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. . . . . . . . . . . . . . . 10 de May de 2025

Sustentabilidade

Importância de reduzir as perdas na colheita de soja – MAIS SOJA

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Devido à interferência do fenômeno El Niño no padrão de chuvas durante a safra 2023/2024, algumas regiões agrícolas do Brasil foram significativamente impactadas por precipitações acima ou abaixo da média, ocasionando efeitos diversos nas plantações. Isso se traduziu em atrasos na semeadura, aumento na incidência de doenças, especialmente nas regiões mais afetadas por chuvas intensas. Além disso, o déficit hídrico também prejudicou o início da safra em determinadas regiões, resultando em perdas na produção.

A produtividade das lavouras foi prejudicada devido aos índices pluviométricos, impactando diretamente a disponibilidade de água durante o ciclo de desenvolvimento da soja, podendo resultar em produções abaixo do esperado. Segundo informações da Conab (2023), a escassez de chuvas no Mato Grosso dificultou o desenvolvimento pleno nas fases iniciais da soja em grande parte das lavouras do estado. Por outro lado, no Rio Grande do Sul, a semeadura da soja foi severamente prejudicada pelo alto volume de chuvas. Diante desse cenário, reduzir as perdas de colheita torna-se ainda mais importante visando reduzir o impacto econômico decorrente da menor produtividade.

A fase de colheita é considerada uma das etapas mais importantes no processo de produção da soja, especialmente devido aos riscos a que está sujeita a lavoura seja destinada ao consumo ou à produção de sementes. Para evitar perdas quantitativas e qualitativas, é importante iniciar a colheita no momento em que a soja atinge o estádio de ponto de colheita, no estádio reprodutivo R8 pela escala fenológica de Fehr e Caviness (1977). Em várias lavouras de soja no Brasil, conforme destacam Portugal & Silveira (2021), são observados níveis de perdas de grãos na colheita mecanizada acima do considerado razoável, de 1 saco de 60 Kg por hectare.

Considerando as diversas causas de perdas que podem ocorrer em uma lavoura de soja, é possível verificar diferentes tipos ou fontes de perdas em três principais grupos. Primeiramente, destacam-se as perdas antes da colheita, que são originadas tanto pela deiscência natural das vagens quanto pela queda das mesmas ao solo antes do processo de colheita. Em seguida, surgem as perdas causadas pela plataforma de corte, abrangendo a debulha, as variações na altura de inserção e o acamamento das plantas diante da plataforma. Por fim, as perdas por trilha, separação e limpeza.

O pesquisador Martin (2021), destaca que cerca de 33% das perdas ocorrem durante as etapas de trilha, separação e limpeza, destacando a importância da regulagem das máquinas. A eficiência na colheita de grãos frequentemente é comprometida devido ao conhecimento limitado do operador sobre as configurações e operações da colhedora. Para assegurar uma colheita eficiente, é essencial estabelecer um trabalho harmônico entre o molinete, a barra de corte, a velocidade da operação e os ajustes dos sistemas de trilha, separação, limpeza e transporte (Lorini et al., 2020).



Recomenda-se que a velocidade do molinete seja ligeiramente superior à da colhedora, operando com seu eixo central à frente da barra de corte. A rotação do molinete e velocidades ideais de colheita variam entre 4,0 km h-1 e 6,5 km h-1. Dois métodos sugeridos para estimar a velocidade da colhedora incluem contar passos largos em um período de 20 segundos, multiplicando o número de passos pelo fator 0,16, ou usar uma trena para medir a distância percorrida em 20 segundos e calcular a velocidade em km h-1, multiplicando pelo fator de conversão 3,6.

Uma forma de avaliar as perdas durante o processo de colheita e auxiliar nos ajustes da colhedora é o método do copo medidor, desenvolvido pela Embrapa. Esse método amplamente utilizado e de prática aplicação, proporciona uma mensuração direta das perdas a nível de campo. A técnica envolve a utilização de um copo medidor equipado com uma escala graduada, permitindo a determinação precisa do nível de perda em sacas por hectare.

