O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de soja e milho do mundo, chegando a superar os Estados Unidos, em especial no que diz respeito à qualidade dos grãos.
O reconhecimento, inclusive, conforme o engenheiro agrônomo e especialista de Qualidade Vegetal e Biotecnologia da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Wallas Ferreira, vem por parte da China, principal cliente brasileiro de tais grãos.
No caso da soja, explica ele no programa Direto ao Ponto desta quinta-feira (5), o alto teor de proteína e óleo são alguns dos fatores para tal qualificação.
“Fora a qualidade do milho brasileiro, muito elogiado quando tivemos o mercado aberto em 2023 pelos chineses. Principalmente, por uma questão logística comparado com os Estados Unidos, que também é um dos maiores exportadores, porque lá eles têm armazenamento maior. Aqui a gente colhe, faz o beneficiamento e já manda. Vai fresquinho”.
Mas, para se ter um grão de qualidade, é preciso cuidado com a lavoura, com o momento da colheita e no transporte, para evitar, principalmente, que um grão com alto percentual de umidade, avariado ou uma praga quarentenária possa causar a suspensão das exportações brasileiras.
“Hoje, a Anec congrega as grandes empresas exportadoras. Nosso carro-chefe dentro da Associação são os Contratos Padrão Anec. Ele sempre vai referenciar a norma do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)”, pontua.
Os protocolos, explica Wallas Ferreira, são válidos até mesmo quanto às tecnologias utilizadas.
“Se for detectado algum evento que não está aprovado na China, mas, por exemplo, está sendo comercializado no Brasil, pode acontecer algum problema”.
A abertura de mercado para uma commoditie é apenas o primeiro passo para as exportações, de acordo com o representante da Anec. Em 2024 foi assinado o protocolo de abertura de mercado da China para o sorgo brasileiro.
A assinatura ocorreu durante a vinda do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil para o G20. E mais recentemente o país conquistou o mercado da gigante da Ásia para o DDG, coproduto da fabricação de etanol de milho.
No caso do sorgo, Wallas Ferreiras explica que para o Brasil iniciar os embarques “ainda depende de uma vistoria por parte dos técnicos chineses”, aos quais a Anec, a Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) e o Ministério da Agricultura trabalham em conjunto “para fazer isso acontecer”.
“Ainda faltam as habilitações das empresas, tanto as beneficiadoras, armazenadoras quanto os exportadores. Os exportadores já iniciaram as habilitações. Já temos empresas habilitadas, só que ainda não pode ocorrer essa exportação enquanto não tiver todo o processo caminhado. A mesma coisa vai acontecer com o DDG e o DDGS”.
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