Sustentabilidade
Entendendo o Índice de Área Foliar (IAF) e sua importância – MAIS SOJA
O índice de área foliar (IAF) é uma medida que relaciona a área foliar da planta com a área de solo ocupada por ela. Ele indica a eficiência do dossel em interceptar a radiação solar e convertê-la em matéria seca por meio da fotossíntese, sendo um dos principais fatores que determinam o potencial produtivo da lavoura. Além disso, o IAF auxilia na análise do crescimento da cultura e na avaliação da eficiência fotossintética.
A área foliar de um trifólio (AF) pode ser medida através da fórmula:
AF (cm²) = 2,0185*(C*L)
Onde C é o maior comprimento do folíolo central e L é a maior largura do folíolo central.
Com o somatório da área das folhas de uma planta, pode-se estimar a área foliar da respectiva planta (AFP), e posteriormente, saber a área média que cada planta ocupa (AP), estimada pela relação entre população de plantas por metro linear e o espaçamento entre linhas. Dessa forma, pode-se estimar o índice de área foliar através da fórmula:
A (cm²) = (espaçamento (cm) x 100)/população de plantas por metro linear
O desenvolvimento do IAF ocorre ao longo do ciclo da cultura e é influenciado pela interação entre genética, condições ambientais e práticas de manejo. Na soja, a emissão de ramificações começa entre os estágios V4 e V6, contribuindo com aproximadamente 16% do IAF total (Figura 1). Entretanto, a contribuição das ramificações pode variar de acordo com três fatores principais: i) cultivar: diferentes capacidades de emitir ramificações; ii) densidade de plantas: cultivares com alta capacidade de ramificação quando estão com redução de densidade, aumentam o número de ramificações; iii) época de semeadura: semeaduras tardias tendem a reduzir a formação de ramificações.
Figura 1. Evolução do índice de área foliar total (IAF TOTAL), na haste principal (IAF HP) e nas ramificações (IAF RAM) durante o ciclo de desenvolvimento das cultivares de soja com GMR 5.0 (A e B) e GMR 6.5 (C e D), semeadas em outubro (A e C) e fevereiro (B e D) em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. A seta sólida indica o estágio R1 e a seta tracejada indica o estágio R5.
Para compreender a relação entre o IAF e a produtividade, é importante considerar dois conceitos básicos: o IAF crítico e o IAF ótimo. O IAF crítico é o valor necessário para que 95% da radiação solar seja interceptada, geralmente atingido quando as plantas fecham as entrelinhas. Já o IAF ótimo é o ponto em que o aumento da área foliar deixa de trazer ganhos significativos na fotossíntese líquida. O IAF ótimo será sempre maior que o crítico, pois considera o potencial máximo de conversão da radiação em energia para a planta.
Estudos da Equipe FieldCrops indicam que, para alcançar altas produtividades, o manejo do IAF deve ser ajustado com base nos grupos de maturidade relativa (GMR) das cultivares (Figura 2):
- Cultivares com GMR menor que 5.5: necessitam de um IAF de 1,8 no início do florescimento (R1) e 5,0 no enchimento de grãos (R5);
- Cultivares com GMR entre 5.6 e 6.4: requerem IAF de 3,7 em R1 e 5,6 em R5;
- Cultivares com GMR acima de 6.5: demandam IAF de 3,9 em R1 e 6,7 em R5.
Figura 2. Relação entre a produtividade de grãos (ton ha-1) em função do índice de área foliar no florescimento (IAFR1): GMR ≤ 5.5 (A); 5.6 ≤ GMR ≥ 6.4 (C) e GMR ≥ 6.5 (E); e produtividade de grãos (ton ha-1) em função do índice de área foliar máximo (IAFmax): GMR ≤ 5.5 (B); 5.6 ≤ GMR ≥ 6.4 (D) e GMR ≥ 6.5 (F) em soja para cultivos irrigados (círculos azuis) e de sequeiro (círculos amarelos). A linha vermelha sólida indica o valor de IAFR1 e IAFmax que maximizam a produtividade de grãos.

