Sustentabilidade
Distribuição da mosca-branca em soja – MAIS SOJA

Com distribuição global (figura 1), a mosca-branca (Bemisia tabaci) é atualmente, uma das principais pragas da soja, possuindo elevada capacidade em causar danos e grande capacidade em se multiplicar.
Figura 1. Distribuição global de mosca-branca (Bemisia tabaci).
O inseto é pequeno e coloniza a face inferior das folhas, os adultos possuem asas brancas e abdômen amarelado. São insetos ágeis, ativos, voam rapidamente e podem se dispersar tanto a curtas quanto a grandes distâncias, deixando-se levar pelas correntes de ar.
A praga realiza a postura na face inferior das folhas, onde os ovos, de coloração amarela e formato de pera, só podem ser visualizados com o auxílio de lentes de aumento (figura 2). As ninfas do primeiro ínstar são móveis e capazes de percorrer pequenas distâncias; posteriormente, fixam-se na folha para o desenvolvimento dos estágios do 2° ao 4° ínstar, que são imóveis. O ciclo de vida, do ovo ao adulto, dura cerca de 20 dias, enquanto a longevidade dos adultos é de aproximadamente 19 dias. A mosca-branca possui alta fecundidade, com fêmeas capazes de ovipositar entre 100 e 300 ovos, dependendo do biotipo, da planta hospedeira e de fatores climáticos como temperatura e umidade relativa do ar (IRAC, 2013).
Figura 2. Ciclo de vida da mosca-branca (Bemisia tabaci).

Distribuição na planta
A distribuição da praga na planta de soja dificulta seu controle. Conforme observado por Pozebon et al. (2019), a maior concentração de ninfas da mosca-branca é observada nos terços médio e inferior da planta, sendo que, cerca de 80% das ninfas ficam concentradas nesses terços, enquanto a maioria dos adultos se concentra no terço superior da planta (figura 3).
Figura 3. Distribuição típica de ninfas e adultos de Bemisia tabaci em folíolos de soja.

Nesse contexto, o controle eficaz das ninfas é dificultado pela localização na face inferior dos folíolos e no terço inferior das plantas, sendo raramente atingidas pelas pulverizações de inseticidas. Assim, mesmo que o controle dos adultos seja eficaz, a população infestante rapidamente se reestabelece.
Atrelado a isso, plantios tardios ou anos mais secos tendem a aumentar a ocorrência da mosca-branca. Visando o controle químico da praga, o nível de ação pré-estabelecido é de 5 a 10 ninfas por folíolo. Estudos desenvolvidos por Arneman e colaboradores (2019) demonstram resultados promissores relacionados ao controle químico da mosca-branca em soja. De acordo com os resultados obtidos pelos autores, a associação entre Ciantraniliprole + Lambda-cialotrina (100 + 7,5 g ha-1) foi a mais eficaz no controle de adultos de B. tabaci, alcançando uma eficiência de 65% e mantendo a infestação abaixo de 6,29 adultos por folíolo.
Para o controle das ninfas, o tratamento com Acetamiprido + Piriproxifen (60 + 30 g ha-1) se mostrou o mais eficiente, com uma eficácia de 67% e uma infestação reduzida a menos de 1,28 ninfas por folíolo. Além disso, a pesquisa destacou que pulverizações sequenciais, iniciadas no começo da infestação, aumentam significativamente a eficiência do controle dessas pragas.
Atualmente, 34 inseticidas apresentam registro junto ao MAPA para o controle da mosca-branca (Bemisia tabaci) em soja (Agrofit, 2025). Vale destacar que, além dos danos diretos causados pela sucção de seiva e injeção de toxinas, o ataque da mosca-branca pode provocando alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta (IRAC, 2013).
Não menos importante, a substância açucarada excretada pelos insetos durante a sucção induz o crescimento do fungo denominado fumagina sobre ramos e folhas, prejudicando o processo de fotossíntese. Entretanto, o dano mais sério causado pelo inseto é por ser vetor de várias viroses com sintomatologia variada. Relata-se que cerca de noventa doenças viróticas são transmitidas pela mosca-branca. Entre estas destaca-se o vírus do mosaico anão e o vírus do mosaico crespo em soja (IRAC, 2013).
