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. . . . . . . . . . . . . . . 14 de May de 2025

Sustentabilidade

Participação do crédito oficial na Safra 25/26 deve cair de 30% para 20% – MAIS SOJA

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A análise do atual panorama macroeconômico nacional e internacional aponta para um período de dificuldades e incertezas para o setor agrícola em 2025 e 2026. O que esperar do próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2025/2026 a ser anunciado? Vai faltar dinheiro para o financiamento da safra? As taxas de juros continuarão altas? Haverá aumento da cobertura do Seguro Rural? Como conter a inflação dos alimentos?

O país vive elevação da taxa de juros para 14,25%, que deve ir a 15,25% até o final do ano. O custo do dinheiro nos empréstimos será o mais caro dos últimos 10 anos. E o valor anunciado de recursos para equalização das taxas de juros do Pronaf, Custeio e Investimentos para o próximo PAP da Safra 2025/2026 foi praticamente o mesmo do Plano do ano passado.

Como os custos de produção subiram, em especial com o dólar alto, e a área produzida também devem aumentar, este recurso já está aquém para manter o volume do ano passado. Logo, o volume de empréstimos cairá. A falta de crédito desestimula a produção agropecuária. Some-se a isto uma sensível pressão inflacionária e queda da atividade econômica, com possibilidade de recessão no segundo semestre.

Infelizmente o cenário posto acima não é pessimismo, são os fundamentos da economia. O câmbio elevado pressiona a inflação. O Brasil importa muitos bens e insumos, assim como o resto do mundo, e em dólar. Com o câmbio em reais alto, todos os custos nacionais sobem, inclusive dos insumos que nós compramos para o agro, como os fertilizantes e defensivos.

Na contramão disso tudo, o governo quer fazer o PIB crescer artificialmente ao injetar dinheiro do orçamento na economia. Libera empréstimo consignado do FGTS, isenta do imposto de renda até R$5 mil, além de ampliar os programas sociais, como o Bolsa Família, Pé de Meia e Vale Gás. Nada contra os programas e a isenção de IRPF até R$5 mil. Este último é uma atualização da tabela, algo esperado há anos.

O problema é que com a injeção artificial de recursos incentivando a demanda, o efeito na economia é deletério. Vai pressionar a inflação por excesso de demanda e por não haver crescimento efetivo da atividade econômica. Não há aumento de investimento de empresas, de produção e ou aumento de produtividade dos setores econômicos.

Isto tudo se transformou em uma “queda de braço” entre Governo e Banco Central. Evidentemente que o BCB eleva os juros para esfriar a economia e baixar a inflação, mas o governo dobra a aposta em distribuição de renda, pressiona a inflação e ali na frente teremos mais aumentos dos juros. E neste cenário, parece arriscado incentivar as pessoas a comprar mais com um alto risco de endividamento.

E o que o Plano Safra tem a ver com isso?

O orçamento aprovado para Crédito Rural e Seguro Rural veio abaixo do que foi pedido e são os mesmos recursos previstos no ano passado. No caso de recursos para equalização das taxas de juros das operações de custeio e investimentos, o dinheiro é praticamente o mesmo do ano passado: um pouco mais de R$1,5 bilhão para custeio, R$4 bilhões para investimentos – ou seja, R$5,5 bilhões para a agropecuária comercial. Isso mesmo, não tem R$400 bilhões anunciados pelo governo.

A política agrícola do governo consiste em pagar a diferença dos juros de mercado e os juros que a equipe econômica da fazenda definirá como possível diante destes recursos disponibilizados no orçamento. O volume anunciado é o que o volume total emprestado ao produtor, que pagará a maior parte dos juros.

Para o Seguro Rural também, nada além de R$1 bilhão, contra os R$964 milhões do ano passado. Há outros valores que, agregados, chegam a R$15 bilhões dos recursos para operações oficiais de crédito destinados a agropecuária e agroindústria, mas que não se efetivam em aplicação direta no financiamento e investimentos para a safra da agropecuária comercial, e não estão no orçamento do Ministério da Agricultura e Pecuária, mas no da Fazenda.

A agricultura familiar teve recursos alocados de R$8,3 bilhões para a equalização do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e mais R$500 milhões para assentados da reforma agrária, no total, são R$8,8 bilhões.

