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. . . . . . . . . . . . . . . 22 de May de 2025

Sustentabilidade

Eficiência de fungicidas no tratamento de sementes do trigo na Rede de – MAIS SOJA

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Resumo

O tratamento de sementes tem papel fundamental no sistema de manejo integrado e sustentável de culturas agrícolas, inclusive de trigo (Triticum aestivum), uma vez que elimina patógenos associados à semente e evita sua transmissão para plântulas, promovendo estabelecimento adequado e uniforme das plantas. Com o objetivo de avaliar a eficiência de fungicidas no tratamento de sementes para o controle de patógenos de trigo, foram realizados seis ensaios utilizando-se sementes da safra 2023 originárias de diferentes regiões tritícolas brasileiras e isolados de Fusarium graminearum e de Bipolaris sorokiniana. Foram testados seis fungicidas para controle de F. graminearum e cinco fungicidas para controle de B. sorokiniana, além de controles positivo e negativo (com e sem infecção natural do patógeno), além de controle químico padrão. Todos os fungicidas testados apresentaram controle sobre os patógenos. Os fungicidas que apresentaram melhores níveis de controle foram as misturas contendo benzimidazois, para F. graminearum, e a mistura com fluxapiroxade e mefentrifluconazol, para B. sorokiniana. Os fungicidas piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil e o tiofanato-metílico + fluazinam foram boas opções para controle equilibrado de ambos os patógenos, com eficiência de controle superior a 85%.

Introdução

O tratamento de sementes com fungicidas é uma estratégia de controle de doenças que atacam principalmente as plantas nas fases iniciais de desenvolvimento, causando danos nas raízes e em folhas, comprometendo o estabelecimento uniforme da cultura. Diversas doenças de importância econômica para cultura do trigo são causadas por patógenos transmitidos via semente, como mancha-amarela (Pyrenophora tritici-repentis, syn. Drechslera tritici-repentis), mancha-marrom (Cochliobolus sativus, syn. Bipolaris sorokiniana), septoriose ou mancha da gluma (Parastagonospora nodorum, syn. Stagonospora nodorum), carvão do trigo (Ustilago tritici), brusone (Pyricularia oryzae patótipo Triticum), giberela ou fusariose (Fusarium graminearum). Dessa forma, sementes oriundas de lavouras que apresentaram doenças foliares e/ou de espiga podem carregar patógenos contaminantes que serão transmitidos para a nova lavoura no momento da semeadura. No caso das doenças mencionadas, as taxas de transmissão da semente para parte área variam entre 20 e 80% (Guterres et al., 2015). Destaca-se que a presença de F. graminearum nas sementes está relacionada à podridão comum das raízes de trigo. Já o fungo B. sorokiniana, associado às sementes, interfere na germinação, além de causar podridão comum de raiz e morte prematura de plantas jovens e, quando transmitido para plântula, são observados sintomas como manchas escuras nas hastes e primeiras folhas, iniciando a doença na parte aérea (Lau et al., 2020).

As principais finalidades do tratamento de sementes de trigo são: eliminar fungos associados à semente; evitar a transmissão de patógenos para plântulas; proteger as plantas jovens do ataque de fungos necrotróficos presentes no solo e restos culturais; evitar podridões radiculares; evitar a morte prematura de plantas; auxiliar no controle de fungos biotróficos, como oídio e ferrugem, na parte área de plantas jovens; reduzir a fonte de inóculo primário de doenças nas lavouras; auxiliar no estabelecimento uniforme de estante da cultura; e reduzir ou prevenir a introdução e disseminação de patógenos em novas áreas de produção (Hossen et al., 2014; Guterres et al., 2015; Bertoncelli et al., 2023).

A qualidade sanitária e fisiológica das sementes de trigo é dependente também das condições climáticas, sendo um reflexo do ano em que foram produzidas, e pode ser impactada por outros fatores, como o manejo da lavoura. Uma forma de verificar a qualidade fitossanitária é a realização de testes de patologia de sementes, uma vez que fornecem informações sobre os principais patógenos associados e auxilia na escolha de produtos mais específicos e eficazes (Henning, 2005; Hossen et al., 2014).

Em áreas sob monocultura de trigo ou de culturas que compartilham doenças de mesmo agente patogênico, como milho, triticale, centeio e cevada, o tratamento de sementes é crucial para o início de uma boa lavoura, assim como para cultivares mais suscetíveis a manchas foliares. Também é importante utilizar esta estratégia em sementes originadas de plantas de cultivos expostos a condições de alta umidade, com incidência de giberela, brusone e manchas foliares (Sbalcheiro et al., 2022).

A safra de trigo de 2023 apresentou problemas f itossanitários principalmente em decorrência de condições climáticas favoráveis a doenças (manchas foliares) ao longo do ciclo da cultura, e à alta incidência de giberela nas espigas das lavouras da região Sul (Sbalcheiro et al., 2024). Neste contexto, a Rede de Ensaios Cooperativos promoveu a realização de experimentos multilocais objetivando avaliar a eficiência de produtos no tratamento de sementes para controle de F. graminearum e B. sorokiniana em sementes de trigo oriundas da safra 2023.