Figura 4. Planta de soja com a presença da fumagina.

Sendo assim, o controle eficiente da mosca-branca é determinante para a manutenção do potencial produtivo da soja, especialmente em anos secos, onde as condições climáticas favorecem o desenvolvimento da praga.
Veja mais: Quando controlar Tripes na soja?
Referências:
AGROFIT. CONSULTA ABERTA. Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários, 2025. Disponível em: < https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons >, acesso em: 31/03/2025.
ARNEMANN, J. MOSCA-BRANCA EM SOJA: OCORRÊNCIA, FASES E MANEJO. Mais Soja, 2019. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=-7nh-wCJ87s&list=RDCMUChW6r7uAYLjkjY5xxKF2hag&index=1 >, acesso em: 31/03/2025.
IRAC-BR. RESISTÊNCIA DE MOSCA-BRANCA A INSETICIDAS. Comitê de Ação a Resistencia aos Inseticidas, IRAC-BR, 2013. Disponível em: < https://www.irac-br.org/_files/ugd/6c1e70_e9a5d8f60a584e02aa5c5152b5a41e78.pdf >, acesso em: 31/03/2025
POZENON, H. DISTRIBUTION OF Bemisia tabaci WITHIN SOYBEAN PLANTS AND ON INDIVIDUAL LEAFLETS. The Netherlands Entomological SocietyEntomologia Experimentalis et Applicata, 2019. Disponível em: < https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/eea.12798 >, acesso em: 31/03/2025.
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Sustentabilidade
Em abril, IBGE prevê safra de 328,4 milhões de toneladas para 2025 – MAIS SOJA

Em abril, a estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2025 totalizou 328,4 milhões de toneladas, 12,2% maior que a obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas), com crescimento de 35,7 milhões de toneladas; e 0,2% acima da informada em março, com acréscimo de 732,7 mil toneladas.
Estimativa de abril para 2025 | 328,4 milhões de toneladas |
Variação abril 2025/março 2025 | (0,2%) 732,7 mil toneladas |
Variação safra 2025/safra 2024 | (12,2%) 35,7 milhões de toneladas |
A área a ser colhida é de 81,0 milhões de hectares, o que representa aumento (2,5%) frente à área colhida em 2024, com crescimento de 2,0 milhões de hectares, e estabilidade (0,0%) em relação a março, com aumento de 6,5 mil hectares.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos, somados, representam 92,7% da estimativa da produção e respondem por 87,7% da área a ser colhida. Frente a 2024, houve acréscimos de 4,3% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 10,3% na do arroz em casca; de 3,0% na da soja; de 3,0% na do milho (declínio de 3,2% no milho 1ª safra e crescimento de 4,7% no milho 2ª safra); e de 1,4% na do sorgo, ocorrendo declínios de 5,4% na do feijão e de 8,8% na do trigo.
Em relação à produção, houve acréscimos de 2,8% para o algodão herbáceo (em caroço); de 12,2% para o arroz em casca; de 4,3% para o feijão; de 13,3% para a soja; de 11,8% para o milho (crescimento de 12,5% para o milho 1ª safra e de 11,6% para o milho 2ª safra); de 3,2% para o sorgo; e de 7,0% para o trigo.
A estimativa de abril para a soja foi de 164,2 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 128,2 milhões de toneladas (25,8 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 102,5 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz (em casca) foi estimada em 11,9 milhões de toneladas; a do trigo em 8,1 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 9,1 milhões de toneladas; e a do sorgo em 4,1 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para as Regiões Centro-Oeste (14,5%), Sul (8,9%), Sudeste (13,6%), Nordeste (8,8%) e Norte (11,0%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos na produção a Região Norte (4,3%) e a Sul (0,4%). A Sudeste e a Centro-Oeste apresentaram estabilidade (0,0%), enquanto a Nordeste apresentou declínio (-1,5%).
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,8%, seguido pelo Paraná (13,7%), Goiás (11,7%), Rio Grande do Sul (10,1%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,5%), que, somados, representaram 79,4% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (50,4%), Sul (26,0%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,5%) e Norte (6,2%).
