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Produtores alcançam 95% de recuperação ao adotar medidas contra a podridão da uva

Uma ação conjunta entre a Embrapa, órgãos estaduais e prefeituras de São Paulo conseguiu recuperar 95% do cultivo de uvas niagara em propriedades do Circuito das Frutas.

Em 2024, a produção de uvas da região foi gravemente afetada por uma epidemia da doença conhecida como podridão da uva madura, causada por um fungo que dizimou lavouras inteiras.

Foi criado o plano emergencial de controle à podridão madura da uva, que selecionou propriedades rurais para aplicação de fungicidas e adoção de boas práticas recomendadas pelas equipes técnicas da Embrapa. Os produtores que seguiram 100% das orientações conseguiram índices de até 95% de recuperação da produção.

O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido, explica que o cenário se agravou nos últimos anos.

“Essa doença apareceu nos vinhedos da região do Circuito das Frutas em maior intensidade nos últimos cinco anos. Já na safra de 2023, alguns produtores chegaram a ter perdas de até 100%. Muitos se desmotivaram até com a cultura da uva”, destaca.

Causas da doença

Segundo ele, a doença pode infectar mais de 600 espécies de plantas e se espalha quando práticas de manejo não são adotadas corretamente.

“Muitos produtores não retiravam os restos culturais, que são a principal fonte de inóculo de uma safra para outra, e usavam produtos que não eram recomendados. Com isso, aliado a temperaturas mais altas e chuvas concentradas, o fungo encontrou condições ideais para se espalhar”, explica.

Estratégia de combate a podridão

A estratégia adotada pela Embrapa e parceiros envolveu ajustes no manejo e recomendações de aplicação prática de produtos.

“Não adianta ter o melhor produto se ele não chegar ao alvo. Identificamos falhas na calibragem dos pulverizadores, ausência da retirada dos restos culturais e uso de produtos inadequados. A partir dessas informações, passamos a recomendar práticas como aplicações de calda bordalesa e sufocálcica no período de dormência, além de fungicidas e produtos biológicos ao longo do ciclo”, conta o pesquisador.

O plano emergencial, segundo o pesquisador, devolveu a confiança aos produtores. “As propriedades que seguiram integralmente as orientações conseguiram recuperar até 95% da produção”, afirma.

agro.mt

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