Os resultados do estudo estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2 e 12 da Organização das Nações Unidas (ONU), pois permitem a escolha de fungicidas mais eficientes no controle de fungos associados a sementes do trigo e à diminuição das perdas das lavouras em decorrência de doenças de início de ciclo. Além disso, possibilitam preservar a renda do produtor e a produtividade da cultura do trigo.

Material e métodos

Foram realizados seis ensaios utilizando sementes de trigo provenientes de vários locais, produzidas na safra 2023 (Tabela 1). As sementes tratadas com diferentes fungicidas (Tabela 2) foram avaliadas seguindo a metodologia de “blotter test” conforme padrões de teste de sanidade (Brasil, 2009),com a distribuição equidistante de 400 sementes de cada tratamento em caixas tipo gerbox transparente, medindo 11 x 11 cm, contendo três folhas de papel de filtro qualitativo previamente esterilizadas e embebidas em água destilada e esterilizada. As caixas foram incubadas por 7 dias à temperatura de 22 °C, sob fotoperíodo de 12 horas de luz/12 horas de escuro. Após o período de incubação, foi observada, em microscópio estereoscópico, a ocorrência de estruturas de patógenos nas sementes (frutificações específicas típicas do crescimento de fungos), sendo os resultados expressos em incidência (porcentagem) dos patógenos detectados.

Para verificar o nível de contaminação inicial das sementes e quais os microrganismos (fungos) presentes, determinando a infecção natural da amostra (T1, controle negativo), realizou-se avaliação prévia da taxa de incidência de fungos patogênicos nas sementes do ensaio, utilizando a metodologia “blotter test”. Após a quantificação da infecção natural, realizou-se a inoculação desta amostra de sementes, quando necessária, para garantir nível mínimo de 20% de incidência do patógeno alvo (F. graminearum e B. sorokiniana), para cada ensaio.

O método de inoculação dos alvos foi realizado separadamente, com a finalidade de observar o controle para cada patógeno, utilizando-se cultura pura do patógeno alvo, desenvolvida em placas de Petri de 9 cm de diâmetro, com meio de cultura BDA (200 g de extrato de batata; 20 g de dextrose; 12 g de ágar; e água destilada para 1 L). As placas foram incubadas por 7 dias em câmaras de crescimento a 22 °C e sob regime de 12 horas de luz/12 horas de escuro. As sementes foram pré-desinfestadas com solução de hipoclorito de sódio a 1% por 3 minutos, secas em ar corrente e protegidas de contaminação. Após este período, em cada placa do alvo foram colocadas até 10 g de sementes em contato com a superfície das colônias do fungo alvo, sendo esta agitada manualmente por 30 segundos, permitindo maior adesão do inóculo à superfície das sementes. As placas com as sementes inoculadas foram incubadas em condições de laboratório por até 36 horas.

Após a inoculação, e antes de serem tratadas com fungicidas, as sementes foram retiradas das placas e colocadas sobre papel absorvente para secagem ao ar e à sombra em câmara protegida, durante 24 horas. Foi realizado teste de quantificação da eficiência da inoculação e, com base neste resultado, a concentração do patógeno foi diluída com adição de sementes sadias para gerar amostra de trabalho com, aproximadamente, 20% de incidência do patógeno alvo, para compor o controle positivo (T2).

Desta forma, a incidência observada no tratamento T1 refletiu a ocorrência natural dos fungos nas sementes sem inoculação, enquanto os demais tratamentos foram padronizados para alcançar, aproximadamente, 20% de incidência do patógeno alvo nas sementes. O tratamento T2, controle positivo, foi inoculado com o patógeno, mas não recebeu aplicação de fungicidas, sendo, portanto, a referência para calcular a porcentagem de controle dos demais tratamentos.

Os produtos em teste foram preparados conforme indicação do fabricante quanto à dose a ser utilizada (Tabelas 2 e 3), utilizando-se volume de calda de 600 mL por 100 kg de sementes. Procedeu-se à distribuição do produto em saco plástico, impregnando as paredes para obter melhor cobertura e, após, a adição das sementes da amostra de trabalho inoculada, garantindo homogeneização das mesmas com os produtos conforme cada tratamento.

Na análise conjunta dos dados dos seis ensaios realizados para cada alvo, utilizaram-se modelos lineares mistos (LMM) para avaliar o efeito dos tratamentos na variável-resposta incidência do patógeno. O modelo, ajustado separadamente para cada patógeno, incluiu efeitos fixos para os tratamentos e efeitos aleatórios para as fontes de variação atribuídas aos blocos, cultivares e avaliadores. A variável resposta incidência foi transformada utilizando-se a raiz quadrada para atender às suposições de normalidade e homogeneidade das variâncias. A fim de comparar as médias de incidência estimadas nos tratamentos, foi aplicado o teste de Tukey, com nível de significância de 5%. O controle dos patógenos corresponde ao percentual de redução da incidência em relação ao tratamento com inoculação (T2, controle positivo) utilizando-se a fórmula:

Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o software R (R Core Team, 2024).