Destaques na estimativa de abril de 2025 em relação ao mês anterior
Em relação a março, houve aumentos nas estimativas da produção da aveia (4,2% ou 47.832 t), do café arábica (3,5% ou 74.781 t), da uva (1,9% ou 37.814 t), do milho 1ª safra (1,0% ou 257.304 t), do milho 2ª safra (0,7% ou 692.631 t), da castanha-de-caju (0,6% ou 809 t), da cevada (0,3% ou 1.422 t), do café canephora (0,0% ou 75 t); bem como declínios nas estimativas do feijão 2ª safra (-4,3% ou –56.562 t), do feijão 1ª safra (-3,9% ou –47.063 t), do cacau (-2,5% ou –7.349 t), do trigo (-1,0% ou –84.292 t), do sorgo (-0,6% ou –22.749 t), e da soja (-0,0% ou –69.649 t).
Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 165,5 milhões de toneladas (50,4%); Sul, 85,3 milhões de toneladas (26,0%); Sudeste, 29,3 milhões de toneladas (8,9%), Nordeste, 28,1 milhões de toneladas (8,2%) e Norte, 20,2 milhões de toneladas (6,2%).
As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Pará (936.805 t), no Paraná (288.800 t), na Bahia (274.310 t), no Ceará (140.904 t), em Santa Catarina (37.246 t), em Rondônia (19.301 t), no Maranhão (3.605 t), enquanto as variações negativas ocorreram no Piauí (-737.613 t), no Tocantins (-115.266 t), em Pernambuco (-66.883 t), na Paraíba (-27.599 t), em Goiás (-16.286 t), no Acre (-1.830 t) no Rio Grande do Norte (-1.556 t), no Amazonas (-884 t), no Amapá (-265 t) e no Rio de Janeiro (-54 t).
CACAU (amêndoa) – A estimativa para a produção brasileira de cacau foi de 292,2 mil toneladas, redução de 2,5% em relação ao mês anterior devido à menor produtividade das lavouras, com reavaliações nos Estados do Pará e Amazonas. Em relação ao ano anterior, a expectativa é de aumento de 1,5% em função da maior área plantada que cresceu 1,6%.
CAFÉ (em grão) – A produção brasileira, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi estimada em 3,3 milhões de toneladas, ou 55,0 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 2,3% em relação ao mês anterior, tendo o rendimento médio aumentado nesse mesmo valor, mantendo-se a área ser colhida (0,0%). No comparativo com 2024, a estimativa da produção declina 3,6%, em decorrência das reduções de 1,3% na área a ser colhida e de 2,3% no rendimento médio.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,2 milhões de toneladas ou 37,0 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 3,5% em relação ao mês anterior e declínio de 7,5% em relação ao volume produzido em 2024. O rendimento, de 1.464 kg/ha, apresenta um aumento de 3,5% em relação a março e declínio de 5,5% em relação ao ano anterior. Para a safra de 2025, aguarda-se uma bienalidade negativa, ou seja, um declínio natural da produção em função das características fisiológicas da espécie, em que nos anos pares tende a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte, em decorrência de um maior exaurimento das plantas.
Para o café canephora, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas ou 18,0 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 5,5% em relação ao volume produzido em 2024, com aumentos de 1,5% na área a ser colhida e de 3,9% no rendimento médio. Como os preços do conilon encontram-se apresentando boa rentabilidade, os produtores investiram mais em tratos culturais e adubação, o que resultou na melhoria da produtividade. Há de se ressaltar também que os volumes de chuvas nos principais municípios produtores foram satisfatórios de um modo geral, apesar da demora delas em alguns deles.
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa de abril para a produção de castanha-de-caju foi de 141,1 mil toneladas, crescimento de 0,6% em relação ao mês anterior. A área a ser colhida e o rendimento médio registraram aumentos de 0,1% e 0,3%, respectivamente. No comparativo anual, no entanto, a produção deve ser reduzida em 12,4%, sobretudo pelo menor rendimento médio (-13,1%). A área a ser colhida tende a aumentar 0,7%, contudo, percentual insuficiente para conter o declínio da produção.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. Para o trigo (em grão), a produção estimada alcançou 8,1 milhões de toneladas, declínio de 1,0% em relação ao mês anterior e crescimento de 7,0% em relação a 2024.
