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Alta no mercado do petróleo e queda no índice do dólar dão suporte às cotações do algodão

A semana para o mercado do algodão foi marcada pela alta de 1,2% no contrato para março e de 0,4% para dezembro de 2025. A alta no mercado do petróleo e a queda no índice do dólar esta semana deram suporte às cotações de algodão, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Ainda conforme a Associação, outro destaque para a semana foi a divulgação do relatório do USA “relativamente baixista”. Agora, o mercado aguarda para domingo (16) o relatório de intenções de plantio dos EUA para 2025 elaborado pelo Conselho Nacional do Algodão (NCC).
As informações constam no Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa desta sexta-feira (14).
Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa:
Algodão em NY – O contrato Mar/25 fechou nesta quinta 06/fev cotado a 66,83 U$c/lp (+1,2% vs. 06/fev). O contrato Dez/25 fechou em 69,15 U$c/lp (+0,4% vs. 06/jan).
Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 978 pts para embarque Fev/Mar-25 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 13/fev/25.
Baixistas 1 – O relatório mensal de oferta e demanda do USDA trouxe aumento de estoques tanto no mundo quanto nos EUA (mercado referência para a Bolsa de NY).
Baixistas 2 – A relação estoque/uso dos EUA, observada de perto pelo mercado, atingiu este mês 39%, a segunda maior desde a crise financeira de 2007/08, menor apenas que no auge da Covid em 2019/20.
Baixistas 3 – Com a grande posição líquida vendida (shorts) dos fundos especuladores, as cotações continuam pressionadas no curto prazo.
Altistas 1 – Se os especuladores estão vendidos, os “comerciais” (produtores, traders, fiações) estão majoritariamente comprados no mercado. Isso mostra que esses players do “mundo real” do algodão veem mais sinais de alta do que baixa.
Altistas 2 – A alta no mercado do petróleo e a queda no índice do dólar esta semana deram suporte às cotações de algodão.
Safra mundial 1 – Em seu relatório de “Oferta e Demanda” de fevereiro, o USDA manteve a estimativa de consumo para 24/25 em 25,2 milhões tons, e aumentou de 26 milhões tons para 26,2 milhões tons a estimativa de produção.
Safra mundial 2 – O aumento de produção está concentrado na China, que produziu uma super safra de 6,75 milhões tons. Com isso, os estoques subiram 110 mil tons, chegando a 17,1 milhões tons.
China 1 – A Beijing Cotton Outlook (BCO) acredita que a importação de 2024/25 chegue a 1,8 milhão tons, enquanto o USDA estima que não passe de 1,6 milhão tons.
China 2 – No ciclo anterior (2023/24), a importação foi de 3,3 milhões tons. Ou seja: independentemente do número (BCO ou USDA), a redução da importação de algodão pela China em 2024/25 será significativa.
EUA 1 – O USDA manteve a previsão de que os EUA produzirão 3,14 milhões tons de algodão na safra 2024/25 e exportarão *2,39 milhões tons
EUA 2 – Até 1º/fev, cerca de 99% da safra 2024/25 de algodão nos EUA já tinha sido beneficiada.
Vietnã – Em jan/25, o Vietnã importou 129.187 tons de algodão, 12% menos que em jan/24. O Brasil forneceu 47% desse total (60.454 tons).
Bangladesh – Bangladesh importou 120.743 tons de algodão em janeiro, tendo a Índia como principal origem (29%).
Missão Índia/Paquistão 1 – De 19/fev a 1º/mar, uma delegação brasileira visita os principais polos têxteis da Índia e do Paquistão. A primeira agenda internacional do ano abre o calendário oficial do Cotton Brazil.
Missão Índia/Paquistão 2 – A agenda de trabalho percorrerá cinco cidades nos dois países. Além de visitas técnicas e reuniões setoriais, serão promovidas quatro edições do seminário “Cotton Brazil Outlook”.
Missão Índia/Paquistão 3 – Uma das metas é ampliar a presença da pluma brasileira na Índia, detentora da segunda maior indústria têxtil do mundo, e no Paquistão, quinto maior consumidor mundial da fibra.
Missão Índia/Paquistão 4 – Missões internacionais são uma das principais estratégicas do programa Cotton Brazil, iniciativa desenvolvida pela Abrapa em parceria com a ApexBrasil e apoio da Anea.
Agenda – As bolsas norte-americanas não funcionarão na próxima segunda (17) devido ao feriado do “Dia do Presidente”.
Brasil – Safra 2024/25 1 – A Conab aumentou as projeções da safra 2024/25 de algodão no Brasil nesta semana. A área passou de 2,005 milhões de hectares para 2,036 milhões ha (+1,6% frente jan/25). Já a produção foi para 3,76 milhões tons (+1,7%).
Brasil – Exportações – As exportações brasileiras de algodão somaram 77,8 mil tons na primeira semana de fevereiro. A média diária de embarque é 14,6% superior que a registrada no mesmo mês de 2024.
Brasil – Beneficiamento 2023/24 – Até ontem (13), foi finalizado o beneficiamento de algodão nos estados de GO, MA, MG, MS, PI, PR e SP, restando apenas os estados da BA (99%) e MT (99,17%). Total Brasil: 99,21%.
Brasil – Plantio 2024/25 – Até ontem (13), foram semeados nos estados da BA (95%), GO (96,8%), MA (100%), MG (97%), MS (100%), MT (95%), PI (89,2%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 95,17%.
Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:

