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. . . . . . . . . . . . . . . 23 de May de 2025

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Trigo brasileiro tem pegada de carbono menor que média mundial, revela Embrapa

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Um estudo pioneiro realizado pela Embrapa revelou que o trigo produzido no Brasil tem uma pegada de carbono menor que a média mundial e indicou caminhos concretos para reduzir ainda mais as emissões de gases de efeito estufa.

A análise, feita em lavouras e indústria moageira do Sudeste do Paraná, apontou que a adoção de práticas sustentáveis e tecnologias já disponíveis pode diminuir em até 38% o impacto ambiental da produção de trigo no país.

Publicada no periódico científico Journal of Cleaner Production, a pesquisa é a primeira na América do Sul a estimar a pegada de carbono do trigo desde o cultivo até a produção de farinha.

Também foi o primeiro estudo do tipo nessa cultura em ambiente subtropical. O índice médio brasileiro ficou em 0,5 kg de dióxido de carbono equivalente (CO₂eq) por quilo de trigo produzido — abaixo da média global, estimada em 0,59 kg.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores avaliaram 61 propriedades rurais na safra 2023/2024, além de acompanhar todo o processo industrial em uma moageira paranaense. O levantamento detalhou desde o uso de fertilizantes e defensivos agrícolas até o transporte dos grãos, secagem, moagem e transformação dos grãos em farinha.

O que é pegada de carbono?

É o total de emissões de gases de efeito estufa causadas por um indivíduo, evento, organização, serviço, local ou produto, expresso em dióxido de carbono equivalente (CO2eq).

Fertilizantes nitrogenados são principais emissores de CO2

A pesquisa apontou os fertilizantes como o principal fator de pegada de carbono na triticultura. O maior impacto está na emissão de óxido nitroso (N₂O) gerado durante a aplicação de ureia, fertilizante capaz de emitir 40% dos gases de efeito estufa envolvidos na produção de trigo. A ureia é o principal fertilizante utilizado no trigo devido ao menor custo por unidade de nutriente dentre os adubos nitrogenados disponíveis no mercado. Segundo a pesquisa, a substituição desse fertilizante pelo nitrato de amônio com calcário (CAN) pode reduzir a emissão de carbono em 4%, minimizando significativamente os impactos ambientais.

A acidificação do solo, uma das categorias com maior impacto ambiental, também pode ser mitigada pela substituição da ureia pelo CAN. “Quando a ureia não é totalmente absorvida pelas plantas ou é lixiviada como nitrato, ocorrem reações que liberam íons de hidrônio, aumentando a acidez do solo. Em contrapartida, fertilizantes à base de CAN ajudam a neutralizar esse efeito devido ao seu conteúdo de cálcio”, afirma a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (SP) Marília Folegatti.

Segundo ela, outras tecnologias também devem ser consideradas para reduzir a dependência de fertilizantes sintéticos e minimizar impactos ambientais, como biofertilizantes, biopesticidas, fertilizantes de liberação lenta e nanofertilizantes. Ela lembra que a pesquisa avança na produção de ureia verde e nitrato de amônio a partir de fontes de energia renováveis.

A pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) Maria Cléa Brito de Figueiredo lembra que o uso de fertilizantes nitrogenados é também o maior emissor de gases de efeito estufa em outras culturas com pegada de carbono e hídrica analisadas pela Embrapa, como as fruteiras tropicais, em especial, manga, melão e coco verde. “Além disso, a produção de fertilizantes sintéticos gera metais pesados que contribuem para a contaminação do solo, podendo afetar a qualidade dos alimentos, a saúde humana e os ecossistemas,” alerta a cientista.

A pesquisa também aponta que a adoção de cultivares de trigo mais produtivas pode reduzir os impactos ambientais no campo, já que ação promove maior rendimento com menos recursos, como terra e água. O estudo ressalta ainda a importância de considerar outros fatores ambientais, como biodiversidade e saúde do solo. Futuros estudos que integrem esses aspectos poderão oferecer uma visão mais abrangente sobre a sustentabilidade da produção de trigo em regiões tropicais e subtropicais.

