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. . . . . . . . . . . . . . . 11 de May de 2025

Sustentabilidade

Neutralidade no Oceano Pacífico está presente desde meados de fevereiro – MAIS SOJA

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Por Jossana Ceolin Cera, Consultora Técnica do Irga – Meteorologista (CREA-RS 244228)

Condições meteorológicas ocorridas em fevereiro de 2025 no estado do Rio Grande do Sul (RS)
  • Condições meteorológicas ocorridas em fevereiro de 2025 no estado do Rio Grande do Sul (RS) 

Em fevereiro, as condições de chuva melhoraram um pouco, em algumas regiões, em relação a janeiro. No entanto, foram muito irregulares. Na Metade Sul, os menores acumulados, abaixo dos 80 mm, ocorreram no extremo Sul, Oeste e em parte da Campanha. Algumas áreas do Estado registraram volumes acima dos 120 mm, já próximos dos valores da Normal Climatológica (NC) (Figura 1A). Com isso, apenas parte das Planícies Costeira Interna e Externa ficaram com chuvas acima da NC. As áreas de fronteira com o Uruguai e toda a Fronteira Oeste ficaram com anomalias negativas de precipitação (Figura 1B).

Figura 1. Mapa da precipitação pluvial acumulada (A) e da anomalia da precipitação (B), em mm, no estado do Rio Grande do Sul, durante o mês de fevereiro de 2025, em relação aos valores da Normal Climatológica (NC), relativa ao período 1991-2020. Fonte de dados: INMET.

Embora irregulares entre as regiões, as chuvas ocorreram no decorrer de todo o mês, com exceção de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Mas, mesmo assim, com discrepâncias entre os valores mensais acumulados. Enquanto Bagé teve 153 mm, Santa Vitória do Palmar teve apenas 58 mm. Tanto as temperaturas do ar mínimas quanto as máximas ficaram acima da NC. A anomalia média mensal da temperatura, em fevereiro de 2025, ficou em +3 °C na Fronteira Oeste e em parte da Campanha e da Região Central (Figura 2).

A falta de chuvas regulares e a ocorrência de altas temperaturas no período proporcionaram alta taxa de evaporação da água do solo, agravando muito a estiagem no RS e prejudicando o pleno desenvolvimento de culturas, para as quais não se dispõem de irrigação suplementar.

Figura 2. Temperaturas do ar máxima e mínima diária (°C) e suas respectivas Normais Climatológicas (°C) relativas ao período 1991-2020 (nas linhas pontilhadas em vermelho e azul) e precipitação pluvial diária (mm) referentes ao mês de fevereiro de 2025, em seis municípios da Metade Sul do RS, representativos das seis regiões arrozeiras. Fonte de dados: INMET.
  • Situação atual do fenômeno ENOS (El Niño – Oscilação Sul) e perspectivas 

Na atualização de 13 de março de 2025, a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) declarou que, coletivamente, o sistema acoplado oceano-atmosfera refletiu o enfraquecimento das condições de La Niña e uma tendência para Neutralidade. A anomalia mensal da temperatura da superfície do mar, na região Niño3.4, foi de -0,4 °C em fevereiro, já fora do limite de La Niña. Na região do Niño1+2, foi de +0,7 °C, com valores semanais que chegaram a +1,0 °C (Figura 3). A anomalia trimestral, referente a Dez/2024 e Jan-Fev/2025, foi de -0,6 °C, sendo o segundo trimestre com limiar de La Niña.

Figura 3. Anomalia da temperatura (°C) da água da Superfície do Mar no mês de fevereiro de 2025. O retângulo central na imagem mostra a região do Niño3.4, a qual os centros internacionais utilizam para calcular o Índice Niño (que define a ocorrência de eventos de El Niño e La Niña). Já o retângulo menor mostra a região Niño 1+2, que modula a qualidade de distribuição das chuvas, ou seja, sua regularidade de ocorrência no estado do RS. Fonte: Adaptado de CPTEC.

Analisando os dados divulgados pela NOAA, houve apenas dois meses com anomalias em limiar de La Niña: dezembro/2024, com -0,6 °C e janeiro/2025, com -0,7 °C. Ou seja, a safra 2024/25 foi de Neutralidade, com viés frio. E a estiagem que o RS passou, foi em função disso. Lembrando que estiagens ocorrem, mesmo com Neutralidade, como vínhamos destacando no decorrer dos boletins climáticos dessa safra.