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Agricultura regenerativa trabalha mais em harmonia com a natureza, diz consultor

O Brasil conta com mais de nove milhões de hectares destinados à agricultura regenerativa somente em soja e milho, além de outros para a produção permanente, como café e citrus e até mesmo floresta plantada.
Conforme Ronaldo Trecenti, engenheiro agrônomo e consultor em agricultura sustentável, hoje há um pacote tecnológico que possibilita a mudança da agricultura convencional para a regenerativa. Ele destaca ainda, em entrevista ao Direto ao Ponto nesta quinta-feira (15), que, inclusive, é possível observar melhora na produtividade e redução de custos.
“É uma agricultura mais baseada na biologia. Não que você não use químico, mas procuramos substituir os químicos por biológicos, por bioinsumos”.
O especialista frisa que assim como qualquer outra atividade, a agricultura regenerativa necessita de um bom planejamento para ter sucesso.
“Eu acho que é pré-requisito. Se for pegar uma área de pastagem degradada para fazer a recuperação com o uso desses insumos, às vezes fazemos a correção nessa área um ano e no segundo ano já entra com as culturas”, diz ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
Ainda faltam métricas quanto ao sequestro de carbono
Sobre a questão do crédito de carbono, Ronaldo Trecenti salienta que o assunto é algo novo no Brasil e que por isso “como não temos as métricas do quanto nós sequestramos ou deixamos de emitir nas diversas culturas, atividades, a agricultura nem entrou na questão do mercado oficial”.
Apesar disso, ele frisa que já existem iniciativas para a agricultura no mercado voluntário, principalmente no segmento de floresta.
“Que sequestra carbono a gente sabe que sim. Temos um projeto aprovado, uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária junto com a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto, que em março deste ano foi apresentada a primeira parte dos resultados que mensurou a questão do sequestro de carbono e a redução da emissão nos biomas brasileiros. Os resultados mostraram que no sistema de plantio direto, quando é bem conduzido, nós conseguimos acumular mais carbono que a mata nativa”.
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Segunda safra exige fé e estratégia de produtores em Mato Grosso

