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. . . . . . . . . . . . . . . 28 de May de 2025

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Nova tecnologia da Embrapa reduz perdas pós-colheita e melhora qualidade das frutas

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O Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de frutas do mundo, enfrenta desafios com perdas pós-colheita que podem chegar a 80% em algumas variedades. Para mitigar esse problema, a Embrapa Meio Ambiente (SP) desenvolveu um dispositivo inovador que permite monitorar, em tempo real, a distribuição do calor dentro das frutas durante o tratamento hidrotérmico.

Essa técnica, essencial para garantir a sanidade dos produtos, atende às exigências de mercados internacionais e preserva a qualidade das frutas.

Monitoramento térmico para evitar desperdício

De acordo com o pesquisador Daniel Terao, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, o tratamento térmico atua na eliminação de microrganismos e fortalece as defesas naturais das frutas.

“O calor provoca mudanças bioquímicas que protegem os frutos, como o fechamento de microferidas na camada de cera, evitando a entrada de fungos oportunistas”, afirma.

O dispositivo criado pela Embrapa promete validar o tratamento hidrotérmico em larga escala, garantindo que a temperatura aplicada seja eficiente na eliminação de patógenos sem comprometer a qualidade da fruta. “Sem um monitoramento adequado, há risco de danos na textura e no sabor dos frutos”, alerta Terao.

A tecnologia utiliza sensores de temperatura conectados a um registrador eletrônico de dados, permitindo acompanhar a distribuição térmica dentro da fruta durante a aplicação da água quente. Isso possibilita ajustes precisos para garantir que o calor alcance o interior do fruto sem comprometer sua integridade.

Dispositivo acompanha, em tempo real, a temperatura da fruta durante o tratamento | Foto: Daniel Terao
Dispositivo acompanha, em tempo real, a temperatura da fruta durante o tratamento | Foto: Daniel Terao/Embrapa

Impacto nas exportações de frutas

Maior exportador mundial de suco de laranja e referência na produção de frutas como manga, melão e mamão, o Brasil enfrenta perdas expressivas devido a problemas no transporte, refrigeração inadequada e tratamentos sanitários ineficientes.

Entre os principais desafios estão doenças como mofo verde nos citros e podridões causadas pelo fungo Neofusicoccum parvum e pelo Fusarium pallidoroseum. Esses patógenos afetam diretamente a qualidade e a quantidade das frutas disponíveis, impactando a economia e a competitividade do agronegócio brasileiro.

 Foto: Daniel Terao/Embrapa

De acordo com Embrapa, a solução desenvolvida por seus pesquisadores é uma alternativa sustentável ao uso intensivo de defensivos químicos. Com as crescentes restrições a resíduos de pesticidas em mercados como União Europeia e Estados Unidos, o tratamento hidrotérmico se apresenta como uma técnica eficaz e alinhada às exigências ambientais.

Além disso, muitos dos microrganismos que atacam as frutas produzem micotoxinas, substâncias que podem tornar os alimentos impróprios para o consumo humano. Frutas mais suculentas, como mamão e melão, são particularmente vulneráveis a esses agentes, reforçando a importância de soluções alternativas de controle sanitário, reforça a Embrapa.

Parceria para comercialização

A Embrapa já solicitou a patente do dispositivo e busca parcerias para viabilizar sua aplicação comercial e ampliar sua adaptação para diferentes tipos de frutas. Empresas interessadas podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

A expectativa dos pesquisadores é que essa tecnologia ajude a reduzir significativamente as perdas pós-colheita, tornando a produção frutícola brasileira mais eficiente e sustentável. Além disso, a inovação contribui para o fortalecimento da competitividade do Brasil no mercado internacional, garantindo que suas frutas atendam aos padrões sanitários globais sem comprometer a qualidade.

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destino ao alcance ou sonho eterno?