Valores de IAF superiores a 8,0 podem ser prejudiciais, pois o excesso de área foliar favorece o sombreamento entre plantas, reduz a radiação no terço inferior do dossel, aumenta o gasto energético no crescimento vegetativo e cria um ambiente propício para pragas e doenças, elevando os custos de manejo.
Em áreas com alto potencial produtivo, onde o solo é bem corrigido, os nutrientes estão equilibrados, não há deficiência hídrica e o controle de pragas é eficiente, o objetivo deve ser atingir um IAF máximo próximo a 6,0 durante o enchimento de grãos, o que possibilita alcançar produtividades de até 6,0 toneladas por hectare. Já em áreas com menor potencial produtivo, é necessário identificar e corrigir os fatores limitantes antes de buscar valores mais altos de IAF, sendo que índices entre 3,5 e 4,0 ainda são recomendados para essas condições.
O manejo adequado do índice de área foliar (IAF) é uma ferramenta estratégica para otimizar a produtividade da soja, pois reflete diretamente a eficiência da planta em aproveitar a radiação solar e convertê-la em matéria seca. Para alcançar resultados consistentes, é essencial selecionar cultivares adequadas, ajustar a densidade de plantas conforme a capacidade de ramificação e planejar a época de semeadura com base no zoneamento agrícola de risco climático (ZARC).
Referências bibliográficas
Tagliapietra, Eduardo L. et al. Ecofisiologia da soja: visando altas produtividades. 2. ed. Santa Maria, 2022.
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Sustentabilidade
Etanol de milho cresce 18 vezes em sete anos e consolida nova matriz energética no agro brasileiro – MAIS SOJA

O milho deixou de ser apenas insumo para ração animal ou produto de exportação. Agora, também é combustível. O etanol de milho vem se consolidando como uma alternativa sustentável, rentável e estratégica para o abastecimento energético do Brasil. Com crescimento exponencial — 18 vezes (1.700%) em sete anos —, o setor já consome mais de 17 milhões de toneladas do grão, e a projeção é que esse volume ultrapasse 22 milhões até 2026.
A expansão desse mercado representa uma reconfiguração estrutural no destino do milho no Brasil. Mais do que fornecer energia limpa, o modelo industrial do etanol de milho permite operação contínua durante a entressafra da cana, gera co-produtos de alto valor nutricional (como DDG e óleo de milho), e apresenta margens operacionais de até 30%, mesmo em cenários de oscilação do preço do cereal. O retorno sobre o investimento (TIR) de projetos maduros gira em torno de 15% ao ano.
“A indústria do etanol de milho oferece um equilíbrio raro entre sustentabilidade e retorno financeiro. Estamos falando de um modelo que transforma excedente agrícola em energia limpa, gera co produtos de alto valor e movimenta cadeias produtivas inteiras com eficiência e larga escala”, afirma Felipe Jordy, gerente de inteligência e estratégia da Biond Agro.
Diversificação da matriz nacional
O uso do milho como fonte energética contribui diretamente para a segurança energética nacional. Ao atender a demanda crescente por combustíveis renováveis, o etanol de milho reduz a dependência de fontes fósseis e complementa a produção de cana-de-açúcar, principalmente durante a entressafra.
“O milho passa a ser protagonista na nova matriz energética brasileira. Essa versatilidade aumenta a resiliência das usinas e fortalece o suprimento doméstico, reduzindo impactos ambientais e permitindo ao agro participar ativamente da transição energética que o mundo exige”, reforça Jordy.
Embora o Mato Grosso ainda concentre a maior parte da produção — com mais de 16 milhões de toneladas de capacidade previstas para 2026 —, o setor avança para novas regiões. Estados como Paraná, Bahia e Santa Catarina estão entrando no radar, promovendo a interiorização e diversificação da produção de etanol de milho no país.
“Estamos diante de uma grande transformação, que posiciona o Brasil como protagonista da bioenergia no mundo. O etanol de milho não é apenas uma tendência – é um caminho sólido para integrar competitividade, sustentabilidade e independência energética no agronegócio brasileiro”, conclui Jordy.
