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Presença de capim pé-de-galinha em lavouras de Mato Grosso preocupa

Considerado de difícil controle, o capim pé-de-galinha tem ameaçado a produtividade de soja em algumas regiões produtoras de Mato Grosso nesta temporada 2024/25. O clima favorável tem beneficiado a planta daninha, que vem se alastrando pelo campo. Agricultores e especialistas estão em estado de alerta e buscam a cada dia alternativas contra a praga.
Uma verdadeira força-tarefa tem sido feita pelo produtor Vinícius Baldo em Água Boa, na região do Vale do Araguaia, para tentar controlar a proliferação do capim pé-de-galinha. E tamanho empenho do agricultor tem motivo: a planta daninha disputa espaço em diversas áreas dos oito mil hectares cultivados nesta safra na propriedade.
O produtor comenta que perdeu o tempo correto para realizar a aplicação para a dessecação, o que permitiu que a praga chegasse a um estágio de difícil controle.
“Estamos tendo que gastar um pouco mais para controlar. O manejo estamos tentando inventar para ver. Já fizemos alguns testes e chegou a um resultado razoável”, comenta Vinícius Baldo.
Conforme o produtor, o capim pé-de-galinha é uma praga que vem se desenvolvendo nos últimos anos no estado e criou resistência, se tornando de difícil controle.

Capim pé-de-galinha é o novo desafio do agro
Ao Canal Rural Mato Grosso, Vinícius Baldo frisa que o capim pé-de-galinha “é a praga do momento” e em termos de matocompetição com qualquer cultura não perde para ninguém.
“É o novo desafio do agronegócio em se tratando de plantas daninhas. A gente tem procurado ferramentas que tem no mercado, não tem nada novo específico para ele e estamos testando ferramentas que já existem no mercado para ver se ameniza o problema”.
Ainda de acordo com o produtor, o manejo, além do difícil controle da planta, tem pesado no bolso. “O custo para controlar ela é muito alto. Uma saca e meia de soja por hectare mais ou menos só para o controle dela especificamente”.


Alta pressão preocupa produtores
Em Jaciara os produtores também estão apreensivos com a alta pressão e a matocompetição entre o capim pé-de-galinha e a soja. No ano passado, na propriedade no município, o produtor Everton Jorge Schinoca chegou a registrar perdas entre 10% e 15%.
“Tem áreas que nem colhemos, porque o pé-de-galinha estava demais. Você entra com a máquina e embucha tudo. Ele foi bastante intenso. Fizemos um trabalho com pré-emergente, nivelamos as áreas para diminuir o tamanho e estamos conseguindo levar. A nossa dificuldade tem sido as bordaduras. Você vai colher e ele já está cacheado e aí você vai levando para dentro da lavoura a semente, o vento vai levando. Queremos ver se esse ano conseguimos fazer um controle mais efetivo para minimizar esses problemas”.
Algumas medidas de manejo de controle, de acordo com Everton Jorge, estão sendo testadas na fazenda, onde foram cultivados 2,2 mil hectares de soja.
“Fazemos integração lavoura-pecuária e em algumas áreas não vamos fazer, até porque tem muito pé-de-galinha. Então vamos plantar o milho e tentar fazer um controle de folha estreita mais eficiente no cereal para poder aí sim no ano posterior podermos ficar mais tranquilos. Mas, é uma coisa que tem preocupado bastante, diz ao Canal Rural Mato Grosso.


Pesquisas buscam o controle do capim pé-de-galinha
Diversos produtos e estratégias de controle estão sendo testados em campos experimentais de Mato Grosso com resultados considerados satisfatórios pelos especialistas.
“É uma planta que tem resistência a glifosato, graminicidas. A gente tem testado isso nos monitoramentos de resistência. Tem aparecido plantas com resistência e a partir daí começamos a procurar alternativas”, pontua o pesquisador Anderson Luis Cavenaghi.
O pesquisador salienta ainda que às vezes a dificuldade do produtor em controlar a planta daninha também pode ser questão de estádio e não resistência. “É lógico que ela existe no campo, mas em momentos certos com a planta, o tamanho e o produto a gente consegue controlar ou manejar ela”.
O vice-presidente leste da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), Diego Dall Asta, revela à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que a entidade tem feito pesquisas acerca da praga nos últimos tempos.
“Nós temos alguns resultados já e isso passa por uma série de manejos desde pré-emergentes na soja, como produtos aplicados no pré-plantio da soja, como também produtos pré-emergência e produtos aplicados no plantio do milho ou da segunda safra”.
O representante da Associação ressalta que “o produtor tem que ficar muito atento na tecnologia de aplicação, no horário de aplicação e sempre estar fazendo uma rotação de produtos com doses que sejam equivalentes para matar o pé-de-galinha”.
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“Ser mãe no agro é inspiração”, diz ex-professora e produtora em Mato Grosso