Apenas sob o prisma comparativo, serão R$8,8 bilhões para custear a agricultura familiar, contra R$1,5 bilhão para a agropecuária empresarial.

Quais as consequências disso?

Os recursos para o Plano Safra são importantes, mas a cada ano reduz mais a sua importância relativa para o setor. Por quê? Os juros altos reduzem o valor disponível para equalização, e forçam juros controlados cada vez mais altos. Nos últimos anos, a maior parte foi direcionada para a agricultura familiar.

A participação deste crédito no financiamento da safra que sempre girou em torno de 30%, sendo os restantes 70% divididos entre recursos próprios, financiamento por revendas de insumos e multinacionais de insumos e grãos. Mas os recursos do PAP sempre ajudaram a equilibrar os juros do mercado, hoje já estimados em 20% a 25% ao ano.

Como todo o ano os custos de produção aumentam, a área plantada é maior e o custo do dinheiro aumentou, esse recurso não seria suficiente nem para cobrir a necessidade do ano passado, quanto mais a da próxima safra.

A participação de 30% do Crédito Oficial no financiamento da safra, portanto, deve retrair para 20% este ano. Os produtores serão obrigados a captar mais recursos a juros livres, emitindo Cédulas do Produtor Rural (CPR) e negociando diretamente a sua produção.

E ainda assim, a exemplo do que vimos no início deste ano, devemos ver o esgotamento prematuro dos recursos para a equalização, antes do final do ano. No caso do seguro rural, a cobertura de 10% da área pelo seguro deve cair para 6% no próximo ciclo.

Juros nestes patamares e com menos recursos para o seguro não é algo saudável, torna os riscos da operação desaconselháveis para a instituição financeira, já que eleva a probabilidade de inadimplência e endividamento. As instituições exigirão garantias reais e ficará cada vez mais difícil tomar dinheiro no mercado.

A diminuição do crédito causará redução de oferta de alimentos e, consequentemente, aumento dos preços aos consumidores. Os alimentos, que já estão caros, ficarão ainda mais por falta de crédito agrícola. Por isso, diante dos problemas estruturais que já enfrentamos, é importante destacar que o setor é parte da solução para reduzir a inflação e reverter o desaquecimento da economia.

Soluções necessárias

Falta a parte da política macroeconômica, um cuidado maior em relação à responsabilidade fiscal, um controle dos gastos públicos e a colocação em marcha de reformas estruturantes como a reforma administrativa – como há eleição em 2026, e sabemos que está em marcha um plano de reeleição, apontamos por uma questão de pragmatismo e didática.

Mas no que diz respeito ao Plano Safra, para minimizar esse efeito do desestímulo à atividade econômica agropecuária, o Congresso precisará aprovar um PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) que versa sobre matéria orçamentária, com recursos suplementares de pelo menos R$10 bilhões, elevando de 1,5 bilhão para R$5 bilhões os recursos para o custeio e de R$1 bilhão para R$4 bilhões para o Seguro Rural e de investimentos de R$4 bilhões para R$6,5.

O setor enviou muitas sugestões para o Governo Federal como medidas de controle da inflação. Uma delas foi justamente elevar os recursos para o financiamento da safra. O setor gera um Valor Bruto da Produção de Agropecuária, dentro da porteira, de R$1,4 trilhão de reais, enquanto o PIB total do Agronegócio supera os R$2,5 trilhões. Não é razoável que o Governo Federal não apoie o um Plano Safra mais robusto, por todos os benefícios econômicos-sociais que isto trará para o país e de imagem para o próprio governo.

Fonte: Aprosoja Brasil



 


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Sustentabilidade

Arroz/Cepea: Preço no RS cai quase 25% nesta parcial de 2025 – MAIS SOJA

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Mesmo diante da crescente disparidade entre os valores ofertados por compradores e pedidos por vendedores, os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul seguem enfraquecidos, conforme apontam levantamentos do Cepea. Desde o início deste ano, a média do casca no RS já caiu 24,4%, operando nos patamares nominais de julho/22.

Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário deve limitar e/ou prejudicar a rentabilidade de produtores, influenciando a decisão quanto ao cultivo da nova temporada, no segundo semestre de 2025. Enquanto isso, as importações recuam (o volume de abril ficou abaixo de 100 mil toneladas pela primeira vez neste ano), e as exportações ainda estão lentas – vendas externas aquecidas neste momento poderiam reduzir o excedente interno e dar sustentação aos preços, ainda conforme o Centro de Pesquisas.

Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:Cepea

Site: CEPEA


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Sima e Auravant anunciam parceria para ampliar ferramentas de agricultura de precisão – MAIS SOJA

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Em sua missão de digitalizar a agricultura e facilitar decisões inteligentes no campo, a Sima está dando um importante passo estratégico adicionando novos recursos à sua plataforma graças a um acordo de colaboração com a argentina Auravant, uma empresa que possui uma plataforma SaaS dotada de Big Data com informações agrícolas. A partir de agora, haverá a incorporação de ferramentas como receituário agronômico, recomendações e modelos de análise de cultivos, ampliando ainda mais a capacidade da agtech em apoiar os produtores em todo o ciclo produtivo.

A Sima começou apenas como uma ferramenta de coleta de dados de campo, e hoje é uma das líderes na América Latina, com mais de oito milhões de hectares monitorados em quase 10 países. “Hoje, centralizamos toda a gestão da produção com recursos inteligentes, integração e suporte personalizado”, destaca Agustin Rocha, co-fundador da agtech.

Com a nova parceria, que vale para toda a atuação das duas marcas, o produtor brasileiro passa a ter grandes benefícios. “Agora possível gerar prescrições agronômicas mais precisas, otimizando o uso de insumos e reduzindo custos. Além disso, eles terão acesso a tecnologias avançadas de monitoramento via satélite e modelos preditivos, melhorando a tomada de decisões no campo. A presença local das duas empresas também garante suporte técnico mais próximo e personalizado”, destaca o executivo.

Além disso, o acordo reforça o foco da Sima em oferecer uma solução única, simples e abrangente. “Lideramos a gestão agrícola porque entendemos os desafios do campo. E porque queremos resolver o máximo de problemas possível para nossos usuários, optamos por fazer parceria com os melhores”, enfatiza, Gerónimo Oliva, co-fundador da Sima.

União estratégica

A parceria com a Auravant não é coincidência: ambas as empresas cresceram paralelamente dentro de um ecossistema AgTech na Argentina e hoje se complementam para potencializar a agricultura inteligente, combinando tecnologia de satélite, modelos preditivos e uma interface simples e pensada para o trabalho diário no campo.

A plataforma Sima funciona off-line em sua versão mobile e se integra a um ambiente web intuitivo. Além disso, oferece ferramentas como controle de plantão e de severidade por meio de fotos, ordens de serviço, imagens de satélite, monitoramento de adversidades com geolocalização, comparador de campanhas, entre muitas outras. Somam-se a isso os desenvolvimentos de inteligência colaborativa, como Alertas Zonais e SIMA Harvest, um modelo de rendimento preditivo desenvolvido em conjunto com a NASA e a Universidade de Maryland.

Sobre

Sima é uma AgTech que surgiu em 2014 na Argentina com o objetivo de oferecer aos produtores uma plataforma simples, completa e inteligente para monitorar, controlar e analisar dados. Hoje a empresa está presente em 8 países da América Latina e possui mais de oito milhões de hectares monitorados. Mais informações em: https://www.sima.ag/pt.

Fonte: Assessoria de Imprensa Sima



 


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Inoculação do trigo com Azospirillum promove o aumento da produtividade e da tolerância a estresses – MAIS SOJA

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Diferentemente das bactérias do gênero Bradyrhizobium, conhecidas por sua capacidade de fixar nitrogênio atmosférico em leguminosas como a soja, as bactérias do gênero Azospirillum atuam principalmente por meio da produção de fitormônios que estimulam o crescimento vegetal, especialmente do sistema radicular. Essa ação promove a expansão da zona rizosférica e o aumento do volume de solo explorado pelas raízes, resultando em maior eficiência na absorção de água e nutrientes e maior tolerância a estresses abióticos como o déficit hídrico (Prando et al., 2019).

Por meio da inoculação das sementes, sulco de semeadura ou via pulverização (com menor eficácia), é possível promover o aumento populacional do Azospirillum no solo, a fim de proporcionar benefícios em culturas agrícolas. Em gramíneas (Poaceas) como o milho e o trigo, os benefícios da inoculação com Azospirillum tem contribuído significativamente para o aumento da produtividade dessas culturas.