Sobre a Biond Agro
Empresa especializada em gestão e comercialização de grãos para o produtor brasileiro, originária de um grupo de companhias com 25 anos de experiência (Fyo, CRESUD e Brasil Agro). Compreendendo os números e especificidades do negócio e como interagir com os mercados. A Biond Agro desenha estratégias de comercialização e execução de negócios, profissionalizando a gestão de riscos para tornar o agronegócio sustentável no longo prazo. Saiba mais em https://www.biondagro.com/
Fonte: Assessoria de Imprensa Biond Agro
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Sustentabilidade
Mercado brasileiro de milho deve seguir registrando preços em queda – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de milho deve seguir registrando preços mais baixos, com produtores retraídos nas negociações e um avanço dos produtores na fixação de oferta. A tendência é que as cotações sigam caindo, seguindo também o quadro de baixa na Bolsa de Mercadorias de Chicago. O dólar, por sua vez, opera em alta.
O mercado brasileiro de milho registrou preços mais baixos nesta terça-feira. As cotações recuaram nos portos com perdas na Bolsa de Chicago para o milho e no dólar. No disponível, cotações também fracas, de estáveis a mais baixas. Segundo o consultor de Safras & Mercado, Paulo Molinari, está ficando difícil para o mercado interno sustentar os preços.
No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 67,50/70,00 a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 66,50/70,00 a saca.
No Paraná, a cotação ficou em R$ 66,00/69,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 70,00/73,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 76,00/77,00 a saca.
No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 68,00/70,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 70,00/72,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 70,00/72,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 55,00/62,00 a saca em Rondonópolis.
CHICAGO
* Os contratos com entrega em julho estão cotados a US$ 4,40 1/2 por bushel, baixa de 2,00 centavos de dólar, ou 0,45%, em relação ao fechamento anterior.
* O mercado dá sequência às perdas da sessão anterior, refletindo um movimento de realização de lucros. As perspectivas são de uma safra global robusta, favorecida pelas boas condições climáticas na América do Sul e nos Estados Unidos, onde o plantio segue acima da média. A queda do petróleo em Nova York também pesa sobre os preços, contribuindo para a retração desta terça-feira.
* Ontem (13), os contratos com entrega em julho de 2025 fecharam com baixa de 5,50 centavos, ou 1,22%, cotados a US$ 4,42 1/2 por bushel. Os contratos com entrega em dezembro de 2025 fecharam com recuo de 4,50 centavos, ou 1,01%, cotados a US$ 4,41 por bushel.
CÂMBIO
* O dólar comercial opera em alta de 0,09%, cotado a R$ 5,6553. O Dollar Index registra desvalorização de 0,37% a 100,63 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia fecharam com preços mistos. Xangai, +0,86%. Japão, -0,14%.
* As principais bolsas na Europa operam com índices baixos. Paris, -0,41%. Frankfurt, -0,35%. Londres, -0,01%.
* O petróleo opera com preços mais baixos. Junho do WTI em NY: US$ 62,92 o barril (-1,17%)
AGENDA
– EUA: A posição dos estoques de petróleo até sexta-feira da semana passada será publicada às 12h30 pelo Departamento de Energia (DoE).
—–Quinta-feira (15/05)
– AIE: A entidade publicará seu relatório mensal de petróleo às 3h.
– Reino Unido: A leitura preliminar do PIB do primeiro trimestre será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.
– Reino Unido: A produção industrial de março será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.
– Reino Unido: O saldo da balança comercial de março será publicado às 3h pelo departamento de estatísticas.
– Eurozona: A leitura preliminar do PIB do primeiro trimestre será publicada às 6h pelo Eurostat.
– Eurozona: A produção industrial de março será publicada às 6h pelo Eurostat.
– O IBGE divulga, às 9h, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola referente a abril.
– Atualização da estimativa para a safra brasileira de grãos em 2024/25 – Conab, 9h.
– EUA: O índice de preços ao produtor de abril será publicado às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.
– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30.
– EUA: A produção industrial e capacidade utilizada de abril serão publicadas às 10h15 pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
– Esmagamento de soja dos EUA em abril – NOPA, 13h.
– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.
– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.
– Custos de produção no Mato Grosso – IMEA, 16h.
– Dados de desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.
– Resultados financeiros da BRF, Cosan e Marfrig.
– Japão: A leitura preliminar do PIB do primeiro trimestre será publicada às 20h50 pelo gabinete do governo.
