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Anomalia da soja e doenças foliares deixam produtores em alerta em MT

A anomalia da soja em Mato Grosso continua preocupando os produtores nesta temporada 2024/25. Em algumas propriedades em torno de cinco aplicações com fungicidas já foram realizadas no período, uma tentativa de controle com o intuito de evitar o apodrecimento das vagens.
Contudo, o clima este ano não tem colaborado, e o excesso de chuvas vem dificultando o combate da mesma, assim como o manejo de doenças foliares, à exemplo da mancha-alvo e da cercosporiose.
O agricultor Richeli Bruno Gagliasso Cotrim conta ao Patrulheiro Agro desta semana que na safra 2022/23 teve perdas de até 60% nos talhões. Ele diz que na safra passada, mesmo com muita seca, não tiveram incidência de anomalia e neste ano, vários talhões apresentaram esse problema.
O grupo Richelli Cotrim cultivou nesta safra seis mil hectares de soja em Peixoto de Azevedo.
“Nós fizemos várias aplicações de fungicidas, mas mesmo assim o excesso de chuvas lava muito a aplicação e o produto não faz o efeito que deveria fazer. Estou preocupado, já temos em torno de 10% de vagens brotadas que estão com anomalia. Nosso custo em relação ao ano passado aumentou só em fungicida. Estamos gastando três sacas a mais por hectare e se não gastar, a perda pode ser pior”, comenta.
Em Nova Ubiratã, o produtor Nathan Belusso explica que esta não é uma doença nova e que nos últimos quatro anos o manejo tem sido alterado, buscando aperfeiçoamento para o combate nas lavouras.
“Uma ferramenta que a gente tem utilizado é adiantar um pouco a dessecação para tentar escapar, principalmente, do grão avariado. A gente utilizou essa estratégia em um dos pivôs nossos e conseguiu escapar, conseguiu colher o pivô com o grão padrão, consequentemente, a gente conseguiu embarcar a soja entregar ela no padrão de qualidade que os contratos exigem”, diz.


Nesta temporada o agricultor cultivou 2,5 mil hectares de soja na propriedade em Nova Ubiratã, sendo 1,2 mil em áreas irrigadas. “Ainda temos que ver porque tem muita soja em fase de desenvolvimento”.
O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Diogo Damiani, expressa a preocupação tendo em vista que em outros anos, houve uma quebra na safra da oleaginosa de até 10% na produção, ocasionada pela anomalia.
“O produtor já está mais preparado, ele tem uma aplicação mais robusta de fungicidas, aplicações preventivas, mas mesmo assim a gente está tendo alguns casos já relatados”, pontua.
Pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Dulândula Silva Miguel Wruck, afirma que, o que era para ter sido feito, já passou.
Agora, é preciso prestar atenção na colheita já que os casos de apodrecimento, podem acontecer agora.
“Desde o momento que surgiu até agora a Embrapa sempre acompanhou e está ativamente trabalhando não só sozinha mas em parcerias. O que a gente já sabe primeiro, tem a questão de ambiente envolvido e cultivar, tem cultivar que é mais suscetível do que outras, o manejo com fungicidas adequado tem dado respostas por mais que a gente não tenha fechado qual é o agente causal definitivo do apodrecimento, mas tem como conviver tendo manejo”, afirma.
Alerta para novas doenças fúngicas na soja
Outro alerta da pesquisa é sobre a presença de duas doenças fúngicas que foram beneficiadas pelo clima este ano e que se não tiverem um manejo de controle eficiente, podem causar perdas significativas na produtividade da soja.
De acordo com o pesquisador da Fitolab P&D Agrícola, Eder Novaes Moreira, com um maior regime hídrico ocasionado pelas chuvas, as manchas foliares na soja, são impulsionadas.


“Quando a gente fala em mancha a gente tem falado muito em mancha alvo, em cercospora, duas doenças importantíssimas no Mato Grosso principalmente na região da BR-163. E os materiais que temos hoje de alto teto produtivo são materiais que são suscetíveis a essas doenças. Nós temos que não só pensar na podridão mas também pensar nas manchas”, ressalta.
A mancha-alvo da soja é uma doença fúngica causada pelo fungo Corynespora cassiicola e gera lesões circulares nas folhas, com ponto necrótico amarelado no centro e halo amarelo ao redor.
A cercosporiose, doença causada pelo fungo Cercospora kikuchii, possui grande potencial de destruição na cultura da soja.
“Eu vejo que ainda tem que melhorar a questão do controle químico, a questão por variedade, a questão por palhada e a gente falou bastante esse ano na integração de manejos, não só químicos mas a inserção de biológicos dentro do sistema espaçamento. Então o que nós temos preconizado nas nossas recomendações é trabalhar as manchas, você vai estar trabalhando também por tabela as podridões”, finaliza Eder.
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Intenção de confinamentos em MT apresenta redução de 24,99% quando comparado a 2024

O primeiro levantamento das intenções de confinamento, realizado em abril, fechou em 669,44 mil animais no cocho, uma queda de 24,99% em relação a outubro de 2024. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a perspectiva mostra também um volume 7,65% inferior em relação à projeção no mesmo período do ano passado.
A retração na perspectiva de volume confinado, segundo o Instituto,é normal nos primeiros levantamentos do ano.
Apesar da alta no preço do boi gordo, a relação de troca com o principal insumo energético (o milho que encareceu devido a alta demanda e queda na produção da safra 2023/24), reduziu, aumentando o custo da diária confinada para R$ 12,42 por cabeça por dia.
A pesquisa mostra que 69,57% dos entrevistados, de um total de 115 participantes, já haviam decidido realizar a terminação em confinamento. Por outro lado, 23,48% não irão confinar animais para engorda, enquanto 6,96% ainda não tomaram uma decisão definitiva até o momento.
A redução concentra nos confinamentos de médio porte, enquanto confinadores com estruturas menores e maiores indicaram aumento na intenção de confinar. Conforme o Imea, se os preços do boi gordo continuarem avançando, o número de confinadores intermediários tende a ser ajustado nos próximos meses do ano.