Embora possuía uma pequena capacidade em fixar o nitrogênio atmosférico quando comparada ao Bradyrhizobium, o Azospirillum  exerce um importante papel induzindo produção de reguladores de crescimento como auxinas, citocininas, giberelinas, etileno, bem como de outras moléculas importantes. Além do mais, pode atuar na solubilização de fosfatos e ter efeitos na tolerância a patógenos, reduzindo os efeitos deletérios ou aumentando a resistência. Estima-se que o nitrogênio fixado por essas bactérias represente de 5% a 18% do nitrogênio total absorvido pela planta, mas que essa contribuição também pode ser inferior a 5% em alguns casos (Andrade; Reis Junior; Chagas, 2022).

Contribuições de inoculação com Azospirillum para a produtividade do trigo

Ao longo dos anos, diferentes estudos buscaram avaliar as contribuições da inoculação do trigo com isolados de Azospirillum. Em ambiente controlado, resultados de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa em diferentes safras e regiões apontaram incremento médio de produtividade de 14% em áreas inoculadas com Azospirillum brasilense em comparação a testemunha (sem inoculação).

Tabela 1. Efeito da inoculação1 com estirpes de Azospirillum no rendimento (kg de grãos ha-1) de trigo.
Fonte: Hungria (2011)

Vale destacar que embora as bactérias do gênero Azospirillum possuam habilidade parcial em fixar nitrogênio atmosférico, com visto anteriormente, essa contribuição não ultrapassa 18%, sendo portanto, necessário realizar a adubação nitrogenada na cultura para suprir a demanda de nitrogênio da planta.

Estudos mais recentes demonstram que a contribuição da inoculação do trigo com Azospirillum varia de 13% a 18%. A inoculação do trigo com Azospirillum também contribui para a manutenção da produtividade em condições de estresse hídrico. Pesquisas demonstram que, sob seca, plantas de trigo inoculadas apresentaram menor perda de rendimento (14,1%) em comparação ao controle não inoculado (26,5%). Além disso, observou-se um aumento nas concentrações de magnésio (Mg), potássio (K) e cálcio (Ca) nos grãos (Andrade; Reis Junior; Chagas, 2022).

Vale destacar que a inoculação do trigo com Azospirillum deve ser encarada como uma prática complementar à adubação nitrogenada, e não como sua substituta. A combinação entre a inoculação e uma adubação nitrogenada adequada pode resultar em ganhos expressivos de produtividade.  Pereira et al. (2017), ao avaliarem a eficiência de diferentes doses e modos de aplicação de Azospirillum brasilense em trigo, observaram que a inoculação das sementes associada à adubação nitrogenada potencializou significativamente a produtividade da cultura, superando tanto o tratamento apenas adubado quanto aquele somente inoculado.

Em suma, a inoculação do trigo é uma estratégia de baixo custo que contribui não só para o aumento da produtividade da cultura sob condições ambientais adequadas, como também para o aumento da tolerância das plantas a condições de estresse, contribuindo para a manutenção do potencial produtivo do trigo.


Veja mais: Qual a melhor fase para aplicar nitrogênio no trigo?


Referências:

ANDRADE, S. R. M.; REIS JUNIOR, F. B.; CHAGAS, J. H. USO DE Azospirillum brasilense NA CULTURA DO TRIGO. Embrapa Cerrados, Documentos, n. 394, 2022. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1147512/1/Solange-Doc-394.pdf >, acesso em: 13/05/2025.

HUNGRIA, M. INOCULAÇÃO COM Azospirillum brasilense: INOVAÇÃO EM RENDIMENTO A BAIXO CUSTO. Embrapa, Documentos, n 325, 2011. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/879471/1/DOC325.2011.pdf >, acesso em: 13/05/2025.

PEREIRA, L. C. et al. RENDIMENTO DO TRIGO (Triticum aestivum) EM RESPOSTA A DIFERENTES MODOS DE INOCULAÇÃO COM AZOSPIRILLUM BRASILENSE. Revista de Ciências Agrárias, 2017. Disponível em: < https://revistas.rcaap.pt/rca/article/view/16433 >, acesso em: 13/05/2023.

PRANDO, A. M. COINOCULAÇÃO DA SOJA COM Bradyrhizobium E Azospirillum NA SAFRA 2018/2019 NO PARANÁ. Embrapa, Circular Técnica, n. 156, 2019. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1117312/1/Circtec156.pdf >, acesso em: 13/05/2025.


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