Por Argemiro Luís Brum
As cotações do milho, em Chicago, também subiram nesta semana. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (22) em US$ 4,63/bushel, contra US$ 4,48 uma semana antes. Um mês antes o bushel do cereal valia US$ 4,75, enquanto um ano atrás o mesmo era cotado a US$ 4,61.
Dito isso, até o dia 18/05 a área semeada com milho, nos EUA, atingia a 78%, contra 53% na média histórica, confirmando o rápido plantio neste ano graças a um clima favorável. Além disso, 50% das lavouras semeadas haviam germinado até o dia 18/05, contra 40% na média.
Já no Brasil, os preços do cereal continuam com viés de baixa. A média gaúcha fechou a semana em R$ 64,37/saco, porém, as principais praças negociaram o produto a R$ 61,00. Em paralelo, nas demais regiões do país os preços giraram entre R$ 53,00 e R$ 68,00/saco.
A possibilidade de uma safrinha cheia no Brasil, associada a uma produção mundial importante, puxa para baixo o preço do cereal. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) atingiu, na semana anterior, o menor patamar nominal desde janeiro, segundo o Cepea. Até o momento, o clima transcorre positivamente no Brasil. Diante disso, “parte dos consumidores brasileiros prefere se afastar do mercado e aguardar novas reduções de preços para recompor os estoques”.
Enquanto isso, a colheita de milho safrinha, no Paraná, teria sido realizada em 1% da área neste momento, segundo o Deral, sendo que 19% da área semeada está em maturação, com a colheita devendo aumentar sensivelmente na segunda quinzena de junho. Apenas “o milho plantado mais cedo apresenta perdas significativas, em alguns casos, por conta da falta de chuva em momentos anteriores”. O Paraná espera um crescimento de 26% na segunda safra de milho em relação ao ano anterior. Além do clima favorável nas últimas semanas, colabora para isso o aumento de 7% na área semeada.
Em tal contexto, a segunda safra de milho brasileira está estimada, agora, em um recorde de 112,9 milhões de toneladas, com alta de 10,5% sobre o ano anterior. A área semeada com a safrinha seria de 17,9 milhões de hectares, ganhando um milhão sobre o ano anterior. A popular safrinha de milho responde por mais de 75% da produção total do cereal no Brasil. A produtividade média esperada é de 105 sacos/hectare, ou seja, 4,1% acima do registrado no ano anterior. Com isso, a produção total de milho no país, contrariando estimativas anteriores, poderá atingir a 140 milhões de toneladas, sendo esta a segunda maior safra da história nacional, após as 141,8 milhões de toneladas obtidas na safra 2022/23. A área total semeada com milho no país atingiria a 22,2 milhões de hectares (cf. Agroconsult).
Por outro lado, a comercialização da presente safra atinge a 32,4% do total a ser colhido.
O que passa a preocupar, agora, é o surgimento da gripe aviária e a possibilidade, se o problema se alastrar, de uma redução no consumo de milho devido ao abate de animais contaminados e, portanto, uma queda ainda mais intensa no preço do cereal. Por enquanto, espera-se um consumo interno de 96,7 milhões de toneladas, enquanto as exportações podem atingir a 42,8 milhões.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).
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