Resultados e discussão

As sementes utilizadas nos ensaios provenientes da safra 2023 de Cafelândia (E1), Palmeira (E3), Passo Fundo (E5) e Itaara (E6) apresentaram infecção natural por F. graminearum e B. sorokiniana (Tabela 4). De Cafelândia, PR, 64,8% das sementes estavam naturalmente infectadas por F. graminearum, um percentual consideravelmente alto em comparação com os demais locais. Por outro lado, a incidência natural de B. sorokiniana foi baixa nas sementes de todos os locais avaliados, sendo a maior incidência (6%) no ensaio de Palmeira, PR. As sementes apresentaram maior incidência de patógenos, principalmente de F. graminearum, devido às condições climáticas favoráveis à infecção deste fungo na espiga que ocorreram na safra de 2023 e, consequentemente, a maior associação e transmissão via semente. Esse fato enfatizou a importância do tratamento de sementes de trigo na safra 2024 com a finalidade de minimizar os problemas decorrentes da baixa qualidade fitossanitária das sementes, e de reduzir danos às lavouras de trigo (Sbalcheiro et al., 2024).

A incidência média estimada de B. sorokiniana foi inferior à de F. graminearum no controle negativo, com ocorrência natural dos patógenos na safra 2023. Quando os tratamentos químicos foram avaliados na análise conjunta, observou-se que todos foram eficazes na redução da incidência de F. graminearum e de B. sorokiniana em relação ao tratamento com inoculação (T2, controle positivo) (Figura 1 e Tabelas 5 e 6).

Com relação à incidência de F. graminearum, o controle negativo (T1) apresentou 7,8% de incidência média de infecção natural. Para os tratamentos comparativos, os valores médios variaram de 0,8% (T5, tiofanato-metílico + fluazinam) a 37,9% (T2, controle positivo) (Figura 1A, Tabela 5). Entre os tratamentos fungicidas em teste (T3 a T9), o tratamento T4 (fluxapiroxide e mefentrifluconazol) apresentou maior incidência, diferindo significativamente de todos os outros tratamentos com fungicidas, exceto do tratamento T7 (carboxina + tiram). Os tratamentos T5 (tiofanato-metílico + fluazinam) e T6 (clorotalonil + tiofanato-metílico) apresentaram as menores incidências; no entanto, não diferiram estatisticamente dos tratamentos T8 e T9. A porcentagem de controle do patógeno variou de 62%, no T4, a 97,9% no T5. Os tratamentos fungicidas à base de fluxapiroxade + mefentrifluconazol (T4) e carboxina + tiram (T7) apresentaram controle inferior a 80%. Por outro lado, os tratamentos T5, T6, T8 e T9 destacaram–se com controle superior a 90%. Esses tratamentos incluem fungicidas pertencentes à classe química dos benzimidazois, sugerindo uma possível relação entre a ação fungicida desse grupo químico e a elevada eficiência observada no manejo do patógeno. O uso de produtos com esse princípio ativo tem se mostrado eficaz no controle de F. graminearum (Machado et al., 2017).

Nos ensaios com alvo o patógeno B. sorokiniana, o controle negativo (T1) apresentou incidência média de 1,0% de infecção natural. Para os demais tratamentos, com uma taxa de infecção do patógeno de, aproximadamente, 20% de incidência, os tratamentos utilizados resultaram em incidência média de sementes infectadas variando de 0,9% (T4, fluxapiroxide e mefentrifluconazol) a 24,5% (T2, controle positivo) (Figura 1B, Tabela 6). Todos os fungicidas testados reduziram significativamente a incidência nas sementes em comparação ao controle positivo (T2). O tratamento T4 (fluxapiroxade e mefentrifluconazol) destacou-se por apresentar a menor incidência de sementes infectadas em relação aos tratamentos T6 (clorotalonil + tiofanato-metílico) e T7 (carboxina + tiram), além do controle positivo (T2). A porcentagem de controle variou de 78,9% no tratamento T6 (clorotalonil + tiofanato-metílico) a 96,6% (T4, fluxapiroxade e mefentrifluconazol). O fungicida composto por fluxapiroxade e mefentrifluconazol foi mais eficaz no controle de B. sorokiniana do que aqueles compostos por clorotalonil + tiofanato-metílico e carboxina + tiram.

Embora o fungicida à base de carboxina + tiram (T7) tenha alcançado um dos menores desempenhos no controle de ambos os patógenos, ainda demonstrou boa eficiência, atingindo 75,9% de controle para F. graminearum e 79,7% para B. sorokiniana. O tratamento T4 com a mistura de fluxapiroxade e mefentrifluconazol destacouse como um dos mais eficientes no controle de B. sorokiniana, embora tenha apresentado o menor percentual de controle para F. graminearum em comparação com todos os fungicidas, exceto o tratamento T7 (carboxina + tiram). Em contrapartida, o tratamento T6 (clorotalonil + tiofanato-metílico) mostrou alto controle de F. graminearum, mas foi um dos menos eficazes para B. sorokiniana. Apesar dessas diferenças de desempenho, ambos os tratamentos demonstraram níveis elevados de controle dos fungos e, portanto, permanecem como opções viáveis para o tratamento de sementes visando ao manejo integrado de ambos os patógenos.