Já na previsão de envio de animais para abate, a maior concentração está projetada para ocorrer no 2º trimestre do ano, com 35,72% do total de gado projetado para engorda em confinamento.
Aumento custo da diária e proteção de preços
Com a valorização do milho, observa-se na pesquisa um aumento na diária de confinamento em relação ao consolidado de 2024 que sai de R$ 11,84 por cabeças por dia para R$ 12,42 por cabeça por dia.
Essa valorização do milho está fortemente relacionada à crescente demanda por parte das usinas e a queda na produção na safra 2023/24.
Neste ano, conforme o Imea, o uso da bolsa de valores como ferramenta de proteção recuou de forma significativa. Em 2024, 22,75% dos entrevistados relataram ter utilizado essa estratégia. Já em 2025, o percentual caiu para 4,55%.
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Geraldo Alckmin: ‘vou trabalhar no STF para liberar a Ferrogrão e ampliar a armazenagem’

O presidente em exercício do Brasil, Geraldo Alckmin, afirmou na manhã desta quarta-feira (14) durante a abertura do 3º Congresso Abramilho que irá trabalhar no Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação da Ferrogrão.
Realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), o evento ocorre em Brasília (DF).
O Brasil prevê colher mais de 120 milhões de toneladas de milho na safra 2024/25 e muitos são os desafios enfrentados pela cultura. Armazenagem, logística, crédito e seguro rural são alguns dos gargalos que impactam a produção do cereal, que é um grande gerador de alimentos, biocombustíveis, bioenergia e créditos de carbono.
Com os “quatro desafios” anotados, Geraldo Alckmin pontuou quanto ao Plano Safra 2025/26 que este precisa ser ainda maior que os dois últimos.
“Nós defendemos até o planejamento de longo prazo para todo ano não ter esse estresse do problema de crédito. E o seguro rural vai ter que crescer, porque as mudanças climáticas são uma realidade”.
Estímulo à descarbonização
O presidente em exercício, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), ressaltou que o milho é um produto de sua importância para o Brasil, em especial para o clima, principalmente neste momento em que o mundo discute a descarbonização.
“O Brasil tem mais de 85% da frota de veículos flex. Já foram feitos os testes para passar o etanol de 27% para 30% [na mistura da gasolina] e todos deram positivos. E ainda produz o DDG para a ração animal e exportação. Aliás, a China, que já tinha aberto mercado para o sorgo, agora abriu o mercado para o DGG. Então, abre uma enorme possibilidade de exportação do DDG também”.
Ainda durante a abertura do Congresso Abramilho, Geraldo Alckmin anunciou que nos próximos dias o governo federal irá lançar o “IPI Verde”, com a redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Importados (IPI) sobre veículos elétricos, híbridos e movidos a etanol.
“Nós vamos reduzir o IPI para poder estimular a descarbonização e ajudar a combater as mudanças climáticas”, frisou.
Armazenagem não acompanha a produção
O Brasil possui um déficit de armazenagem que cresce em torno de cinco milhões de toneladas ao ano, de acordo com o presidente da Abramilho, Paulo Bertolini, o que gera prejuízos até mesmo para as indústrias, que acabam tendo que encontrar meios para aguardar o cereal.
“Os Estados Unidos conseguem armazenar uma safra e meia. Precisamos mudar isso. Crescemos em torno de 10 milhões de toneladas por ano na produção de milho. E, não demora muito para sermos o país do milho, superando outros grãos, com o sorgo vindo junto”.
Segundo o presidente em exercício Geraldo Alckmin, a questão da armazenagem será incluída “na nossa pauta estratégica. Vamos ao trabalho”.
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Produtores negociam 45,04% do milho 24/25 em Mato Grosso

Enquanto a comercialização do milho 2023/24 caminha para o seu fim, somando 99,17% da produção, as negociações do cereal em Mato Grosso referente a safra 2024/25 alcançam 45,04% da produção esperada de 48,885 milhões de toneladas.
A valorização de 2,88% do preço médio da saca de 60 quilos em abril, ante março, foi um dos principais fatores para o impulsionamento de 4,73 pontos percentuais nas vendas na variação mensal.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que a saca do cereal fechou em abril negociada em média a R$ 47,71.
“Além disso, a definição mais precisa do volume a ser produzido pelos produtores favoreceu o aumento das vendas no mês. Com esse desempenho, a comercialização está 12,29 pontos percentuais adiantada em relação ao mesmo período da safra passada. No entanto, ainda permanece 11,97 pontos percentuais inferior à média registrada nas cinco safras anteriores”.
Em relação ao ciclo 2025/26 de milho, cujo plantio inicia em janeiro do próximo ano, já foram negociadas 3,81% da produção estimada, avanço de 2,13 pontos percentuais na variação mensal.
“Esse cenário reflete a valorização de 6,03% no preço no último mês, com média de R$ 46,09 a saca. Desse modo, o volume negociado está 2,35 pontos percentuais acima do registrado no mesmo período da safra 2024/25”.
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