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Deputados cobram esclarecimentos de ministro sobre reforma agrária e ações do MST

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr) recebeu, nesta terça-feira (6), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para prestar esclarecimentos sobre as ações conduzidas pela pasta. Entre os assuntos discutidos no encontro, a reforma agrária foi um dos mais debatidos.
Além disso, deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) expressaram preocupação com o aumento das invasões de terras promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante a gestão atual. Eles também questionaram a participação de pessoas ligadas ao movimento em comitês dedicados à promoção da paz no campo.
Segundo o presidente da Capadr e coordenador da Comissão de Seguro Rural da FPA, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), os dados indicam um crescimento expressivo nas invasões de terras desde 2023, o que levanta dúvidas sobre a relação entre o governo federal, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e movimentos sociais.
“Só no primeiro ano da atual gestão, foram registradas 72 invasões — número superior ao total entre 2019 e 2022. Resta-nos questionar se algo está sendo feito, porque o que vemos é uma conivência e omissão absurda por parte do governo”, afirmou Nogueira.
O deputado Evair de Melo (PP-ES), coordenador de Direito de Propriedade da FPA, afirmou que termos como “reforma agrária” e “agricultura familiar” teriam sido apropriados ideologicamente pelo MST. “Reforma agrária não tem relação com o MST, nem com o PT ou com o MDA. Onde ela é feita de forma justa e legal, o MST não aparece”, declarou.
Reforma agrária em debate
A deputada Carolina de Toni (PL-SC) também cobrou explicações do ministro e disse que as famílias assentadas continuam vivendo em condições precárias, aguardando títulos provisórios ou definitivos para garantir autonomia. Segundo ela, até 2016, grupos clandestinos decidiam quais terras seriam ocupadas e quem seria beneficiado.
“O MST, um grupo terrorista, escolhia mediante violência quais terras seriam tomadas e quem seriam os beneficiários. Essa é a reforma agrária que o atual governo defende? A moralização veio em 2019, com exigência de critérios legais, mas tudo isso acabou em 2023”, criticou.
De Toni destacou que o Brasil tem 87 milhões de hectares destinados à reforma agrária, mais do que os 61 milhões utilizados para o cultivo de grãos. “A produção dessas famílias não chega a um salário mínimo por mês, em média. Isso é indignidade. Quem não obedece às regras impostas pelo MST é punido e excluído. Parece um projeto de clientelismo político”, acusou.
Resposta do ministro sobre a reforma agrária invasões do MST
Paulo Teixeira rebateu as acusações e criticou o que chamou de “criminalização das organizações do campo”. Segundo ele, o Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) está amparado pela Constituição.
“As ocupações foram protestos, não permanentes. Se houver violação do direito de propriedade, a Justiça deve ser acionada. O programa de reforma agrária está sendo executado rigorosamente dentro da lei”, garantiu.
Inflação dos alimentos
O ministro também foi questionado sobre a alta no preço dos alimentos. Ele afirmou que várias áreas do governo estão monitorando a inflação e apontou queda recente nos preços de arroz e feijão, impulsionada pelo aumento da produção. Produtos como ovos, milho e óleo também registraram deflação. No entanto, o cenário da carne ainda é instável, influenciado, segundo ele, por fatores externos, como a guerra tarifária iniciada nos Estados Unidos durante o governo Trump.
“O preço dos alimentos começou a ceder, mas ainda precisa cair mais”, disse Teixeira.
A resposta não convenceu o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que criticou a análise do ministro. “Ela é tecnicamente rasa e não reflete a realidade no campo. Alimento barato para quem consome às custas de quem produz é a miséria do agricultor”, rebateu.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que também estava prevista para prestar esclarecimentos à Comissão nesta quarta-feira (7), informou que não poderá comparecer.
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China retoma importação de soja de cinco empresas brasileiras; saiba quais

Após três meses de embargo, a China retomou as importações de soja de cinco unidades de empresas brasileiras, que haviam sido suspensas em janeiro deste ano devido a questões sanitárias. O embargo foi imposto após a detecção de resíduos de pesticidas em grãos de soja, algo comum em sementes, mas inaceitável no produto destinado ao consumo humano e animal. A suspeita foi de que, por erro, cargas de soja e sementes tenham sido misturadas. O aval de liberação vale desde o fim de abril.
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O governo chinês também identificou a presença de pragas quarentenárias nas cargas de soja. Embora isso tenha gerado uma suspensão temporária, o Brasil tratou o incidente como um procedimento técnico e rotineiro, sem qualquer conotação política ou comercial entre os dois países. Apesar de o impacto econômico da suspensão ser relativamente controlado devido à diversidade de exportadores brasileiro, as empresas afetadas, que são a ADM do Brasil, Cargill S.A., Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial, ficaram impossibilitadas de exportar durante os três meses de embargo, afetando sua capacidade de atender ao mercado chinês, um dos maiores importadores globais de soja.
A retomada das exportações ocorre em um momento estratégico, coincidindo com a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, onde ele será acompanhado por uma comitiva de empresários do agronegócio brasileiro, com o objetivo de fortalecer ainda mais os laços comerciais entre os dois países. Além da soja, o Brasil também busca expandir as exportações de outros produtos agropecuários para o vasto mercado chinês, incluindo carne bovina, suína e café.
Em paralelo, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destaca a importância de atrair investimentos chineses para a infraestrutura logística do país, com foco na ampliação de estruturas de armazenagem, nos investimentos em transporte multimodal e na modernização de portos, todos essenciais para otimizar o escoamento da produção agrícola e fortalecer o setor como um todo.
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Você sabe o que é veranico?