Conclusões

1) A eficiência dos fungicidas para tratamento de sementes de trigo varia significativamente de acordo com o patógeno-alvo e a formulação do produto. 2) Todos os fungicidas avaliados foram eficientes no controle de Fusarium graminearum e de Bipolaris sorokiniana em sementes de trigo.

3) Para F. graminearum, os tratamentos contendo misturas com benzimidazois apresentaram melhores níveis de controle.

4) Para B. sorokiniana, o tratamento contendo mistura com fluxapiroxade e mefentrifluconazol apresentou melhor nível de controle.

5) Para se alcançar controle equilibrado de ambos os patógenos, com eficácia superior a 85%, os tratamentos com piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil e tiofanato-metílico + fluazinam destacaram-se como as opções mais eficazes.

Confira o Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 127 completo, clicando aqui!

Fonte: Embrapa



 

FONTE

Autor:Embrapa Trigo

Site: Embrapa


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Sustentabilidade

Eficiência de fungicidas para o controle da brusone do trigo na Rede de Ensaios Cooperativos, safra 2024 – MAIS SOJA

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Resumo

A brusone do trigo (Triticum aestivum) é uma das principais doenças da cultura, especialmente nas áreas tritícolas do Brasil Central e nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Causada pelo fungo Pyricularia oryzae Cavara, tem como condições favoráveis os períodos de chuvas constantes, temperatura entre 24 a 28 ºC e umidade relativa do ar acima de 90%, associados ao estádio de espigamento do trigo. Para evitar danos ao rendimento da cultura, o manejo da doença é fundamental. As principais estratégias de controle são o manejo integrado da doença, com o uso de cultivares resistentes, de sementes sadias, tratamento de sementes, semeadura em época adequada, adubação equilibrada e aplicação de fungicidas na parte aérea das plantas. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes fungicidas para o controle de brusone da espiga de trigo em ensaios cooperativos padronizados, na safra 2024, em Palmeira, PR, e Paranapanema, SP, utilizando-se uma cultivar por local, com diferentes reações de resistência/suscetibilidade à brusone. Os ingredientes ativos testados foram: trifloxistrobina; tebuconazol; mancozebe; azoxistrobina; f lutriafol; e tiofanato-metílico, sozinhos ou em misturas. A doença foi registrada nos dois locais avaliados, em baixa intensidade, sem causar dano econômico. Todos os fungicidas avaliados causaram redução da brusone nas espigas, em diferentes níveis de controle da doença.

Introdução

A brusone do trigo (Triticum aestivum), causada pelo fungo Pyricularia oryzae Cavara, é uma das principais doenças da cultura, especialmente em áreas tritícolas do Brasil Central, por limitar a produção de grãos e o avanço da triticultura para regiões de clima tropical (Santana et al., 2019). No entanto, também tem sido relevante nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, com ocorrência e severidade expressivas. As condições climáticas desempenham função determinante na intensidade e dimensão dos danos causados pela brusone nas lavouras de trigo, podendo chegar até 100%. Períodos de chuvas constantes, de temperatura entre 24 a 28 ºC e alta umidade relativa do ar (> 90%) são favoráveis ao desenvolvimento da doença e, se associados ao estádio de espigamento do trigo, os danos podem ser elevados, principalmente em cultivares mais suscetíveis (Torres et al., 2022; Maciel et al., 2024).

Os sintomas da doença podem aparecer nas folhas na forma de lesão elíptica no sentido das nervuras, de coloração que varia de branco a marrom claro no centro, com margens variando de cinza escuro a marrom avermelhadas e, com o avanço da doença, progride para coloração enegrecida. No entanto, a ocorrência mais comum é nas espigas, onde a infecção é extremamente destrutiva, pois o patógeno provoca o estrangulamento da ráquis, caracterizado pelo surgimento de lesão preta e consequente branqueamento e secamento da espiga a partir do ponto de infecção, inviabilizando o enchimento dos grãos (Lau et al., 2020; Torres et al., 2022).

O controle da brusone está relacionado ao manejo integrado de doenças, com adoção de medidas como uso de cultivares resistentes, uso de sementes sadias, tratamento de sementes, semeadura em época adequada, adubação equilibrada e aplicação de fungicidas na parte aérea das plantas (Lau et al., 2020).

A Rede de Ensaios Cooperativos de Trigo para controle de doenças reúne diversas instituições de pesquisa e empresas públicas e privadas com o objetivo de avaliar a eficiência de produtos registrados ou em fase de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os ensaios padronizados de campo iniciaram na safra 2011 e, desde então, vêm sendo conduzidos para avaliar a eficiência de fungicidas no controle de brusone, sob infecção natural, nas principais regiões produtoras de trigo do Brasil (Santana et al., 2021). Considerando o controle químico como estratégia auxiliar no manejo de doenças, este documento relata os resultados obtidos nos ensaios cooperativos para controle de brusone de trigo na espiga, com uso de fungicidas, na safra 2024.

