A inoculação da soja com Bradyrhizobium visa elevar a população dessas bactérias no solo, a fim de promover uma interação simbiótica eficiente para suprir toda a demanda de Nitrogênio da soja via fixação biológica de Nitrogênio (FBN). Mesmo em áreas tradicionalmente cultivadas com soja, e com populações já estabelecidas de Bradyrhizobium, estudos demonstram que a reinoculação da soja com essas bactérias promove ganhos de produtividade de 4,5% a 8% (Hungria et al., 2005).
Nesse sentido, a inoculação da soja, mesmo em áreas tradicionalmente cultivadas, é essencial para o aumento da produtividade e sustentabilidade da cultura. Ainda que a inoculação padrão seja o método mais usual e tradicional de inoculação, diferentes métodos podem ser utilizados com esse intuito, contudo, vale destacar que alguns destes métodos apresentam eficiência significativamente inferior a inoculação padrão.
Dentre os principais métodos de inoculação da soja, destacam-se a inoculação nas sementes (inoculação padrão), a inoculação via sulco de pulverização, a inoculação via pulverização e o uso de sementes pré-inoculadas.
Possibilitando menor manipulação e mão de obra a nível de fazenda, as sementes pré-inoculadas consistem em sementes inoculadas industrialmente, em momentos anteriores a semeadura, tratadas quimicamente e armazenadas. Essa prática proporciona maior ganho operacional e escala comercial, entretanto, apresenta algumas desvantagens.
Normalmente essas sementes apresentam um maior custo de aquisição em comparação a sementes não inoculadas, além disso, por se tratar de organismos vivos, o acondicionamento e armazenamento das sementes pré-inoculadas exige maior cuidado para a manutenção da viabilidade das bactérias, sendo assim, deve-se atentar para o período em que foi realizada a inoculação, bem como as condições de armazenamento, especialmente se tratando da temperatura.
O período máximo entre a inoculação até a semeadura deve ser respeitado conforme recomendação do fabricante para garantir a quantidade mínima necessária de bactérias viáveis nas sementes, sendo recomendada a quantidade de pelo menos, 80 mil a 100 mil células viáveis por semente no momento da semeadura (Seixas et al., 2020).
Mesmo seguindo os devidos cuidados para a produção de sementes pré-inoculadas, em função da sobrevivência do Bradyrhizobium e os diversos fatores que podem atuar sobre ela, recomenda-se que as sementes sejam analisadas em laboratório antes da semeadura para avaliar a sobrevivência das bactérias inoculadas nessa condição, pois, consistentemente, tem sido observada redução drástica de células vivas de Bradyrhizobium em sementes pré-inoculadas (Seixas et al., 2020).
Esse método consiste na adição do inoculante nas sementes, a nível de propriedade, seja ele líquido ou turfoso, em um período anterior próximo a semeadura, preferencialmente no dia da semeadura. Nessa metodologia tanto, inoculantes líquidos quanto turfosos podem ser utilizados, contudo, independente do inoculante utilizando, recomenda-se a boa homogeneização das sementes e posterior secagem à sombra.
No caso de se optar pelo uso de inoculantes turfoso, é necessário utilizar soluções adesivas para garantir a boa aderência do inoculante com as sementes. Conforme orientações de manejo, recomenda-se realizar o umedecimento das sementes com substancia adesiva, a exemplo da água açucarada a 10%.
O não uso de substancias adesivas pode resultar em baixa adesão do inoculante às sementes, refletindo em baixa eficiência da inoculação. Não é recomendada a adição do inoculante diretamente na caixa de sementes da semeadora, tão pouco a adição de inoculantes concomitantemente ao tratamento de sementes com defensivos agrícolas, o famoso “sopão”.
Devido à ação da gravidade, a adição de inoculante turfoso na caixa de sementes tende a concentrar sua distribuição nas primeiras passadas da semeadura. À medida que a semeadora continua em movimento, essa distribuição torna-se desigual, resultando em uma quantidade menor de inoculante aplicado às últimas sementes semeadas.
Na inoculação via sulco, ocorre a aspersão do inoculante líquido diretamente no sulco de semeadura, no momento da semeadura da soja. Esse método possibilita maior rendimento operacional e menor mão de obra, já que dispensa o processo da inoculação das sementes de forma antecipada a semeadura.
Embora mais prático em relação a inoculação padrão, alguns cuidados necessitam ser adotados ao realizar a inoculação via sulco, como por exemplo, a dose aplicada de inoculante, que deve ser equivalente a, no mínimo, 2,5 milhões de células por semente. Em áreas que não são inoculadas há vários anos, particularmente em solos arenosos, ou em áreas novas, deve ser usada, no mínimo, o dobro da dose recomendada (Seixas et al., 2020).
O método consiste na pulverização do inoculante no solo, após a semeadura. Contudo, para resultados mais positivos, condições como boa umidade do solo devem ser respeitadas. Esse método é mais comum em condições em que se realizou a inoculação por algum dos métodos citados anteriormente, mas que por algum motivo não se obteve uma boa nodulação da soja. Conforme observado por Zilli et al. (2008) a inoculação em pós-emergência da soja é uma alternativa viável, entretanto, com resultados inferiores aos obtidos pela inoculação padrão (via semente).
Cabe destacar que a inoculação em pós-emergência da soja, via pulverização em cobertura não deve ser utilizada para substituir a inoculação padrão, sendo recomendada apenas como prática complementar em casos específicos, para corrigir algum erro de inoculação no momento da semeadura.
HUNGRIA, M. et al. REINOCULAÇÃO E ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DA SOJA. Embrapa Soja, Documentos, n. 296, 2005. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/471039/1/Reinoculacaoeadubacaonitrogenadanaculturadasoja.pdf >, acesso em: 19/05/2025.
SEIXAS, C. D. S. et al. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA. Embrapa, Sistemas de Produção 17, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 19/05/2025.
ZILLI, J. É. et al. INOCULAÇÃO DE Bradyrhizobium EM SOJA POR PULVERIZAÇÃO EM COBERTURA. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.43, n.4, p.541-544, abr. 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2008000400014 >, acesso em: 19/05/2025.
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