“Ser mãe no agro é inspiração. É cuidar da terra e das pessoas com a mesma dedicação”.
Natural do Paraná, Karine Souza cresceu no campo mexendo na ordenha das vacas e auxiliando os pais na lavoura. Há 19 anos ela migrou para Ipiranga do Norte, região do Vale do Araguaia em Mato Grosso, onde trocou a sala de aula pela terra.
“Com sete, oito anos a gente já estava mexendo na ordenha das vacas. Fui criada assim. E minha mãe falou ‘você tem que estudar’. Ela falava que na lavoura não tinha futuro”, conta a produtora.
Formada em biologia, Karine virou professora e decidiu deixar a sua terra natal e apostar no interior de Mato Grosso, mais precisamente em Ipiranga do Norte.
“Uma cidade agrícola, em plena expansão de desenvolvimento econômico”, frisa ao Canal Rural Mato Grosso.
Da sala de aula ao Sindicato Rural
A decisão em deixar a sala de aula e voltar para o campo ocorreu após conhecer o marido, que era produtor rural.
Segundo ela, seus conhecimentos quanto aos trabalhos no campo foram crescendo neste meio tempo. Karine salienta que as ações realizadas pelas entidades do setor produtivo, conselhos para com os seus associados, foram de grande ajuda.
A busca e o conhecimento adquirido sobre o campo acabaram levando a produtora a presidir o Sindicato Rural de Ipiranga do Norte por três anos.
“A agricultura sempre foi um campo masculino, mas atualmente as mulheres estão se sobressaindo juntamente ao lado dos homens. Ser agricultura para mim é um grande orgulho”.
Futuro do agro preocupa
Mãe de três, Karina fala com orgulho dos gêmeos João Guilherme e Paulo Marcelo e da caçula Olívia Helena. Os três, por sinal, em especial os meninos de 17 anos, já seguem os passos do pai na lavoura.
Apesar dos ensinamentos aos filhos, Karine revela que de um modo geral há certa preocupação com o futuro do agro.
“Eu enxergo o futuro do agro com muita preocupação. Aqui na propriedade os nossos filhos já acompanham o desenvolvimento das lavouras. A gente já passa para eles. O primeiro trabalho, a primeira experiência com o agro já está sendo dentro de casa”.
Conforme a ex-professora, é muito importante disseminar “essa sucessão familiar já dentro da propriedade com os filhos”.
Outra preocupação é com relação à agricultura em si. “Estamos em um cenário de muita instabilidade jurídica e sem apoio dos governantes. Precisamos de apoio e atenção, pois a agricultura movimenta o país”.
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Rumores de possível negociação entre EUA e China impulsiona o mercado do algodão