Os resultados do estudo estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 2 (Fome zero e agricultura sustentável) e ODS 12 (Consumo e produção responsáveis), uma vez que, contribuirão na escolha de fungicidas mais eficientes no controle de brusone do trigo, proporcionando diminuição das perdas nas lavouras ocasionadas por essa doença.

Material e métodos

Na safra de 2024 foram conduzidos três ensaios, distribuídos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil (Figura 1), com datas de semeadura que variaram de março a maio. As cultivares utilizadas são indicadas para cultivo nos locais onde os ensaios foram conduzidos e apresentam reações de resistência (R), moderada resistência (MR) e moderada suscetibilidade (MS) à brusone – Tabela 1; (REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE, 2024).

Nos ensaios foram utilizados tratamentos com fungicidas de diferentes grupos químicos, isolados, em misturas formuladas e/ou associados (Tabela 2). Além desses, o ensaio contou com um controle negativo (que recebeu aplicações apenas para controle de manchas foliares, até o florescimento, e não recebeu aplicação de fungicida para a doença alvo) e um controle para comparação (trifloxistrobina + tebuconazol), utilizado como tratamento comparativo de eficiência entre os fungicidas.

O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições para cada tratamento, e área total mínima da parcela experimental de 12 m2, com espaçamento entre as linhas de semeadura de 0,17 m e densidade de semeadura de 300 a 350 sementes viáveis por metro quadrado. Dependendo da necessidade e de acordo com as estratégias de manejo de cada local, as sementes foram tratadas com imidacloprido + tiodicarbe (300 mL 100 kg-1 semente) e triadimenol (250 mL 100 kg-1 semente) antes da semeadura. O controle de doenças foliares foi realizado com aplicação de fungicidas, inclusive no tratamento controle negativo, conforme necessidade, seguindo as orientações das Informações Técnicas para Trigo e Triticale, safra 2024 & 2025 (REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE 2024).

Foram realizadas três aplicações sequenciais dos fungicidas (tratamentos), sendo a primeira no início da floração (com 25% das espigas totalmente expostas), e as demais em intervalos de 7 a 10 dias. As aplicações foram realizadas com pulverizador de precisão, com pressão constante, ponta 110:02 duplo leque sem indução de ar e vazão de 200 L ha-1. Tratamentos com produtos com Registro Especial Temporário (RET) para experimentação foram realizados apenas nas empresas credenciadas junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) (Tabela 1).

Quando as plantas atingiram a fase de “grãos em massa mole”, estádio 85 da escala de Zadoks et al. (1974), as espigas foram colhidas em um metro linear de cada uma das três linhas de semeadura centrais da parcela, totalizando três metros totais de linha para avaliação da brusone. Das espigas colhidas, foram selecionadas, ao acaso, 100 espigas. Cada espiga foi analisada visualmente e classificada como sintomática (pelo menos uma espigueta com sintoma da doença) ou assintomática; a incidência (I) da doença foi avaliada com base no percentual de espigas sintomáticas. Cada espiga sintomática foi avaliada quanto à severidade (S), estimada visualmente, seguindo a escala específica descrita por Maciel et al. (2013). O índice de doença (ID) foi obtido pela fórmula: 𝐼𝐷=(𝑆×𝐼) 100

em que

ID = Índice de doença.

S = Severidade.

I = Incidência.

O rendimento de grãos (kg ha-1) de cada parcela foi estimado, com ajuste a 13% de umidade, sendo a área mínima de colheita de 4 m2, amostrada no centro de cada parcela ao final do ciclo da cultura, e o peso do hectolitro (PH) de cada parcela foi determinado.

Para análise estatística, os dados foram analisados utilizando-se modelos lineares mistos para avaliar o efeito dos tratamentos fungicidas nas variáveis-resposta: severidade, incidência, índice da doença, rendimento e peso hectolitro (PH) de grãos. Os modelos incluíram efeitos fixos associados aos tratamentos fungicidas e efeitos aleatórios para capturar as fontes de variação atribuídas aos blocos. Quando necessário, as variáveis-resposta foram transformadas para atender às premissas de normalidade e homogeneidade das variâncias. A comparação das médias estimadas de severidade, rendimento e PH entre os tratamentos foi realizada por meio do teste de Tukey, com nível de significância de 5%. O controle da doença foi calculado como o percentual de redução da incidência, severidade e índice em relação ao tratamento sem aplicação de fungicida (Tratamento 2, controle negativo), utilizando-se a seguinte fórmula:

Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R (R Core Team, 2024).

Resultados e discussão

Ocorrência de brusone: a ocorrência natural de brusone nas espigas de trigo foi observada em dois dos três municípios onde os ensaios foram conduzidos (Tabela 3). Em Cafelândia, PR, não foram registrados sintomas da doença. Em contraste, em Paranapanema, SP, a doença manifestou-se com severidade de 18,9%, incidência de 28,5% e índice de brusone de 5,4%. Nesse município, as parcelas apresentaram grãos com PH médio de 74,6 kg hL-1 e rendimento de 2.356 kg ha-1. Em Palmeira, PR, a severidade foi de 10,1%, incidência de 15,8% e índice de brusone de 1,6%, com grãos de PH médio de 72,7 kg hL-1 e rendimento de 2.035 kg ha-1.

