Sustentabilidade
Soja em terras baixas: estratégias para sustentabilidade e lucratividade – MAIS SOJA

O cultivo de soja em terras baixas tem ganhado destaque como uma alternativa produtiva e sustentável, especialmente em sistemas de rotação com arroz irrigado. No entanto, esse ambiente apresenta desafios únicos, como a compactação do solo, o excesso hídrico, a baixa capacidade de armazenamento de água e a incidência de doenças radiculares.
Para superar essas limitações e alcançar altas produtividades, é essencial adotar estratégias de manejo que melhorem as condições do solo, otimizem o desenvolvimento da cultura e minimizem os impactos ambientais.
A compactação do solo é um dos fatores limitantes em terras baixas, resultante, principalmente, da mobilização intensiva para o cultivo do arroz. Essa barreira física reduz a infiltração de água, restringe o crescimento das raízes e aumenta a suscetibilidade a doenças. Para mitigar esses efeitos, a subsolagem, a escarificação e o uso de sulco-camalhão são práticas recomendadas.
Além disso, a drenagem eficiente da área, por meio de drenos principais e secundários, é essencial para evitar o encharcamento prolongado e garantir um bom desenvolvimento radicular (Figura 1).
Figura 1. Fatores para construção de lavouras de alta produtividade de soja em ambientes de terras baixas ou no sistema de produção de arroz irrigado.
A irrigação também desempenha um papel fundamental nesse ambiente, especialmente em anos mais secos. Métodos como irrigação por sulcos ou inundação podem ser utilizados, desde que a drenagem seja bem planejada para evitar acúmulo excessivo de água.
A seleção da cultivar para terras baixas deve considerar características específicas que garantam um bom desempenho nesse ambiente. Entre os aspectos mais importantes estão a tolerância ao excesso hídrico, a resistência a doenças de solo, o vigor radicular aliado à capacidade de ramificação e um ciclo produtivo superior a 130 dias.
Em áreas já estruturadas, com drenagem eficiente, irrigação e pH corrigido, é possível optar por cultivares com ciclo acima de 120 dias. Diferentemente das terras altas, a época de semeadura tem menor impacto em terras baixas, pois semeaduras no início de outubro apresentam maior risco climático devido ao elevado volume de chuvas no Sul do Brasil (Figura 2). No entanto, desde que haja um bom estabelecimento das plantas, as melhores produtividades foram observadas em semeaduras realizadas entre a segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de novembro.
Figura 2. Relação entre a produtividade da soja (t ha-1) e a data de semeadura (dias após 20 de setembro) para experimentos de soja em rotação com arroz em terras baixas no Rio Grande do Sul, Brasil. Círculos azuis representam experimentos com irrigação suplementar e círculos amarelos experimentos sem irrigação suplementar. A linha sólida mostra a função limite superior.

A nutrição da soja é outro aspecto essencial para garantir um bom desenvolvimento da cultura. Manter o pH do solo entre 5,5 e 6,5 favorece a disponibilidade de nutrientes e melhora a eficiência da adubação.
O manejo fitossanitário também exige atenção, especialmente no controle de plantas daninhas e doenças radiculares. A dessecação pré-plantio e o uso de herbicidas seletivos contribuem para reduzir a competição inicial, enquanto o monitoramento de doenças como Rhizoctonia solani, Fusarium solani e Phytophthora sojae auxilia na prevenção de falhas no estande.
A soja cultivada em terras baixas pode ser altamente produtiva e rentável quando manejada corretamente. A adoção de práticas como a correção da compactação do solo, a implementação de um sistema eficiente de drenagem, a escolha de cultivares adaptadas e o manejo nutricional e fitossanitário adequado são essenciais para garantir a sustentabilidade da lavoura.
Dessa forma, produtores que investirem em estratégias de manejo bem planejadas poderão obter altas produtividades e maximizar a lucratividade, consolidando a soja como uma cultura viável e competitiva nesse ambiente.
Referências bibliográficas
Tagliapietra, Eduardo L. et al. Ecofisiologia da soja: visando altas produtividades. 2. ed. Santa Maria, 2022.
Post Views: 2
Sustentabilidade
Destaques da semana Mais Soja – MAIS SOJA

O Portal de conteúdo Mais Soja reúne noticias e artigos sobre a cultura da Soja no Brasil e no Mundo.
E-mail para contato: [email protected]
Sustentabilidade
Panorama do Agro – Semana de 19 a 23 de maio – MAIS SOJA

