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Silos-bolsa salvam colheita de soja em Mato Grosso

Produtores da região do Vale do Araguaia, em Mato Grosso, estão apelando para o uso de silo-bolsa para armazenar a produção de soja 2024/25. A alternativa foi buscada diante do excesso de chuvas nos primeiros meses de 2025 e, principalmente, da falta de armazéns na região para guardar a produção da temporada.
Em Água Boa, pouco mais de 80% dos 230 mil hectares de soja plantados nesta temporada 2024/25 foram colhidos, conforme o Sindicato Rural.
O presidente da instituição, Geraldo Delai, relata ao Patrulheiro Agro desta semana que o clima no município segue instável, com algumas áreas registrando chuvas todos os dias, enquanto em outras não chove há 15 dias.
“Como fizemos adubação o ano passado, esse ano nós tínhamos um saldo. A produtividade aumentou, porém os preços estão menores do que no ano passado. Então a rentabilidade vai assim. Um alívio para o produtor este ano. Porém, para salvar a perda do ano passado, ainda tem muito tempo pela frente”.
Apesar de tal positividade com a produtividade, Água Boa enfrentou grandes problemas com o excesso de chuva entre janeiro e o início de fevereiro.
“Nossos solos, principalmente os siltosos, tem muita tendência de atoleiros. Esse ano foi atoleiros à vontade. Quando concentra às vezes, a gente não consegue estar preparado para a colheita, pois na hora você precisa ter muitas máquinas para poder alcançar o tempo da soja, porque ela não espera”, frisa Geraldo Delai.
Só uma safra é difícil
Assim como em Água Boa, os trabalhos em Canarana também estão na casa dos 80% da área destinada para a soja colhida.
“Mato Grosso quando resolve chover, chove mesmo. E enfrentamos anos aí com muita dificuldade, só que em anos atrás plantávamos com uma velocidade bem menor, a safra era bem mais longa. Então acabava que às vezes não pegava um volume tão grande. Hoje não, a nossa capacidade de plantio é muito mais rápida”, pontua o presidente do Sindicato Rural de Canarana, Lino Costa.
Ele conta à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que nesta safra 2024/25 Canarana semeou quase 80% da soja em cerca de 20 dias.
“Hoje se nós não fizermos duas safras aqui no nosso estado, com uma safra só fica difícil de você sobreviver. Nossa região é uma região que acontece muitos pontos de brejar as áreas que umedecem bastante e essas máquinas grandes quando atolam, tanto pulverizador quanto colheitadeira, é uma operação muito complicada para tirar. Isso gera um custo muito alto para fazer”, diz Lino Costa.


Produção de soja cresce, mas armazenagem não
Além das chuvas e custos, na região do Vale do Araguaia os produtores enfrentam ainda problemas quanto a falta de capacidade de armazenagem da produção. Isso porque tal capacidade não consegue acompanhar o crescimento da produção.
A situação, conforme o presidente do Sindicato Rural de Canarana, se agrava quando há situações de concentração da colheita diante do excesso de chuvas.
“Nós já temos uma deficiência grande de armazéns, então quando a soja está úmida, as filas crescem ainda mais. A capacidade de armazenagem subiu um pouco, mas o problema é a capacidade de secagem do grão. As filas se ocasionam na hora que começam esses transtornos de chuvas. Temos deficiência de caminhão, muita gente colocando a soja em silo-bolsa, colocando a soja em barracões. É uma operação com bastante trabalho para poder finalizar essa safra já com algumas perdas de soja avariada”.
O produtor Diego Dal Asta foi um dos que apostou no silo-bolsa para armazenar a produção desta safra 2024/25. De acordo com ele, foram utilizados quase 20 silos-bolsa dentro da propriedade.
“Esse investimento em silo-bolsa tem um custo a mais em sacas por hectare de mais de meia saca. Era um custo que não tinha e entrou de última hora por conta da dificuldade da nossa colheita. Se não fizer isso, perde a soja, porque a gente não teria condições de aguardar caminhão voltar do armazém”.


Tempo de espera em filas é longo
O produtor relata ao Canal Rural Mato Grosso que há caminhões que chegam a ficar 48 horas na fila de armazéns para descarregar a produção.
“Mesmo se aumentarmos dois, três armazéns dentro do município de Canarana, o atual ritmo de colheita que o produtor vem imprimindo com o aumento de máquinas, que tem ano a ano, é muito grão e os armazéns não tem condição de receber tanto grão”.
O tempo extenso de espera nas filas em armazéns para descarregar também é destacado pelo caminhoneiro Omar Ivo Praz. “Tem gente que fica dois dias, três dias e depende da qualidade da soja. A vantagem é se você está por mês. Se você estiver em uma fila você está ganhando, agora o cara que não ganha por mês, que ganha por tonelada ou por saca, ele na fila não está ganhando”.
“O produtor se prepara com caminhão, mas não adianta se a gente não tem uma eficiência nessa descarga. Poucos armazéns que temos aqui terceirizados não dão conta de receber toda a safra. Então eles precisam dar o tombo, automaticamente que estamos descarregando a nossa soja da lavoura, precisa estar carregando para levar para o porto. Não é só em Canarana. É em todo o Vale do Araguaia”, frisa o produtor Mateus Goldoni.
Segundo Mateus Goldoni, 80% dos produtores na região do Vale do Araguaia são dependentes de armazéns terceirizados que prestam serviços de armazenagem e secagem. “A nossa dificuldade de armazenagem é um problema muito sério. Aumentamos muito a área e os armazéns não aumentam proporcionalmente como crescemos todo ano”.


