Em entrevista ao site reporteMT , o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Ilson Redivo, disse que os frigoríficos que exportam carne para os Estados Unidos suspenderam a compra de bovinos por 30 dias. Isso tem um potencial de impacto em toda a cadeia da carne no estado. Diante da iminência do prejuízo, o setor já começa a pensar em possibilidades.
“Ninguém está comprando boi para os próximos 30 dias. Que eu saiba todos os frigoríficos voltados para exportação suspenderam as compras”, afirmou.
“Isso afeta outra cadeia do pecuarista, que tem o boi gordo pronto para vender. Quer dizer, força uma tendência de baixa [no preço pago pelos animais vivos] e começa a desencadear um processo negativo. Se você está impedido, por questões tarifárias, de exportar para um grande consumidor, como os Estados Unidos, você limita muito a sua produção e vai fechar frigorífico ou vai bater um volume menor de cabeças”, explicou.
Em posicionamento enviado pela assessoria de imprensa, o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso, Paulo Bellincanta, disse que trabalhadores dos frigoríficos que exportam carne para os EUA deverão ser colocados em férias coletivas como consequência do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump sobre a carne que é produzida no Brasil.
Férias coletivas são um período de paralisação das atividades da empresa, que coloca todos os trabalhadores de folga ao mesmo tempo em razão na baixa da produção. Por ora, demissões estão descartadas.
“Creio que não haverá demissões de colaboradores nos frigoríficos em decorrência da taxação americana. No caso de Mato Grosso, poderão ocorrer férias coletivas, mas somente no período necessário para ajustes de mercados e equilíbrio entre oferta e procura, nada além disso”, explicou.
A medida teria como objetivo regular o equilíbrio entre oferta e demanda no setor, evitando maiores prejuízos. A Marfrig, por exemplo, suspendeu a produção de carne no seu complexo na cidade de Várzea Grande por tempo indeterminado.
Os Estados Unidos são o segundo maior destino da carne exportada de Mato Grosso, atrás apenas da China. De janeiro a junho deste ano, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram vendidos ao país de Donald Trump 26,5 mil toneladas, o equivalente a 7,2% das exportações mato-grossenses no primeiro semestre do ano.
Até estourar a crise com os Estados Unidos, o estado viu um crescimento de 5,7% nas exportações da proteína, que somaram 368,8 mil toneladas enviadas para 77 destinos em todo o mundo
Mesmo com o tarifaço americano, o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) acredita que o estado passa por uma fase de abertura de novos mercados e deve fechar o ano com recorde de exportações.
Até o ano passado eram 74 mercados. Neste ano, esse número aumento para 77, entre os países que adquiriram a carne mato-grossense neste ano estão Chile, Rússia, Egito, Filipinas, Arábia Saudita, México, Itália, Espanha, Israel, Líbano, Holanda, Albânia e Turquia.
“Vivemos um momento histórico, com o reconhecimento crescente da cadeia produtiva mato-grossense em qualidade e sustentabilidade. Essa combinação tem gerado confiança nos compradores internacionais e alimentado um otimismo real para batermos recordes ao longo de 2025”, afirmou o diretor de Projetos do Imac, Bruno de Jesus Andrade.
Após semanas de tensões comerciais causadas pela anúncio de uma taxação de 50% das exportações…
O mercado brasileiro de soja encerrou julho com ritmo lento e poucos negócios. Com a…
O café ficou de fora da lista de quase 700 exceções à taxação de 50%…
O Portal de conteúdo Mais Soja reúne noticias e artigos sobre a cultura da Soja…
Imagens foram feitas no Parque Estadual Encontro das Águas, região de alta concentração de onças…
O Brasil dobrou o número de estabelecimentos autorizados a exportar gergelim para a China. A…