A produção da aveia (em grão) foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, crescimentos de 4,2% em relação ao mês anterior e de 12,8% em relação ao volume colhido em 2024. O rendimento médio, de 2.197 kg/ha, apresentou declínio de 1,7% em relação ao mês anterior, enquanto a área colhida deve crescer 6,0% nesse comparativo. Em relação ao ano anterior, o rendimento médio e a área a ser colhida estão apresentando aumentos de 6,6% e 5,8%, respectivamente.
Para a cevada (em grão), a produção estimada foi de 544,6 mil toneladas, aumentos de 0,3% em relação ao mês anterior e de 30,8% em relação ao volume produzido em 2024. A área plantada e o rendimento médio apresentam crescimentos de 14,1% e 14,7%, respectivamente, no comparativo anual. Os maiores produtores da cevada são o Paraná, com 413,8 mil toneladas, crescimento de 44,1% em relação a 2024, devendo participar com 76,0% na safra brasileira de 2025; e o Rio Grande do Sul, com uma produção de 109,7 mil toneladas, crescimento de 0,5% em relação ao volume produzido em 2024. A produção gaúcha deve representar 20,1% do total da cevada produzida em 2025 pelo País.
FEIJÃO (em grão) – Três safras compõem a produção brasileira de feijão, com destaque para a 2ª safra, que vem ganhando mais importância nos últimos anos, em função da preferência dos produtores em cultivar a soja na safra de verão (1ª safra), por sua maior rentabilidade e liquidez no mercado. A estimativa para a produção de feijão, considerando-se essas três safras, deve alcançar 3,2 milhões de toneladas, declínio de 3,1% em relação a março e crescimento de 4,3% sobre a safra 2024. Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2025, não havendo necessidade da importação do produto.
A estimativa para a 1ª safra de feijão foi de 1,2 milhão de toneladas, representando 36,2% de participação nacional dentre as três safras, sendo 3,9% menor frente ao levantamento de março. Neste comparativo, foi verificado crescimento de 3,5% no rendimento médio, contudo queda de 7,2% na área colhida.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, correspondendo a 39,0% de participação entre as três safras. No comparativo com o mês de março, houve redução de 4,3% na estimativa de produção, justificados pela diminuição da área a ser colhida (-1,0%) e na previsão para o rendimento médio (-3,2%).
Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção de abril foi de 801,4 mil toneladas, estável em relação ao mês anterior. Salienta-se que Goiás e Minas Gerais são as Unidades da Federação que mais contribuem com essa safra de feijão, correspondendo a 30,6% de participação (245,0 mil toneladas) e 25,4% (203,8 mil toneladas), respectivamente.
MILHO (em grão) – A estimativa da produção do milho foi de 128,2 milhões de toneladas, crescimentos de 0,7% em relação ao mês anterior e de 11,8% em relação ao volume produzido em 2024. A área a ser colhida apresenta aumento de 3,0% e o rendimento médio teve crescimento de 8,6% nesse último comparativo, devendo alcançar 5.834 kg/ha. Em 2024, a produção do cereal foi afetada por problemas climáticos em diversas Unidades da Federação produtoras, devendo recuperar-se em 2025.