As parcelas de Cafelândia (E2), onde a brusone não foi observada, apresentaram o maior rendimento, porém a qualidade dos grãos foi comprometida, com PH médio de 63,0 kg hL-1. Nenhuma das parcelas apresentou grãos com PH superior a 72 kg hL-1, o que os classificou como fora do padrão comercial (fora do tipo) (Brasil, 2010). Os resultados indicam que outros fatores, que não a ocorrência de brusone, como fatores climáticos e de manejo, afetaram o desenvolvimento adequado dos grãos.

Eficiência dos fungicidas: para a análise da eficiência dos fungicidas, o ensaio conduzido em Cafelândia, que não apresentou sintomas de brusone, foi excluído das avaliações. Os ensaios dos locais Paranapanema e Palmeira foram analisados separadamente, uma vez que os tratamentos envolvendo fungicidas com Registro Especial Temporário (RET) foram conduzidos apenas em Palmeira, não sendo possível realizar análise estatística conjunta dos dois locais.

Resultados em Palmeira, PR: todos os fungicidas avaliados foram eficazes na redução da incidência de brusone nas espigas, em comparação com o controle negativo (T1, sem aplicação de fungicidas) (Tabela 4, Figura 2A). Neste tratamento, a incidência média foi de 15,8%, enquanto que, nos tratamentos com fungicidas; a incidência variou de 3,5% (T6) a 6,5% (T3). A eficiência dos tratamentos variou entre 58,8 e 77,7%.

A brusone apresentou baixa severidade neste local, com média estimada de 10,1% no controle negativo (T1) (Tabela 5, Figura 2B). Nos tratamentos com fungicidas, a severidade média estimada variou de 0,7% para o tratamento T6, a 4,0% para T3 e o controle T2. A eficiência de controle variou de 93,1 a 60,4%. Todos os fungicidas foram eficazes no controle da severidade, destacando-se as melhores eficiências de controle os tratamentos T5, T8 e T6, com valores acima de 89%.

Ao combinar incidência e severidade para calcular o índice da doença, os resultados mostraram que todos os tratamentos fungicidas foram eficazes no controle da doença (Tabela 6, Figura 2C). Entre os tratamentos avaliados, T5, T6 e T8 destacaram-se como mais eficientes em comparação a T2 e T3.

Em Palmeira, o rendimento de grãos de trigo nas parcelas variou entre 2.035, sem aplicação de fungicida, e 2.609 kg ha-1 no tratamento T6 (Tabela 7, Figura 2D). Entre os tratamentos fungicidas, o aumento de produtividade em relação ao controle negativo (T1) variou de 198, no tratamento T3, a 574 kg ha-1 no tratamento T6. O tratamento T6 apresentou rendimento equivalente ao T5 e ao T8, sendo superior aos demais fungicidas avaliados. As parcelas dos tratamentos T5 e T8 apresentaram produtividade significativamente maior apenas em relação aos tratamentos T3, T2 e T1. Além disso, não foi observada diferença significativa no rendimento entre os tratamentos T3, T2 e T1. Esses resultados sugerem que fungicidas contendo apenas tebuconazol ou a combinação trifloxistrobina + tebuconazol podem não ter proporcionado controle eficaz da brusone, doença que impacta diretamente a produtividade, contribuindo para a menor produção observada no município.

Diferenças significativas para a variável PH foram observadas neste ensaio (Tabela 8, Figura 2E). Os valores de PH variaram de 72,7 no controle T1, a 75,9 kg hL-1 no tratamento T6, que apresentou PH estatisticamente semelhante ao T5 e ao T8, sendo superior aos demais tratamentos. Os fungicidas contendo apenas tebuconazol ou a combinação trifloxistrobina + tebuconazol foram os únicos que não diferiram significativamente do controle negativo (T1).

Cabe ressaltar que, em Palmeira, a pressão da doença foi considerada baixa, e esse cenário pode ser diferente em condições de alta pressão da brusone. Dessa forma, destaca-se a importância da condução de novos ensaios nos próximos anos, realizados pela Rede de Ensaios Cooperativos de Trigo para controle da brusone, a fim de gerar maior robustez nos resultados.

Resultados em Paranapanema, SP: a incidência média no controle negativo (T1) foi de 28,5% (Tabela 9, Figura 3A). Nos tratamentos com fungicidas, a incidência variou de 17,2 (T5) a 28,1% (T6). Contudo, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos, neste local.

A severidade média observada no controle negativo (T1) foi de 18,9% (Tabela 10, Figura 3B). Nos tratamentos com fungicidas, a severidade variou de 8,7, para (T5), a 18,5% para (T6). Entre os tratamentos, apenas a combinação tebuconazol e mancozebe (T5) foi eficaz em controlar a severidade, apresentando severidade média estimada inferior à do controle negativo (T1); no entanto, não diferiu estatisticamente do controle para comparação (T2).

Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos fungicidas e o controle negativo quanto ao índice de brusone em espigas de trigo (Tabela 11, Figura 3C). Entretanto, verificou-se ampla variação na eficiência do controle, que variou de 70,9 (T5) a 5,5% (T6).