Sustentabilidade e perspectivas para a produção de trigo

No contexto mundial, os dados existentes indicam que a pegada de carbono na produção de trigo varia de 0,35 a 0,62 kg de CO₂ por kg de grãos, dependendo das condições climáticas e das práticas agrícolas de cada região tritícola. A média global está estimada em 0,59 kg de CO₂ para cada kg de grãos de trigo produzidos.

O Brasil apresenta uma posição favorável nesse contexto. Na média final, a pegada de carbono foi definida em 0,50 kg CO2 para cada kg de trigo produzido no Brasil, número inferior às registradas na China (0,55), na Itália (0,58) e na Índia (0,62). “Ainda podemos evoluir. O estudo indica que, com um conjunto de ajustes, nossos números podem nos aproximar de referências como Austrália e Alemanha, que possuem indicadores próximos a 0,35″, avalia Álvaro Dossa, analista da Embrapa Trigo (RS). De acordo com o artigo, nos cenários estudados, utilizando tecnologias já disponíveis, a pegada de carbono do trigo brasileiro pode ser reduzida em 38%.

Em escala mundial, existem registros de pegada de carbono divididos por continentes, com média estimada para a África (0,24), Ásia (0,68), Europa (0,33), América do Norte (0,42) e Oceania (0,29 mas com produção de trigo incipiente). O estudo apresentado pela Embrapa é o primeiro indicador para estimar a pegada de carbono na América do Sul.

Além da pegada de carbono, foram analisados os impactos do trigo e da farinha de trigo no uso da água, acidificação terrestre, eutrofização (marinha e em água doce) e toxicidade (humana e ecotoxicidade). “A produção de trigo no Brasil apresenta impactos superiores em categorias como acidificação do solo e toxicidade ecotóxica terrestre, devido às emissões de fertilizantes e pesticidas. No entanto, os resultados do estudo sugerem que, com o uso de cultivares mais eficientes e práticas sustentáveis, a produção brasileira pode se consolidar entre as mais sustentáveis do mundo”, avalia Marília Folegatti.

Em outras categorias ambientais, a produção brasileira apresenta vantagens em relação a outros países. O cultivo de trigo de sequeiro minimiza significativamente o consumo de água durante o crescimento do grão, reduzindo o impacto sobre os corpos hídricos. Contudo, a síntese de fertilizantes NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) ainda exerce influência no consumo de água. “A crescente demanda por alimentos e fertilizantes está levando indústrias a investirem em soluções de tratamento e reuso de água, aliviando a pressão sobre os recursos hídricos”, explica Folegatti.

Para a pesquisadora da Embrapa Trigo (RS) Vanderlise Giongo, estudos sobre o impacto ambiental da produção de trigo são cada vez mais necessários num cenário de aquecimento global. “Precisamos identificar, avaliar e propor modelos de produção de trigo visando à redução de impactos ambientais, geração de renda e o estabelecimento de diretrizes para o cultivo de trigo de baixo carbono”, defende Vanderlise.

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Agro Summit reúne em junho especialistas que impulsionam modernização do setor

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O Agro Summit 2025, evento voltado a tecnologia de e gestão para o agronegócio, será realizado no dia 3 de junho, em Campinas, São Paulo, e reunirá as lideranças dos dois setores para discutir os rumos da inovação e digitalização no campo.

A abertura oficial contará com uma palestra especial da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá. A executiva é referência nacional em pesquisa, inovação e transformação digital no meio rural.

A organização do evento (inscreva-se aqui) destaca que serão reforçados o protagonismo de projetos e parcerias nas áreas de IoT rural, inteligência artificial, bigdata e analytics na busca por uma produção agropecuária mais eficiente, sustentável e conectada.

A cerimônia de abertura também contará com a presença do Subsecretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Orlando Melo de Castro.

Idealizado pelos sócios do Grupo Portal ERP, Marcelo Sinhorini e Luciano Itamar, o Agro Summit nasceu da percepção de uma lacuna no mercado de eventos voltados exclusivamente à softwares de gestão no agronegócio.