A segunda safra de milho em Mato Grosso tem exigido fé e estratégia dos produtores. A temporada 2024/25 da cultura é marcada por atrasos devido ao clima, perda de janela ideal, pragas e preços que não cobrem o elevado custo de produção. Na região sul do estado, há quem chegou a reduzir a área em 1,1 mil hectares em relação ao planejado, por exemplo, para evitar maiores prejuízos.
Gerson dos Santos, gerente de produção da fazenda São Jerônimo em Itiquira, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que a propriedade possui 500 hectares de milho em risco.
“Já era para o milho estar cheio. Choveu bastante na colheita e atrasou o plantio por causa da chuva. Acabou perdendo a janela de plantio. Nesses 500 hectares tem que chover, se não perde e o investimento foi grande”, diz.
Na fazenda foram cultivados nesta safra 1,4 mil hectares de milho, aproximadamente 1,1 mil hectares a menos do planejado para essa temporada.
”Aqui na região de Itiquira tem muitas fazendas que tem milho até menor que o nosso e plantou até mais tarde. Tem que chover para produzir e o milho é uma cultura que precisa de muita água. Na época certa, choveu bastante, só que agora cortou”, explica Gerson.
Agricultor na região sul do município, Osvaldo Pasqualotto diz que o plantio da soja atrasou pouco e que devido às chuvas, alongou a maturação.
“Isso fez com que a safrinha de milho ficasse um pouco atrasada. A gente optou esse ano em duas áreas nossas, fazendo uma safra normal de milho. Ele foi plantado em dezembro e estamos inclusive colhendo esse milho para aproveitar preço, prevendo que no futuro daqui um mês, dois, quando entrar realmente a safrinha o preço caia bastante”, afirma.
O agricultor cultivou 15 mil hectares de milho entre as propriedades localizadas nas regiões sul e norte de Mato Grosso.
Para ele, os preços até podem se manter, mas quando entrar a segunda safra a tendência é que eles caiam. “Nossa estratégia foi vender bastante lá atrás, quase 80%da nossa produção estimada está vendida”.
Em Campo Novo do Parecis, o presidente do Sindicato Rural de Campo Novo dos Parecis, Antônio Cesar Brólio, pontua que com o atraso na colheita de soja, o plantio da segunda safra de milho e de algodão foi afetado em até 40%.
“Até agora no fim de abril houve bons volumes de chuvas, agora em maio já cortou, já começou a ficar escassa. Precisa de uma umidade boa, pelo menos de uns 10, 15 dias para frente, principalmente, no algodão, porque senão realmente as médias para fechar em cima dessas colheitas não serão boas”, afirma.
Para evitar o risco de plantar o milho dentro de uma janela arriscada, a produtora Carina Ceolin mudou a estratégia e entrou com feijão e gergelim para a exportação. No milho semeou 1,4 mil hectares, 385 hectares de milho pipoca, 485 hectares de feijão e 80 hectares de gergelim.
“Algumas tecnologias do ano passado já não deram um resultado tão bom, então a gente resolveu tirar, usar tecnologia de ponta e acabou que não deu certo. A gente fez entre 3 a 4 aplicações, aí começa entrar doenças, começa a ter os descontos, isso vai refletir no final da safra”, frisa.
Em nova estimativa, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que a área cultivada com milho nesta safra em Mato Grosso ultrapassa pouco mais de 7 milhões de hectares (7,113 milhões de hectares).
O número representa um aumento de 4,58% em relação à safra 23/24, desta extensão 15% foi semeada fora da janela considerada ideal.
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Intenção de confinamentos em MT apresenta redução de 24,99% quando comparado a 2024

O primeiro levantamento das intenções de confinamento, realizado em abril, fechou em 669,44 mil animais no cocho, uma queda de 24,99% em relação a outubro de 2024. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a perspectiva mostra também um volume 7,65% inferior em relação à projeção no mesmo período do ano passado.
A retração na perspectiva de volume confinado, segundo o Instituto,é normal nos primeiros levantamentos do ano.
Apesar da alta no preço do boi gordo, a relação de troca com o principal insumo energético (o milho que encareceu devido a alta demanda e queda na produção da safra 2023/24), reduziu, aumentando o custo da diária confinada para R$ 12,42 por cabeça por dia.
A pesquisa mostra que 69,57% dos entrevistados, de um total de 115 participantes, já haviam decidido realizar a terminação em confinamento. Por outro lado, 23,48% não irão confinar animais para engorda, enquanto 6,96% ainda não tomaram uma decisão definitiva até o momento.
A redução concentra nos confinamentos de médio porte, enquanto confinadores com estruturas menores e maiores indicaram aumento na intenção de confinar. Conforme o Imea, se os preços do boi gordo continuarem avançando, o número de confinadores intermediários tende a ser ajustado nos próximos meses do ano.

Já na previsão de envio de animais para abate, a maior concentração está projetada para ocorrer no 2º trimestre do ano, com 35,72% do total de gado projetado para engorda em confinamento.
Aumento custo da diária e proteção de preços
Com a valorização do milho, observa-se na pesquisa um aumento na diária de confinamento em relação ao consolidado de 2024 que sai de R$ 11,84 por cabeças por dia para R$ 12,42 por cabeça por dia.
Essa valorização do milho está fortemente relacionada à crescente demanda por parte das usinas e a queda na produção na safra 2023/24.
Neste ano, conforme o Imea, o uso da bolsa de valores como ferramenta de proteção recuou de forma significativa. Em 2024, 22,75% dos entrevistados relataram ter utilizado essa estratégia. Já em 2025, o percentual caiu para 4,55%.
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