Os produtores de soja devem redobrar a atenção diante de um veranico, fenômeno climático caracterizado por períodos anormais de calor e estiagem durante estações tipicamente frias, como o outono e o inverno. Segundo o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller, o veranico se caracteriza pela ausência de chuvas e temperaturas elevadas durante quatro a cinco dias consecutivos, podendo se estender por ainda mais tempo.
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”O veranico provoca anomalias de temperatura máxima entre 3°C e 5°C acima da média e, ao contrário de uma onda de calor, que geralmente vem acompanhada de chuvas, o fenômeno se caracteriza pela ausência de precipitação. Sem a umidade necessária, os impactos sobre as plantas e o solo são bastante visíveis, o que afeta as lavouras, comenta Arthur Müller.
Impactos nas lavouras
Nas lavouras de soja, o veranico, também conhecido como ‘verão fora de época’, representa um risco ao desenvolvimento dos trabalhos, especialmente durante as fases críticas de floração e enchimento dos grãos, quando as plantas mais necessitam de umidade no solo. ”A falta de água nesse período reduz o tamanho e o peso dos grãos, comprometendo diretamente a produtividade por hectare”, explica Arthur Müller.
Além da queda na produtividade, o episódio favorece o aparecimento de pragas, como ácaros, e diminui a umidade relativa do ar para níveis abaixo de 30%, o que eleva o risco de incêndios em áreas rurais.
O que os produtores podem fazer durante o veranico?
Para reduzir os impactos do veranico sobre a produção agrícola, há a recomendação de uma série de boas práticas de manejo e planejamento, como:
- Manter a umidade do solo é essencial para garantir que ele permaneça úmido, especialmente durante as fases críticas de floração e enchimento dos grãos. Quando possível, a irrigação suplementar pode ser uma prática altamente eficaz para evitar a falta de água nas plantas.
- Optar por cultivares adaptadas à região, com ciclos de maturação variados, ajuda a diversificar os riscos. Essa estratégia aumenta a resistência das lavouras, permitindo que, caso ocorra um veranico, parte da produção se mantenha mais protegida.
- Realizar um monitoramento constante da umidade do solo é importante para garantir que as plantas não sofram com o estresse hídrico. Em momentos de necessidade, a irrigação suplementar pode ser aplicada para minimizar os impactos negativos, especialmente nas fases mais vulneráveis.
- Acompanhar frequentemente as previsões meteorológicas permite ajustar o calendário agrícola de forma eficaz. Dessa forma, é possível antecipar eventos climáticos adversos e planejar as atividades agrícolas com maior precisão, adaptando-se às variações climáticas previstas.
Clima ideal e riscos prolongados
A soja se desenvolve de maneira ideal em temperaturas entre 20°C e 30°C. Qualquer variação prolongada fora dessa faixa pode prejudicar o crescimento das plantas e comprometer o rendimento da safra.
Segundo o meteorologista, se o veranico persistir por 30 a 60 dias, já pode ser classificado como seca. E se ultrapassar os 90 a 120 dias, configura-se uma estiagem, o que exige maior atenção por parte dos produtores.
Em meio a fenômenos climáticos como ondas de calor, veranicos, secas e estiagens, a recomendação é clara: o monitoramento constante das condições climáticas, combinado à adoção de práticas agrícolas sustentáveis, é essencial para que os sojicultores minimizem os impactos dessas variações e garantam a saúde de suas lavouras.
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Fábricas de suco são fechadas em São Paulo

Após receber denúncias sobre irregularidades, duas empresas fabricantes de suco foram autuadas e fechadas de maneira cautelar por fiscais o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Ribeirão Preto (SP).
De acordo com a equipe da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP) que participou da ação, além da falta de registro, foram encontradas condições sanitárias inadequadas para o funcionamento dos estabelecimentos como produtores de bebidas.
As denúncias se confirmaram durante a fiscalização e o ministério abriu processo administrativo. “As empresas têm direito à apresentação de defesa escrita que será apreciada. Apenas depois do final do processo, caso a irregularidade se confirme, os nomes são divulgados”, informou o Mapa.

Para que voltem a funcionar, as fábricas de suco precisam adequar suas estruturas e obter o registro junto ao Ministério da Agricultura. O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sipov-SP) investiga o caso.
O Mapa informa que denúncias, elogios, solicitações e sugestões podem ser enviadas pela plataforma Fala BR, encontrada no site do ministério. O serviço é um instrumento criado pela Controladoria Geral da União (CGU) que recebe mensagens de forma anônima.
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