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Alta nas vendas de aeronaves para o agro impulsiona importação de modelos

O ritmo de expansão nas vendas do mercado de aeronaves no Brasil traz desafios e oportunidades. Com a demanda maciça por novos aviões, o tempo de espera para o recebimento dos veículos pode levar anos, o que abre espaço para o comércio de modelos seminovos. No agronegócio, por exemplo, a importação é a alternativa que mais ganha espaço devido à rapidez nos processos para adquirir uma aeronave, seja para uso nas lavouras ou particular.
Especialistas afirmam que as importações, quando realizadas de forma planejada e segura, podem trazer aeronaves já revisadas e com upgrades tecnológicos para facilitar a sua operação no Brasil. A combinação de modernização e eficiência logística é essencial para um setor em constante crescimento, que deverá ver um aumento de 10% na frota até 2027.
“A região do agronegócio tem se desenvolvido constantemente, impulsionando a utilização de aeronaves para otimizar o tempo de deslocamento entre propriedades e aumentar a produtividade. Mato Grosso, sozinho, responde por cerca de 23% da frota de aeronaves agrícolas do país, consolidando-se como o estado mais representativo nesse setor”, diz a desenvolvedora de novos negócios da WM Trading, Amanda Verjovsky.
Atualmente, 6 em cada 10 aeronaves agrícolas no Brasil são utilizadas para prestação de serviços de pulverização, enquanto cerca de 37% são destinadas ao transporte particular de proprietários rurais. Os dados são do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O mercado internacional ainda oferece uma variedade de opções de aeronaves, tanto novas quanto usadas, com bons custos-benefícios.
Quando o assunto é o transporte particular, o King Air, conhecido como o “rei do agro”, é uma excelente opção, pois traz para o mercado o que há de mais tecnológico: como os sistemas aviônico e autothrottle, que permite que todas as fases dos voos sejam automatizadas. Inclusive, é uma aeronave versátil que performa bem tanto nas pistas asfaltadas, quanto nas não-pavimentadas.
O modelo King Air 260 é um turboélice bimotor, com capacidade para o piloto e mais oito passageiros (ou piloto, copiloto e 7 passageiros), não precisa fazer simulador e tem a autonomia de viagem de 1.720 milhas náuticas, ou seja, 3185 km. Isso representa um voo de São Paulo a Salvador sem parar.
Já o modelo King Air 360 também é um turboélice, mas com uma seção a mais, assim, é possível ir até 11 pessoas na viagem (1 piloto mais 10 passageiros ou uma dupla como tripulação e os demais passageiros).
Outra opção muito requisitada por agricultores e pecuaristas de todo o país é o Air Tractor. A máquina é conhecida pela grande capacidade de carga e versatilidade, sendo utilizada em grandes plantações de soja, milho e algodão. Esses modelos são preferidos por sua robustez e eficiência no uso de combustível, especialmente em operações que exigem maior capacidade e alcance.
Conforme a diretora comercial da WM Trading, Livia Verjovsky, a companhia também tem expertise em importação de outros produtos essenciais para o agronegócio, como máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação, peças de reposição e fertilizantes.
“Além disso, importamos tecnologias inovadoras como drones para monitoramento de lavouras e temos certificações para adquirir qualquer tipo de produto ou tecnologia para assegurar eficiência e continuidade nas operações”.
WM Trading
Com sede em Vitória-ES, a WM Trading é a primeira do segmento no Brasil a obter a certificação ISO 9001. Em 2024, a empresa, cuja missão é proporcionar soluções eficientes e inovadoras em comércio exterior, investiu em rebranding para se tornar líder em comércio exterior de larga escala.
A companhia está presente em 14 estados brasileiros e uma filial no Panamá. Além disso, a empresa possui certificações necessárias para concluir nacionalizações junto a diversos órgãos como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Agricultura regenerativa trabalha mais em harmonia com a natureza, diz consultor

O Brasil conta com mais de nove milhões de hectares destinados à agricultura regenerativa somente em soja e milho, além de outros para a produção permanente, como café e citrus e até mesmo floresta plantada.
Conforme Ronaldo Trecenti, engenheiro agrônomo e consultor em agricultura sustentável, hoje há um pacote tecnológico que possibilita a mudança da agricultura convencional para a regenerativa. Ele destaca ainda, em entrevista ao Direto ao Ponto nesta quinta-feira (15), que, inclusive, é possível observar melhora na produtividade e redução de custos.
“É uma agricultura mais baseada na biologia. Não que você não use químico, mas procuramos substituir os químicos por biológicos, por bioinsumos”.
O especialista frisa que assim como qualquer outra atividade, a agricultura regenerativa necessita de um bom planejamento para ter sucesso.
“Eu acho que é pré-requisito. Se for pegar uma área de pastagem degradada para fazer a recuperação com o uso desses insumos, às vezes fazemos a correção nessa área um ano e no segundo ano já entra com as culturas”, diz ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
Ainda faltam métricas quanto ao sequestro de carbono
Sobre a questão do crédito de carbono, Ronaldo Trecenti salienta que o assunto é algo novo no Brasil e que por isso “como não temos as métricas do quanto nós sequestramos ou deixamos de emitir nas diversas culturas, atividades, a agricultura nem entrou na questão do mercado oficial”.
Apesar disso, ele frisa que já existem iniciativas para a agricultura no mercado voluntário, principalmente no segmento de floresta.
“Que sequestra carbono a gente sabe que sim. Temos um projeto aprovado, uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária junto com a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto, que em março deste ano foi apresentada a primeira parte dos resultados que mensurou a questão do sequestro de carbono e a redução da emissão nos biomas brasileiros. Os resultados mostraram que no sistema de plantio direto, quando é bem conduzido, nós conseguimos acumular mais carbono que a mata nativa”.
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Segunda safra exige fé e estratégia de produtores em Mato Grosso

