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Análise Mensal do Mercado da Soja – MAIS SOJA


O preço futuro do óleo de soja – contrato de primeiro vencimento na CME Group (Bolsa de Chicago) – alcançou em julho o maior patamar mensal desde setembro de 2023, em termos nominais. Esse cenário se deve ao aumento da demanda externa e ao aquecimento no consumo interno nos Estados Unidos, especialmente pelos setores alimentício e de biodiesel.

O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja se valorizou 9,5% de junho/25 para julho/25 e expressivos 19,4% entre julho/24 e julho/25, com média de US$ 0,5528/lp (US$ 1.218,67/t) no último mês – o maior valor nominal desde setembro de 2023.

Influenciados pela valorização externa, as cotações do óleo também subiram no Brasil. Além disso, a alta doméstica se deve às expectativas de maior demanda pelo setor de biodiesel a partir de agosto, período em que a mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel passa de B14 (14%) para B15 (15%), de acordo com o conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Levantamento do Cepea mostra que, em julho, o preço do óleo de soja posto na região de São Paulo (com 12% de ICMS incluso) teve média de R$ 6.647,05/tonelada – a maior desde janeiro deste ano –, com avanços de 5,8% sobre a de junho/25 e de 6,6% frente à de julho/24, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de junho/25).

FARELO DE SOJA – Por outro lado, os preços do farelo de soja caíram nos mercados interno e externo em julho. A pressão veio de estimativas apontando maior volume de processamento global da oleaginosa, com foco na produção de óleo de soja, contexto que tende a gerar excedente de farelo.

Com isso, os futuros do farelo de soja, na Bolsa de Chicago, registraram em julho média de US$ 268,08/tonelada curta (US$ 295,51/t), 6,6% abaixo da de junho/25 e 25% inferior à de julho/24. Trata-se, também, da menor média nominal desde fevereiro de 2016.

No mercado nacional, os consumidores estiveram retraídos das negociações envolvendo grandes volumes. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações caíram 5,6% de junho para julho; e, de julho/24 a julho/25, expressivos 26,9%, em termos reais.

SOJA EM GRÃO – Os preços da soja em grão, por sua vez, registraram os patamares mais altos deste ano, impulsionados pela maior demanda interna, sobretudo para processamento, e pela aquecida procura nos portos, para completar cargas de navios.

Além disso, o encarecimento nos fretes rodoviários reduziu a receita dos sojicultores no País – essa alta é observada desde junho, mas foi intensificada na segunda quinzena de julho. O custo de transporte rodoviário de soja da região oeste do Paraná para o porto de Paranaguá (PR) chegou a passar de R$ 200,00/tonelada em julho; pouco mais de 20% acima do mês anterior, segundo colaboradores consultados pelo Cepea. Diante disso, produtores mostraram preferência em negociar a soja com entrega nos próximos meses em detrimento do mercado spot (entrega em até sete dias); isso porque, com a finalização da colheita da segunda safra do milho, a tendência é de que a oferta de caminhões aumente e, consequentemente, que o custo com frete rodoviário recue.

Além disso, as tensões comerciais entre os EUA e países importadores geraram expectativas de redirecionamento da demanda ao Brasil, cenário que deixou os produtores domésticos cautelosos nas comercializações.

Quanto aos preços, o Indicador CEPEA/ESALQ – Paranaguá teve média de R$ 136,96/sc de 60 kg em julho, alta de 1,8% frente à de julho/25, mas recuo de 3,7% em relação à de julho/24, em termos reais (IGP-DI, junho/25). O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná (PR) teve média de R$ 130,47/sc de 60 kg em julho, 1,1% superior ao de junho, mas 5,1% abaixo da de junho/24, em termos reais.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, de junho para julho, o preço da soja ficou estável no mercado de balcão (preço pago ao produtor), mas subiu 1,3% no de lotes (entre empresas). Entre julho/24 e julho/25, por sua vez, observam-se baixas, de 2,5% no mercado de balcão e de 2,7% no de lotes, em termos nominais.

No front externo, os preços futuros da soja foram pressionados pelas condições climáticas favoráveis às lavouras do Hemisfério Norte e à enfraquecida demanda, sobretudo da China. Na CME Group, o contrato de primeiro vencimento da soja recuou 3,9% de junho para julho e 9,6% de julho/24 para julho/25, com média de US$ 10,0932/bushel (US$ 22,25/sc de 60 kg) em julho – a mais baixa dos últimos quatro meses, em termos nominais.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS JULHO/202

Site: CEPEA

agro.mt

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