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Pequenos produtores rurais ampliam negócios com exportação

Pequenos produtores rurais podem e devem exportar os seus produtos. Essa é uma realidade possível com a ajuda do Sebrae, que viabiliza e capacita, e de Trading Companies (Empresas Comerciais Exportadoras), que atuam como intermediárias para a exportação.
Em 2024, as exportações do agronegócio brasileiro registraram o total de US$ 164,4 bilhões. Os dados são do levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Comércio Exterior (Siscomex).
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), apesar do montante ter diminuído 1,3% em relação à 2023, este é o segundo maior valor da série histórica registrada pela pasta.
Números que podem ser dilatados com o interesse de pequenos empreendedores rurais em acessar o mercado internacional.
A equipe do Porteira Aberta Empreender conversou com Márcio de Carvalho, consultor de Comércio Exterior do Sebrae-SP, para entender como micro e pequenos produtores rurais podem romper fronteiras para exportar seus produtos.

Entre as principais dicas estão:
- Buscar a capacitação adequada para se certificar dos requisitos necessários para iniciar a preparação para a exportação;
- Mapear as oportunidades para seus produtos com base em critérios objetivos como entender quais países têm maior volume de oferta;
- Investir na adequação de produto e buscar certificações internacionais;
- Participar de feiras e eventos internacionais de promoção comercial.
Qualificação
No Sebrae há cursos online e gratuitos, em formato EAD, com propostas iniciais sobre o assunto. Além disso, auxilia na preparação para a exportação de produtos rurais desde a viabilização de ferramentas e programas que irão melhorar a produtividade até a busca de novos mercados.
“Por exemplo, o Sebrae já auxiliou, nos últimos anos, produtores do Vale do Ribeira e da Baixada Santista a exportarem suas produções de bananas desidratadas. Esses clientes passaram por capacitações especializadas”, conta Carvalho.
O especialista ainda informa que essa iniciativa faz parte do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), fruto de parceria entre o Sebrae e a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
O Peiex é curso gratuito e capacita empresas brasileiras a iniciarem suas exportações de forma segura e planejada. Todos os setores, incluindo o agronegócio, a indústria de transformação e serviços podem participar.
Além do diagnóstico empresarial e treinamento em comércio exterior, o programa também oferece planos personalizados para acessar mercados internacionais, incluindo oportunidades no e-commerce.
“Produtos provenientes do campo possuem grandes oportunidades e demandas externas, mas que devem ser acompanhadas pela observância de requisitos técnicos e atendimento de certificações que devem ser direcionados”, finaliza o consultor de comércio exterior do Sebrae-SP.
Fairtrade
Pequenos produtores de limão Taiti, no Jaíba, norte de Minas Gerais, aderiram ao modelo de comercialização internacional com garantia de preço justo. Conhecida como Fairtrade (preço justo, em português), a certificação conquistada pelos produtores, com a ajuda do Sebrae, abriu portas para países da Europa e Emirados Árabes.
A operação já existe há oito anos e, de 2017 até o terceiro trimestre de 2024, o volume da exportação da fruta cresceu em 400%, passando de 192 toneladas para 820.
Porteira Aberta Empreender: conectando o campo e o mundo
Quer saber mais sobre exportação e suas modalidades, como a Fairtrade?
Então assista ao Porteira Aberta Empreender no dia 13/02, quinta-feira, às 17h45. Você também pode conferir na playlist do programa, no YouTube.
O programa é uma produção do Canal Rural em parceria com o Sebrae, e é o lugar certo para você, micro e pequeno produtor rural, descobrir soluções, produtos, serviços e inovações que vão fortalecer seu o empreendedorismo.
- Participe do Porteira Aberta Empreender: envie perguntas, sugestões e conte sua história de empreendedorismo pelo WhatsApp.
Confira onde assistir ao programa
No dia 13 de fevereiro, assista ao Porteira Aberta Empreender em um destes canais:


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Indicador do Cepea para o arroz em casca cai para o menor nível desde julho de 2022
Com novas quedas, o indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) vem operando no menor patamar nominal desde julho de 2022, apontam levantamentos do Cepea.
Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão doméstica acompanha os recuos verificados no mercado externo. Quanto aos dados de oferta e demanda nacional divulgados neste mês de maio pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção da safra 2024/25 deve crescer 14,8% em relação à temporada anterior (2023/24), passando de 10,58 milhões de toneladas para 12,14 milhões de toneladas.
Pesquisadores do Cepea explicam que esse aumento se deu frente a ampliação da área cultivada e pelo incremento da produtividade média, especialmente no cultivo irrigado.
*Sob supervisão do jornalista Victor Faverin
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Soja corre risco de ‘colapso’ devido à gripe aviária?