Quanto ao rendimento de grãos de trigo em Paranapanema, houve variação de 2.350, nas parcelas do tratamento T2, para 2.929 kg ha-1 nas parcelas do tratamento T3 (Tabela 12, Figura 3D). Apesar dessa variação na produtividade, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos, incluindo o controle negativo (T1). Quanto ao peso do hectolitro, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos (Tabela 13, Figura 3E). Os valores de PH apresentaram variação de 74,6 em T1, a 77,0 kg hL-1, no controle T2.

Conclusões

1) Embora a brusone tenha sido registrada em dois locais, os valores observados não atingiram níveis de dano econômico, corroborando com a baixa intensidade da doença registrada na safra 2024 nesses locais.

2) Essa condição não provocou reduções significativas no rendimento e na qualidade dos grãos no tratamento sem aplicação de fungicida, quando comparados com os demais fungicidas testados.

3) De forma geral, todos os fungicidas avaliados apresentaram redução da brusone nas espigas, com diferentes níveis de controle da doença.

Os resultados de controle de brusone de trigo aqui apresentados servem para comparativo entre alguns produtos fungicidas disponíveis para os produtores, e a utilização de três aplicações sequenciais do mesmo produto não deve ser tomada como indicação de controle. A alternância de fungicidas com mecanismos de ação distintos deve ser observada como regra, para se evitar o surgimento de variantes mais agressivas de patógenos (Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2024).

Confira o Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 130 completo, clicando aqui!

Foto de capa: Flávio Santana

Fonte: Embrapa Trigo



 

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Sustentabilidade

Soja/RS: Área colhida alcançou 99%, produtividade média estimada é de 1.957 kg/ha – MAIS SOJA

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A colheita prosseguiu em ritmo menos acelerado, conforme o encerramento do ciclo de lavouras mais tardias, condicionada pela ocorrência de chuvas na Metade Sul do Estado, onde restam cultivos mais extensivos. A área colhida alcançou 99%. Ainda há 1% em maturação. A produtividade média está estimada em 1.957 kg/ha, representando redução de 38,43% nos 3.179 kg/ha projetados antes do início do plantio. As produtividades médias alcançadas variam amplamente entre regiões: de 1.388 kg/ha nas lavouras mais afetadas pela estiagem a 3.225 kg/ha nas menos impactadas.

Nas zonas críticas, principalmente no Centro-Oeste do Estado, além da baixa produtividade, que chegam a 480 kg/ha, os produtores enfrentaram descontos nas cerealistas relacionados a avarias nos grãos e dificuldades em reservar sementes para a próxima safra em razão do estresse fisiológico sofrido pela cultura.

Nas áreas colhidas, onde ocorreu germinação de plantas voluntárias, originadas de sementes remanescentes no solo, observa-se alta incidência de oídio (Erysiphe diffusa), com micélio branco recobrindo a totalidade da superfície foliar dessas plantas, que mantêm o ciclo do patógeno ativo no período entre safras. O fato poderá antecipar a pressão de infecção na próxima safra, especialmente em anos de clima favorável à doença (baixa umidade relativa e temperaturas amenas).

A maior parte das áreas colhidas encontra-se atualmente em pousio, com baixa cobertura vegetal, o que pode aumentar a suscetibilidade à erosão e comprometer a conservação do solo. Alguns produtores aguardam para realizar a implantação de cereais de inverno; outros realizam a de plantas de cobertura ou forrageiras de inverno, como azevém e aveia-preta, com o objetivo de manter a cobertura vegetal.

Em algumas lavouras, estão sendo implantados terraços para controlar a erosão hídrica e promover a conservação do solo. Também foram observadas aplicações de calcário, visando à correção da acidez do solo e à adequação da saturação por bases para o próximo cultivo.

A área plantada no Estado está estimada pela Emater/RS Ascar em 6.770.405 hectares.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, dos 697.310 hectares cultivados restam cerca de 23 mil hectares (3,3%) por colher. A colheita foi concluída em Barra do Quaraí, Maçambará, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, São Gabriel e Uruguaiana. Em São Gabriel, a quebra foi de 50% em relação à estimativa inicial de 2.880 kg/ha. Em Alegrete, o excesso de chuvas, pela segunda semana consecutiva, tem restringido o avanço da colheita, sendo possível o acesso apenas às áreas de coxilhas mais drenadas e solos de textura arenosa. Em São Borja, ainda há cerca de 2% dos 105.000 hectares por colher. As produtividades estão bastante heterogêneas, com médias em torno de 1.080 kg/ha nas áreas de sequeiro e 3.000 kg/ha em áreas irrigadas.

Na Região da Campanha, dos 374.500 hectares cultivados restam cerca de 11 mil hectares por colher (2,94%). O clima no período foi caracterizado por ausência de chuvas e temperaturas amenas, mas a redução do fotoperíodo e a elevada incidência de orvalho têm limitado o tempo efetivo disponível para as operações de colheita. A operação foi concluída em Caçapava do Sul e Candiota. Ainda há áreas de semeadura tardia em Aceguá, Bagé, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul, que devem ser colhidas até o final de maio.