O milho 1ª safra apresentou uma estimativa de produção de 25,8 milhões de toneladas, aumentos de 1,0% em relação a março e de 12,5% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024. A área plantada, na safra corrente, deve cair 2,1%, enquanto o rendimento deve crescer 16,3%, em decorrência do clima que tem beneficiado as lavouras na maioria das Unidades da Federação. Houve crescimento na estimativa em todas as Regiões do País: Norte (20,1%), Nordeste (10,2%), Sudeste (3,7%), Sul (19,6%) e Centro-Oeste (7,4%). Os destaques positivos em abril foram os aumentos das estimativas do Pará, de 34,4% ou 298.564 toneladas, do Tocantins, de 11,3% ou 29.962 toneladas, do Ceará, de 26,7% ou 122.011 toneladas e do Paraná, de 2,5% ou 71.900 toneladas. Os destaques negativos ficaram com o Piauí, que informou um declínio de 12,9% ou –208.845 toneladas; com a Paraíba, declínio de 17,1% ou –20.684 toneladas; e com Pernambuco, declínio de 79,4% ou –57.701 toneladas.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro do milho 1ª safra, com participação de 20,6% e uma produção estimada em 5,3 milhões de toneladas, 18,0% maior que o volume produzido no ano anterior. Embora a área plantada apresente decréscimo de 11,0%, o rendimento médio está crescendo 31,1%, reflexo da recuperação da produção, já que na safra do ano anterior, além dos problemas da falta de chuvas, durante o ciclo inicial da cultura, houve, na parte final do ciclo, excesso de chuvas e alagamentos que acometeram o Estado.
Em Minas Gerais, segundo maior produtor de milho 1ª safra do País, a produção deve alcançar 4,4 milhões de toneladas, aumento de 5,1% em relação ao volume produzido em 2024, com crescimento de 2,2% na área a ser colhida e de 2,8% no rendimento médio. O Estado vem recebendo um bom volume de chuvas, o que vem favorecendo as lavouras de um modo geral.
A produção do milho 2ª safra apresentou crescimentos de 0,7% em relação ao mês anterior e de 11,6% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024. Em relação a março, houve aumento de 0,8% na área a ser colhida e declínio de 0,1% no rendimento médio. Quanto ao ano anterior, houve crescimentos de 4,7% na área a ser colhida e de 6,6% no rendimento médio.
Em relação ao mês anterior, as estimativas cresceram no Pará (40,2% ou 350 950 t), no Piauí (8,4% ou 38.199 t) e no Paraná (1,8% ou 287.600 t). A produção do Pará deve alcançar 1,2 milhão de toneladas; a do Piauí, 493,7 mil toneladas; e a do Paraná, 16,2 milhões de toneladas. O Paraná é o 2º maior produtor nacional, com participação de 15,8% no total nacional. A estimativa apresenta crescimentos de 1,8% em relação ao mês anterior e de 29,1% em relação ao volume produzido em 2024, com o rendimento médio e a área a ser colhida aumentando 20,7% e 7,0%, respectivamente, nesse último comparativo.
O Mato Grosso do Sul, quarto maior produtor brasileiro de milho 2ª safra, estimou uma produção de 10,8 milhões de toneladas, aumento de 38,9% em relação ao volume produzido em 2024, quando o Estado enfrentou uma das piores secas dos últimos anos e teve sua produção de milho comprometida. O Mato Grosso, Unidade da Federação com maior participação nacional na produção do milho 2ª safra, com 46,0% do total, estimou uma produção de 47,1 milhões de toneladas, declínio de 0,8% em relação ao volume produzido em 2024.
SOJA (em grão) – A produção nacional da oleaginosa deve alcançar novo recorde na série histórica em 2025, totalizando 164,2 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 13,3% em comparação à quantidade obtida no ano anterior.
O Mato Grosso, com um crescimento anual de 24,6% em relação ao ano anterior, continuará liderando a produção nacional, representando mais de um quarto do total do País em 2025. A estimativa aponta para 48,8 milhões de toneladas a serem produzidas em 2025. O Paraná apresentou pequeno ajuste mensal, de 0,3% no volume produzido. Goiás também teve uma produção recorde, estimada em 19,9 milhões de toneladas, um crescimento anual de 17,3%. A rápida expansão da produção no Estado é comprovada quando analisamos o histórico dos últimos 10 anos: nesse período, a produção goiana mais que dobrou, se tornando a terceira Unidade da Federação em volume de produção, enquanto a área cultivada apresentou crescimento de 54,9%.
No Rio Grande do Sul, os números levantados confirmam que a produtividade das lavouras foi severamente afetada pelas condições climáticas adversas constatadas ao longo do período de verão. O rendimento médio estadual apresentou retração de 21,7%, influenciando diretamente a produção, que totalizou 15,0 milhões de toneladas, valor 17,9% menor que na safra anterior, mesmo com a ampliação de 4,8% da área colhida.