—–Sexta-feira (16/05)
– Japão: A leitura revisada da produção industrial de março será publicada à 1h30 pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria.
– Eurozona: O saldo da balança comercial de março será publicado às 6h pelo Eurostat.
– A FGV divulga, às 8h, o IGP-10 referente a maio.
– O IBGE divulga, às 9h, a Pnad Contínua referente ao 1o trimestre.
– Dados de evolução das lavouras do Mato Grosso – IMEA, 16h.
Fonte: Pedro Carneiro / Safras News
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Sustentabilidade
Fungicidas se destacam nos Ensaios Cooperativos de Rede, para controle de oídio e no tratamento de sementes – MAIS SOJA

Fungicidas do portfólio da Sipcam Nichino Brasil se sobressaíram nos Ensaios Cooperativos de Rede para a cultura do trigo, realizados na safra 2024, cujos resultados acabam de ser publicados. A companhia teve a eficácia de seus produtos avaliada favoravelmente em estudos voltados ao controle da doença oídio e à prática do tratamento de sementes. A pesquisa envolveu 17 instituições entre fundações e consultorias, em duas etapas, com trabalhos em lavouras de municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul.
A avaliação de fungicidas empregados no controle de oídio demandou 11 ensaios nas paranaenses Campo Mourão, Guarapuava, Palmeira, Ponta Grossa e nas gaúchas Jaboticaba, Passo Fundo, Santa Bárbara do Sul, Cruz Alta, Coxilha e Pelotas. Entre os tratamentos mais eficientes ante a doença foram destacados os produtos Domark® Excell e Fezan® Gold, da Sipcam Nichino, associados. Os indicadores de controle chegaram a 85,8%. “Os resultados são positivos e muito semelhantes aos obtidos em safras anteriores na Rede de Trigo”, conforme ressalta a empresa em nota.
A estratégia de controle de oídio da companhia de origem ítalo-japonesa também resultou no maior rendimento na colheita desse Ensaio Cooperativo: média de 4,5 mil quilos de trigo por hectare, contra entre 3,5 mil kg/ha, segundo informa o engenheiro agrônomo José de Freitas, da área de desenvolvimento de mercado. De acordo com Freitas, o oídio do trigo é uma das primeiras doenças a surgir na lavoura logo após emergência das plantas e evolui muito rápido. “Não controlado, diminui a produção de grãos em até 60%”, assinala.
Confira na íntegra os resultados sobre doenças.
Tratamento de sementes
Os Ensaios de Rede que avaliaram, especificamente, a prática do tratamento de sementes ocorreram nas cidades paranaenses de Cafelândia, Londrina, Palmeira, Ponta Grossa e na gaúcha Itaara. Na ocasião, foram observados fungicidas para controle das doenças Fusarium graminearum e Bipolaris Sorokiniana.
De acordo com Freitas, os fungicidas Torino®, produto já comercial no trigo e Tiofanil®, este em fase de registro na mesma cultura, da Sipcam Nichino, resultaram em indicadores de 97,9% e 97,4%, respectivamente, no controle de Fusarium graminearum. Já em relação à contenção de Bipolaris Sorokiniana, os mesmos produtos transferiram 87,4% e 78,9% de eficácia.
Segundo o agrônomo, o tratamento de sementes cumpre papel estratégico no manejo da triticultura, porque permite eliminar patógenos de importância econômica transmitidos via solo e também via semente, entre estes os causadores das doenças mancha-amarela, mancha-marrom, septoriose ou mancha da gluma, carvão do trigo, brusone e giberela ou fusariose, entre outras.
Confira a íntegra dos resultados no tratamento de sementes.
Criada em 1979, a Sipcam Nichino resulta da união entre a italiana Sipcam, fundada em 1946, especialista em agroquímicos pós-patentes e a japonesa Nihon Nohyaku (Nichino). A Nichino tornou-se a primeira companhia de agroquímicos do Japão, em 1928, e desde sua chegada ao mercado atua centrada na inovação e no desenvolvimento de novas moléculas para proteção de cultivos. Acesse aqui e veja todas as soluções para trigo: https://www.sipcamnichino.com.br/itens/trigo.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sipcam Nichino
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