradyrhizobium responderam por 57% das vendas (ou 77% em número de doses), mantendo a liderança. Já os inoculantes com Azospirillum e Pseudomonas representaram, respectivamente, 29% e 4% das vendas, refletindo o avanço na diversificação do uso de microrganismos no campo.
Diante desse cenário, o tema esteve no centro das discussões do evento Executive Dinner, promovido pela ANPII Bio no último mês, em Brasília. Na ocasião, estiveram reunidas autoridades do Executivo, parlamentares, representantes do MAPA e da ANVISA, entidades representativas do setor produtivo, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ABRAPA e APROSOJA, além de membros de embaixadas estrangeiras e lideranças da cadeia de bioinsumos. Durante seu discurso, Alessandro Cruvinel, diretor do Departamento de Apoio à Inovação Agropecuária do Ministério da Agricultura e ex-presidente do Conselho Estratégico do Programa Nacional de Bioinsumos, destacou a importância de expandir o uso de bioinsumos para culturas além da soja, com foco nas gramíneas. “Conseguimos zerar o uso de nitrogênio na soja com inoculantes. A pergunta agora é: isso pode acontecer com outras culturas?”, questionou.
Para Guilherme de Figueiredo, presidente da ANPII Bio, “zerar a adubação nitrogenada” significa substituir completamente o uso de fertilizantes químicos nitrogenados pelo uso de inoculantes biológicos, que promovem a fixação biológica do nitrogênio, nutrindo a planta de forma natural e eficiente. “Esse modelo, consolidado na soja, é um grande desafio tecnicamente falando para outras culturas. A meta agora é acelerar o desenvolvimento e a adoção dessas tecnologias”, afirmou.
Alinhada a esse objetivo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também tem contribuído ativamente para o avanço dos bioinsumos. Clênio Pilon, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da instituição, destacou, durante o evento, que a Embrapa desenvolveu ativos baseados em bactérias solubilizadoras de fósforo, além de microrganismos capazes de favorecer o desenvolvimento das plantas mesmo sob estresse hídrico. “Estamos comprometidos com a revolução biológica, que é a terceira grande onda da agricultura”, reforçou.
A chamada “Revolução dos Biológicos”, como apontada por Clênio, tem ganhado força em um momento em que o agronegócio busca soluções mais sustentáveis e eficientes. Nesse contexto, os impactos ambientais e econômicos da adoção de inoculantes vêm sendo cada vez mais evidenciados por especialistas. Segundo levantamento realizado pela ANPII Bio em parceria com a pesquisadora da Embrapa, Mariangela Hungria da Cunha, a fixação biológica do nitrogênio (FBN) na soja evita a emissão de cerca de 5,4 toneladas de CO₂ por hectare. Considerando os 44 milhões de hectares cultivados no país, isso representa 236 milhões de toneladas de CO₂ não emitidas. Com o avanço da tecnologia no milho, o Brasil pode alcançar a marca de 240 milhões de toneladas de emissões evitadas.
Além dos ganhos ambientais, os dados revelam também benefícios econômicos expressivos. A redução no uso de fertilizantes químicos por meio da FBN gera uma economia de 27,4 bilhões de dólares — sendo que, no caso do milho, a substituição de apenas 25% da adubação nitrogenada por inoculação pode reduzir o custo de produção em até R$ 119,19 por hectare, o que representa uma economia nacional superior a 0,5 bilhão de dólares.
Marco legal acelera o avanço dos bioinsumos — Aprovada em dezembro de 2024, a Lei dos Bioinsumos (Lei nº 15.070/2024), que regulamenta a produção e uso desses produtos no país, é essencial para que o Brasil acelere cada vez mais o desenvolvimento e registro dessas tecnologias, que englobam, além dos inoculantes, produtos como biofertilizantes, biodefensivos, reguladores biológicos de crescimento e outros produtos à base metabólitos de microrganismos — essenciais para uma agricultura mais sustentável e menos dependente de insumos químicos.
“O marco regulatório recém-aprovado é um divisor de águas. Com mais segurança jurídica, o setor pode atrair investimentos, fomentar a pesquisa e levar tecnologias sustentáveis a mais produtores”, continuou o presidente da ANPII Bio. A partir disso, a expectativa é de que o Brasil se destaque ainda mais no cenário mundial: atualmente, o país já representa 11,3% do consumo global de bioinsumos, movimentando R$ 5,7 bilhões por ano. A estimativa é que o setor cresça 60% até 2030, alcançando R$ 9 bilhões em vendas.