Na última semana, o Brasil registrou o primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial. O caso foi confirmado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e a detecção mobilizou as autoridades sanitárias, que imediatamente reforçaram os protocolos de biossegurança na região. Apesar do alerta, o Ministério da Agricultura assegura que não há risco de transmissão ao consumidor.
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Embora tenha afetado diretamente a avicultura, especialistas avaliam que o surto não deve provocar maiores repercussões no mercado de soja, especialmente no segmento de farelo, já que ele é base da ração para aves. Segundo o consultor Vlamir Brandalizze, os efeitos da gripe aviária se restringem à região Sul do país, com um volume estimado entre 200 mil e 250 mil toneladas por ano, uma fração considerada irrelevante diante das quase 40 milhões de toneladas movimentadas em todo o território nacional.
Brandalizze reforça que os preços seguem sustentados pela Bolsa de Chicago e pela demanda de exportação, impulsionada principalmente pelo aumento da procura por óleo de soja. Ele aponta que a necessidade crescente de óleo para a produção de biodiesel e para o consumo humano exige maior esmagamento de grãos, o que gera excedente de farelo destinado ao mercado externo. Segundo o consultor, a gripe aviária “não impacta preços, disponibilidades ou dinâmicas dos mercados interno e externo de farelo de soja”.
Na mesma linha, o comentarista do Canal Rural, Carlos Cogo avalia que o episódio em Montenegro é irrelevante para o mercado de farelo. Ele destaca que pode haver algum impacto pontual no Rio Grande do Sul, mas afirma que o embargo não deve se prolongar, já que os grandes importadores tendem a suspender as restrições assim que o foco for controlado. “É um caso muito regionalizado e pequeno diante do mercado global”, resume.
Restrições devido à gripe aviária
O Ministério da Agricultura (Mapa) atualizou as restrições temporárias às exportações de carne de aves devido ao surto de gripe aviária. As suspensões variam conforme o embargo de cada país.
A suspensão total das exportações foi adotada por China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, África do Sul, entre outros. Alguns países, como Reino Unido, Bahrein e Japão, limitaram a suspensão a estados ou municípios específicos, como o Rio Grande do Sul e Montenegro.
A China, maior importadora, iniciou o embargo em 17 de maio, seguindo protocolo sanitário. União Europeia e Coreia do Sul também impuseram restrições nacionais. Outros mercados como Canadá e África do Sul seguiram o mesmo caminho.
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Brasil não tem capacidade de armazenar carne de frango excedente

Atualmente, 60% da produção de carne de frango nacional está concentrada na Região Sul, liderada, principalmente, pelo Paraná, seguida de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, conforme dados do IBGE. Em termos de exportação, os três estados respondem por 78% de tudo o que é embarcado pelo país.
Antes da detecção do surto de gripe aviária em granja comercial, o Brasil mantinha o melhor quadrimestre de exportação dos últimos cinco anos, com 1,731 milhão de toneladas vendidas e receita cambial de US$ 3,13 bilhões, aumentos de 9% em volume e faturamento ante o mesmo período do ano passado, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Segundo o diretor do Canal Rural Sul, Giovani Ferreira, caso um dos piores cenários ocorra e o país fique impedido de exportar o produto por 60 dias – como o protocolo sanitário de alguns países estabelece – o setor estima prejuízos decorrentes de US$ 1,5 a US$ 2 bilhões.
“Mas tudo vai depender do tempo em que o Brasil ficará impedido de exportar. O retorno das vendas internacionais depende da capacidade de o país controlar os focos da doença, mas também da segurança das nações compradoras que embargaram as compras em retomar as transações”, considera.
Quanta carne de frango sobrará?
Considerando que os números de exportação de carne de frango entre maio e junho deste ano — intervalo de 60 dias — fossem os mesmos de 2024, o Brasil exportará 831 mil toneladas do produto, com receita de US$ 1,48 bilhão.
“Nesse cenário, o problema é que dessas mais de 830 mil toneladas vendidas, cerca de metade iria aos países que suspenderam as exportações, então não teríamos outro caminho a não ser absorver internamente esse excedente superior a 400 mil toneladas”, diz Ferreira.
Atualmente, o consumo per capita de carne de frango no Brasil é de 35 kg ao ano. Para o diretor do Canal Rural Sul, para dar conta da superoferta do produto que tende a ficar retido no mercado interno, cada brasileiro teria de aumentar sua ingestão em mais 5 kg durante os 60 dias de embargo. “Isso é muito difícil de acontecer, visto que já se trata da proteína animal mais barata e a mais consumida do país.”
Para ele, ao contrário do que disse o ministro Carlos Fávaro, do Mapa, em coletiva de imprensa nessa segunda-feira (19), haverá, sim, impactos nos preços para o produtor, nas margens das indústrias, das agroindústrias, dos frigoríficos e abatedouros.
Segundo Ferreira, outro ponto central da discussão é a capacidade de armazenagem de carne de frango em câmaras frias. “Ainda que seja difícil estimar este número, há quase um consenso de que essa capacidade gire entre 15 e 20 dias, no máximo”, finaliza.
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