Em Hulha Negra, a produtividade média varia em torno de 1.800 kg/ha. Em razão desse desempenho, aliado aos preços pouco atrativos da soja, muitos produtores enfrentarão dificuldades para quitar os compromissos da safra atual, especialmente os que possuem custos com arrendamento e dívidas prorrogadas de safras anteriores. Alguns produtores estão avaliando a entrega de maquinários como forma de amortização de dívidas, o que evidencia uma possível retração na área cultivada com a oleaginosa na próxima safra.

Do ponto de vista agronômico, o principal desafio da safra foi o controle de plantas daninhas, que exigiu elevado investimento em herbicidas. Ainda assim, observam-se áreas com infestação severa e perdas estimadas em até 5 sc./ha por matocompetição. Além das espécies já recorrentes na região, surgiram os primeiros relatos de infestação por vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata), ampliando o espectro de plantas invasoras e, consequentemente, os custos operacionais com o manejo químico. As lavouras localizadas no sul do município apresentaram os melhores desempenhos produtivos, confirmando os relatos de produtores de Aceguá, que registraram médias em torno de 2.280 kg/ha. Diversas áreas superaram 2.700 kg/ha, localizadas em 20 municípios da região administrativa de abrangência da Emater/RS-Ascar.

A colheita foi concluída nas regiões administrativas de Caxias do Sul, de Frederico Westphalen, de Passo Fundo e de Soledade.

Na de Erechim, ainda há algumas áreas a serem colhidas, mas sem expressão estatística. Na de Ijuí, há pouco mais de 1% por colher, correspondente a lavouras de segundo cultivo, implantadas após a colheita do milho. Na de Santa Maria, a colheita foi encerrada na maior parte dos municípios, restando pequenas áreas, sem relevância estatística.

Na de Pelotas, a colheita alcançou 95% da área, e 5% estão em maturação fisiológica e prontas para a colheita. Os municípios com maior proporção de áreas remanescentes são Jaguarão (25%), Rio Grande (20%) e Santa Vitória do Palmar (17%).

Na de Santa Rosa, a colheita atingiu 98% da área cultivada. Restam lavouras semeadas em março.

Comercialização (saca de 60 quilos)

 O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 1,72%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 121,80 para R$ 119,70.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1868 completo, clicando aqui!

Fonte: Emater RS



 

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Autor:Informativo Conjuntural 1868

Site: EMATER/RS


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Sustentabilidade

Milho/RS: Colheita alcançou 95%, produtividade média estimada para o estado é de 6.857 kg/ha – MAIS SOJA

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A colheita de milho no período evoluiu apenas 1%, alcançando 95%. Embora as precipitações tenham limitado momentaneamente a colheita, não há atrasos, uma vez que algumas lavouras, estabelecidas em cultivos tardios ou de safrinha, ainda não completou seu ciclo, e outra parcela permanece armazenada a campo para uso escalonado nas propriedades.

Ainda há 3% de lavouras maduras ou em maturação e 2% em enchimento de grãos. A reposição de umidade e as temperaturas amenas, com elevação às tardes, têm favorecido o desenvolvimento do milho tardio, cultura fortemente dependente da acumulação de graus-dia. O aspecto geral dos cultivos está dentro da normalidade, com bom potencial produtivo.

A produtividade no Estado está estimada pela Emater/RS-Ascar em 6.857 kg/ha, representando redução de 3,6% em relação à projeção inicial de 7.116 kg/ha, realizada antes do início do plantio. A área cultivada está estimada 706.909 hectares.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita ocorre ainda na Região da Campanha, e o avanço foi limitado pela predominância do cultivo para autoconsumo. Em algumas propriedades, utilizam-se colhedoras destinadas à soja, o que resulta em perdas significativas. Além disso, persiste a prática da colheita manual, realizada de forma escalonada, conforme a demanda por alimentação animal. Em Caçapava do Sul, a colheita alcança 80% de 1.500 hectares cultivados; em Hulha Negra, 25% de 1.600 ha; em Lavras do Sul, 15% de 200 ha; e em Candiota, 10% de 900 ha.

Na de Caxias do Sul, a colheita supera 90%. O restante corresponde a áreas que ainda não atingiram o ponto ideal de colheita, ou que tradicionalmente são deixadas por mais tempo a campo para serem colhidas, quando o teor de umidade do grão está próximo de 14%, ponto ideal para o armazenamento na propriedade.

Na de Pelotas, a colheita atinge 70%; 24% estão em maturação fisiológica; e 6% em enchimento de grãos.

Na de Santa Rosa, 95% foram colhidos; 3% estão em maturação; 2% em enchimento de grãos. As lavouras de safrinha apresentam bom estado fitossanitário e perspectivas favoráveis de produtividade.

Na de Soledade, 78% da área foi colhida. A maior parte dos cultivos remanescentes encontra-se nas fases de enchimento de grãos (13%), e 9% em maturação fisiológica.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 1,70%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 65,48 para R$ 64,37.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1868 completo, clicando aqui!

Fonte: Emater RS



 

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Autor:Informativo Conjuntural 1868

Site: EMATER RS


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