Outro ponto importante a ser destacado é o aquecimento que vem se desenvolvendo junto à costa Oeste da América do Sul (Figura 3), como a região Niño1+2. Em fevereiro, a anomalia mensal nessa região ficou em +0,7 °C e, na semana do dia 05/03/2025, chegou a +1,6 °C. Já agora na semana de 19/03/2025, caiu para +0,9 °C. O órgão Peruano de meteorologia monitora esse aquecimento, que dependendo da sua intensidade e duração, poderia ser classificado como El Niño Costeiro. Na região, ocorreram inundações, em função desse aquecimento. Para o RS, o padrão de temperatura da região Niño1+2 modula a qualidade das chuvas. E a depender da intensidade e da durabilidade desse aquecimento, esse estado poderá registrar aumento da frequência e do volume das chuvas nos próximos meses, principalmente em abril e maio.

Em 2017, nessa mesma época do ano, houve o desenvolvimento de um El Niño Costeiro (bastante intenso, diga-se de passagem). Mas, ele não evoluiu para um El Niño Clássico, visto que, inclusive, a safra seguinte (2017/18) foi caracterizada como uma La Niña (fraca). Mas é necessário acompanhar como tudo isso irá evoluir, e esperar até maio ou junho, para tomar decisões mais assertivas, já pensando na safra 2025/26.

Segundo a previsão da NOAA, a Neutralidade deverá atuar no trimestre Mar-Abr-Mai, com 81 % de probabilidade. Atenção: você já deve ter ouvido falar até em La Niña para a safra 2025/26, e, pelas projeções, existe 42 % de chance de La Niña e 42 % de Neutralidade, para o trimestre Out-Nov-Dez. Então, mais uma vez, é aconselhado esperar mais alguns meses para que haja uma definição de qual padrão irá atuar durante a próxima safra no estado.

A bolha de águas subsuperficiais com anomalias negativas de temperatura diminuíram bastante no início de março.  Além disso, a pequena área com anomalias positivas aumentou, de fevereiro para março (Figura 4). Com isso, o resfriamento em superfície seguirá declinando nas próximas semanas no Oceano Pacífico Central, indo em direção à Neutralidade.

Figura 4. Anomalia da temperatura (°C) subsuperficial das águas na região Equatorial do Oceano Pacífico em relação à profundidade (de 0 a 300 m), entre os meses de dezembro de 2024 a março de 2025. Pêntadas significam média de cinco dias consecutivos. Fonte: Adaptado de CPC/NCEP/NOAA.
  • Previsão de precipitação no trimestre abril, maio e junho de 2025 no RS 

Para esse trimestre, a previsão de consenso do IRI (International Research Institute for Climate Society) prevê chuvas abaixo do padrão normal no RS. Já o modelo CFSv2 (Climate Forecast System), da NOAA, prevê precipitações abaixo da NC para abril, maio e junho, em todo o RS. Por sua vez, a previsão do modelo do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) é de que as precipitações fiquem dentro da NC na maior parte da Metade Sul em março. Para abril, a previsão é de que fiquem abaixo da NC na Campanha e na Zona Sul e, dentro da NC, nas demais regiões, em abril. Para maio, a previsão é de chuva acima da NC em praticamente todo o RS. Já para junho, a expectativa é de que as chuvas fiquem próximas da NC, com algumas regiões entre o Noroeste, Centro e Leste, podendo ficar um pouco acima (Figura 5).

Figura 5. Precipitação pluvial total (mm) e anomalia de precipitação (mm) previstas para abril, maio e junho de 2025 no estado do RS. Fonte: adaptado de INMET.

Ressalta-se que, no período do outono, há um aumento natural das chuvas, que passam a ser mais homogêneas e duradouras. Os dias mais curtos e com menores temperaturas fazem a evaporação ser menor. Com isso, o solo fica úmido por mais tempo. Somado a isso, se tem essa expectativa de aumento nas chuvas entre abril e maio, devendo o produtor ficar atento e priorizar as colheitas do arroz e da soja, assim que possível. E, na sequência, fazer os manejos de solo e semeadura das pastagens de outono/inverno, se estas estiverem em seu planejamento. É necessário ter atenção, pois chuvas muito concentradas podem dificultar a colheita da soja semeada mais tardiamente e o desenvolvimento adequado de pastagens de outono/inverno.

O outono começou no dia 20 de março, às 06h02min, por ser uma estação de transição, é esperado que as temperaturas, neste primeiro momento ainda sejam mais altas. Mas, com as primeiras entradas de massas de ar frio, elas vão aos poucos, ficando mais brandas. E, em final de abril e maio, já devermos ter temperaturas mais baixas, características da estação, e com alguns dias de frio mais intenso, se assemelhando ao inverno. Pensando nas pastagens de outono/inverno, se não houver chuvas muito frequentes, as expectativas são boas.

