A interdição da BR-174, entre os municípios de Nova Lacerda e Comodoro, em Mato Grosso, no km 457, têm causado inúmeros prejuízos e transtornos para quem passa pela via, principalmente, quem trabalha com carga viva e necessita de atendimento médico.
Desde 5 de abril, segundo operários que trabalham na recuperação da pista, o trecho está em obras devido a um processo erosivo que comprometeu o aterro da rodovia, acostamento e faixa de rolamento.
O médico veterinário Júnior Carvalho, conta ao Patrulheiro Agro desta semana, que foi informado que a rodovia fecharia das 17h às 7h.
“Está sendo afetada a logística de grãos, de boi, de carne, tudo que precisa de um atendimento rápido. É um fato o que aconteceu, infelizmente, mas se houvesse agilidade por meio da empreiteira, ajudaria muito o nosso trabalho”, pontua.
João Batista Moreira é autônomo e reclama pela falta de acesso na via.
“Estou com minha esposa passando mal e preciso fazer ultrapassagem, mas não tem ninguém para poder liberar a pista. Eu me desloquei às 2h da manhã, cheguei aqui e não consigo passar”, explica João a reportagem do Patrulheiro Agro.
Os caminhoneiros Francisco Pereira de Lima e Sérgio Carlos Costa, que trafegam por rodovias da região destacam os transtornos causados pela falta de agilidade na resolução do problema e pelos longos períodos de espera para liberação de cargas.
Eles relatam prejuízos financeiros, cansaço extremo e até riscos para cargas vivas e perecíveis.
“Eu dormi na estrada, praticamente sem tomar banho e sem comer. Só tinha um pouco de água para me virar. Estou perdendo dinheiro. Tinha um carregamento marcado para às sete da manhã, de peixe, e agora nem sei o que vai acontecer. Fico preocupado, porque esse peixe só aguenta no máximo cinco dias no caminhão”, relata Francisco.
A situação é ainda mais crítica para quem transporta carga viva. O caminhoneiro Sérgio, saiu do Acre e enfrenta dias de viagem em condições precárias.
“Estamos há três dias no caminhão, esperando aqui até sete horas do outro dia para liberar. Depois disso, ainda seguimos para São Paulo, com parada só em Cuiabá para descansar o gado. O problema é que os animais ficam apertados na gaiola, no calor, sem água, sem espaço, bezerrinhos e bois maiores juntos. Alguns acabam caindo, outros deitam em cima, e aí morre. E quem paga esse prejuízo? É o motorista”, desabafa.
Ele está trazendo o gado do Amazonas. “Teria que ter uma prioridade pelo menos para carga viva”.
Quem tem comércio na região também sente os impactos dos transtornos logísticos.
Leandro Aparecido Silveira é dono de um restaurante em Nova Lacerda e a movimentação no estabelecimento foi reduzida em mais da metade.
Ele cobra agilidade na recuperação da BR-174 para poder manter as finanças em dia.
”Nosso movimento lucrativo caiu já em uns 80%. Tem que dar nossos pulos com os fornecedores. Tirar o que está ganho para poder pagar as dívidas, aí o lucro vai embora. O hotel fica vazio porque não pode passar, bloqueia toda a cidade, sentimos muito a falta dos clientes que passam por aqui e para na cidade”, comenta.
O restaurante do Leandro serve almoço e à noite é pizzaria. O município de Nova Lacerda está a aproximadamente 70 km da barreira.
A reportagem do Patrulheiro Agro entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para um posicionamento sobre as obras.
“O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informa que segue em execução a obra de recuperação emergencial no km 457 da BR-174/MT, nas proximidades do município de Comodoro.
O trecho foi parcialmente liberado no dia 25 de abril para o tráfego de veículos, com circulação em meia pista, das 7h às 17h, obedecendo às medidas especiais de segurança viária.
Fora desse horário, o tráfego permanece totalmente interditado para garantir a continuidade dos serviços e a segurança dos usuários da rodovia”.
+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
“O agro conectado ao digital, a sustentabilidade e a novas oportunidades”. Este será o tema…
A colheita de milho no período evoluiu apenas 1%, alcançando 95%. Embora as precipitações tenham…
O mercado de soja registrou preços mistos nesta quinta-feira (22), com movimentações mais intensas e…
À medida que ocorre a finalização da safra de verão e o início do período…
O governo do Estado de Santa Catarina informa que as análises laboratoriais do Ministério da…
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços mais baixos.…