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O trigo, insumo essencial na produção de alimentos como pães, massas e bolos, é um dos cereais mais estratégicos do mundo. No Brasil, porém, a cadeia produtiva do grão enfrenta desafios históricos e estruturais que ainda impedem o país de atingir a autossuficiência. Desde a centralização estatal imposta pelo decreto-lei nº 210, de 1967, até choques recentes — como a guerra entre Rússia e Ucrânia e as oscilações no mercado internacional —, a trajetória da triticultura brasileira tem sido marcada por avanços e recuos.

Este artigo traça uma linha do tempo da produção nacional de trigo, examinando os principais entraves e as oportunidades no caminho rumo à autossuficiência.

A era da centralização: decreto-lei (DL) nº 210/1967

Em 1967, o governo federal instituiu o decreto-lei nº 210, criando a Comissão Brasileira de Política do Trigo e centralizando toda a cadeia produtiva sob controle estatal. A medida visava garantir o abastecimento interno e reduzir a dependência crescente das importações. Com a centralização, o governo passou a controlar preços, importações, moagem e distribuição. Embora tenha trazido certa previsibilidade e incentivado a produção em estados do Sul, o modelo resultou em uma cadeia pouco competitiva, fortemente engessada por regras e subsídios.

Durante a vigência do decreto (1967–1989), a produção nacional cresceu de 1,8 milhão para 2,5 milhões de toneladas — um aumento de 39%. Esse avanço, no entanto, decorreu principalmente da expansão da área plantada, que saltou de 1,3 milhão para 1,8 milhão de hectares (54%). Ou seja, o crescimento foi quantitativo (baseado em expansão de área), não qualitativo. A produtividade permaneceu baixa, reflexo de um ambiente com pouca competição e estímulos limitados à inovação.

A abertura e a descentralização: década de 1990

A década de 1990 marcou o fim da centralização estatal na cadeia do trigo. Com a abertura econômica iniciada no governo Collor e aprofundada no governo FHC, o setor passou a operar sob a lógica de mercado. O Estado deixou de exercer controle direto, e os preços passaram a ser definidos pelas cotações internacionais.

Esse processo de liberalização trouxe efeitos ambíguos. De um lado, houve aumento da competitividade, maior entrada de tecnologias e estímulo à pesquisa agropecuária — com destaque para o papel da Embrapa Trigo. De outro, a volatilidade dos preços e a concorrência com o trigo importado, especialmente da Argentina, desestimularam o plantio em diversas regiões. O Brasil passou a importar cerca de 50% do trigo que consome, tornando-se estruturalmente dependente do mercado externo.

Além da desregulamentação iniciada em 1990, o setor teve de se adaptar à criação do Mercosul, com o Tratado de Assunção (1992), que zerou a Tarifa Externa Comum (TEC) para o trigo, e à valorização cambial trazida pelo Plano Real, a partir de 1994. Sem instrumentos estatais de proteção e incentivo, a produção nacional entrou em retração: a área plantada encolheu, e a dependência externa aumentou, com importações variando entre 50% e 60% do consumo anual. Apesar de representar um processo doloroso, essa reestruturação era necessária para a modernização do setor.

2000–2010: o câmbio como motor de competitividade

No início dos anos 2000, o Brasil experimentou um cenário de câmbio flutuante que mudaria profundamente a dinâmica da triticultura nacional. A ampla desvalorização do real — que chegou a cair cerca de 33% entre fevereiro de 1999 e meados de 2002 — encareceu o trigo importado em até 30% no mercado interno. Esse choque cambial, longe de penalizar o setor, abriu uma janela de oportunidade para que o produtor brasileiro ganhasse competitividade, visto que o grão nacional passou a ter preço mais atraente frente às compras externas.

Embora a área plantada tenha se mantido praticamente estável, a produção nacional avançou de 3,8 para 5,0 milhões de toneladas no mesmo período. Esse crescimento expressivo foi resultado de ganhos substanciais de produtividade: o rendimento médio evoluiu de cerca de 1.854 kg/ha para 2.381 kg/ha, um aumento de 28%.