1. VBP da agropecuária deve crescer 13,1% em 2025.
2. IBC-Br registra crescimento de 0,80% em março.
3. Preços médios do açúcar e etanol apresentam leve recuo em maio comparados a abril.
4. Preços do café caem nas bolsas internacionais com aumento de estoques e perspectiva de safra recorde na Colômbia.
5. Entrada de nova safra mais produtiva no Vale do São Francisco pressiona preços do melão ao produtor.
6. Cacau no Brasil: viabilidade, sustentabilidade e oportunidade estratégica em um mercado global em transformação.
7. Preços da soja e do milho seguem em queda devido ao cenário de ampla oferta.
Os preços da soja seguem enfraquecidos no mercado brasileiro, refletindo a elevada oferta interna e a perspectiva de nova expansão de área para a próxima safra. O USDA projeta safra mundial recorde em 2025/2026, com destaque para o Brasil, que pode colher 175 milhões de toneladas. O indicador Cepea registra média de R$ 132,84 por saca, abaixo dos R$ 134,68 no mês anterior. O milho segue pressionado por estimativas de produção elevada no Brasil e no mundo. As boas condições climáticas no Brasil e o ritmo da semeadura nos EUA reforçam as expectativas de uma safra robusta. Com isso, consumidores postergam compras à espera de novas quedas, enquanto vendedores tentam negociar lotes remanescentes da safra verão e da temporada anterior. O indicador Cepea aponta média de R$ 74,58 por saca, ante R$ 83,67 no mês passado. No mercado de feijão, os preços variaram conforme a qualidade e a região. O feijão carioca de notas superiores registrou alta, diante da baixa oferta e maior disposição de compra por parte de empacotadoras. Já o feijão preto segue com oferta crescente e vendas pontuais, à medida que produtores priorizam o armazenamento. Segundo a Conab, a produção do feijão preto deve crescer 15%, enquanto as de carioca e caupi devem recuar. O indicador Cepea/CNA para o feijão preto na região de Lucas do Rio Verde (MT) acumula média de R$ 192,00 frente a R$ 212,00 do mês anterior
8. Mercado de reposição na pecuária de corte segue tendência de alta.
9. Custo de produção do leite acumula alta de 10,8% em 2025.
10. Leilão GDT aponta ligeira retração no mercado internacional de lácteos.
11. Oferta de final de safra pressiona mercado do boi gordo.
12. Carne suína recua na segunda metade de maio.
13. Queda no preço da carne de frango nas indústrias.
14. Primeiro trimestre de 2025 é marcado por forte pressão sobre os custos de produção nas cadeias de avicultura e suinocultura.
15. Cotações da tilápia encerram semana com preços firmes.
Clique aqui e confira o descritivo de todos os tópicos acima.
Fonte: CNA – Panorama do Agro – Semana de 19 a 23 de maio
Autor:CNA – Panorama do Agro – Semana de 19 a 23 de maio
Site: CNA
Post Views: 5
Featured
VÍDEO: onça-pintada arrasta boi em correnteza de rio em Pantanal de MT

Momento foi registrado pelo fotógrafo e guia de turismo Branco Arruda. Ti tem 11 anos e já protagonizou diversas cenas no Pantanal.
🐆Uma onça-pintada foi flagrada arrastando um boi pela correnteza de um rio entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço, a 104 km e 121 km de Cuiabá, respectivamente. O momento foi registrado no último domingo (18) pelo fotógrafo e guia de turismo Branco Arruda.
No vídeo, a onça-pintada aparece quase submersa, arrastando o boi no rio. Ela leva a presa até a margem e momentos depois se alimenta (assista abaixo).
‘Ti’, como o felino é conhecido, é acompanhado desde os 6 anos pelo guia de turismo Branco Arruda, que o filmou. Apesar de já ter presenciado várias cenas marcantes da fauna no Pantanal, o profissional afirma que a onça registrada sempre se destaca e proporciona verdadeiros espetáculos na natureza.
VIDEO:
“Ela já está na faixa de 11 anos e sempre dá esse show! Estava com um grupo acompanhando a Ti, que estava deitada. De repente, ela sentiu o cheiro do boi e começou a se aproximar. Quando chegou perto, deu o bote e arrastou o animal para a margem do rio ”, relatou o guia.
🐾O guia também explicou que consegue identificar a onça por causa das pintas que ela tem, que são como “digitais”, que ajudam os guias a reconhecerem os animais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/o/2/MmtsVITNGN6bBqiMzUhQ/whatsapp-image-2024-05-29-at-14.38.49.jpeg)
Ti e os dois filhotes — Foto: Branco Arruda
Refúgio de onças
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/u/n/HXPJ1pTZiw6aE1wpBf0w/23517789-1558368927576363-5249213046396561674-n.jpg)
Onças-pintadas podem ser observadas no Pantanal de Mato Grosso — Foto: Pablo Cersosimo
O Parque Estadual Encontro das Águas contempla o maior número de onças-pintadas, com uma extensão de 108 mil hectares. Os turistas podem passear de barco pelo bioma ao mesmo tempo em que fazem o monitoramento das onças de forma voluntária através de fotos e vídeos de diferentes aparições dos felinos.
Aliado ao ecoturismo, os guias orientam que o melhor momento para se deparar com os animais acontece entre os meses de julho e final de setembro, quando começa o período da seca, o que faz com que os felinos procurem água e, com isso, ficam expostos às margens dos rios, sendo possível vê-los de uma distância segura.
- Business23 horas ago
Lula lança programa Solo Vivo em Mato Grosso
- Business22 horas ago
Lula anuncia liberação de R$ 5 bilhões da BR-163 em Mato Grosso
- Featured4 horas ago
Número de turistas estrangeiros em MT cresceu 19% em 2024, aponta dados da Embratur
- Tech2 horas ago
agro emprega 26% do país
- Sustentabilidade1 hora ago
Destaques da semana Mais Soja – MAIS SOJA