Sustentabilidade
Soja/RS: De modo geral, observa-se grande heterogeneidade no potencial da cultura – MAIS SOJA
De modo geral, observa-se grande heterogeneidade no potencial produtivo da cultura em decorrência do volume de precipitações ao longo do ciclo, da época de semeadura, da cultivar utilizada, bem como das limitações causadas pela topografia e pela compactação do solo, que impactam a infiltração e o armazenamento hídrico.
O retorno da umidade no solo atenuou o estresse hídrico das plantas, que havia sido intensificado antes das chuvas pelas altas temperaturas, especialmente em áreas mais severamente afetadas pela estiagem. A recomposição da umidade proporcionou melhoria na turgescência foliar, favorecendo a retomada de processos fisiológicos essenciais dos cultivos em desenvolvimento vegetativo (6% da área cultivada) e em floração (32%). Porém, a manutenção de umidade em níveis adequados será determinante para a conclusão do enchimento de grãos (55%), mesmo em cenários de redução do potencial produtivo.
Foi observada a recuperação da coloração verde das plantas. Contudo, nas regiões mais afetadas, especialmente no Centro-Oeste do Estado, as lavouras semeadas no início do período recomendado estão na fase final de enchimento de grãos e de maturação, com reduzido porte, desfolha acentuada e perdas produtivas irreversíveis. As lavouras implantadas em dezembro estão em plena floração e início da formação das vagens. Nessas áreas, a emissão de folhas e ramos será limitada, mas variará conforme o hábito de crescimento das cultivares. A produtividade tende a ser insatisfatória, já que muitas lavouras possuem porte reduzido, de 20 a 30 cm, e estão em plena fase reprodutiva.
A ocorrência de chuvas permitiu a retomada de operações de controle fitossanitário, sendo priorizadas as aplicações de fungicidas em áreas de maior aptidão produtiva. A incidência de tripes, de ácaros e de percevejos está elevada em determinados locais, mas o controle químico tem sido eficaz.
Economicamente, persistem as preocupações quanto aos resultados da safra, agravadas pela baixa adesão aos seguros de proteção agrícola. As restrições legais ao Proagro (excedente de limite de sinistros) e custos elevados no seguro privado expõem produtores a riscos, especialmente em regiões onde as perdas são mais significativas.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, mesmo com as precipitações volumosas ocorridas, há limitação na recuperação produtiva, pois as lavouras estão em estágio avançado. Ainda assim, houve interrupção das perdas e razoável manutenção de potencial produtivo nas áreas de semeadura tardia. Em Manoel Viana, estimase perda de metade do potencial produtivo, variando conforme a localização, época de semeadura e cultivar utilizada. Em Maçambará, os cultivos de semeadura tardia sofreram menores prejuízos. As últimas lavouras estabelecidas em restevas de milho mantêm potencial produtivo razoável. Em São Gabriel, o cenário de perdas se agrava progressivamente. Apesar do retorno das chuvas, alguns produtores optaram por cessar os investimentos nas lavouras mais afetadas e, em casos extremos, há a intenção de destiná-las para pastejo.
Na região da Campanha, em Lavras do Sul e Caçapava do Sul, as precipitações do período beneficiaram as áreas onde não havia chovido em 05/01. Embora as perdas estejam consolidadas, a umidade no solo deve atender à demanda hídrica das plantas até o final do mês. Algumas lavouras que receberam chuvas em janeiro apresentam bom potencial produtivo, mas representam uma pequena fração da área cultivada. Para os produtores que não concluíram o plantio ou necessitavam realizar o replantio, as precipitações chegaram tardiamente, uma vez que a janela do Zoneamento Agrícola se encerrou no final de janeiro. Caso fosse efetuada, a semeadura na segunda quinzena de fevereiro implicaria em baixa produtividade e elevado risco de perdas na colheita devido às chuvas excessivas.
Na de Caxias do Sul, os estágios fenológicos das lavouras estão variados. As áreas de semeadura antecipada se encontram maturação fisiológica, e as mais tardias em início da floração. A sanidade foliar está satisfatória, e há baixa incidência de ferrugem e manchas foliares. No entanto, destaca-se a elevada ocorrência de podridão radicular, que tem resultado na morte precoce das plantas e interferido na fase final de enchimento de grãos. Na região da Serra, houve impactos causados pela escassez hídrica e pelas temperaturas elevadas no final de janeiro e na primeira quinzena de fevereiro. As lavouras mais afetadas concentram-se em Montauri e União da Serra, estendendo-se até os Campos de Cima da Serra, em Esmeralda e Pinhal da Serra.
Na de Erechim, a cultura encontra-se em formação das vagens e enchimento de grãos (fases R4 e R5). A produtividade estimada apresenta elevada variabilidade entre lavouras, influenciada pelas condições edafoclimáticas, pelo manejo adotado e pelo histórico de estresse hídrico.
Na de Ijuí, aproximadamente 65% da área cultivada encontra-se na fase de enchimento de grãos, e o número de vagens e de grãos por vagem já estão definidos. O decréscimo desses componentes de produtividade ocorre de forma generalizada, diretamente associada ao déficit hídrico.
