Sustentabilidade
Atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura da canola pode dar um novo impulso ao cultivo dessa oleaginosa no Brasil – MAIS SOJA

O Ministério da Agricultura e Pecuária publicou, no Diário Oficial da União desta terça-feira (14), a atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para a cultura da canola.
A canola é uma cultura em expansão no Brasil. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (ABRASCANOLA), em 2024, cultivou-se no País 186.240 hectares, estando a principal zona de produção no Rio Grande do Sul, seguido pelo Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Distrito Federal. Inequivocamente, o movimento dessa cultura rumo a região tropical pode ser feito com melhor embasamento técnico se levado em consideração o novo ZARC da canola no Brasil, destaca Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo, que coordenou a equipe responsável pela elaboração do trabalho que ora está sendo publicamente disponibilizado.
A totalidade da produção e grãos de canola no Brasil é direcionada para a produção de óleo comestível, que é o seu subproduto mais nobre. O óleo de canola apresenta propriedades de elevado valor nutricional, considerado entre os melhores óleos vegetais para o consumo humano. Ele também pode ser utilizado para a produção de biocombustível, semelhante ao que é praticado em vários países da Europa, ou ainda, ser utilizado para diversos outros fins na indústria. No esmagamento do grão de canola, sobra o subproduto que é utilizado como farelo para a composição de rações usadas na produção animal. Na escala mundial, a canola é a terceira maior oleaginosa, perdendo, em produção, apenas para as palmáceas e para a soja, seu concorrente direto em termos de grãos produtores de óleo. Em relação à soja, a canola tem a vantagem de produzir o dobro de óleo por hectare, já que o grão é composto de, aproximadamente, 40% de óleo, enquanto no grão de soja o teor de óleo oscila ao redor de 20%.
A canola se diferencia das principais espécies produtoras de grãos, que, em geral, são gramíneas ou leguminosas, por ser uma brássica. Além de ter sistema radicular pivotante, contribuindo no condicionamento físico do solo, a sua inserção em sistemas de produção de grãos, auxilia na quebra do ciclo de doenças, especialmente aquelas que possuem fases associadas aos restos culturais ou ao solo. Assim, a canola constitui-se em uma excelente alternativa para compor sistemas de rotação de culturas, necessários para estabilidade e/ou aumento da produtividade de grãos nos cultivos de inverno no Brasil. E, por ser uma espécie de inverno, não compete pela mesma estação de crescimento da soja, a cultura produtora de grãos mais importante.

O primeiro ZARC para a canola foi publicado em 2008, com indicação de cultivo no Rio Grande do Sul, exclusivamente para o sistema sequeiro. Depois foram estendidos os resultados para Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Em 2021, o ZARC da canola foi reavaliado, incluindo o sistema irrigado como alternativa para os estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, caso do Oeste Baiano. E, em 2024, o ZARC da canola, sistemas sequeiro e irrigado, foi elaborado dentro dos padrões da nova sistemática de avaliação da disponibilidade de água nos solos (6 classes), em vez da tipificação genérica dos solos 1, 2 e 3. O novo ZARC canola, sistemas sequeiro e irrigado, além dos riscos de geada no estabelecimento e na floração, contemplou o risco de seca em função de cada solo que a lavoura será cultivada. Foram identificados municípios e épocas de semeadura preferenciais para o cultivo de canola, com probabilidades de perdas de rendimento de grãos devido à ocorrência de eventos meteorológicos adversos inferiores a 20%, 30% e 40%. É um produto da Rede Zarc Embrapa, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Banco Central do Brasil, que se destaca como poderosa ferramenta de gestão de risco climático, para a expansão da área cultivada, redução das perdas de produtividade e estabilidade da produção dessa oleaginosa no Brasil.
APLICATIVO ZARC PLANTIO CERTO
O Zoneamento de Risco Climático para a cultura da canola pode ser acessado no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (SP) e disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos para os sistemas iOS e Android (acesse aqui – https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/6516/aplicativo-zarc—plantio-certo). Os resultados do Zarc também podem ser consultados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” (https://mapa-indicadores.agricultura.gov.br/publico/extensions/Zarc/Zarc.html), no site do Ministério da Agricultura e Pecuária.
>> ZARC CANOLA: identifica os ambientes favoráveis, usando análises de risco climático, para a produção dessa oleaginosa no Brasil, a partir de classes de solos (disponibilidade de água), regime climático e ciclo das cultivares.
Fonte: MAPA
Autor:Ministério da Agricultura e Pecuária
Site: MAPA
Post Views: 1
Sustentabilidade
Embrapa destaca que futuro do agro será pautado pela sustentabilidade