A segunda safra de milho em Mato Grosso tem exigido fé e estratégia dos produtores. A temporada 2024/25 da cultura é marcada por atrasos devido ao clima, perda de janela ideal, pragas e preços que não cobrem o elevado custo de produção. Na região sul do estado, há quem chegou a reduzir a área em 1,1 mil hectares em relação ao planejado, por exemplo, para evitar maiores prejuízos.
Gerson dos Santos, gerente de produção da fazenda São Jerônimo em Itiquira, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que a propriedade possui 500 hectares de milho em risco.
“Já era para o milho estar cheio. Choveu bastante na colheita e atrasou o plantio por causa da chuva. Acabou perdendo a janela de plantio. Nesses 500 hectares tem que chover, se não perde e o investimento foi grande”, diz.
Na fazenda foram cultivados nesta safra 1,4 mil hectares de milho, aproximadamente 1,1 mil hectares a menos do planejado para essa temporada.
”Aqui na região de Itiquira tem muitas fazendas que tem milho até menor que o nosso e plantou até mais tarde. Tem que chover para produzir e o milho é uma cultura que precisa de muita água. Na época certa, choveu bastante, só que agora cortou”, explica Gerson.
Agricultor na região sul do município, Osvaldo Pasqualotto diz que o plantio da soja atrasou pouco e que devido às chuvas, alongou a maturação.
“Isso fez com que a safrinha de milho ficasse um pouco atrasada. A gente optou esse ano em duas áreas nossas, fazendo uma safra normal de milho. Ele foi plantado em dezembro e estamos inclusive colhendo esse milho para aproveitar preço, prevendo que no futuro daqui um mês, dois, quando entrar realmente a safrinha o preço caia bastante”, afirma.
O agricultor cultivou 15 mil hectares de milho entre as propriedades localizadas nas regiões sul e norte de Mato Grosso.
Para ele, os preços até podem se manter, mas quando entrar a segunda safra a tendência é que eles caiam. “Nossa estratégia foi vender bastante lá atrás, quase 80%da nossa produção estimada está vendida”.
Em Campo Novo do Parecis, o presidente do Sindicato Rural de Campo Novo dos Parecis, Antônio Cesar Brólio, pontua que com o atraso na colheita de soja, o plantio da segunda safra de milho e de algodão foi afetado em até 40%.
“Até agora no fim de abril houve bons volumes de chuvas, agora em maio já cortou, já começou a ficar escassa. Precisa de uma umidade boa, pelo menos de uns 10, 15 dias para frente, principalmente, no algodão, porque senão realmente as médias para fechar em cima dessas colheitas não serão boas”, afirma.
Para evitar o risco de plantar o milho dentro de uma janela arriscada, a produtora Carina Ceolin mudou a estratégia e entrou com feijão e gergelim para a exportação. No milho semeou 1,4 mil hectares, 385 hectares de milho pipoca, 485 hectares de feijão e 80 hectares de gergelim.
“Algumas tecnologias do ano passado já não deram um resultado tão bom, então a gente resolveu tirar, usar tecnologia de ponta e acabou que não deu certo. A gente fez entre 3 a 4 aplicações, aí começa entrar doenças, começa a ter os descontos, isso vai refletir no final da safra”, frisa.
Em nova estimativa, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que a área cultivada com milho nesta safra em Mato Grosso ultrapassa pouco mais de 7 milhões de hectares (7,113 milhões de hectares).
O número representa um aumento de 4,58% em relação à safra 23/24, desta extensão 15% foi semeada fora da janela considerada ideal.
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Intenção de confinamentos em MT apresenta redução de 24,99% quando comparado a 2024

O primeiro levantamento das intenções de confinamento, realizado em abril, fechou em 669,44 mil animais no cocho, uma queda de 24,99% em relação a outubro de 2024. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a perspectiva mostra também um volume 7,65% inferior em relação à projeção no mesmo período do ano passado.
A retração na perspectiva de volume confinado, segundo o Instituto,é normal nos primeiros levantamentos do ano.
Apesar da alta no preço do boi gordo, a relação de troca com o principal insumo energético (o milho que encareceu devido a alta demanda e queda na produção da safra 2023/24), reduziu, aumentando o custo da diária confinada para R$ 12,42 por cabeça por dia.
A pesquisa mostra que 69,57% dos entrevistados, de um total de 115 participantes, já haviam decidido realizar a terminação em confinamento. Por outro lado, 23,48% não irão confinar animais para engorda, enquanto 6,96% ainda não tomaram uma decisão definitiva até o momento.
A redução concentra nos confinamentos de médio porte, enquanto confinadores com estruturas menores e maiores indicaram aumento na intenção de confinar. Conforme o Imea, se os preços do boi gordo continuarem avançando, o número de confinadores intermediários tende a ser ajustado nos próximos meses do ano.

Já na previsão de envio de animais para abate, a maior concentração está projetada para ocorrer no 2º trimestre do ano, com 35,72% do total de gado projetado para engorda em confinamento.
Aumento custo da diária e proteção de preços
Com a valorização do milho, observa-se na pesquisa um aumento na diária de confinamento em relação ao consolidado de 2024 que sai de R$ 11,84 por cabeças por dia para R$ 12,42 por cabeça por dia.
Essa valorização do milho está fortemente relacionada à crescente demanda por parte das usinas e a queda na produção na safra 2023/24.
Neste ano, conforme o Imea, o uso da bolsa de valores como ferramenta de proteção recuou de forma significativa. Em 2024, 22,75% dos entrevistados relataram ter utilizado essa estratégia. Já em 2025, o percentual caiu para 4,55%.
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