Na de Passo Fundo, 20% estão floração; 77% em formação de vagens e enchimento de grãos; e 3% em maturação fisiológica. Houve recuperação da umidade, mas manteve-se a perspectiva de redução no potencial produtivo.
Na de Pelotas, predomina o estágio de floração (42%); 27% encontram-se em desenvolvimento vegetativo; e 31% no enchimento de grãos. A chuva de maior abrangência permitiu a recuperação de áreas afetadas por estresse hídrico. No entanto, as altas temperaturas e o abafamento nas primeiras semanas de fevereiro ocasionaram o murchamento das plantas durante o dia, o que pode impactar negativamente a produtividade e a produção final, especialmente das cultivares precoces.
Na de Santa Maria, as perdas registradas são irreversíveis, apesar das chuvas do período. Contudo, essas precipitações trazem uma perspectiva positiva para os cultivos em fase vegetativa, que, se mantida a regularidade das chuvas, podem alcançar potencial produtivo ainda maior.
Na de Santa Rosa, 15% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 38% em floração e 43% em enchimento de grãos. Antes das chuvas, e em função das temperaturas extremamente altas, ocorreu murchamento das plantas e estresse hídrico generalizado. Houve perdas de estruturas vegetativas e reprodutivas no terço inferior das plantas. Nas áreas implantadas em dezembro, o porte reduzido e o início da floração indicam limitações no crescimento, impactando negativamente a colheita. Os cultivos irrigados apresentam excelente desenvolvimento. Persistem preocupações com a falta de seguro para grande parte das lavouras devido a restrições legais e a dificuldades de acesso ao seguro agrícola privado.
Na de Soledade, as chuvas expressivas do período devem atender à demanda hídrica, beneficiando os cultivos de soja de ciclo longo. Já nas precoces, a produtividade está menor do que o esperado.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,18%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 124,91 para 125,13.
Confira o Informativo Conjuntural n° 1855 Emater/RS completo, clicando aqui!
Fonte: Emater RS
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Sustentabilidade
UPL anuncia parceria com Elemental Enzymes para trazer inovação ao Brasil – MAIS SOJA

A UPL Ltd. (NSE: UPL, BSE: 512070, LSE: UPLL), fornecedora global de soluções agrícolas sustentáveis, anunciou um acordo exclusivo com a Elemental Enzymes. Em iniciativa conjunta de pesquisa e desenvolvimento (P&D), as empresas trarão inovação para o mercado brasileiro, introduzindo uma nova classe de tecnologia biológica para combater doenças-chave nos cultivos e, ao mesmo tempo, apoiar a produtividade e promover práticas sustentáveis.
Rogério Castro, CEO da UPL Brasil, afirma: “A parceria reforça o compromisso da UPL em liderar a transformação do campo com soluções eficazes e inovadoras, desenvolvidas para a realidade do agricultor, ajudando-o a reimaginar a sustentabilidade na produção de alimentos. Essa parceria com a Elemental Enzymes é um marco para o setor agrícola nacional, ao introduzir uma nova classe de insumos biológicos que alia tecnologia de ponta à proteção das mais relevantes lavouras, com menor impacto ambiental. Estamos orgulhosos de iniciar essa jornada por aqui e seguir expandindo nosso portfólio, sempre com foco no sucesso do produtor rural de todas as regiões”.
Brian Thompson, CEO da Elemental Enzymes, acrescenta: “Estamos entusiasmados com a parceria com a UPL e em apresentar uma nova ferramenta poderosa para os produtores de milho e soja no Brasil. A inovação oferece uma linha de defesa essencial contra doenças que comprometem a produtividade e apoia uma produção agrícola mais resiliente”.
A parceria de longo prazo começará no Brasil a partir do ano fiscal de 2026 da UPL – que se inicia no mês de abril –, com planos de expansão para outros mercados globais a partir de 2027.
Sobre a UPL
A UPL Ltd. (NSE: UPL & BSE: 512070, LSE: UPLL) é uma fornecedora global de produtos e soluções agrícolas sustentáveis, com receita anual superior a US$ 6 bilhões. Somos uma empresa com propósito. Por meio do OpenAg®, a UPL está focada em acelerar o progresso do sistema alimentar. Estamos construindo uma rede que está reimaginando a sustentabilidade, redefinindo a maneira como uma indústria inteira pensa e trabalha – aberta a novas ideias, inovação e novas respostas enquanto nos esforçamos para cumprir nossa missão de tornar cada produto alimentício mais sustentável. Como uma das maiores empresas de soluções agrícolas do mundo, nosso robusto portfólio consiste em soluções biológicas e tradicionais de proteção de cultivos com mais de 14.000 registros. Estamos presentes em mais de 130 países, representados por mais de 10.000 colaboradores em todo o mundo. Para obter mais informações sobre nosso portfólio integrado de soluções em toda a cadeia de valor alimentar, incluindo sementes, pós-colheita, bem como serviços físicos e digitais, visite upl-ltd.com e siga-nos no LinkedIn, Instagram e Facebook.