Para melhores tomadas de decisão de manejo de suas lavouras, é importante que se faça o acompanhamento da previsão do tempo de sete a 15 dias, visando maior eficiência na execução das atividades programadas.

Fonte: Irga



 

FONTE

Autor:Instituto Rio Grandense do Arroz

Site: IRGA


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Sustentabilidade

Embrapa destaca que futuro do agro será pautado pela sustentabilidade

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Nas últimas 5 décadas o Brasil se desenvolveu ao ponto de se tornar um dos maiores players do agronegócio em âmbito mundial. A perspectiva da Embrapa é que nos próximos 50 anos, haverá uma necessidade cada vez maior por produtos agrícolas certificados. Ainda mais, pela sustentabilidade, baixa emissão de carbono e resiliência às mudanças do clima. 

O assunto foi o mote da celebração do aniversário de 52 anos da Embrapa, que aconteceu no dia 7 de maio em Brasília. Na análise dos representantes do governo e da iniciativa privada, presentes na ocasião, a sustentabilidade será o diferencial para um futuro da agricultura.

“O Brasil, como um dos maiores produtores agrícolas do planeta, carrega uma imensa responsabilidade, mas também uma extraordinária capacidade: a de liderar pelo exemplo. Temos demonstrado ao mundo que é possível produzir alimentos, fibras e energia com sustentabilidade, desenvolvendo tecnologias que minimizam o impacto ambiental e, ao mesmo tempo, ampliam a eficiência no uso dos nossos recursos naturais.”, disse a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, no discurso de abertura da solenidade.

Silvia comentou ainda sobre a trajetória da empresa. Ressaltou que a Embrapa “nasceu do sonho de um país que queria vencer a fome com conhecimento, transformar desafios em oportunidades e afirmar sua soberania por meio da agricultura.” 

Dentre outros pontos destacados nos discursos dos representantes presentes, o papel que a Embrapa tem desenvolvido para tornar mais fácil o caminho rumo ao futuro sustentável foi um dos pontos altos.

*Texto sob supervisão do jornalista Thiago Dantas

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Destaques da semana Mais Soja – MAIS SOJA

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Sustentabilidade

Inoculante biológico melhora crescimento de Paineira Rosa

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Um estudo conduzido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), utilizando mudas de Paineira Rosa, conseguiu resultados promissores. As plantas tiveram um aumento de 8 cm na altura média com a otimização na proporção de composto do substrato. O objetivo do estudo é explorar os benefícios do uso de diferentes volumes de composto orgânico.

Outro foco da pesquisa foi testar o uso do inoculante biológico Azospirillum brasilense. Este aditivo microbiano tem como unção promover o crescimento vegetal.

O trabalho busca entender como estas práticas beneficiam o desenvolvimento da muda, utilizada para reflorestamento e arborização urbana.

“As mudas tratadas com inoculante atingiram altura máxima de 68,23 cm com 44% de composto, enquanto as sem inoculante alcançaram 60,2 cm com 46% de composto. Além disso, observou-se maior crescimento do diâmetro do caule no tratamento com inoculante, demonstrando seu impacto positivo no desenvolvimento inicial das plantas” afirma Estêvão Vicari Mellis, pesquisador do IAC.

Os substratos utilizados no estudo, formados por areia, utilizam diferentes proporções de um composto produzido na Usina Verde, na fazenda Santa Eliza do IAC. Segundo Mellis, as mudas de paineira apresentaram desenvolvimento significativamente superior com o uso combinado do composto e do inoculante.

O alvo da pesquisa é promover práticas agrícolas mais sustentáveis e com impacto ambiental positivo. Sobretudo, além do aprimoramento nas técnicas de adubação, o projeto visa criar alternativas para a compensação da emissão de gases do efeito estufa. Alinhando, assim, o cultivo à gestão das mudanças climáticas.

“Os objetivos vão além dos laboratórios: as mudas cultivadas poderão ser usadas para mitigar emissões de GEE geradas por outros projetos de pesquisa. Este diferencial, alinhado às tendências globais de sustentabilidade, busca atrair investidores de parcerias público-privadas para dar continuidade a esse trabalho e ampliar o alcance do projeto”, como afirma Mellis.

*Texto sob supervisão do jornalista Thiago Dantas

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