Figura 1. Detalhes da parte frontal e da escala graduada do copo volumétrico desenvolvido pela Embrapa para a determinação das perdas de grãos na colheita de soja.

Fonte: Lorini et al. (2020).

Quanto às perdas qualitativas, Mesquita & Costa (2006) ressaltam que, praticamente 100% das perdas na qualidade das sementes são atribuídas aos mecanismos internos das colhedoras, em especial ao sistema de trilha, composto pelo cilindro de trilha e pelo côncavo, ocasionando quebra das sementes e danos mecânicos.

Diversos fatores podem influenciar as perdas durante o processo de colheita, tornando crucial estar atento para minimizá-las. Nesse contexto, é fundamental ajustar a velocidade da colhedora e assegurar uma regulagem precisa de todos os seus mecanismos. Determinar a velocidade ideal da colheitadeira e do molinete é essencial para otimizar a capacidade operacional e contribuir para minimizar as perdas. De maneira geral, a faixa de velocidade de colheita recomendada varia entre 4,0 e 6,5 Km h-1, sendo necessário adaptá-la às condições específicas da lavoura, como topografia, produtividade esperada e incidência de acamamento.


Veja mais: Sementes esverdeadas influenciam a qualidade da semente?



Referências:

CONAB. ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA DE GRÃOS: SAFRA 2023/24. Companhia Nacional de Abastecimento, v. 11, n. 3., 2023. Disponível em: < https://www.conab.gov.br/component/k2/item/download/50527_e172d2db73ff296100aeb45a93c03a80 >, acesso em: 05/01/2024.

LORINI, I. et al. COLHEITA E PÓS-COLHEITA DE GRÃOS. Tecnologias de Produção de Soja, sistemas de produção, 17. Embrapa Soja, Londrina – PR, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 05/01/2024.

MARTIN, T. COMO EVITAR PERDAS DE COLHEITA? Mais Soja, 2021. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=q9wNfMuiXPI >, acesso em: 05/01/2024.

MESQUITA, C. M.; COSTA, N. P. PERDAS DURANTE A COLHEITA DA SOJA SÃO SUBESTIMADAS. Visão Agrícola, n. 5, 2006. Disponível em: < https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/va05-colheita01.pdf >, acesso em: 05/01/2024.

PORTUGAL, F. A. F.; SILVEIRA, J. M. PERDAS NA COLHEITA. Embrapa, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/soja/producao/colheita/perdas-na-colheita >, acesso em: 05/01/2024.

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Sustentabilidade

Ritmo moderado e preços estáveis marcam mercado brasileiro de algodão – MAIS SOJA

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Ao longo da semana, o mercado físico do algodão manteve um ritmo moderado, com negócios pontuais e interesse concentrado em contratos para entrega futura. As negociações no início da semana foram marcadas por volumes modestos e cotações variando entre estabilidade e leve alta.

Na terça-feira, houve movimentação tanto no mercado spot quanto para entrega em 30 dias, mas sem grande intensidade. A quarta-feira foi ainda mais calma, com baixa demanda para entrega imediata, embora tenha surgido algum interesse por contratos para 30 dias e para a safra de 2026. Já na quinta-feira, as praças de comercialização registraram atividade moderada, com os preços permanecendo praticamente inalterados.

Para o algodão colocado na indústria de São Paulo, o valor oscilou na faixa de R$ 4,33/libra-peso na quinta-feira, dia 8. Na semana anterior, estava cotado a R$ 4,35/libra-peso, desvalorização de 0,46%.

Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o valor da pluma paga ao produtor ficou em R$ 4,16 por libra-peso no dia 8, o que corresponde a R$ 137,63 por arroba. Este valor recuou 0,36% em relação a R$ 4,18 por libra-peso (ou R$ 138,13 por arroba), quando a pluma trocava de mão na semana passada.