No entanto, para que a nova lei seja plenamente regulamentada, é preciso que todos os diferentes elos da cadeia de bioinsumos — governo, indústrias, pesquisadores e agricultores — discutam de forma colaborativa para alcançar um equilíbrio entre inovação, segurança e a efetiva implementação das melhores práticas no setor. Observando essa necessidade, a ANPII Bio, que nasceu como representante dos produtores e importadores de inoculantes, mas hoje é uma das principais entidades do setor de bioinsumos no país, busca sempre dialogar com todas as partes envolvidas, promovendo eventos periódicos, como é o caso do Executive Dinner, onde estavam reunidos os principais protagonistas dessa transformação. “Estamos trabalhando em políticas públicas, regulamentações modernas e ampliação de mercados, inclusive para a pecuária e a produção animal”, continuou o presidente da entidade durante o seu discurso.
Júlia Emanuela de Souza, diretora de relações institucionais da ANPII Bio, reiterou que esse avanço só foi possível graças à união de todos que integram o setor de bioinsumos. “Se não fosse isso, o Brasil jamais estaria na vanguarda. Esse momento não é uma conquista do setor, mas de toda a agricultura brasileira”, afirmou durante o evento.
Ela ainda destacou que esses produtos são uma resposta à pergunta central da agricultura moderna: como aumentar a produção de alimentos sem esgotar os recursos naturais? “Estamos falando de produtos naturais, com alta eficiência, baixo impacto ambiental e grande compatibilidade com outras tecnologias. Os bioinsumos não são uma alternativa, mas sim uma solução de futuro, que gera empregos, estimula a inovação e preserva o nosso maior patrimônio, a Terra. Não estamos construindo um setor, estamos construindo um legado”.
Sobre a ANPII Bio:
Fundada em 1990, a ANPII Bio sempre teve como missão promover a fixação biológica de nitrogênio e promoção de crescimento vegetal como tecnologias estratégicas para uma agricultura sustentável. Com o tempo, a entidade evoluiu e, em 2024, se alinhando à dinâmica natural do mercado, ampliou o seu escopo e passou a atender também outras categorias de bioinsumos, em meio a um cenário de crescimento no uso, produção e exportação desses produtos, solidificando o Brasil como um dos principais mercados globais de insumos biológicos.
A ANPII Bio, primeira associação representativa de insumos biológicos no Brasil, vem desempenhando um papel crucial na construção de uma legislação moderna e segura junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outros órgãos reguladores. Isso permite que o setor produtivo ofereça produtos eficientes e inovadores, com biotecnologia de ponta aplicada à agricultura sustentável.
Em parceria com a Embrapa e outras instituições de pesquisa, a ANPII Bio viabilizou estudos que diversificaram e expandiram o setor, com mais de 150 empresas desenvolvendo e comercializando bioinsumos que beneficiam agricultores, o meio ambiente e a sociedade. A presença da ANPII Bio em eventos científicos, feiras agrícolas e espaços de discussão, juntamente com seu programa gratuito de EAD, tem promovido maior entendimento e conhecimento sobre a tecnologia dos biológicos e seus benefícios para a agronomia, agricultura e economia do Brasil.
Atualmente, a ANPII Bio conta com 43 empresas associadas. A entidade também integra diversos fóruns relevantes de impacto ao desenvolvimento do setor no Brasil. Muito já foi feito e há muito o que se fazer para que os insumos biológicos estejam ainda mais presentes na agricultura brasileira e mundial e contribuam para a sustentabilidade da produção agrícola.
Para mais informações, acesse: www.anpiibio.org.br
Fonte: Assessoria de Imprensa ANPII Bio
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Sustentabilidade
Danos dos tripes na floração de soja – MAIS SOJA

Considerada uma das principais pragas da soja, o tripes, possui a capacidade de causar perdas de produtividade de até 25% na cultura. As principais espécies de expressão econômica são a espécie Frankliniella occidentalis, a Frankliniella schultzei e a Caliothrips sp. (Zanattan; Nunes; Madaloz, 2023).
