O agronegócio registrou alta expressiva nos pedidos de recuperação judicial entre abril e junho de 2025. Segundo indicador da Serasa Experian, foram 565 solicitações no período, aumento de 31,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando haviam sido protocolados 429 pedidos.
A medida judicial é utilizada por produtores e empresas em dificuldades financeiras para renegociar dívidas e tentar evitar a falência. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (29), considera produtores rurais pessoa física, pessoa jurídica e companhias ligadas ao setor.
A novidade do trimestre foi o predomínio de pedidos feitos por produtores rurais que atuam como pessoa jurídica. Foram 243 solicitações, quase o dobro do registrado em igual período de 2024.
A maior parte veio de produtores ligados à soja, com 192 casos. A pecuária de corte também se destacou, com 26 pedidos.
Para Marcelo Pimenta, head de Agronegócio da Serasa Experian, a inversão chama atenção. “É a primeira vez desde o fim de 2023 que as pessoas jurídicas superam as físicas. Ainda avaliamos se houve represamento de pedidos ou mudança de perfil”, afirmou.
Entre os produtores que atuam como pessoa física, houve 220 pedidos de recuperação judicial no segundo trimestre, número ligeiramente acima do registrado um ano antes. Enquanto grandes proprietários lideraram os requerimentos, médios e pequenos aparecem na sequência. Arrendatários e grupos familiares também tiveram peso relevante, com 83 solicitações.
Enquanto isso, as empresas ligadas ao agronegócio somaram 102 pedidos, maior volume da série recente. O destaque foi para o setor de processamento de derivados, como óleo e farelo de soja, açúcar e laticínios, responsável por 32 solicitações. A agroindústria de transformação primária e o comércio atacadista de insumos agropecuários vieram na sequência.
De acordo com o ministro da fazenda, Fernando Haddad, o governo federal estuda a possibilidade de abuso na utilização da recuperação judicial. Em entrevista no último sábado (27) ao podcast 3 Irmãos, o ministro citou que o foco está em “um ou dois setores”, porém, sem citar especificamente quais.
“Tem um ‘abusinho’ no uso da recuperação judicial em alguns setores, que a gente está analisando com mais calma”, disse Haddad. Ainda durante o podcast, o ministro afirmou que o aumento na quantidade de pedidos também pode ser reflexo da alta de juros. Atualmente, a Selic está em 15%.
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