A possibilidade de redução nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China neste final de semana tem agitado o mercado mundial, em especial o do algodão, nos últimos dias. O encontro entre o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, ocorrerá em Genebra (Suíça).
As informações constam no Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa desta sexta-feira (9).
Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa:
Algodão em NY – O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 08/mai cotado a 66,69 U$c/lp (+1,0% vs. 30/abr). O contrato Dez/25 fechou em 68,75 U$c/lp (+1,4% vs. 30/abr).
Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 887 pts para embarque Mai/Jun-25 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 08/mai/25).
Altistas 1 – O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, se reúnem neste final de semana em Genebra (Suíça). Uma boa sinalização após o encontro pode animar os mercados.
Altistas 2 – Será a primeira negociação oficial dos dois países após o “Tarifaço” de Donald Trump. A disposição de Pequim em negociar com Washington animou o mercado.
Altistas 3 – A umidade do subsolo no Oeste Texas deixa muito a desejar e ainda há um longo caminho a percorrer, indicando que a safra vai depender de várias chuvas no momento certo.
Baixistas 1 – A União Europeia está preparando uma atualização em suas contramedidas contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos, o que pode acirrar as tensões.
Baixistas 2 – O governo dos EUA demonstrou pouca disposição em reduzir as tarifas sobre produtos chineses, o que dificulta o avanço das negociações comerciais.
Baixistas 3 – O acirramento das tensões entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares, preocupa o mundo.
China 1 – Em seu último relatório, o Cncotton manteve todas as estimativas anteriores. A produção de algodão em 2024/25 ficou em 6,68 milhões tons; o consumo em 8 milhões tons e a importação em 1,6 milhão tons.
China 2 – O presidente Lula viaja até Pequim, na China, para uma visita oficial de Estado ao país. A previsão é que sejam assinados atos de parceria nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, entre outras.
China 3 – A ApexBrasil aproveita a missão oficial e realiza na quarta (14) um seminário sobre segurança alimentar. A Abrapa, por meio do programa Cotton Brazil, será uma das entidades brasileiras a participar.
EUA 1 – Com as últimas chuvas no Texas, principal estado produtor dos EUA, os níveis de umidade do solo melhoraram. De forma geral, o plantio continua à frente da média de cinco anos, embora haja atraso em partes do Delta do Mississipi.
EUA 2 – Em seu mais recente relatório de safra, o USDA informou que o plantio atingiu 21% da área plantada, um pouco acima da média de cinco anos (20%).
Índia x Paquistão 1 – Nesta semana, Índia e Paquistão trocaram ataques aéreos na fronteira da Caxemira. Pelo menos 44 pessoas morreram. O conflito começou em 1947 e preocupa o mundo por serem duas nações com armas nucleares.
Índia x Paquistão 2 – A tensão afeta a cotonicultura paquistanesa, já que a Índia suspendeu o fornecimento de água a importantes províncias produtoras no Paquistão, como Punjab e Sindh.
Turquia 1 – Em março, a Turquia importou 81.395 tons de algodão, maior valor mensal desde jul/24. O Brasil foi o principal fornecedor, com 30.841 tons (37,8%).
Turquia 2 – No ano, a importação turca soma 490.780 tons, +15,9% a mais que as 423.390 tons de 2023/24. O Brasil foi responsável por 34% desse volume.
Austrália 1 – Chuvas na Austrália, que a princípio pareciam prejudicar a colheita de algodão, acabaram fornecendo a umidade necessária para o desenvolvimento das maçãs, elevando a safra a níveis quase recordes, com algumas estimativas chegando a 1.26 milhão tons (USDA estima 1,18 milhão tons).
Austrália 2 – A colheita avança em grande parte do país sob céu claro, enquanto as algodoeiras iniciam o processamento.
Agenda – Na próxima segunda-feira (12), o USDA divulga as estimativas mundiais de Oferta e Demanda de algodão, com as primeiras estimativas de 2025/26.
Brasil – Exportações – As exportações brasileiras de algodão somaram 239,1 mil tons em abril, leve queda (-0,9%) em relação aos embarques de abril/24 (241,4 mil tons).
Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:

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Fazendas de R$ 30 milhões teriam motivado execução de advogado a mando de casal preso

Conteúdo/ODOC – Os empresários Julinere Goulart Bentos e César Jorge Sechi, de Primavera do Leste, formam o casal preso pela Polícia Civil de Mato Grosso na manhã desta sexta-feira (9), acusados de serem os mandantes do assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá.
De acordo com a investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a motivação do crime está relacionada a uma longa disputa judicial por dois imóveis rurais avaliados em R$ 30 milhões, localizados no município de Novo São Joaquim.
Renato Nery havia recebido essas propriedades como pagamento de honorários advocatícios e travava uma batalha legal contra Julinere e César pela posse das terras.
Em 2020, o juiz Alexandre Meinberg Ceroy rejeitou um embargo de terceiros apresentado pelo casal, aplicando uma multa de R$ 300 mil por litigância de má-fé, após constatar a apresentação de documentos falsos no processo.
A DHPP diz ter reunido provas suficientes que indicam que o casal ordenou a execução para se livrar do advogado, visto como um obstáculo em seus negócios.
Os mandados foram cumpridos no Condomínio Cidade Jardim, onde o casal reside, que já foi alvo de buscas e prisões anteriores, e também em uma segunda casa que fica em outro endereço na cidade.
Após cumprimento das buscas e das prisões temporárias, o casal será apresentado na audiência de custódia e posteriormente encaminhado até a sede da DHPP, em Cuiabá.
Perfil dos empresários
Julinere Goulart Bentos é proprietária de uma loja de joias, AH.Julinere Goulart Joias, fundada em maio de 2024 em Primavera do Leste.
Ela também é dona de uma propriedade na zona rural de Juara. O CNPJ vinculado à fazenda foi aberto em abril de 2024.
A principal atividade descrita no registro é o cultivo de soja e, as secundárias, de arroz, milho e criação de bovinos para corte.
A empresária é conhecida por ostentar viagens e um estilo de vida luxuoso nas redes sociais.
César Jorge Sechi, seu companheiro, também atua no setor empresarial.
O assassinato
Renato Nery foi assassinado a tiros em frente ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá, no dia 5 de julho de 2024.
Câmeras de segurança registraram o momento em que ele foi baleado ao sair de seu veículo.
O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico.
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