Na Região Norte, responsável por 7,3% da safra nacional, as maiores variações mensais foram observadas no Pará, que aumentou suas estimativas em 7,0%, alcançando 4,3 milhões de toneladas, crescimento de 4,7% na área plantada e de 2,1% no rendimento médio. Na Região Nordeste, responsável por 10,2% da produção nacional, Piauí teve redução de 12,1% na produção, em função da menor produtividade das lavouras (-11,0%), afetada pela falta de chuvas que atingiu determinadas regiões produtoras do Estado. Na Bahia, maior produtor regional, a produção atingiu 8,6 milhões de toneladas, um aumento de 3,3% em relação ao mês anterior, devido à melhor produtividade das lavouras, configurando um recorde para a produção do Estado, com um crescimento de 14,3% em relação ao ano anterior.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção do sorgo foi de 4,1 milhões de toneladas, declínio de 0,6% em relação ao mês anterior, e crescimento de 3,2% em relação ao volume produzido em 2024. Houve declínio de 43,3% na estimativa da produção do Piauí, em decorrência da menor área a ser colhida com a cultura (-31,5%) e da produtividade média (-17,1%). A produção estimada foi de 65,4 mil toneladas, contra 115,4 mil toneladas estimadas em março de 2025. Como no Tocantins e no Pará, as estimativas cresceram 4,2% e 5,7%, respectivamente, devendo alcançar 85,4 e 68,9 mil toneladas, esses aumentos compensaram parcialmente a redução ocorrida no estado nordestino.
Quando se avalia anualmente, haverá aumentos de produção nas Regiões Norte (32,7%), Sudeste (1,2%), Sul (1,2%) e Centro-Oeste (5,7%) e declínios no Nordeste (-16,8%) e na Sul (-1,2%). Os maiores produtores do sorgo são Goiás, com uma estimativa de 1,6 milhão de toneladas, devendo participar com 38,0% da produção nacional, seguido de Minas Gerais com 1,1 milhão de toneladas e 26,6% de participação. Outros produtores importantes: São Paulo, com 460,0 mil toneladas, Mato Grosso do Sul, com 233,9 mil toneladas, Mato Grosso, com 230,9 mil toneladas e Bahia, com 143,0 mil toneladas.
UVA – A produção nacional de uva deve alcançar 2,1 milhões de toneladas, um aumento de 1,9% em relação à estimativa de março e de 16,7% em relação ao volume produzido em 2024. O rendimento médio estimado subiu para 25.136 kg/ha, crescimento de 0,7% frente ao mês anterior e 17,5% acima do registrado em 2024, confirmando a tendência de alta da produtividade nacional. No Rio Grande do Sul, principal produtor nacional (46,6% de participação), a produção permaneceu estimada em 958,0 mil toneladas em abril, resultado estável frente ao mês anterior e 39,6% superior ao volume de 2024. O rendimento médio atingiu 20.126 kg/ha, aumento de 40,3%, resultado de uma safra beneficiada pelo predomínio do clima seco, que favoreceu a qualidade dos frutos, com destaque para sanidade, grau Brix e cor.
Fonte: IBGE
Autor:Agência IBGE Notícias
Site: IBGE
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Prognóstico climático para os meses de maio, junho e julho no Brasil – MAIS SOJA

Análise Climática de Abril
Em abril de 2025, os maiores acumulados de chuva ocorreram em grande parte da Região Norte, norte da Região Nordeste, oeste da Região Centro Oeste e leste da Região Sudeste, com volumes que ultrapassaram 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo nessas áreas. Já no interior da Região Nordeste até o Sul do país, menores acumulados de chuvas foram observados, reduzindo os níveis de umidade do solo.
Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 200 mm, exceto em áreas pontuais do sudeste de Rondônia, sudeste do Pará, bem como em Tocantins, onde os volumes foram menores e inferiores a 150 mm. No geral, as condições de umidade do solo foram favoráveis e beneficiaram os cultivos em campo.