A praga apresenta curto ciclo de vida, podendo acometer a soja ainda nos estádios iniciais do desenvolvimento das plantas. Condições de estiagem favorecem o desenvolvimento dos tripes, tornando necessário realizar o controle químico da praga para reduzir as perdas de produtividade.
O curto ciclo de vida é em média de 15 dias, fato que contribui para a elevada proliferação da praga. No caso de F. schultzei, os adultos se reproduzem por partenogênese e cada fêmea coloca em média 75 ovos (Sosa-Gómez et al., 2014).
As folhas atacadas pelos tripes apresentam pontuações prateadas, um sintoma típico da alimentação dessa praga. Além dos danos diretos causados pela raspagem do tecido foliar, os tripes podem provocar prejuízos ainda maiores ao atuarem como vetores de doenças, especialmente do vírus associado à “queima-do-broto”, que pode comprometer seriamente o desenvolvimento da soja e reduzir o potencial produtivo da lavoura (Sosa-Gómez et al., 2014).
Figura 1. Danos característicos de tripes em soja.
Além dos danos ao dossel da cultura, um estudo conduzido por Neves e colaboradores (2022) demonstrou que os tripes também são capazes de reduzir estruturas fisiológicas da planta importantes para a formação dos grãos, mais especificamente, as flores. Analisando os níveis de dano econômico para tripes em soja, com aplicações de inseticidas por aeronaves e tratores, os autores observaram haver uma relação entre a densidade de tripes e a redução do número de flores de soja. A unidade de amostra utilizada no estudo consistia em uma bandeja de 40x25x3cm, totalizando 0,1 m². As amostragens foram realizadas no dossel da cultura (figura 2).
Figura 2. A) Estádios fenológicos das plantas de soja, (B) amostragem da densidade de tripes usando uma bandeja plástica, (C) avaliação das perdas devido ao abortamento de flores.

Os resultados obtidos por Neves et al. (2022) demonstram que, para cada 2,44 tripes por amostra, perde-se 1% de flores de soja por abortamento. Os danos observados durante o período reprodutivo da soja indicam que esse é o período fenológico em que os danos realmente ocorrem. Assim, Frankliniella schultzei e Caliothrips phaseoli, mesmo em densidades observadas de até oito indivíduos por amostra, causaram perdas por meio da queda de flores.
Além disso, observou-se que, em plantas atacadas por tripes, os grãos de pólen tendem a se aglutinar, o que também contribui para o aborto floral (Neves et al., 2022). A redução do número de flores impacta diretamente a formação do número de legumes por planta, reduzindo consequentemente a produtividade da cultura.
Figura 3. Regressão linear das perdas de rendimento (%) em função da densidade de tripes em plantas de soja na fase reprodutiva. Cada círculo representa os dados de uma das 80 repetições.

Com relação ao nível de dano econômico (NDE) para Frankliniella schultzei e Caliothrips phaseoli, embora esse valor possa variar de acordo com os custos de controle, para as condições do presente estudo, Neves et al. (2022) concluem que, o NDE para o controle via aplicação trataorizada é de 3,43 tripes por amostra, enquanto que o NDE para o controle via aplicação aérea é de 4,53 tripes por amostra.
De acordo com as recomendações de manejo para a cultura da soja, orienta-se o que o controle químico dos tripes seja realizado quando atingir o nível de infestação de aproximadamente 20 tripes por folíolo.
Confira o trabalho completo de Neves e colaboradores (2022) clicando aqui!
Veja mais: Controle químico de tripes em soja
Referências:
NEVES, D. V. C. et al. ECONOMIC INJURY LEVELS FOR CONTROL DECISION-MAKING OF THRIPS IN SOYBEAN CROPS (Glycine max (L.) Merrill). Research, Society and Development, 2022. Disponível em: < https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32114 >, acesso em: 23/05/2025.
SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 269, 2014. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/991685/1/Doc269OL.pdf >, acesso em: 23/05/2025.
ZANATTA, F.; NUNES, M.; MADALOZ, J. OCORRENCIA DE TRIPES NAS CULTURAS DE SOJA E MILHO. PIONNER AGRONOMIA, CROP FOCUS, 2023. Disponível em: < https://www.pioneer.com/content/dam/dpagco/pioneer/la/br/pt/files/Crop_focus_ocorrncia_de_tripes_em_soja_e_milho.pdf >, acesso em: 23/05/2025.
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