A desvalorização cambial foi o principal catalisador para que produtores investissem em tecnologias de cultivo mais modernas. A adoção de cultivares tropicalizadas pela Embrapa Trigo, a disseminação do plantio direto e o manejo integrado de solo e pragas tornaram-se economicamente viáveis diante de preços internos mais lucrativos. Além disso, a maior rentabilidade justificou o uso ampliado de fertilizantes e defensivos de última geração, elevando a eficiência da lavoura.

Portanto, entre 2000 e 2010, o câmbio não foi apenas uma variável macroeconômica: foi o motor que impulsionou uma virada na triticultura brasileira, demonstrando como a política cambial pode, indiretamente, fomentar o avanço tecnológico e produtivo em uma cadeia agrícola estratégica.

Avanços recentes e desafios estruturais

Nos últimos anos, diversos fatores reacenderam o debate sobre a autossuficiência tritícola no Brasil. Entre 2020 e 2022, a alta nas commodities agrícolas — impulsionada pela pandemia de Covid-19 e por políticas monetárias expansionistas — elevou significativamente os preços internacionais do trigo. Simultaneamente, a guerra entre Rússia e Ucrânia, dois dos maiores exportadores mundiais do grão, desestabilizou as cadeias globais de suprimento, acentuando a preocupação com a segurança alimentar.

Diante desse cenário, o Brasil passou a observar com maior atenção sua capacidade interna de produção. Enquanto o Paraná e o Rio Grande do Sul seguiram como os principais estados produtores, novas fronteiras agrícolas começaram a despontar, especialmente no Cerrado. Pesquisas recentes demonstraram a viabilidade de cultivares adaptadas ao clima tropical em regiões como o Mato Grosso e o Distrito Federal, apontando potencial de expansão da triticultura.

Apesar desses avanços, persistem obstáculos estruturais relevantes. A ausência de políticas públicas consistentes para o setor, aliada à volatilidade cambial e aos altos custos de produção, dificulta a consolidação do trigo como uma cultura de larga escala no país. Mesmo com o crescimento da produtividade e a abertura de novas áreas de cultivo, o Brasil permanece dependente das importações para suprir sua demanda interna, que gira em torno de 12 milhões de toneladas por ano.

O sonho da autossuficiência: realidade ou miragem?

O Brasil possui, de fato, potencial agronômico e tecnológico para ampliar significativamente sua produção de trigo. A atuação da Embrapa e de empresas privadas, com o desenvolvimento de cultivares adaptadas, técnicas de manejo mais eficientes e os avanços em regiões como o Cerrado, demonstram progressos importantes. Além disso, a crescente preocupação com os riscos da dependência externa fortalece o debate sobre o tema.

No entanto, considerar a autossuficiência como um objetivo plenamente viável a curto ou médio prazo exige cautela. O país ainda enfrenta entraves estruturais importantes, como o alto custo de produção em relação a concorrentes internacionais, deficiências logísticas e a ausência de políticas consistentes e de longo prazo para sustentação da triticultura. A dependência de importações, principalmente da Argentina, permanece uma realidade econômica difícil de contornar.

Os recentes aumentos de produção foram, em grande medida, resposta a eventos conjunturais – como a pandemia de Covid-19 e o conflito entre Rússia e Ucrânia – que distorceram temporariamente o mercado global. Internamente, o destaque vai para o Rio Grande do Sul, que tem diversificado a demanda com exportações e iniciativas como a produção de etanol de trigo. Porém, essas movimentações, embora relevantes, não sinalizam uma transição sólida rumo à autossuficiência. Pelo contrário, indicam uma reorganização de mercado mais voltada à inserção comercial do que ao abastecimento interno autônomo.