Na Região Nordeste, diversas áreas do interior tiveram acumulados de chuva abaixo de 90 mm, reduzindo os níveis de umidade do solo, principalmente na parte centro-norte da Bahia, Alagoas, oeste de Pernambuco e leste da Paraíba. Volumes mais significativos ocorreram no norte do Maranhão e do Piauí. Nestas áreas, o armazenamento hídrico foi satisfatório.
Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva acima de 150 mm foram observados em grande parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do sul de Goiás. No restante da região, os volumes de chuvas variaram entre 40 mm e 120 mm. No geral, as condições foram favoráveis para o manejo e o desenvolvimento do algodão e do milho segunda safra, com umidade no solo suficiente na maioria das áreas.
Na Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva abaixo de 150 mm, exceto no Rio de Janeiro, onde as chuvas ultrapassaram os 250 mm. No meio norte de Minas Gerais e parte central de São Paulo, os volumes foram inferiores a 90 mm. Dessa forma, os níveis de umidade foram favoráveis para o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra, na maioria das áreas, assim como para a maturação e a colheita da cana-de-açúcar e do café.
Em grande parte da Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 60 mm, e os níveis de umidade foram suficientes para o desenvolvimento do feijão e do milho segunda safras.
Em abril, as temperaturas máximas foram acima da média no interior da Região Nordeste, sul do Pará e norte de Tocantins, com valores acima de 34 °C. Quanto às temperaturas mínimas, os valores ficaram acima de 20 °C na maior parte do país, principalmente no norte das Regiões Norte e Nordeste, onde os valores ultrapassaram os 24 °C. Já em grande parte da Região Sul e áreas serranas da Região Sudeste, as temperaturas foram inferiores a 18 °C.
Condições Oceânicas Recentes e Tendência
Na Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 30 de abril de 2025. Neste período, foram observados valores entre -1 °C e 0 °C na faixa longitudinal entre 110°W e 140°E, indicando a presença de águas ligeiramente mais frias que o normal na porção central e oeste do Pacífico Equatorial. No entanto, analisando as anomalias médias diárias de TSM somente na região do Niño 3.4 (delimitada entre 170°W e 120°W) durante abril de 2025, observou-se uma elevação dos valores de anomalias, de -0,5 °C até 0,013 °C. Esse padrão indica o enfraquecimento do fenômeno La Niña e sinaliza o início de condições de neutralidade no Pacífico Equatorial.
A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para permanência das condições de Neutralidade durante o trimestre maio, junho e julho, com probabilidade de 80%.
Prognóstico Climático para o Brasil – Período Maio, Junho e Julho de 2025
As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas próximas e acima da média na parte central da Região Norte, costa leste do Nordeste e Região Sul, favorecendo a disponibilidade hídrica nestas áreas. Chuvas abaixo da média deverão ocorrer com maior probabilidade em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Analisando separadamente cada região do país, a previsão indica chuvas na parte central e noroeste da Região Norte e redução das chuvas no sul, especialmente em áreas do Acre, Rondônia e Tocantins. Embora o armazenamento de água no solo ainda se mantenha elevado na porção norte da região, em virtude das chuvas dos últimos meses, a parte sul apresenta uma possibilidade de redução nos níveis de umidade do solo nos próximos meses.
Na Região Nordeste, a previsão é de chuvas acima da média no centro-norte da região. Nas demais áreas, a previsão é de distribuição irregular de chuvas, com volumes abaixo da média no centro-sul da Bahia. Nos próximos meses, há possibilidade de redução dos níveis de umidade no interior da região.
Para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas próximas e abaixo da média, exceto em áreas do noroeste do Mato Grosso, leste do Mato Grosso do Sul e centro-leste de São Paulo, onde são previstas chuvas ligeiramente acima da média. Dessa forma, existe uma tendência de redução das chuvas ao longo do trimestre e, consequentemente, uma diminuição dos níveis de umidade do solo.
Na Região Sul, são previstas chuvas acima da média no Rio Grande do Sul, sudeste de Santa Catarina e centro-leste do Paraná, que irão manter os níveis de umidade do solo elevados nos próximos meses. Nas demais áreas, as chuvas poderão permanecer próximas e abaixo da média histórica.