“Como realizadores de eventos há quase 10 anos, identificamos a necessidade de um encontro dedicado exclusivamente à tecnologia no agro. O Agro Summit será uma oportunidade única para geração de negócios, aprendizado e networking, reunindo os principais especialistas e empresas que impulsionam a modernização do setor”, afirma Marcelo Sinhorini, CEO do Grupo Portal ERP.

Convidados e palestras

A programação conta com convidados, como Alan Carlos Castro, gerente técnico de agricultura digital da BASF para a América Latina, com a palestra “Agricultura de precisão e digital: altas produtividades e redução de custos” e Daniel Padrão, diretor de operações Latam para soluções de agricultura digital da Bayer, que vai apresentar cases sobre ganhos de produtividade com o uso de dados e inteligência artificial.

Também é destaque a participação de Tomás Dandrea Balistiero, executivo C-Level, investidor anjo e advisor, com ampla experiência em digitalização no agro no Grupo Votorantim. O executivo fará a palestra “Como atravessar a ‘montanha’ da transformação tecnológica no agro com resultados consistentes e competitividade”.

Outro momento aguardado será o painel “Digitalização no Agro Brasileiro – Panorama e Perspectivas”, que reunirá vozes influentes do setor para debater os avanços e os desafios da transformação digital no campo.

Participam da discussão o presidente do Canal Rural, Julio Cargnino; Mauricio Mendes, produtor de café e laranja; a gerente de Inteligência de Mercado da Andav, Christiane Sales, e o head digital do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Daniel Duft.

Área de exposição do Agro Summit

O Agro Summit 2025 contará com uma área de exposição, reunindo empresas especializadas em soluções digitais voltadas ao agronegócio, incluindo sistemas de gestão, automação, conectividade e inteligência artificial.

Estão confirmadas como expositoras as seguintes empresas: Grafeno, Upcampo Software, TecPrime, CHB Agro Sistemas, Everymind, Liberali, Central de Materiais SYX, Nectar Sistema de Gestão, PCA, Skymail, Geodata, Instituto BioSistêmico (IBS), Senior Sistemas, CloudItSolutions, Zebra, Paytrack, Onfly, Swap e Virtueyes.

Serviço

O que: Agro Summit 2025
Quando: 03 de junho de 2025
Onde: Expo D. Pedro Campinas (Avenida Guilherme Campos, 500 – Bloco II – Jardim Santa Genebra, Campinas)
Inscrições aqui

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Produtor de soja libera armazéns e se prepara para a chegada do milho; saibas as cotações do dia

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O mercado de soja registrou preços mistos nesta quinta-feira (22), com movimentações mais intensas e presença maior de vendedores. A combinação entre a oscilação do dólar e o desempenho da Bolsa de Chicago influenciou diretamente nas negociações, que voltaram a ganhar ritmo ao longo do dia.

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Segundo o consultor da Safras & Mercado, Rafael Silveira, o produtor tem se mostrado mais ativo, aproveitando os momentos de valorização para liberar espaço nos armazéns e se preparar para a chegada do milho. “As negociações envolveram tanto os portos quanto a indústria, que segue com apetite comprador”, destacou.

Silveira ainda observa que, em diversas regiões, os preços internos estão acima da paridade de exportação, o que reforça o movimento de maior agressividade por parte dos compradores. A movimentação do dólar também ajudou a manter os preços firmes em alguns pontos do país.

Soja no Brasil

  • Passo Fundo (RS): manteve em R$ 130,00
  • Santa Rosa (RS): manteve em R$ 131,00
  • Porto de Rio Grande (RS): manteve em R$ 135,00
  • Cascavel (PR): subiu de R$ 129,00 para R$ 130,00
  • Porto de Paranaguá (PR): caiu de R$ 135,00 para R$ 134,50
  • Rondonópolis (MT): manteve em R$ 115,00
  • Dourados (MS): manteve em R$ 118,50
  • Rio Verde (GO): manteve em R$ 117,00

Soja em Chicago

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos futuros da soja encerraram o dia em alta para o grão e o farelo, enquanto o óleo teve forte queda. O mercado foi marcado por volatilidade acentuada, impulsionada por fatores técnicos e pela movimentação típica de véspera de feriado prolongado nos Estados Unidos, o Memorial Day, que fecha os mercados na próxima segunda-feira.