Umidade da soja é um desafio
A questão da umidade da soja no atual ciclo é um desafio para o armazém também no que tange a parte de secagem, destaca o gerente de unidade da Amaggi em Água Boa, Marcelo Braga.
“Mas, é um bom desafio, porque graças a Deus vem uma boa safra esse ano. O secador está trabalhando o tempo todo. Temos as pausas obviamente, pausas programadas para limpeza e manutenção, tirando isso toca de novo. Primeiro e segundo turno faz a recepção e o terceiro turno fica mais para a secagem dos grãos. Temos tido um apoio muito grande da nossa logística para cada vez mais embarcar, para poder abrir espaço. A Companhia sempre estuda melhorias, investimentos para cada vez mais poder atender melhor o produtor”.
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Produtores negociam 45,04% do milho 24/25 em Mato Grosso

Enquanto a comercialização do milho 2023/24 caminha para o seu fim, somando 99,17% da produção, as negociações do cereal em Mato Grosso referente a safra 2024/25 alcançam 45,04% da produção esperada de 48,885 milhões de toneladas.
A valorização de 2,88% do preço médio da saca de 60 quilos em abril, ante março, foi um dos principais fatores para o impulsionamento de 4,73 pontos percentuais nas vendas na variação mensal.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que a saca do cereal fechou em abril negociada em média a R$ 47,71.
“Além disso, a definição mais precisa do volume a ser produzido pelos produtores favoreceu o aumento das vendas no mês. Com esse desempenho, a comercialização está 12,29 pontos percentuais adiantada em relação ao mesmo período da safra passada. No entanto, ainda permanece 11,97 pontos percentuais inferior à média registrada nas cinco safras anteriores”.
Em relação ao ciclo 2025/26 de milho, cujo plantio inicia em janeiro do próximo ano, já foram negociadas 3,81% da produção estimada, avanço de 2,13 pontos percentuais na variação mensal.
“Esse cenário reflete a valorização de 6,03% no preço no último mês, com média de R$ 46,09 a saca. Desse modo, o volume negociado está 2,35 pontos percentuais acima do registrado no mesmo período da safra 2024/25”.
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Mato Grosso comercializa 70,55% da soja 2024/25

A comercialização de soja em Mato Grosso alcançou 70,55% das 50,893 milhões de toneladas produzidas na safra 2024/25 no mês de abril.
A informação é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada nesta segunda-feira (12). O avanço na variação mensal foi de 11,57 pontos percentuais, conforme o levantamento.
Entre as explicações para esse volume negociado está a necessidade de liberação de espaço nos armazéns para a chegada da safra de milho, bem como a valorização nos preços da oleaginosa frente ao mês de março.
O preço médio da soja fechou abril em média a R$ 112,05 a saca, representando uma alta de 2,66% em comparação ao mês anterior.
Soja 2025/26 alcança 10,71%
Em relação ao ciclo 2025/26, cuja previsão “conservadora” é colher 47,1 milhões de toneladas de soja, as negociações antecipadas alcançaram 10,71% da produção prevista.
Na variação mensal o avanço das vendas foi de 2,61 pontos percentuais, segundo o Imea.
“Apesar desse progresso, o ritmo de vendas permanece abaixo da média dos últimos cinco anos. Por fim, o preço médio da soja para a safra futura em abril foi de R$ 109,95 a saca, registrando uma queda de 0,28% em relação ao mês anterior”.
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Vietnã, Egito e Irã representam 60% das exportações de milho de Mato Grosso

As exportações de milho da safra 2023/24 totalizaram 23,62 milhões de toneladas até o mês de abril. Deste volume, 60,51% foram adquiridos pelo Vietnã, Egito e Irã.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Mato Grosso registra uma retração de 18,25% nos embarques da safra 2023/24 em comparação com o ciclo 2022/23.
O recuo é creditado à menor produção registrada na temporada. Na safra 2023/24 foram produzidas no estado 47,171 milhões de toneladas do grão, enquanto na 2022/23 um volume recorde de 52,504 milhões de toneladas.
Juntos, Vietnã, Egito e Irã compraram do estado 9,33 milhões de toneladas do cereal.
A China, por sua vez, representa apenas 2,50% do total exportado por Mato Grosso. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a queda de 27,90% de participação observada em 2022/23 para a atual fatia decorre “a fatores econômicos do país, além da maior produção chinesa para o ciclo”.
A expectativa para a safra 2023/24, aponta o Imea, é que 25,43 milhões de toneladas de milho sejam exportadas pelo estado.
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