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Guerra comercial EUA-China gera incerteza no comércio internacional

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tem gerado incerteza no comércio internacional. Para se ter uma ideia, as exportações semanais de algodão do país norte-americano somaram 101.058 fardos, o menor volume semanal desde outubro.
As informações constam no Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa desta sexta-feira (21).
Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa:
Algodão em NY – O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 20/mar cotado a 67,57 U$c/lp (-0,2% vs. 13/mar). O contrato Dez/25 fechou em 69,36 U$c/lp (+0,2% vs. 13/mar).
Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 841 pts para embarque Mar/Abr-25 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 20/mar/25).
Baixistas 1 – As exportações semanais de algodão dos EUA somaram 101.058 fardos, o menor volume semanal desde outubro. A China cancelou 49.300 fardos.
Baixistas 2 – O Federal Reserve dos EUA manteve as taxas de juros inalteradas, mas aumentou a previsão de inflação para 2025 para 2,7% (antes era 2,5%).
Altistas 1 – O plantio de algodão nos EUA já começou no Sul do Texas, mas sob condições de seca severa.
Altistas 2 – O Monitor de Seca dos EUA indicou que as regiões High Plains e Rolling Plains estão em condições de seca moderada a anormal.
Plantio 1 – A disponibilidade de água também causa apreensão no Paquistão, onde o plantio acelerou nesta semana.
Plantio 2 – Já na China, a expectativa é de que a semeadura avance na próxima semana a partir do sul de Xinjiang, rumo às áreas do norte.
Fiações 1 – Na Índia, as fiações operam quase que na capacidade total, apesar da limitação na oferta. Em Bangladesh, a produção está reduzida.
Fiações 2 – Mesmo com margens de lucro menores, a indústria vietnamita opera em alta devido à demanda dos EUA e da Europa. Na China, o mercado de fios está estável, com operações entre 70% e 90% da capacidade.
China – De janeiro a fevereiro, a China importou cerca de 270 mil tons de algodão – 58% a menos que em 2024. De ago/24 a fev/25, o volume é de 890 mil tons (contra 1,9 milhão tons no ciclo anterior). Os dados são preliminares.
Índia – Em sua segunda estimativa da safra 2024/25, o Ministério da Agricultura da Índia previu 5 milhões de tons a serem colhidos em nov/25. É a menor projeção feita até aqui para a safra indiana.
Coreia do Sul – Em fev/25, a Coreia do Sul importou 8.057 tons de algodão, dos quais 70% saíram do Brasil. É o maior volume mensal importado desde jun/23. No ano comercial 2024/25, a soma é de 38.144 tons – sendo 67,4% pluma brasileira.
Brasil – Safra 2024/25 1 – A Abrapa estima que a área plantada com algodão seja de 2,145 milhões de hectares no ciclo 2024/25 (10,3% a mais que em 2023/24). O número foi divulgado ontem (19) durante reunião da Câmara Setorial do Algodão.
Brasil – Safra 2024/25 2 – Com isso, a projeção da Abrapa é de que sejam produzidos 3,95 milhões tons no ciclo atual. Na semana passada, a Conab divulgou a estimativa de 3,82 milhões tons.
Brasil – Exportações 1 – Na mesma reunião, a Anea informou que, de jul/24 a mar/25, o Brasil embarcou 2,2 milhões tons. No mesmo período de 2024/25, o volume registrado foi de 2,58 milhões tons.
Brasil – Exportações 2 – As exportações brasileiras de algodão somaram 132,3 mil tons na segunda semana de março. A média diária de embarque é 30,8% superior que a registrada no mesmo mês de 2024.
Brasil – Beneficiamento 2023/24 – Até ontem (20/03), foi finalizado o beneficiamento nos estados de GO, MA, MG, MS, PI, PR e SP, restando apenas os estados da BA (99%) e MT (99,89%). Total Brasil: 99,74%.
Brasil – Plantio 2024/25 – Até ontem (20/03), foi finalizado o plantio nos estados da BA, MA, MG, MS, MT, PI, PR e SP, restando apenas o estado de GO (98,91%). Total Brasil: 99,98%.
Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:

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Agricultura regenerativa trabalha mais em harmonia com a natureza, diz consultor

O Brasil conta com mais de nove milhões de hectares destinados à agricultura regenerativa somente em soja e milho, além de outros para a produção permanente, como café e citrus e até mesmo floresta plantada.
Conforme Ronaldo Trecenti, engenheiro agrônomo e consultor em agricultura sustentável, hoje há um pacote tecnológico que possibilita a mudança da agricultura convencional para a regenerativa. Ele destaca ainda, em entrevista ao Direto ao Ponto nesta quinta-feira (15), que, inclusive, é possível observar melhora na produtividade e redução de custos.
“É uma agricultura mais baseada na biologia. Não que você não use químico, mas procuramos substituir os químicos por biológicos, por bioinsumos”.
O especialista frisa que assim como qualquer outra atividade, a agricultura regenerativa necessita de um bom planejamento para ter sucesso.
“Eu acho que é pré-requisito. Se for pegar uma área de pastagem degradada para fazer a recuperação com o uso desses insumos, às vezes fazemos a correção nessa área um ano e no segundo ano já entra com as culturas”, diz ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
Ainda faltam métricas quanto ao sequestro de carbono
Sobre a questão do crédito de carbono, Ronaldo Trecenti salienta que o assunto é algo novo no Brasil e que por isso “como não temos as métricas do quanto nós sequestramos ou deixamos de emitir nas diversas culturas, atividades, a agricultura nem entrou na questão do mercado oficial”.
Apesar disso, ele frisa que já existem iniciativas para a agricultura no mercado voluntário, principalmente no segmento de floresta.
“Que sequestra carbono a gente sabe que sim. Temos um projeto aprovado, uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária junto com a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto, que em março deste ano foi apresentada a primeira parte dos resultados que mensurou a questão do sequestro de carbono e a redução da emissão nos biomas brasileiros. Os resultados mostraram que no sistema de plantio direto, quando é bem conduzido, nós conseguimos acumular mais carbono que a mata nativa”.
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Segunda safra exige fé e estratégia de produtores em Mato Grosso