Em relação à temperatura média do ar, a previsão aponta para valores acima da média climatológica no centro-norte do país. Nas Regiões Norte e Nordeste, as temperaturas podem superar os 25 °C. Já nas regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 20 °C. No entanto, em áreas serranas, as temperaturas poderão ser inferiores a 15 °C, devido à passagem de massas de ar frio.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).
Confira o Acompanhamento da Safra brasileira de grãos Safra 2024/25 8° Levantamento completo, clicando aqui!
Fonte: CONAB
Autor:Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2024/2025 – 8° Levantamento
Site: Conab
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Sustentabilidade
Chicago cai forte e deve contaminar mercado brasileiro de soja – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de soja dever ter um dia negativo em relação aos preços, pressionado pela forte queda na Bolsa de Mercadorias de Chicago. O dólar também abriu com leve fraqueza frente ao real, o que também influencia negativamente. Neste cenário, a comercialização deve ser esvaziada.
Na quarta-feira, o mercado brasileiro de soja registrou preços pouco alterados, com negócios moderados. Segundo o consultor de Safras & Mercado, Rafael Silveira, com a Bolsa de Chicago em alta e com o dólar subindo um pouco também houve algumas oportunidades de venda. O produtor está atento à liberação de espaço nos armazéns com a entrada da safrinha de milho.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos avançou de R$ 129,00 para R$ 129,50 a saca. Em Santa Rosa (RS), a cotação subiu de R$ 130,00 para R$ 131,00. No Porto de Rio Grande, o preço se manteve em 134,50 por saca.
Em Cascavel (PR), a saca permaneceu em R$ 129,00. No porto de Paranaguá (PR), o preço seguiu em R$ 134,00.
Em Rondonópolis (MT), o valor da saca ficou estável em R$ 114,50. Em Dourados (MS), o preço ficou em R$ 120,00 por saca. Já em Rio Verde (GO), a saca seguiu em R$ 116,00.
CHICAGO
* A Bolsa de Mercadorias de Chicago opera com baixa de 1,27% para o grão na posição julho/25, cotado a US$ 10,64 por bushel.
* O mercado realiza lucros após cinco sessões seguidas de ganhos. A correção é apoiada pela queda nos preços do petróleo em Nova York. O grão também sente pressão da forte desvalorização do óleo de soja, influenciada tanto pelo recuo do petróleo quanto pelas incertezas sobre as metas dos Estados Unidos para os biocombustíveis.
CÂMBIO
* O dólar comercial registra baixa de 0,16%, a R$ 5,6231. O Dollar Index registra baixa de 0,12%, a 100,750 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia encerraram em baixa. Xangai, -0,68%. Japão, -0,98%.
* As principais bolsas na Europa operam mistas. Paris, -0,17%. Frankfurt, -0,08%. Londres, +0,19%.
* O petróleo opera em baixa. Junho do WTI em NY: US$ 61,14 o barril (-3,18%)
AGENDA
—–Quinta-feira (15/05)
– EUA: O índice de preços ao produtor de abril será publicado às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.
– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30.
– EUA: A produção industrial e capacidade utilizada de abril serão publicadas às 10h15 pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
– Esmagamento de soja dos EUA em abril – NOPA, 13h.
– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.
– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.
– Custos de produção no Mato Grosso – IMEA, 16h.
– Dados de desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.
– Resultados financeiros da BRF, Cosan e Marfrig.
– Japão: A leitura preliminar do PIB do primeiro trimestre será publicada às 20h50 pelo gabinete do governo.
—–Sexta-feira (16/05)
– Japão: A leitura revisada da produção industrial de março será publicada à 1h30 pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria.
– Eurozona: O saldo da balança comercial de março será publicado às 6h pelo Eurostat.
– A FGV divulga, às 8h, o IGP-10 referente a maio.
– O IBGE divulga, às 9h, a Pnad Contínua referente ao 1o trimestre.
– Dados de evolução das lavouras do Mato Grosso – IMEA, 16h.
Fonte: Rodrigo Ramos / Safras News
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