Expectativa de produtividade da safra 2024/25 – Imea

Com o fim do beneficiamento do algodão da safra 23/24 em Mato Grosso, foi possível consolidar a produção de pluma do ciclo, a qual ficou em 2,60 milhões de toneladas. Dessa forma, o volume é 2,03% inferior ao da estimativa passada, devido ao menor rendimento para o ciclo, porém, a produção ainda é 11,91% superior ao da safra 2022/23.

Já com relação à safra 2024/25, a estimativa, de maio/25, de área permaneceu em 1,51 milhão de hectares, elevação de 2,97% em relação à safra 2023/24. No entanto, a produtividade esperada apresentou aumento de 1,72% em relação à projeção passada, ficando em 289,15 arroba/ha, pautado pelas condições climáticas favoráveis no estado, o que permitiu o bom desenvolvimento das lavouras mesmo com 46,52% da área sendo semeada fora da janela considerada ideal.

Por fim, diante do aumento na expectativa de produtividade, a produção de algodão em caroço ficou projetada em 6,53 milhões de toneladas, aumento de 2,07% no comparativo anual. As informações partem do Imea.

Fonte: Sara Lane – Safras News



 


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Sustentabilidade

Exportações brasileiras de arroz patinam e mercado não ganha força – MAIS SOJA

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Uma combinação de fatores internos e externos continua a pressionar o mercado brasileiro de arroz, dificultando sua competitividade no cenário internacional. A afirmação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

As exportações enfrentam obstáculos crescentes, com mais um revés registrado recentemente: a perda de um carregamento de arroz em casca para o Uruguai. “A principal razão está nos preços menos atrativos praticados pelo Brasil em comparação aos vizinhos do Mercosul”, explica o analista.

Essa diferença tem inviabilizado negócios, especialmente em um mercado onde o preço continua sendo fator decisivo. “A rigidez do produtor brasileiro em manter as pedidas elevadas, embora compreensível diante dos custos internos, revela um descompasso com a estratégia mais flexível e agressiva dos vizinhos”, explica o consultor.

“Uruguai e Paraguai, tradicionalmente mais pragmáticos, tendem a escoar seus estoques mesmo com prejuízo pontual, priorizando liquidez e equilíbrio de mercado”, exemplifica Oliveira. “O Brasil, ao manter uma postura mais conservadora e menos orientada à exportação como válvula de escape, corre o risco de encerrar o ano com significativo volume estocado, enquanto os concorrentes terão limpado seus armazéns”, prevê.

Em abril, segundo dados do MDIC, a balança comercial do arroz registrou o seguinte cenário: nas exportações, foram embarcadas 28,7 mil toneladas de arroz em casca e 37,8 mil toneladas de arroz beneficiado. Nas importações, o país adquiriu 3,1 mil toneladas de casca e expressivos 71,9 mil toneladas de arroz beneficiado. Convertendo todos os volumes para base casca, o mês encerrou com déficit de 24,5 mil toneladas.

“Se não houver revisão urgente na política de comercialização externa — seja por parte dos produtores, seja por parte dos agentes exportadores — o país poderá não apenas acumular estoques volumosos, como também contribuir para a formação de um ambiente interno ainda mais pressionado pela oferta excedente e retração de preços”, finaliza.

Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou a quinta-feira (8) em R$ 76,46, queda de 0,08% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 0,37%. Em relação a 2024, a desvalorização atingia 30,86%.

Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News



 


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Sustentabilidade

Até quando podemos aplicar 2,4-D na pós-emergência no trigo? – MAIS SOJA

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O controle de plantas daninhas no trigo é determinante para a manutenção do potencial produtivo da cultura. As plantas daninhas matocompetem com as plantas de trigo por recursos como água, radiação solar e nutrientes, prejudicando o crescimento da cultura, a produtividade da lavoura e a qualidade do trigo produzido.

Embora distintas práticas de manejo possam ser utilizadas para o controle das plantas daninhas, o controle químico por meio do emprego de herbicidas é o método mais utilizado em escala comercial. Herbicidas seletivos a base de  iodosulfuron-methyl, metsulfuron-methyl, bentazone e 2,4-D, são utilizados para o controle de plantas daninhas de folha larga (dicotiledôneas) em lavouras de trigo.