A segunda safra de milho em Mato Grosso tem exigido fé e estratégia dos produtores. A temporada 2024/25 da cultura é marcada por atrasos devido ao clima, perda de janela ideal, pragas e preços que não cobrem o elevado custo de produção. Na região sul do estado, há quem chegou a reduzir a área em 1,1 mil hectares em relação ao planejado, por exemplo, para evitar maiores prejuízos.
Gerson dos Santos, gerente de produção da fazenda São Jerônimo em Itiquira, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que a propriedade possui 500 hectares de milho em risco.
“Já era para o milho estar cheio. Choveu bastante na colheita e atrasou o plantio por causa da chuva. Acabou perdendo a janela de plantio. Nesses 500 hectares tem que chover, se não perde e o investimento foi grande”, diz.
Na fazenda foram cultivados nesta safra 1,4 mil hectares de milho, aproximadamente 1,1 mil hectares a menos do planejado para essa temporada.
”Aqui na região de Itiquira tem muitas fazendas que tem milho até menor que o nosso e plantou até mais tarde. Tem que chover para produzir e o milho é uma cultura que precisa de muita água. Na época certa, choveu bastante, só que agora cortou”, explica Gerson.
Agricultor na região sul do município, Osvaldo Pasqualotto diz que o plantio da soja atrasou pouco e que devido às chuvas, alongou a maturação.
“Isso fez com que a safrinha de milho ficasse um pouco atrasada. A gente optou esse ano em duas áreas nossas, fazendo uma safra normal de milho. Ele foi plantado em dezembro e estamos inclusive colhendo esse milho para aproveitar preço, prevendo que no futuro daqui um mês, dois, quando entrar realmente a safrinha o preço caia bastante”, afirma.
O agricultor cultivou 15 mil hectares de milho entre as propriedades localizadas nas regiões sul e norte de Mato Grosso.
Para ele, os preços até podem se manter, mas quando entrar a segunda safra a tendência é que eles caiam. “Nossa estratégia foi vender bastante lá atrás, quase 80%da nossa produção estimada está vendida”.
Em Campo Novo do Parecis, o presidente do Sindicato Rural de Campo Novo dos Parecis, Antônio Cesar Brólio, pontua que com o atraso na colheita de soja, o plantio da segunda safra de milho e de algodão foi afetado em até 40%.
“Até agora no fim de abril houve bons volumes de chuvas, agora em maio já cortou, já começou a ficar escassa. Precisa de uma umidade boa, pelo menos de uns 10, 15 dias para frente, principalmente, no algodão, porque senão realmente as médias para fechar em cima dessas colheitas não serão boas”, afirma.
Para evitar o risco de plantar o milho dentro de uma janela arriscada, a produtora Carina Ceolin mudou a estratégia e entrou com feijão e gergelim para a exportação. No milho semeou 1,4 mil hectares, 385 hectares de milho pipoca, 485 hectares de feijão e 80 hectares de gergelim.
“Algumas tecnologias do ano passado já não deram um resultado tão bom, então a gente resolveu tirar, usar tecnologia de ponta e acabou que não deu certo. A gente fez entre 3 a 4 aplicações, aí começa entrar doenças, começa a ter os descontos, isso vai refletir no final da safra”, frisa.
Em nova estimativa, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que a área cultivada com milho nesta safra em Mato Grosso ultrapassa pouco mais de 7 milhões de hectares (7,113 milhões de hectares).
O número representa um aumento de 4,58% em relação à safra 23/24, desta extensão 15% foi semeada fora da janela considerada ideal.
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Intenção de confinamentos em MT apresenta redução de 24,99% quando comparado a 2024

O primeiro levantamento das intenções de confinamento, realizado em abril, fechou em 669,44 mil animais no cocho, uma queda de 24,99% em relação a outubro de 2024. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a perspectiva mostra também um volume 7,65% inferior em relação à projeção no mesmo período do ano passado.
A retração na perspectiva de volume confinado, segundo o Instituto,é normal nos primeiros levantamentos do ano.
Apesar da alta no preço do boi gordo, a relação de troca com o principal insumo energético (o milho que encareceu devido a alta demanda e queda na produção da safra 2023/24), reduziu, aumentando o custo da diária confinada para R$ 12,42 por cabeça por dia.
A pesquisa mostra que 69,57% dos entrevistados, de um total de 115 participantes, já haviam decidido realizar a terminação em confinamento. Por outro lado, 23,48% não irão confinar animais para engorda, enquanto 6,96% ainda não tomaram uma decisão definitiva até o momento.
A redução concentra nos confinamentos de médio porte, enquanto confinadores com estruturas menores e maiores indicaram aumento na intenção de confinar. Conforme o Imea, se os preços do boi gordo continuarem avançando, o número de confinadores intermediários tende a ser ajustado nos próximos meses do ano.

Já na previsão de envio de animais para abate, a maior concentração está projetada para ocorrer no 2º trimestre do ano, com 35,72% do total de gado projetado para engorda em confinamento.
Aumento custo da diária e proteção de preços
Com a valorização do milho, observa-se na pesquisa um aumento na diária de confinamento em relação ao consolidado de 2024 que sai de R$ 11,84 por cabeças por dia para R$ 12,42 por cabeça por dia.
Essa valorização do milho está fortemente relacionada à crescente demanda por parte das usinas e a queda na produção na safra 2023/24.
Neste ano, conforme o Imea, o uso da bolsa de valores como ferramenta de proteção recuou de forma significativa. Em 2024, 22,75% dos entrevistados relataram ter utilizado essa estratégia. Já em 2025, o percentual caiu para 4,55%.
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