Diante disso, a autossuficiência em trigo no Brasil ainda parece mais um ideal estratégico do que um cenário realista. O futuro da triticultura brasileira dependerá menos de desejos e mais de decisões políticas coordenadas, investimentos consistentes e, sobretudo, de um olhar pragmático sobre as limitações e oportunidades do país nesse setor.

*Élcio Bento é especialista em trigo graduado em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Faz parte da divisão de especialistas de Safras & Mercado há mais de 20 anos


Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.

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Irrigação e armazenagem necessitam de R$ 25 bi ao ano do Plano Safra, diz Abimaq

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Seminário que discutiu os possíveis direcionamentos do novo Plano Safra, promovido pela Associação Brasileira de Máquinas (Abimaq) nesta quarta-feira (28), em Brasília, teve como destaque os investimentos necessários ao aumento da irrigação nas lavouras e a capacidade de armazenagem do país.

De acordo com o presidente da entidade, José Velloso, a tecnologia permite elevar a produção em três vezes sem, com isso, acrescer área plantada.

“No Brasil, temos apenas cerca de 9 milhões de hectares irrigados. Precisaríamos, em dez anos, dobrar essa área para chegar próximo aos 20 milhões de hectares irrigados”. Para concretizar o plano, o executivo diz ser necessário investimento anual de R$ 10 bilhões por ano.

Outro foco do evento foram os aportes necessários a um antigo gargalo do setor: a armazenagem. “No ano de 2024, o próprio governo federal mexeu nas alíquotas de importação de grãos para combater a inflação naquele aumento que estava havendo nas commodities [agrícolas]. Mas sem armazenagem, não adianta. O Brasil não tem como importar grãos sem armazenagem, mas também não tem como armazenar a produção para vender o grão no momento correto.”

Segundo ele, o aumento da capacidade de armazenagem de grãos e cereais é o ingrediente para o Brasil melhorar a qualidade do produto para exportação e garantir que o agricultor tenha fluxo de caixa, não forçando-o a vender em período de baixa por não ter onde guardar sua produção.

Para a Abimaq, seriam necessários R$ 15 bilhões ao ano especificamente para a área de armazenagem. “O plano Safra não vai ter toda essa condição de todos esses recursos [somados aos R$ 10 bilhões para irrigação]. No entanto, estamos esperando mais um recorde de Plano Safra nesse governo”, finaliza Velloso.

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Zoológico de Brasília é fechado após suspeita de gripe aviária

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O Governo do Distrito Federal fechou temporariamente o Jardim Zoológico de Brasília, a partir desta quarta-feira (28), após a identificação de duas aves mortas nas dependências do local.

Os casos envolvem um pombo e um marreco irerê, que são animais de vida livre e não fazem parte do plantel do zoológico. Amostras dos animais foram recolhidas pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) e serão enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para análise de possíveis casos de gripe aviária.

“Reforçamos que não há nenhum outro caso suspeito registrado até o momento, seja entre animais de vida livre ou outras aves no Distrito Federal. A Seagri-DF é o órgão responsável pela sanidade animal no DF e conduzirá toda a investigação, seguindo os protocolos nacionais desenvolvidos pelo Mapa”, informou a pasta, segundo a qual não há prazo para a reabertura do zoológico aos visitantes.

Segundo o órgão, o fechamento preventivo segue os protocolos de biossegurança e tem como objetivo proteger a saúde dos animais, dos colaboradores e dos visitantes. A reabertura do parque será avaliada assim que os resultados laboratoriais forem concluídos e não houver risco à saúde pública.

Gripe aviária

A influenza aviária, comumente conhecida como gripe aviária, afeta principalmente aves, mas também já foi detectada em mamíferos, incluindo bovinos.

A transmissão ocorre pelo contato com aves doentes e também por meio da água e de materiais contaminados.

A doença raramente afeta humanos, e a orientação é que as pessoas se mantenham informadas e adotem as medidas preventivas recomendadas.

Segundo o Ministério da Agricultura, carnes e ovos podem ser consumidos com segurança, desde que preparados adequadamente.

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