Nas últimas 5 décadas o Brasil se desenvolveu ao ponto de se tornar um dos maiores players do agronegócio em âmbito mundial. A perspectiva da Embrapa é que nos próximos 50 anos, haverá uma necessidade cada vez maior por produtos agrícolas certificados. Ainda mais, pela sustentabilidade, baixa emissão de carbono e resiliência às mudanças do clima.
O assunto foi o mote da celebração do aniversário de 52 anos da Embrapa, que aconteceu no dia 7 de maio em Brasília. Na análise dos representantes do governo e da iniciativa privada, presentes na ocasião, a sustentabilidade será o diferencial para um futuro da agricultura.
“O Brasil, como um dos maiores produtores agrícolas do planeta, carrega uma imensa responsabilidade, mas também uma extraordinária capacidade: a de liderar pelo exemplo. Temos demonstrado ao mundo que é possível produzir alimentos, fibras e energia com sustentabilidade, desenvolvendo tecnologias que minimizam o impacto ambiental e, ao mesmo tempo, ampliam a eficiência no uso dos nossos recursos naturais.”, disse a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, no discurso de abertura da solenidade.
Silvia comentou ainda sobre a trajetória da empresa. Ressaltou que a Embrapa “nasceu do sonho de um país que queria vencer a fome com conhecimento, transformar desafios em oportunidades e afirmar sua soberania por meio da agricultura.”
Dentre outros pontos destacados nos discursos dos representantes presentes, o papel que a Embrapa tem desenvolvido para tornar mais fácil o caminho rumo ao futuro sustentável foi um dos pontos altos.
*Texto sob supervisão do jornalista Thiago Dantas
Sustentabilidade
Destaques da semana Mais Soja – MAIS SOJA

O Portal de conteúdo Mais Soja reúne noticias e artigos sobre a cultura da Soja no Brasil e no Mundo.
E-mail para contato: [email protected]
Sustentabilidade
Inoculante biológico melhora crescimento de Paineira Rosa

Um estudo conduzido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), utilizando mudas de Paineira Rosa, conseguiu resultados promissores. As plantas tiveram um aumento de 8 cm na altura média com a otimização na proporção de composto do substrato. O objetivo do estudo é explorar os benefícios do uso de diferentes volumes de composto orgânico.
Outro foco da pesquisa foi testar o uso do inoculante biológico Azospirillum brasilense. Este aditivo microbiano tem como unção promover o crescimento vegetal.
O trabalho busca entender como estas práticas beneficiam o desenvolvimento da muda, utilizada para reflorestamento e arborização urbana.
“As mudas tratadas com inoculante atingiram altura máxima de 68,23 cm com 44% de composto, enquanto as sem inoculante alcançaram 60,2 cm com 46% de composto. Além disso, observou-se maior crescimento do diâmetro do caule no tratamento com inoculante, demonstrando seu impacto positivo no desenvolvimento inicial das plantas” afirma Estêvão Vicari Mellis, pesquisador do IAC.
Os substratos utilizados no estudo, formados por areia, utilizam diferentes proporções de um composto produzido na Usina Verde, na fazenda Santa Eliza do IAC. Segundo Mellis, as mudas de paineira apresentaram desenvolvimento significativamente superior com o uso combinado do composto e do inoculante.
O alvo da pesquisa é promover práticas agrícolas mais sustentáveis e com impacto ambiental positivo. Sobretudo, além do aprimoramento nas técnicas de adubação, o projeto visa criar alternativas para a compensação da emissão de gases do efeito estufa. Alinhando, assim, o cultivo à gestão das mudanças climáticas.
“Os objetivos vão além dos laboratórios: as mudas cultivadas poderão ser usadas para mitigar emissões de GEE geradas por outros projetos de pesquisa. Este diferencial, alinhado às tendências globais de sustentabilidade, busca atrair investidores de parcerias público-privadas para dar continuidade a esse trabalho e ampliar o alcance do projeto”, como afirma Mellis.
*Texto sob supervisão do jornalista Thiago Dantas
- Tech8 horas ago
Chuva não dá ‘trégua’ e previsão do tempo aponta risco de alagamentos e deslizamentos; saiba onde
- Tech10 horas ago
Pesquisas e ações são armas no combate ao greening no principal cinturão citrícola do país
- Tech8 horas ago
Justiça climática é causa ou oportunidade? Duas gestoras apostam fichas na tese
- Featured8 horas ago
Governo de MT reforça apoio à agricultura familiar com mais de R$ 700 milhões de investimentos
- Sustentabilidade7 horas ago
Inoculante biológico melhora crescimento de Paineira Rosa
- Featured7 horas ago
Produtora rural de Vera celebra conquistas na produção com apoio do Governo do Estado
- Tech6 horas ago
Resistência aos antimicrobianos é tema de fórum em Brasília
- Tech3 horas ago
Integração lavoura, pecuária e floresta podem ajudar na recuperação de áreas agrícolas