Sobre a Elemental Enzymes
A Elemental Enzymes é uma empresa de biotecnologia sediada em St. Louis, Missouri (EUA), focada no desenvolvimento de soluções biológicas inovadoras para enfrentar os principais desafios da agricultura. Com um portfólio de tecnologias proprietárias baseadas em peptídeos e enzimas, a empresa está redefinindo a proteção e a saúde das culturas por meio de produtos de alto desempenho derivados de fontes naturais. Saiba mais em: www.elementalenzymes.com.
Fonte: Assessoria de Imprensa UPL
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Sustentabilidade
Brasil prioriza metas internas e descarta venda de créditos de carbono no mercado internacional – MAIS SOJA

O governo brasileiro não tem, no momento, a intenção de negociar créditos de carbono no mercado internacional por meio dos ITMOs (Resultados de Mitigação Transferidos Internacionalmente), previstos no Artigo 6.2 do Acordo de Paris. A decisão foi confirmada nesta quarta-feira (21) pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), José Paulo Capobianco, durante coletiva de imprensa em São Paulo, ao lado da ministra Marina Silva.
Para Pedro Plastino, especialista em negócios climáticos, a decisão do governo é um claro retrocesso e expõe uma resistência injustificável à participação do setor privado na agenda ambiental. “É uma política que exclui quem está na linha de frente da preservação, como os proprietários de florestas, e impede que o setor privado atue como parte da solução. O governo insiste em centralizar tudo, quando o mundo inteiro já entendeu que só há avanço com a soma de esforços”, critica.
Plastino reforça que essa postura isola o Brasil do mercado internacional de carbono e enfraquece a própria transição climática do país. “Estamos ficando para trás. Paraguai, Peru e Colômbia já firmaram acordos bilaterais com países como Japão e Singapura, enquanto o Brasil trava em burocracia e ideologia. É uma decisão que não só vai na contramão do que o mundo está fazendo, como também fecha as portas para bilhões em investimentos que poderiam proteger nossas florestas, impulsionar a agricultura de baixo carbono e, principalmente, reduzir nosso enorme passivo social”, dispara.
De acordo com a NDC atualizada e apresentada durante a COP29, no Azerbaijão, o Brasil se compromete a reduzir entre 59% e 67% suas emissões de gases de efeito estufa até 2035, em relação aos níveis de 2005. Isso significa limitar as emissões a um patamar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO2 equivalente até meados da próxima década.
A ministra Marina Silva reforçou que o país enfrenta desafios adicionais devido ao desmonte de políticas ambientais nos quatro anos anteriores. “Estamos trabalhando pelo nosso período e também pelos quatro anos em que o desmatamento ficou fora de controle e as políticas públicas e o orçamento ambiental foram desmontados”, declarou. Ainda assim, Marina se mostrou otimista: “Se mantivermos a trajetória de redução do desmatamento, vamos alcançar a meta.”
O desmatamento na Amazônia e em outros biomas brasileiros alcançou níveis recordes entre 2018 e 2022, durante o governo anterior, com cortes nos recursos para fiscalização ambiental e estímulo ao avanço de atividades econômicas sobre áreas de floresta.
Desde que assumiu, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso de zerar o desmatamento no país até 2030, como parte dos esforços para combater a crise climática e proteger a biodiversidade.
A decisão do governo de priorizar as metas internas antes de avançar na venda de créditos de carbono gera debates no setor privado. Produtores rurais e empresas ligadas ao mercado de carbono apontam que essa postura pode limitar a geração de receitas a partir da preservação ambiental e o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono no país. Por outro lado, especialistas em clima avaliam que garantir a integridade ambiental das metas é fundamental para assegurar a credibilidade dos créditos brasileiros no mercado internacional no futuro.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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PANTANAL
Empresa do agronegócio suspeita de sonegar impostos tem mais de R$ 200 milhões bloqueados por Justiça de MT

Investigações começaram após a Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) identificar cerca de R$ 100 milhões em ativos ocultos pertencentes a empresa.
Uma empresa do setor do agronegócio investigada por de sonegação fiscal e fraudes contra a ordem tributária, teve um patrimônio de R$ 230 milhões bloqueados pela Justiça de Mato Grosso.
As investigações começaram após a Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) identificar cerca de R$ 100 milhões em ativos ocultos pertencentes a empresa.
Uma operação conjunta entre a Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz) e a PGE divulgou, nesta terça-feira (27), que os investigados ocultavam bens e formavam um grupo econômico que extrapolava as pessoas jurídicas e físicas formalmente conhecidas.
Com base nas informações coletadas, a PGE ingressou com um pedido de desconsideração da personalidade jurídica, para responsabilizar a empresa e os indivíduos ligados às irregularidades.
A solicitação foi acatada pelo judiciário, que determinou o bloqueio dos bens pertencentes ao grupo. Segundo a procuradoria, a medida visa garantir a efetividade das cobranças fiscais e a recuperação do crédito público.
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