Sobretudo, alguns cuidados necessitam ser adotados ao empregar herbicidas na pós-emergência do trigo, para que danos à cultura não sejam observados, especialmente se tratando de herbicidas hormonais como o 2,4-D, considerado um mimetizador da auxina que atua como regulador do crescimento.

Uma das principais dificuldades relacionadas ao uso do 2,4-D do trigo diz respeito ao momento ideal de aplicação. A maioria das bulas recomenda que a realização de apenas uma pulverização do 2,4-D na pós-emergência do trigo, em período e dose recomendada, a fim de evitar efeitos fitotóxicos à cultura.

O uso do 2,4-D provoca mudanças metabólicas e bioquímicas nas plantas. O mecanismo de ação envolve os sistemas enzimáticos carboximetil celulase e RNA polimerase, que influenciam a plasticidade da membrana celular e o metabolismo de ácidos nucléicos. Altas concentrações desses produtos nas regiões meristemáticas do caule ou da raiz reduzem a síntese de ácidos nucléicos em plantas sensíveis (Rizzardi s.d.).

Embora o trigo seja considerado tolerante ao 2,4-D, essa tolerância varia de acordo com o posicionamento do produto e dose do herbicida. De acordo com Rizzardi (s.d.), aplicações muito precoces podem causar deformações morfológicas. A aplicação de 2,4-D pode reduzir o rendimento de grãos pela interferência nos primórdios de espiguetas, localizadas no ápice de crescimento (geralmente denominado “ponto de crescimento”). Já aplicações tardias (após o início do alongamento) causam redução no rendimento de grãos devido à interferência na fase de esporogênese.

Dentre os principais sintomas de toxicidade observados no trigo em função da aplicação equivocada do 2,4-D, destacam-se a má formação das espigas, folhas enroladas, a estatura reduzida das plantas e a retenção das espigas no colmo após a elongação (Figura 1).

Figura 1. Sintomas de toxidade de fitotoxidade de 2,4-D em trigo.
Fonte: OR Sementes.
Até quando aplicar 2,4-D no trigo para evitar efeitos fitotóxicos?

No geral, recomenda-se que seja realizada apenas uma pulverização de 2,4-D na pós-emergência do trigo. A fase compreendida entre o estádio do afilhamento e o início da elongação do colmo é o período de maior tolerância do trigo ao 2,4-D (Rizzardim s.d.).

Para maior eficiência no controle, o 2,4-D deve ser aplicado quando as plantas daninhas estiverem com 2 a 6 folhas. Em trigo a partir do estádio do início do perfilhamento  até o início da elongação, antes do início da diferenciação floral (Roman; Varga;, Rodrigues, 2006; Almeida, 2024; Rizzardi, s.d.), o 2,4-D pode ser aplicado sem prejuízos, desde que seguidas as orientações presentes na bula do herbicida.

Figura 2. Período recomendado para aplicação do 2,4-D em trigo, para o controle de plantas daninhas de folha larga.


Veja mais: Por que e quando aplicar regulador de crescimento no trigo?


Referências:

ALMEIDA, J. L. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRAS 2024 & 2025. Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, 2024. Disponível em: < https://static.conferenceplay.com.br/conteudo/arquivo/infotecnitrigotriticalesafras20242025livrodigitalfinal-1721832775.pdf >, acesso em: 07/05/2025.

RIZZARDI, M. A. MANEJO QUÍMICO: 2,4-D EM TRIGO. Up. Herb. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/2-4-d-em-trigo#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20a%20cultura%20do,ao%20in%C3%ADcio%20da%20diferencia%C3%A7%C3%A3o%20floral. >, acesso em: 07/05/2025.

ROMAN, E. S; VARGAS, L. RODRIGUES, O. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 63, nov. 2006. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/852518/1/pdo63.pdf >, acesso em: 07/05/2025.


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