A valorização do dólar frente a outras moedas, a retração do petróleo e as exportações norte-americanas abaixo do esperado limitaram os ganhos. Além disso, a emenda em tramitação no Congresso americano que impacta os créditos fiscais do biodiesel pressionou negativamente as cotações do óleo de soja.

As exportações líquidas dos EUA para a safra 2024/25 totalizaram 307.900 toneladas na semana encerrada em 15 de maio, com o México liderando as compras. Para a nova temporada, foram registradas 15.000 toneladas. Os números ficaram dentro da expectativa de analistas, que projetavam embarques entre 250 mil e 700 mil toneladas.

Contratos futuros

O contrato da soja em grão para julho de 2025 subiu 4,75 centavos (0,44%) e fechou em US$ 10,67 1/2 por bushel. A posição agosto de 2025 terminou o dia a US$ 10,62 1/2 por bushel, alta de 3,50 centavos (0,33%).

Entre os derivados, o farelo com vencimento em julho avançou US$ 4,40 (1,49%), encerrando a US$ 298,50 por tonelada. Já o óleo de soja para julho caiu 0,72 centavo (1,44%), fechando a 49,11 centavos de dólar por libra-peso.

Câmbio

O dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,35%, cotado a R$ 5,6605 para venda e R$ 5,6585 para compra. A moeda americana oscilou entre R$ 5,5954 na mínima e R$ 5,6804 na máxima do dia.

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Suspeita de gripe aviária em granja comercial de SC é descartada

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O governo do Estado de Santa Catarina informa que as análises laboratoriais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) descartaram Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aviário comercial do município de Ipumirim, oeste de Santa Catarina.

A informação foi confirmada pelo Ministério na manhã desta quinta-feira (22), por meio de laudo oficial, onde informou não se tratar de caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.

Entretanto, o caso continua em investigação para obtenção do diagnóstico final a respeito da mortalidade do plantel, o que deve ser concluído em uma semana.

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que coordena as ações de vigilância sanitária no estado, ressalta a importância da colaboração da cadeia produtiva e da população na notificação precoce em caso de aves de qualquer espécie apresentando os seguintes sinais de doença respiratórios ou neurológicos:

  • Dificuldade respiratória;
  • Secreção ocular;
  • Andar cambaleante;
  • Torcicolo;
  • Ave girando em seu próprio eixo;
  • Mortalidade alta e súbita

Casos suspeitos devem ser informados por meio do e-Sisbravet ou diretamente em um escritório local da Cidasc.

“Santa Catarina segue comprometida com a proteção da avicultura, mantendo sua condição sanitária e exportadora de excelência. Informamos que o consumo da carne de aves e ovos é seguro e não representa qualquer risco ao consumidor final”, diz o governo do estado, em nota.

Medidas durante a investigação de gripe aviária

Foto: Divulgação Cidasc

Santa Catarina emitiu na última sexta-feira (16) alerta máximo para que a avicultura comercial reforce as medidas de biosseguridade. “O estado intensificou as ações de defesa sanitária animal, como a análise da movimentação de aves vivas e ovos férteis vindos da região do foco”, diz o governo catarinense.

Além disso, a Cidasc destaca que foi feito o direcionamento da atividade de vigilância ativa em propriedades que receberam animais da região do foco nos últimos 30 dias.

“[Também foram feitas] orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária (PFFs) da divisa sul para intensificar a inspeção documental e física de todas as cargas de aves e ovos férteis provenientes do Rio Grande do Sul.”

Os médicos-veterinários da Cidasc também foram orientados a manter a avaliação criteriosa nos atendimentos de casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN) e a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).

“Ainda foram intensificadas as orientações durante as vigilâncias e certificações de rotina, tanto em planteis de aves comerciais, quanto em aves de subsistência, sobre a importância da biosseguridade na prevenção das doenças das aves”, diz o órgão, em nota.

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